Comente sobre os principais tipos de migração interna na década de 2000

Migração é o processo de deslocamento de pessoas pelo globo terrestre que pode ocorrer dentro ou fora do território nacional, de modo temporário ou permanente, ou ainda, ser espontânea ou forçada.

Ao longo da história, muitos grupos migraram por motivos sociais, econômicos, políticos, culturais, naturais ou individuais.

Assim, dependendo do local, da permanência e das causas que levam as pessoas a migrarem, existem diversos tipos de migrações, das quais se destacam:

1. Migração externa e migração interna

A migração externa (ou internacional) é quando indivíduos se deslocam para outros países. As principais causas são: busca de melhores condições de vida, ou mesmo, por motivos de trabalho.

Já a migração interna ocorre dentro do território nacional, onde as pessoas podem migrar de cidades ou de estados em busca de melhores condições de vida.

2. Migração temporária e migração permanente

A migração temporária (ou sazonal) é aquela em que a pessoa se desloca por um curto espaço de tempo, por exemplo, durante um intercâmbio escolar ou uma apresentação num congresso.

Já a migração permanente é quando alguém decide migram por motivos econômicos, sociais ou ambientais e permanece no local.

3. Migração sazonal e transumância

A migração sazonal e a transumância estão relacionadas, uma vez que na transumância as pessoas se deslocam do local de origem de maneira temporária, no entanto, esse movimento ocorre de maneira anual, por exemplo.

Como exemplo, podemos citar trabalhadores que se deslocam, retornam aos seus locais de origem e, por fim, voltam a migrar no ano seguinte.

Vale lembrar que o termo transumância é também utilizado para indicar a migração dos animais, como mamíferos e insetos.

4. Migração espontânea e migração forçada

A migração espontânea acontece de maneira planejada e pode ser por busca de melhores condições econômicas, sociais ou ambientais.

Já na migração forçada, as pessoas são obrigadas a se deslocarem do local de origem, como, por exemplo, quando ocorre desastres naturais ou mesmo guerras.

5. Migração intra-regional e inter-regional

Dentro do território nacional, há dois tipos de migração regional: a migração intra-regional e a migração inter-regional.

A migração intra-regional é aquela em que o indivíduo se desloca dentro do próprio estado que vive. Já a migração inter-regional é quando o deslocamento é para outro estado do país.

Há também a chamada migração intra-urbana em que o deslocamento acontece dentro da mesma cidade.

6. Êxodo rural e êxodo urbano

O êxodo rural ocorre quando populações que vivem no campo se deslocam para regiões urbanas em busca de melhores condições de vida, como trabalho, moradia, etc.

Já no êxodo urbano, populações se deslocam das cidades (dos centros urbanos) para o campo. Muitas vezes o objetivo central é a busca de uma vida mais tranquila.

Entenda as diferenças entre zona rural e zona urbana.

7. Migração pendular

A chamada migração pendular ocorre quando os indivíduos se deslocam diariamente das cidades, geralmente por motivos de trabalho.

Um exemplo desse tipo de migração são aquelas pessoas que moram em Niterói e trabalham no Rio de Janeiro, ou vice-versa.

8. Diáspora

Diáspora é um termo que faz referência às migrações de populações inteiras pelo globo. Do hebraico, essa palavra significa dispersão, expulsão ou exílio.

Essas dispersões aconteceram diversas vezes na história da humanidade como, por exemplo, a diáspora grega, a diáspora judaica, a diáspora africana, etc.

9. Nomadismo

O nomadismo é um tipo de migração praticada por povos nômades, os quais passam a vida mudando de local. Geralmente, são grupos de pessoas que vivem da caça e da coleta de alimentos (caçadores-coletores).

Hoje em dia, o chamado “nômade digital” é aquele que não possui uma residência fixa e utiliza da tecnologia para trabalhar em diferentes lugares do mundo.

Leia também sobre:

  • Migração
  • Espaço geográfico
  • Teorias demográficas
  • Geografia urbana
  • Movimentos migratórios no Brasil

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O movimento migratório entre as regiões do Brasil é um tema bastante cobrado nos vestibulares (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Quando falamos em movimentos migratórios, logo nos vem à mente o enorme fluxo de refugiados que estão se deslocando da Síria, do Iraque e de outras regiões em conflito em direção à Europa, certo? Nada mais natural, já que se trata de um fato que está em evidência no noticiário há mais de um ano.

Mas, tratando-se de vestibular, é preciso ficar atento a um fenômeno que não é abordado cotidianamente na imprensa, mas que é muito importante para entender a atual dinâmica dos movimentos populacionais no Brasil: as migrações internas. Basicamente, diz respeito à migração de indivíduos que se deslocam de seu local de origem para outros estados ou regiões do país.

Neste ano, as provas do Enem, da Unesp e da Unicamp cobraram o entendimento de conceitos relacionados a este tema. Portanto, para você que ainda vai prestar a Fuvest, a segunda aplicação do Enem ou outros vestibulares até o final do ano, é fundamental revisar alguns pontos importantes sobre a matéria.

HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL

No Brasil, a migração interna atingiu seu ápice entre os anos 1960 e 1980, quando enormes contingentes se deslocaram do campo para as cidades, com destaque para o movimento de nordestinos rumo à Região Sudeste, sobretudo nos anos 1960 a 1980. Nas últimas décadas, contudo, a migração interna tem diminuído bastante. O Nordeste ainda perde habitantes para outras regiões, e o Sudeste é o que mais recebe imigrantes, mas com intensidade cada vez menor.

OS FATORES QUE INFLUENCIAM AS MUDANÇAS NOS FLUXOS MIGRATÓRIOS

Entre os principais fatores que explicam a mudança nos fluxos migratórios internos estão:

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– o desenvolvimento econômico em outras regiões: a partir dos anos 1960, começou a ocupação maciça das regiões Centro-Oeste e Norte. A primeira teve como fator de atração a inauguração de Brasília e, posteriormente, o avanço do agronegócio. Já a região Norte passou a atrair migrantes a partir da abertura de estradas como a Belém-Brasília e da criação da Zona Franca de Manaus.

– a desconcentração industrial: a partir dos anos 1990, as políticas de isenção de impostos e doação de terrenos feitas por estados e municípios acabaram atraindo as empresas para diferentes regiões. Consequentemente, a ampliação da oferta de emprego nesses locais impulsinou o recebimento de migrantes.

– o avanço da urbanização: nas últimas décadas, a urbanização avançou pelo Brasil, o que proporcionou a melhoria na infraestrutura de transportes, de telecomunicações e de energia elétrica, favorecendo a geração de empregos em locais até então menos desenvolvidos. Como a principal motivação para a migração é a busca por melhores condições de vida e de trabalho, à medida que ocorre uma distribuição mais equilibrada das ofertas de trabalho, a busca por outros lugares para morar tende a cair.

OS NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS

Entre 1995 e 2000, 3,4 milhões de pessoas trocaram a região onde nasceram por outra. Já entre 2005 e 2010, esse número baixou para 3 milhões. Assim, a migração entre regiões perde força frente a outros fluxos, como:

– migração intrarregional: ocorre entre municípios de um mesmo estado ou ainda entre estados de uma mesma região, sobretudo em direção a cidades de médio porte. Esse processo é impulsionado, muitas vezes, por Indústrias que migram para cidades menores. A migração entre os estados movimentou 4,6 milhões de pessoas entre 2005 e 2010.

– migração pendular: neste caso, trata-se de um arranjo populacional entre dois ou mais municípios onde há grande integração demográfica. A migração pendular ocorre quando as pessoas estudam ou trabalham em um município diferente de onde mora, sendo obrigado a se deslocar diariamente para cumprir essas obrigações.

– migração de retorno: é o deslocamento de pessoas para sua região de origem, após ter migrado. É o que ocorreu na região Nordeste a partir dos anos 1980, com a melhora da economia local. Na Região Metropolitana de São Paulo, 60% dos que deixaram a região entre 2000 e 2010, eram migrantes de retorno.

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Quais são os principais tipos de migração interna na década de 2000?

Década de 2000 – Motivações socioeconômicas: migrações de retorno, principalmente de nordestinos.

Qual foi a principal mudança no padrão migratório do país na década de 2000?

Os anos 2000 indicam o descolamento da relação migração-industrialização, migração-ocupação de fronteira agrícola, migração-desconcentração industrial, migração-emprego, migração-mobilidade social no contexto atual da economia e da reestruturação produtiva.

Quais são os principais tipos de migrações internas?

Migração intra-regional e inter-regional A migração intra-regional é aquela em que o indivíduo se desloca dentro do próprio estado que vive. Já a migração inter-regional é quando o deslocamento é para outro estado do país. Há também a chamada migração intra-urbana em que o deslocamento acontece dentro da mesma cidade.

Quais são as características da migração interna no Brasil de 1990 até hoje?

Um modelo de migração muito comum no Brasil, que se intensificou nas últimas cinco décadas, é o êxodo rural, ou seja, a migração do campo para a cidade. O modelo econômico que favorece os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades agrícolas têm como consequência a expulsão da população rural.

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