É normal a febre voltar mesmo tomando antibiótico?

Os antibióticos são um importante grupo de medicamentos utilizados para combater infecções. No entanto, utilizá-los de forma equivocada é uma das principais causas da onda de “superbactérias” pelo mundo. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou que estamos vivendo a era pós-antibiótico, em que as pessoas estão morrendo de infecções simples, que eram tratáveis há décadas. Muitas vezes, isso acontece devido ao uso inadequado destes medicamentos, como:

  • uso banalizado ou
  • uso frequente de forma errada (quando o paciente suspende o tratamento antes da hora, por exemplo).

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas (Hospital de referência nacional em doenças infectocontagiosas) alerta que o uso errado do antibiótico fortalece as bactérias, o que torna muito mais complexo e demorado o seu controle, podendo levar à morte. Além disso, quando este medicamento é administrado sem respeitar a prescrição, pode causar gastrite, danos ao fígado e aos rins, infecção sanguínea e reações alérgicas (choque anafilático), dentre outros problemas.

Existem 8 crenças erradas sobre o uso de antibióticos que frequentemente ocasionam falhas no tratamento, mesmo quando acreditamos estar seguindo as recomendações da forma certa. São elas:

  1. Estou doente, logo preciso de um antibiótico

    Os antibióticos são necessários apenas para o tratamento de infecções causadas por bactérias, por exemplo, inflamação na garganta, infecção de ouvido ou relacionadas à urina. A utilização deve ser, obrigatoriamente, prescrita por um médico.

  2. Gripes e resfriados só saram com antibiótico
    Tanto gripes quanto resfriados são causados por vírus e não por bactérias. Os antibióticos não têm efeito sobre essas doenças. A única exceção pode acontecer caso o paciente desenvolva especificamente uma complicação que resulte em infecção bacteriana, como a pneumonia.
  3. Se o médico não prescrever um antibiótico, é melhor pedir
    Jamais pressione o seu médico para prescrever um antibiótico. Deixe-o à vontade para tomar sua decisão de forma profissional e ética. Há um movimento mundial liderado pela OMS para que se mude a forma de produzir e prescrever antibióticos e, assim, não se perder as armas da saúde pública no combate às bactérias, devido à banalização desse tipo de medicamento.
  4. Se o médico prescreve antibiótico, posso ficar tranquilo
    Se o seu médico prescreve um antibiótico, você está com uma infecção. Ainda assim, informe-se sobre o seu quadro e a real necessidade deste tipo de medicamento. Não se acanhe em perguntar ao médico o porquê da prescrição.
  5. ) Estou bem melhor, por isso vou interromper o tratamento no meio
    Esta é uma das crenças mais comuns que podem trazer prejuízos à saúde. A medicação deve ser utilizada rigorosamente como o médico prescreveu, tanto em número de doses, quanto na concentração e no número de dias. Jamais interrompa o tratamento antes da hora. Mesmo que os sintomas tenham melhorado, as bactérias ainda não foram eliminadas e a doença pode voltar com ainda mais força.
  6. Vou tomar o antibiótico depois do horário previsto porque o efeito é o mesmo
    É importante saber que o intervalo entre as doses é sempre calculado de forma a manter a concentração adequada no seu sangue. Uma dose ingerida depois do horário prescrito pode gerar a volta dos sintomas. Mas também não adianta tomar antes do horário, pois a concentração ficará alta demais e você poderá ter intoxicação.
  7. Sobrou antibiótico do meu tratamento, então vou guardar para a próxima vez que eu ficar doente
    Jamais faça isso. Se você cumprir a prescrição toda, dificilmente sobrará medicação. Se ainda assim houver sobra, você não deve guardar. Apesar de ser você e de serem os mesmos sintomas, a prescrição médica não será necessariamente a mesma. Somente uma nova avaliação médica poderá indicar se existe a real necessidade de antibiótico, qual deles e em qual quantidade.
  8. Se sobrou medicação e alguém sofre com o mesmo problema, posso ajudá-lo doando o que sobrou
    Tomar remédio sem prescrição é um erro grave e com antibióticos o perigo é ainda maior, pois eles podem causar doenças e afetar as bactérias “boas” que existem naturalmente no nosso corpo. A receita médica é sempre pessoal e intransferível.

Sempre utilize seus antibióticos da forma certa, seguindo todas as orientações médicas. O uso inadequado deste medicamento não só deixa de curar a infecção, como ainda pode causar grandes danos à sua saúde. Se tiver dúvidas, não deixe de procurar o médico ou o farmacêutico, que poderão ajudá-lo a fazer o seu tratamento da melhor forma possível.

Fonte: CRF-SP

Cristiane Soares Cardozo Wergles
Capitão de Corveta (S)
Chefe do Serviço de Farmácia Ambulatorial
Hospital Naval Marcílio Dias

O que pode ser quando a febre persiste mesmo tomando antibiótico?

Não é esperado que a febre continue após o 4o dia de antibiótico. Pode ser que o antibiótico não esteja conseguindo combater a infecção. Melhor nesse caso ter uma reavaliação médica para ajuste do tratamento. Geralmente após 72 horas do inicio de um antibiótico , não é esperado que o paciente apresente febre .

O que pode ser quando a febre vai e volta?

A febre que vai e volta, conhecida também como febre intermitente, é um tipo de febre que aparece somente em algumas horas do dia, vai embora e, depois, retorna novamente, e que pode ter diversas causas, principalmente relacionadas a infecções, como malária, leptospirose, Zika ou tuberculose, por exemplo.

Quantos dias pode durar a febre tomando antibiótico?

Alguns sintomas, como a febre, podem demorar até 72 horas para desaparecerem de vez. No entanto, é importante que, ao longo desse período, você já note pequenas melhoras, progressivas, na sensação de dor e mal-estar. Se nada está melhorando, volte a conversar com o médico.

Como saber se o antibiótico está fazendo efeito?

Em geral, o medicamento que atua inibindo a proliferação bacteriana começa a atuar no organismo cerca de 30 minutos após a sua ingestão. Porém uma regressão significativa dos sintomas é notada pelos pacientes apenas 48 horas após o início do tratamento.

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