É verdade que o aveloz cura câncer?

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Um arbusto popularmente conhecido como aveloz (Euphorbia tirucalli) produz um látex largamente empregado na medicina popular brasileira. Esse látex e seus compostos derivados comprovaram atividade citotóxica em uma gama de linhagens de células tumorais humanas. É o que mostram os estudos que tem como primeira autora a pesquisadora Viviane A O Silva (na foto ao centro, ao lado dos pesquisadores Rui Manuel Reis e Marcela Nunes Rosa), do Hospital de Amor (Hospital de Câncer de Barretos). Os resultados foram publicados na Investigational New Drugs.

O látex de Euphorbia tirucalli é usado no Brasil como remédio popular para várias doenças, incluindo o câncer. "Mostramos anteriormente que o composto eufol, principal constituinte do látex de E. tirucalli, inibe a proliferação, a motilidade e a formação de colônias em células do câncer pancreático, assim como induz a autofagia e sensibiliza as células de glioblastoma à citotoxicidade ao quimioterápico, temozolomida. A atividade antitumoral e antiangiogênica também foi demonstrada em experimentos in vivo", ilustram os autores.

Neste recente trabalho, Viviane A O Silva e colaboradores relatam a atividade in vitro de três compostos  semissintéticos derivados de E. tirucalli, IngA (ingenol-3-trans-cinamato), IngB (ingenol-3-hexanoato) e IngC (ingenol-3-dodecanoato), em  análise que avaliou 70 linhagens celulares de câncer humano, obtidas a partir de ampla variedade de tumores. "Além disso, o potencial antitumoral foi comparado com compostos conhecidos da mesma classe, ou seja, ingenol-3-angelato (Picato®) e ingenol 3,20-dibenzoato e em combinação com agentes quimioterápicos padrão", descrevem.

Os resultados mostram que IngA, B e C exibiram efeitos citotóxicos dose-dependentes, sendo IngC aquele que exibiu a melhor atividade nas linhagens de células tumorais. "Em comparação com o ingenol 3,20-dibenzoato e o ingenol-3-angelato, o IngC apresentou uma média de eficácia 6,6 e 3,6 vezes maior, respectivamente, comparado às linhagens celulares de câncer de esôfago", explicam. Outro benefício do IngC foi sensibilizar as células de câncer de esôfago ao tratamento com paclitaxel, registra a publicação.

Em conclusão, os compostos de ingenol semissintéticos, em particular, IngC, demonstram potente atividade antitumoral em todas as linhagens celulares de câncer avaliadas. Para os autores, esses achados devem motivar novas pesquisas.

Este estudo recebeu subsídios da Amazônia Fitomedicamentos Ltda e do Hospital de Câncer de Barretos.

Referência: Modified ingenol semi-synthetic derivatives from Euphorbia tirucalli induce cytotoxicity on a large panel of human cancer cell linesEuphorbia tirucalli induce cytotoxicity on a large panel of human cancer cell lines - Silva, V.A.O., Rosa, M.N., Martinho, O. et al. Invest New Drugs (2019). //doi.org/10.1007/s10637-019-00728-0

Planta Avelós é a base para uma pesquisa feita em
Valinhos (Foto: Luiz Pianowski/ Arquivo Pessoal)

A planta medicinal Avelós, de origem africana e que pode ser encontrada em todo o Brasil, é a base para uma pesquisa desenvolvida em Valinhos (SP) que busca alcançar um novo tratamento para o câncer. Após atingir resultados significativos em cultura de células cancerígenas in vitro, o método está na fase de testes em animais. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (4), Dia Mundial do Câncer, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o estado de São Paulo é o que mais deve registrar novos casos da doença este ano, com 152 mil notificações. Em nível nacional, a estimativa é de cerca de 580 mil.

Segundo o condutor da pesquisa, Luiz Francisco Pianowski, formado em farmácia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e doutor em Tecnologia Farmacêutica em Porto, cidade portuguesa, a pesquisa iniciada em 2006 promete desenvolver um medicamento menos agressivo que os tratamentos com quimioterapia. Ele explica que foi preciso identificar e isolar três elementos importantes da planta. “Com as três moléculas separadas, registramos que mais de 50% das células cancerígenas foram induzidas ao suicídio em testes in vitro. Esse resultado é muito significativo e nos permitiu fazer testes em seres vivos”, afirma.

Pianowski afirma que os testes in vitro foram conduzidos para o Hospital do Câncer de Barretos (SP). “Fizemos testes aqui no laboratório [de Valinhos] e depois repassamos para o pessoal do hospital”, conta. Agora, a fase com animais é desenvolvida em laboratórios da Alemanha e de Portugal. Segundo o especialista, a previsão é de que os resultados obtidos com animais sejam concluídos em até quatro meses. Caso alcance respostas positivas, deverá passar pela última etapa envolvendo grupos de pessoas. "A parte mais difícil é de encontrar as plantas e chegar a molécula, isso durou oito anos e nós ja finalizamos. Agora é continuar os testes para ver se eficaz ou não e entrar no mercado", completa.

Especialista Luiz Pianowski iniciou a pesquisa em
2006 (Foto: Luiz Pianowski/ Arquivo Pessoal)

Riscos
O pesquisador ressalta a importância de não utilizar medicamentos ou plantas medicinais sem prescrição médica. “A diferença entre um remédio e o veneno é a dosagem, portanto é importante que as pessoas não utilizem as plantas sem acompanhamento especializado. O leite da Avelós, por exemplo, pode levar à cegueira”, alerta.

Atletas da ciência
Para o especialista, a falta de investimento público e privado em cientistas e laboratórios farmacêuticos dificulta o desenvolvimento de pesquisas no Brasil. Segundo ele, o país tem um potencial de cientistas que podem utilizar da biodiversidade para chegar a resultados expressivos na medicina. “Nós temos que parar de vender a matéria-prima e receber espelhinho, aqui temos cabeças tão boas quanto no exterior, mas é preciso investimento”.

Pionawski considera que os cientistas brasileiros são os “atletas a ciência”, pois não são reconhecidos pelo governo. “Temos que mudar a forma de pensar e passar acreditar, de fato, que repassar verba para pesquisa não é custo, é investimento”, destaca.

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Como usar Aveloz na cura do câncer?

Modo de uso. ​O modo de uso da Aveloz deve ser sempre orientado por um médico, uma vez que a planta é bastante tóxica, podendo colocar em perigo a vida do paciente. A forma mais comum é a toma de 1 gota do látex diluído em 200 ml de água diariamente, pelo tempo determinado pelo médico.

Quais as doenças que o Aveloz cura?

Resumo: O avelós (Euphorbia tirucalli) é uma planta de origem africana amplamente utilizada na medicina popular no tratamento de cânceres, úlceras, inflamações e verrugas.

Quando o Aveloz começa a fazer efeito?

Menos de um ano depois da primeira dor, ela está clinicamente curada. "Nem meu médico acreditou, disse que era um milagre, que não deveria ser assim tão rápido", alega.

Quantas vezes por dia tomar o Aveloz?

Tomar uma gota de cada vez em três vezes ao dia, em meio copo de leite, após as refeições. Assim se garante uma ação contínua. Tomar a seiva pura faculta uma cura mais rápida, mas deve-se continuar o tratamento até três meses após o desaparecimento dos sintomas.

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