No ensino de história e Geografia existem múltiplas mídias educativas

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Resumo: Neste artigo, apresentamos uma discussão sobre as potencialidades da rádio e dos media digitais para uma educação para os media. Esta contextualização, que inclui o contexto português relativamente ao uso da rádio como meio em contexto educativo, pretende criar o pano de fundo para a exposição da metodologia aplicada pelo consórcio europeu RadioActive Europe, estruturada em pressupostos de investigação-ação, concentrados em formas de empoderamento que efetivamente constituam elementos de crescimento curricular dos jovens envolvidos e que possam ser usados na procura de emprego. Em seguida, estaremos em condições de expor e refletir sobre os dados preliminares de aplicação do projeto, que decorre entre 2013 e 2014 em cinco países europeus, centrando-nos em processos de ligação ao digital e de ligação à comunidade envolvente. Palavras-chave: RadioActive Europe, jovens, competência digital, cidadania.

Os contributos das vanguardas artísticas para a construção de uma literacia fílmica, essencialmente europeia, mas também para as suas apropriações universais como exercícios de preservação colectiva das memórias culturais, apresentam-se como factores primordiais de enriquecimento cognitivo, seja do ponto de vista da formação cultural, artística e mediática, seja mesmo do ponto de vista da formação cívica e, como tal, têm sido objecto de estudo e de investigação mais aprofundada. No entanto, para se promover uma autêntica e eficaz literacia fílmica é preciso, antes de tudo, falar sobre o contexto do nascimento do cinema. As artes estão perfeitamente integradas no universo circundante que as produz, distribui e acolhe.

Este trabalho objetiva investigar as possibilidades de utilização de Histórias em Quadrinhos (HQs) na sala de aula de Língua Estrangeira (LE), bem como relatar uma experiência em que uma ferramenta online de criação de histórias em quadrinhos foi utilizada em uma turma de dez aprendizes de Inglês com propósito de avaliação. Inicialmente, este trabalho realiza um resgate teórico e histórico acerca das histórias em quadrinhos, com especial atenção ao emprego de quadrinhos no contexto educacional do Brasil e de outros países. Observa-se que apesar do crescente interesse acadêmico pelas histórias em quadrinhos, as ferramentas online de criação ainda não foram objeto de muitas pesquisas. Após o resgate teórico, descreve-se detalhadamente a realização da pesquisa qualitativa em que o professor em formação utilizou o website Toondoo (www.toondoo.com) em sua turma de Inglês do curso extracurricular da Universidade Federal de Santa Catarina no período de março a julho de 2012. Contavam-se dez estudantes iniciantes de Inglês, sendo que as atividades de criação de histórias em quadrinhos tinham o duplo objetivo de estimular e avaliar a produção escrita. Tratava-se da primeira experiência dos dez participantes da pesquisa com a ferramenta online de criação de histórias em quadrinhos Toondoo, assim como a primeira experiência de aplicação dessa ferramenta como instrumento avaliativo de que se tem notícia. Durante o semestre, cada aprendiz produziu duas histórias em quadrinhos, as quais foram comparadas em termos de coerência, coesão textual e gramática. A partir do contraste entre as produções, foi possível observar a evolução de cada indivíduo em termos de produção escrita, fornecendo condições para a avaliação dos dez estudantes de Inglês. Esse estudo demonstra a viabilidade de utilização do site Toondoo no contexto de língua estrangeira, especificamente na forma de avaliação.

1. Material didático. 2. Histórico. 3. Material didático - Diagramação. 4. Material didático - Editoração. 5. Ensino a distância. I Inteligência educacional e Sistema de ensino,

O foco central é analisar o potencial da integração de Recursos Educacionais Abertos (REA) no design pedagógico em cursos de formação inicial e continuada na modalidade online enquanto expressão didático-pedagógica inovadora. REA e Práticas Educacionais Abertas (PEA) designam novas perspectivas educacionais mobilizando aprendizagem síncrona e assíncrona independentemente do tempo e espaço de estudo. Na matriz compreensiva de que as tecnologias não geram impactos somente pelas mãos de quem as programa, a integração de REA requer design pedagógico amparado em concepções educacionais pautadas pelos princípios da produção colaborativa e da mediação compartilhada em redes.

Documento: pdf (22 páginas) 4.9 MB

Publicado em: 2021-12-18

Fundamentos Metodológicos
do Ensino de História
e Geografia
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Metodologias de Ensino de História e Geografia
• Refletir sobre métodos e metodologias do ensino escolar em História e Geografia;
• Propor o uso de múltiplas linguagens no ensino de História e Geografia.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Metodologias de ensino de História e Geografia;
• Os métodos e as metodologias;
• As metodologias de ensino para História e Geografia;
• O uso de múltiplas linguagens no ensino de Geografia e História.
Metodologias de Ensino
de História e Geografia
UNIDADE Metodologias de Ensino de História e Geografia
OsMétodoseasMetodologias
Neste texto, traremos algumas reflexões sobre procedimentos e metodologias de
ensino em Geografia e História, dando ênfase a algumas estratégias que podem ser
usadas no processo de ensino-aprendizagem.
É necessário compreender o papel das atividades e práticas no ensino funda-
mental e levar em conta sempre as mediações das características socioculturais das
turmas, a faixa etária, as experiências prévias que os alunos tenham, bem como o
método e as metodologias usadas.
Convém relembrar que método é a concepção teórica na qual o professor abor-
dará o conhecimento geográfico ou histórico – pode ser, por exemplo, positivista,
dialético, entre outros. Já as metodologias são os procedimentos ou estratégias
que serão usadas na sala de aula ou em atividades extraclasse, tais como: aula
expositivo-dialogada, estudo do meio, painéis em grupo; debate com a sala toda;
leitura e interpretação de textos; dramatização e simulações; entre tantas outras.
Na prática docente na escola é necessário considerar as estratégias no proces-
so de ensino-aprendizagem tanto do ponto de vista teórico quanto de sua prática.
É essencial que o professor conheça os fundamentos científicos e pedagógicos da
Geografia e História, bem como das áreas de Educação, adequando-as à sua reali-
dade escolar e ao processo de ensino-aprendizagem.
Para isso, cabe ao professor planejar suas aulas, utilizando-se de diferentes lin-
guagens para que essa aula não seja tradicional e buscando uma lógica que não seja
a formal, pois não basta somente variar as estratégias e metodologias usadas se o
raciocínio desenvolvido em aula seguir a lógica formal.
Sejam quais forem as estratégias a serem desenvolvidas no processo de ensino-
-aprendizagem, é essencial contextualizar os conteúdos a serem tratados nas ati-
vidades em aula ou extraclasse. Se o tema é, por exemplo, as migrações internas
no Brasil, cabe questionar: em qual contexto ocorrem ou ocorreram tais migra-
ções? Quais os fatores que levaram a tais migrações? Quais os atores envolvidos
nesse processo? Quais os papéis que cada um dos atores envolvidos teve? Con-
textualizar assim do ponto de vista cultural, social, econômico, político, ou seja,
considerando-se o espaço geográfico e a história em suas multidimensionalidades.
É essencial que o professor busque, conforme propõe a lógica dialética, estimu-
lar o educando a questionar o que é posto como verdade. Deve buscar compreen-
der o que vai além da aparência dos fenômenos, além da memorização, buscando
a essência das questões geográficas e históricas e suas diversas inter-relações.
Para que uma aula busque ser questionadora, não dá para o professor apenas
fazer uso de aulas expositivas, sem procurar criar possibilidades de participação
mais efetiva dos alunos, com outras linguagens e formas de diálogo.
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É essencial utilizar diferentes meios de leituras sobre um tema, portanto, é fun-
damental criar estratégias de ensino variadas, com variados recursos, e também ler
criticamente os acontecimentos que tenham relação com a Geografia e História.
Com as crianças, por exemplo, realizar estudos das diferenças sociais, culturais,
naturais existentes nas paisagens. Pode-se estudar mediante um estudo do meio, análise
e comparação de fotografias, produção de painéis com desenhos, uso imagens etc.
As Metodologias de Ensino
para História e Geografia
Para as crianças, é fundamental partir da escala local e depois ir relacionando
os acontecimentos e situações a outros lugares mais distantes. Às vezes, sobretudo
com as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs), a criança tem
contato por meio de imagens e vídeos com realidades distantes, por isso não deve-
mos pensar na escala local somente.
Importante!
Partindo da Realidade Local
Tanto em História quanto em Geografia é importante partir da escala local, sobretudo
nasprimeirassériesdoEnsinoFundamental.ComoafirmaapesquisadoraVilmaFernan-
des Neves (s/d, p.15):
Todas essas atividades devem ser em processo e introduzidas aos poucos e deve-se es-
perar respostas pertinentes ao desenvolvimento e ao processo de aprendizagem dos
alunos. Precisa ficar claro que não se pretende criar mini historiadores: o que se pensa
é na possibilidade de se construir-reconstruir as experiências humanas – uma postura
pedagógica e não historiográfica. Penso que se o professor trabalha com a História Oral,
com a História do Cotidiano e com a História Local em sala de aula, escolhendo eixos
temáticosmaisapropriados,eleeosalunostravamumdebatecomopassado,mascons-
troem(oureconstroem)umahistórianopresentequeprovavelmentenãoestánoslivros
e que pode ser generalizável pelo seu caráter de humanidade. Daí poder falar-se, assim,
em construção-reconstrução do conhecimento.
Trocando ideias...
Adquire-se conhecimento mediante a própria ação e prática docente; porém,
essa não termina apenas em uma mediação tecnocrática e nem se deve supervalo-
rizar a prática em relação à teoria geográfica e educacional.
Corroboramos com a afirmação dos pesquisadores (REIGOTA; SANTOS, 2014,
p. 960):
Com essa proposta pedagógica, ficam excluídas as atividades de trans-
missão de conhecimentos, da forma como as conhecemos no ensino
tradicional. Os momentos de transmissão de conhecimentos de uma tema
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UNIDADE Metodologias de Ensino de História e Geografia
específico ocorrerão quando os alunos e os professores consideraram o
momento conveniente. Para a aplicação da metodologia aqui proposta é
necessário um conhecimento aprofundado das tendências pedagógicas
contemporâneas, principalmente as relacionadas com a pedagogia dialó-
gica, conforme preconizava o educador Paulo Freire.
Dessa maneira, é essencial desenvolver metodologias nas quais os participantes se-
jam atuantes e em que haja respeito pelo conhecimento pre-existente, mas, ao mesmo
tempo, avancem para problematizações em busca de transformações socioespaciais.
Nesse sentido, a produção e o uso de diversificados materiais didáticos são fun-
damentais, observando-se as possibilidades de uso e as mediações existentes em
cada contexto escolar. O material didático não deve ter um fim em si mesmo, assim
como também os conteúdos possíveis de serem desenvolvidos a partir deles.
É importante realçar que ação uma atividade de ensino de História e Geografia
engloba, e que essa ação é também mediada por um processo de comunicação
entre o educador e o público-alvo da atividade.
Como afirma Silvio de Oliveira Santos (2014, p. 507):
A ação educativa engloba os processos de ensino e de aprendizagem que
são mediados pelo processo de comunicação. A passagem de saberes e
informações, fundamentados ou não na tarefa de ensinar, na prática só
se concretiza quando estes são comunicados. Por sua vez, a comunica-
ção engloba os conceitos de emissão e recepção da informação que está
sendo veiculada. A aprendizagem só acontece quando existe recepção da
mensagem e seu posterior aproveitamento e incorporação ao universo
conceitual e/ou comportamental do indíviduo. Essa recepção é, portanto,
parte integrante e fundamental do processo da comunicação educativa.
Nesse sentido, é essencial que exista uma retroalimentação entre quem emite e
quem recebe a mensagem, a percepção por parte do educador se sua mensagem
está sendo compreendida, internalizada (Vygotsky) é importante.
Silvio de Oliveira Santos (2014) define algumas mídias educativas, destacamos
entre elas: o quadro negro; o álbum seriado (flip chart); a ilustração; o cartaz; o
folheto; o jogo educativo; o modelo, o filme educativo; os recusos informatizados;
entre tantas outras possibilidades de serem usadas como material educativo.
Por isso, a seleção de mídias de comunicação é essencial, considerando-se al-
gumas premissas básicas: as condições de infraestrutura e materiais disponíveis no
desenvolvimento de uma atividade de educativa; os conhecimentos prévios da co-
munidade e dos participantes; o conhecimento das diferentes mídias educacionais
pelo professor, sabendo como usá-las para cada situação; diversificar o uso de ma-
teriais didáticos e mídias educacionais, sobretudo quando a proposta de atividade
requiser mais tempo; adaptação à realidade local.
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Contudo, cabe lembrar que qualquer resultado dependerá também do método
utilizado. Não basta, por exemplo, em uma atividade de jogos educativos sobre es-
cravidão no Brasil, fazermos questionamentos no jogo com perguntas e respostas
diretas, com vistas apenas a observar a memorização sobre o tema.
É necessário a problematização sobre o tema. Por que houve escravidão? Como
viviam os escravos no Brasil e faziam quais tipos de trabalho? Como eram trazidos
ao Brasil? Em que contexto a escravidão acabou?
A leitura do mundo deve ser feita por diferentes linguagens: textuais, orais, por
imagens, gráficas, cartográficas etc. Cabe à escola criar possibilidades de o aluno
aprender a ler o mundo a partir de múltiplas linguagens.
O Uso de Múltiplas Linguagens
no ensino de Geografia e História
Para desenvolver uma consciência crítica no ensino, é importante definir métodos
e metodologias que não sejam tradicionais. Seja por meio de uma abordagem crítica
ou construtivista, é importante usar múltiplas linguagens, para o desenvolvimento
de atividades de Geografia e História na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
Entre as múltiplas linguagens, citamos algumas seguir: o uso de vídeos, filmes e
imagens de forma significativa; atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), dramatiza-
ções e simulações; o uso de recursos informatizados, entre outros, sempre conside-
rando as mediações e o contexto no qual as atividades serão desenvolvidas.
A seguir, explicaremos alguns recursos e procedimentos-estratégias no processo
de ensino-aprendizagem.
Algumaslinguagensvisuaisedecomunicação:música,filmes,vídeos
As mensagens transmitidas por meio das imagens, músicas, textos, entre outras
linguagens propiciam formas variadas de leitura em função das experiências de vida
de cada um, já que a experiência e a cultura podem variar conforme cada grupo
sociocultural, faixa etária, formação educacional etc., mas também há o papel das
estratégias usadas e da forma como são desenvolvidas e conduzidas pelo professor.
Para que o vídeo, uma música, filmes e imagens, em geral, sejam utilizados com
fins educativos, tais formas de linguagem precisam ser analisadas pelo professor
e pelos alunos, pois, como recurso de comunicação, é importante considerar não
apenas a linguagem visual e sonora, mas também o que se pretende dizer, para
quem e com qual finalidade.
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UNIDADE Metodologias de Ensino de História e Geografia
O que pretendemos que nossos alunos alcancem ao assistirem a determinado
filme? O filme em si é um recurso pedagógico, mas torna-se um procedimento me-
todológico na medida em que eu defino como professor qual o objetivo que preten-
do alcançar com tal recurso e traço as estratégias a serem usadas a partir do filme.
Farei um debate com a sala toda? Os alunos farão um resumo das ideias principais?
Haverá uma exposição dialogada com a turma sobre o filme posterior? Os alunos
receberão instruções anteriores para que observem alguns aspectos do filme?
Por meio de um filme é possível discutir inúmeros aspectos geográficos e his-
tóricos, sejam relacionados aos aspectos físico-ambientais e suas paisagens, aos
diferentes usos do território, às questões territoriais e culturais, às temáticas rela-
cionadas à geopolítica, voltar ao passado e estabelecer as formas espaciais e as
paisagens do passado, entre outros.
Contudo, cabe a mediação do professor, pois um filme é uma representação da
realidade, e não a própria realidade. Cabe, portanto, uma leitura crítica dos filmes,
vídeos etc., levando em conta a ideologia do diretor, sua forma de contar e repre-
sentar um determinado tema, situação ou espaço histórico-geográfico.
É fundamental o papel do professor na leitura, da representação da realidade,
que ajude o educando/aluno e/ou participante de uma atividade escolar, questio-
nando-o sobre uma determinada representação da realidade.
Como explica o documento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de
Geografia para o Ensino Fundamental:
Na escola, assim, fotos comuns, fotos aéreas, filmes, gravuras e vídeos também
podem ser utilizados como fontes de informação e de leitura do espaço e da pai-
sagem. É preciso que o professor analise as imagens na sua totalidade e procure
contextualizá-las em seu processo de produção: por quem foram feitas, quando,
com que finalidade, etc., e tomar esses dados como referência na leitura de infor-
mações mais particularizadas, ensinando aos alunos que as imagens são produtos
do trabalho humano, localizáveis no tempo e no espaço, cujas intencionalidades
podem ser encontradas de forma explícita ou implícita (BRASIL, 1997, p. 78).
No caso do uso de um filme ou vídeo, por exemplo, esses precisam ser decodi-
ficados, analisados, refletidos e nisso está o papel do educador em conduzir a re-
flexão de forma que essa se torne participativa, com diálogo entre os participantes
para a construção do conhecimento.
Como afirma Barbosa (1999, p. 115): “A realidade do real ou da ficção não é um
dado nem é dada de imediato pelo ‘acontecimento’ na tela. A realidade é construída
por meio das leituras do sujeito observador”. A imagem é uma representação da
realidade, tanto em um filme quanto em um mapa ou imagem da internet.
Outro aspecto a ser considerado é que se o filme for longo o ideal será mostrar
um trecho ou optar por um vídeo que retrate o mesmo tema, com um tempo me-
nor. Afinal, do ponto de vista da prática, não é adequado ficar passando um filme
por três aulas, por exemplo.
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Leia o trecho literal extraído de CAMPOS, R. R. de. Cinema, Geografia e sala
de aula:
Aquele que não é ocidental é o outro, o não civilizado. Por isso que a visão é nor-
malmente etnocêntrica. Em filmes sobre os árabes, além de sempre terem papéis
menores, as atividades que exercem são exóticas, as mulheres são prostitutas ou
dançarinas do ventre, e sempre aparecem o minarete, os desertos e os camelos.
Apresentar os outros como exóticos desqualifica as diferenças culturais de outras
sociedades. E nesse aspecto cabe observar com cuidado as imagens de Hollywood
sobre o Brasil. O que geralmente aparece são florestas ou sol, praias, carnaval, fave-
las e mulheres sensuais. Inventaram um país cenográfico, onde alguém pode estar
em Copacabana e, de repente, estar no Pelourinho e, em seguida, nas cataratas de
Iguaçu. A beleza tropical fica aliada à naturalização de determinados estereótipos,
como a malandragem, a permissividade e outras. Não é à toa que o personagem
euro/estadunidense que vem para cá é quase sempre um bandido, um traficante,
um golpista, fugindo do castigo em seu país de origem e que busca abrigo em um
territóriodesprovidodeleis.Pioraoproblemaofatode,muitasvezes,cineastasbra-
sileiros,comointuitodecriarumalinguagemuniversalparaconquistarosmercados
da Europa e dos EUA, incorporarem essas imagens em seus filmes. O cinema não é,
portanto, um registrador da realidade; é uma construção de códigos, convenções,
mitos e ideologias da cultura de quem os realiza. Diversas vezes faz parte de uma
estratégia de dominação, de divulgação de estilos de vida e de concepções de mun-
do,paramodificaraidentidadeculturaldedeterminadanação.Existe,muitasvezes,
para atuar sobre determinada tradição cultural, para modificar corações e mentes,
para que pensem e ajam de modo diferente. Além de subjetivo, não é uma constru-
ção isolada do sistema sociocultural do qual se origina. Há, inclusive, coisas pouco
perceptíveis, como o jogo de planos e de enquadramentos (alto/baixo, perto/longe,
vertical/horizontal), cujas sequências são criadas para se constituir em significações
nas quais os personagens transmitem sensações de angústia, de solidão.
Fonte: //bit.ly/3403n0F
Como atualmente muitos desses vídeos são encontrados em sites da internet, é
possível solicitar aos alunos que os assistam por inteiro de outras formas. Já os ví-
deos, muito deles encontrados em sites de busca da internet, existem de tamanhos
variados e cujo tempo permite serem desenvolvidos em sala de aula. Há inúmeras
temáticas que podem ser discutidas a partir deles, caso de problemas de ocupação
e ambientais, guerras e disputas territoriais, questões agrárias e urbanas, os meios
de transporte, as fontes de energia, as migrações, entre tantos outros.
No artigo Cinema, Geografia e sala de aula, de Rui Ribeiro Campos (2006),
o autor cita inúmeros filmes que podem servir para serem usados em uma aula
de Geografia.
Em relação à linguagem musical, essa pode ser desenvolvida em sala de aula,
de diferentes modos: desde a criação de paródias musicais sobre uma determinada
temática; a produção de novas letras de música feitas pelos alunos individualmente
ou em grupos; até a leitura crítica de uma determinada letra em uma atividade pro-
posta pelo professor.
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UNIDADE Metodologias de Ensino de História e Geografia
Também podem ser associadas aos tipos de territorialidades musicais existentes,
já que as questões cultural e territorial podem ser associadas aos tipos de música,
por exemplo, pois existem territorialidades do samba, do funk, do axé, do rock, da
música indiana etc. Assim como é interessante discutir a indústria da música e os
novos meios de circulação dessas com os meios informatizados e de como foram
evoluindo do ponto de vista técnico (gramofones, toca disco, toca cd player, por
USB, MP3 etc.) ao longo do tempo.
Seja para destacar temáticas ambientais, urbanas, de situações no campo, de
desigualdades espaciais, a história dos bairros ou da cidade, de migrações, entre
outras, é importante a leitura crítica da música, podendo ser usados diferentes es-
tilos musicais para isso, desde que possam ser adequados à realidade escolar e à
faixa etária das turmas.
Estudo do meio
Uma atividade usual na Geografia e História é o estudo do meio, pois esse per-
mite ao aluno um contato mais próximo da realidade, aliando teoria e prática. Pode
ser utilizado para desenvolver problemáticas e conteúdos relacionados à urbaniza-
ção, à questão socioambiental, à agricultura, às formas de transportes, mediante
uma leitura da paisagem e do espaço geográfico, relacionando os diversos elemen-
tos geográficos e contextualizando-o.
Para a realização do estudo do meio é necessário seguir alguns passos, entre os
quais destacamos:
• O professor, de preferência, deve realizar um reconhecimento do local a ser
estudado, para que tenha condições de definir as atividades que poderão
ser propostas;
• Propor um roteiro de locais a serem visitados;
• Definir os conteúdos e conceitos que serão desenvolvidos nessa pesquisa;
• Elaborar um formulário ou texto de orientação para os participantes, com pe-
queno texto, imagens, mapas ou croquis;
• Propor que os participantes realizem observações, entrevistas no local da ati-
vidade, produzam desenhos, tirem fotografias etc.;
• Solicitar relatórios dos participantes conforme roteiro e atividade desenvolvida.
Além disso, desenvolver uma atividade em que promova o diálogo entre o pro-
fessor e os alunos, de modo que o educador não seja o único a falar durante a
atividade de estudo do meio. O aluno tem de ser protagonista também!
É importante estar atento a algumas questões ao realizar esse tipo de ativida...

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