Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Governou entre�12 de outubro de 1822 e 7 de abril de 1831, data de sua abdica��o. Declarou a Independ�ncia do Brasil em 7 de setembro de 1822 e outorgou a primeira Constitui��o brasileira, que vigorou de 1824 at� 1889 com o fim do Imp�rio.
Dom Pedro nasceu no Pal�cio de Queluz, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798. Filho do futuro rei de Portugal Dom Jo�o VI e de Dona Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha, passou seus primeiros anos no Pal�cio de Queluz, cercado de governantas e professores.
Contexto hist�rico
Quando Dom Pedro nasceu, Portugal era governado por sua av� Dona Maria I, a primeira mulher a herdar o trono de Portugal, casada com seu tio D. Pedro, dezoito anos mais velho que ela.
O rei consorte, D. Pedro III, faleceu no dia 25 de maio de 1786. Os seus filhos, D. Jos�, pr�ncipe herdeiro, a princesa Mariana Vit�ria e o infante D. Gabriel faleceram v�timas da var�ola.
Dom Jo�o, o �nico filho sobrevivente, casou-se com Carlota Joaquina no dia 8 de maio de 1785. O casal teve nove filhos, entre eles, D. Pedro, o primeiro imperador do Brasil.
Em 1789, surgiram os primeiros sinais de dem�ncia da rainha. No dia 10 de fevereiro de 1792, uma junta m�dica declarou-a incapaz de governar. Seu filho D. Jo�o relutou em receber o t�tulo de pr�ncipe regente de Portugal, o que s� ocorreu em 1799.
Transfer�ncia da Corte para o Brasil
Sob a amea�a da invas�o das tropas de Napole�o que estavam em marcha contra Lisboa, D. Jo�o VI foi convencido de fugir para o Brasil. No dia 29 de novembro de 1807 toda a fam�lia real embarcou rumo � col�nia.
No dia 22 de janeiro de 1808 a esquadra atracou em Salvador, onde permaneceu at� o dia 7 de mar�o, quando seguiu para o Rio de Janeiro que j� se preparava para a chegada da corte. Com 9 anos de idade, Dom Pedro de Alc�ntara desembarcou no Rio de Janeiro.
O jovem Pedro recebeu fina educa��o, sabia latim suficiente para ler certos cl�ssicos da antiguidade, estudava pintura, franc�s, ingl�s e m�sica, chegando a compor e tocar pequenas pe�as. Dedicava-se tamb�m � equita��o, preferia a vida ao ar livre no pal�cio de S�o Crist�v�o e na fazenda Santa Cruz.
Em mar�o de 1816, com a morte de Dona Maria I, rainha de Portugal, Dom Jo�o VI foi aclamado rei de Portugal e seu filho, Dom Pedro, recebeu o t�tulo de Pr�ncipe Real e herdeiro direto do trono.
Primeiro casamento e filhos
Muita gente estava a par das fa�anhas amorosas do jovem Pedro, mas depois de demoradas negocia��es diplom�ticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Leopoldina Josefa Carolina, filha do imperador Francisco I da �ustria, que fora a escolhida para esposa de Dom Pedro.
O casamento com Dona Leopoldina foi realizado�no dia 13 de maio de 1817. Juntos tiveram sete filhos, mas apenas cinco sobreviveram:
- Maria da Gl�ria (1819-1853), futura rainha Maria II de Portugal
- Miguel (820-1821)
- Jo�o Carlos (1821-1822)
- Janu�ria de Bragan�a (1822-1897), condessa de Aquila
- Paula de Bragan�a (1823-1833)
- Francisca (1824-1898)
- Pedro de Alc�ntara (1825-1891), futuro imperador Pedro II do Brasil
Pr�ncipe regente do Brasil
Em 1820 Portugal passava por grave crise pol�tica e social. A Revolu��o Liberal do Porto se espalhou por todo pa�s. A ordem era recolocar Portugal como o centro administrativo do reino. Era exigido o retorno imediato do rei para Portugal e a Constitui��o era a palavra de ordem.
No dia 26 de abril de 1821, o rei Dom Jo�o VI jurou lealdade � Constitui��o portuguesa e junto com sua corte voltou para Portugal, deixando Dom Pedro como Pr�ncipe Regente do Brasil.
A corte de Lisboa despachou ent�o um decreto exigindo que o Pr�ncipe retornasse a Portugal e que o Brasil voltasse � condi��o de col�nia. O decreto vindo da corte provocou grande desagrado popular.
No dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro recebeu um abaixo-assinado com 8 mil assinaturas daqueles que defendiam sua perman�ncia�no Brasil. Cedendo �s press�es, o pr�ncipe regente pronunciou a frase que marcou o �Dia do Fico�: �Como � para o bem de todos e felicidade geral da na��o, estou pronto. Diga ao povo que fico".
O Dia do Fico foi mais um rompimento com Portugal. A atitude de Dom Pedro desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos.�
Independ�ncia do Brasil
Com o passar dos meses, a rela��o do Brasil com Portugal foi se desgastando. Em setembro, v�rios grupos haviam se formado: A Ma�onaria queria a Constitui��o,�Jos� Bonif�cio e seus seguidores julgavam mais urgente aclamar D. Pedro imperador,�quanto ao pr�ncipe, ele queria a consolida��o da liberdade brasileira.
A proposta de Jos� Bonif�cio acabou sendo aceita e no dia 7 de setembro de 1822, mas quando viajava de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspond�ncia de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condi��o de regente a mero delegado das cortes de Lisboa.
Descontente, ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. Jo�o VI, resolveu romper definitivamente com a autoridade paterna e declarou: "Independ�ncia ou morte! Estamos separados de Portugal!".
O primeiro reinado
De volta ao Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro de 1822, Dom Pedro I foi aclamado o novo�Imperador Constitucional do Brasil. A cerim�nia teve lugar no Campo de Santana, hoje Pra�a da Rep�blica.
No dia 1 de dezembro de 1822, com 24 anos, D. Pedro recebeu a Coroa Imperial e o t�tulo de Defensor Perp�tuo do Brasil.�Entre abril e novembro de 1823, reuniu-se com os Deputados eleitos para dar ao pa�s sua primeira Carta Magna.
Depois de v�rias desaven�as, no dia 12 de novembro, D. Pedro dissolveu a Constituinte e mandou prender e exilar v�rios de seus membros. Um dia depois de dissolvida a Assembleia foi�criado o Conselho de Estado incumbido de elaborar a Constitui��o.
O conselho aproveitou boa parte do que fora feito pela Assembleia e sob rigorosa fiscaliza��o de D. Pedro, a Constitui��o foi promulgada em 25 de mar�o de 1824, garantindo direitos individuais e conferindo grandes poderes ao imperador.
No primeiro reinado foi o momento em�qual foram lan�adas as bases pol�ticas e administrativas do novo Estado independente. Apesar das dificuldades encontradas nas diversas prov�ncias do Imp�rio, a unidade territorial foi conseguida, com exce��o da perda da prov�ncia Cisplatina (atual Uruguai) em 1828.
Marquesa de Santos
Enquanto resolvia os problemas pol�ticos, o imperador enfrentava outros de ordem pessoal. O interesse que havia sentido por Domitila de Castro Canto e Melo transformara-se em um discreto romance.
Por�m, depois foi tornado p�blico de modo ostensivo, quando levou a bela dama para o Rio de Janeiro,�a�apresentou�� Corte e conferiu-lhe o t�tulo de Marquesa de Santos.
Uma das filhas que teve com Domitila, nasceu na mesma �poca em que a imperatriz tamb�m dava a luz a outra crian�a e recebia�do pai o nome de Isabel Maria de Alc�ntara e o t�tulo de Duquesa de Goi�s.
Antes de Domitila, Dom Pedro teve v�rias�amantes, entre elas, No�mie�Thierry, Maria Benedita de Castro, Henriette�Josephine, e deixou uma legi�o de filhos
Rei de Portugal � Dom Pedro IV
Com a morte de D. Jo�o VI, em 10 de mar�o de 1826, Dom Pedro I decidiu contrariar a Constitui��o brasileira, que ele pr�prio aprovara�e assumir como herdeiro do trono portugu�s, o poder em Lisboa, como Pedro IV.
Foi para Portugal, mas constitucionalmente como n�o poderia�ficar com as duas coroas, instalou no trono sua filha primog�nita, de 7 anos, D. Maria da Gl�ria, futura Dona Maria II,�e nomeou regente do reino, seu irm�o, Dom Miguel.
Encarregou uma comiss�o de juristas para elaborar uma Carta Constitucional, tarefa que ficou pronta em poucas semanas, mas se tornou a mais perfeita Constitui��o portuguesa e a que mais tempo vigorou, por volta de oitenta anos.
Segundo Casamento
No dia 11 de dezembro de 1826 faleceu Dona Leopoldina. No dia 28 de agosto de 1828, Dom Pedro I casou-se, por procura��o, com Am�lia Eug�nia Napole�o de Leuchtenberg, com quem teve uma filha, Maria Am�lia.
Com o passar dos anos, Dom Pedro foi perdendo o prest�gio. Os constantes atritos com a assembleia, a demasiada aten��o dada �s quest�es portuguesas, a crescente interfer�ncia de sua amante, Domitila de Castro, a Marquesa de Santos,�nos neg�cios do Governo o tornou impopular aos olhos dos s�ditos.
Abdica��o do trono
Ap�s quase nove anos como Imperador do Brasil, Dom Pedro I abdicou do trono�no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro de Alc�ntara,�ent�o com cinco anos de idade, o futuro imperador Dom Pedro II.�
Voltando a Portugal, com o t�tulo de Duque de Bragan�a, D. Pedro assumiu a lideran�a na luta para restituir � filha Maria da Gl�ria o trono portugu�s, que havia sido usurpado por seu�irm�o, Dom Miguel, com quem travou uma batalha que durou mais de dois anos.
Vencendo o embate, Dom Pedro restaurou o absolutismo e instalou no trono portugu�s sua filha Maria da Gl�ria, como Dona Maria II. Por�m, viveu apenas mais quatro dias ap�s o come�o do reinado da rainha Dona Maria II.
Morte
Pedro de Alc�ntara Francisco Ant�nio Jo�o Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jos� Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragan�a e Bourbon morreu de tuberculose, no pal�cio de Queluz, no dia 27 de setembro de 1834.
Foi sepultado na Igreja de S�o Vicente de Fora, como simples general e n�o como rei, como determinara seu testamento. No sesquicenten�rio da independ�ncia do Brasil, em 1972, seus restos mortais foram trazidos para a cripta do Monumento do Ipiranga, em S�o Paulo.
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