O que é um cruzamento heterozigoto?

LIGA��O FATORIAL

DOIS GENES

 

T�picos

Introdu��o

Fases de Liga��o

Duplo-heterozigoto - Genes independentes

Duplo-heterozigoto - Genes em aproxima��o

Duplo-heterozigoto � Genes em repuls�o

Dist�ncia, % Recombina��o, %Quiasma

Liga��o � Cruzamento-teste

Liga��o - Prog�nie F2

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INTRODU��O

Liga��o fatorial diz respeito � exist�ncia de 2 ou mais genes, localizados no mesmo cromossomo. O fen�meno foi descoberto em 1906 por BATESON e PUNNETT, que verificaram a falta de independ�ncia de dois genes em ervilhas. Quando os genes est�o muito pr�ximos, no mesmo cromossomo, diz-se que ocorre "linkage completa", e quandoest�o suficientemente separados diz-seque ocorre "linkage parcial".


VoltaFASES DE LIGA��O


Para se ter um entendimento sobre liga��o fatorial, � necess�rio que inicialmente seja apresentado o conceito e tipos de fases de liga��o. Existem dois tipos de fases de liga��o, as quais ser�o descritas a seguir:


Fase de aproxima��o ou acoplamento

� a condi��o na qual os dois alelos dominantes (ou recessivos) t�m maior probabilidade de penetrar simultaneamente em um gameta. Ou, � a fase em que est�o em um mesmo cromossomo os alelos dominantes (ou recessivos) dos dois genes.

A B// a b


Fase de repuls�o

� a condi��o na qual o alelo dominante de um gene e o alelo recessivo de outro gene t�m maior probabilidade de penetrar simultaneamente em um gameta. Ou, � a fase em que est�o, num mesmo cromossomo, o alelo dominante de um gene e o alelo recessivo do outro gene.

A b// a B


VoltaDUPLO-HETEROZIGOTO - GENES INDEPENDENTES


O duplo-heterozigoto com genes independentes � representado, simbolicamente, por AaBb e apresenta as seguintes caracter�sticas:

         Probabilidade de gametas carregarem alelos: P(A) = P(a) = P(B) = P(b) = �

         Gametas produzidos: � A B : � Ab : � aB : � ab

         Rela��o fenot�pica na descend�ncia do cruzamento entre duplo-heterozigotos:RF: 9:3:3:1

VoltaDUPLO-HETEROZIGOTO - GENES EM APROXIMA��O


O duplo-heterozigoto, com genes em fase de aproxima��o, � representado por AB//ab. S�o observadas as seguintes caracter�sticas:

         Probabilidade de gametas carregarem alelos :P(A) = P(a) = P(B) = P(b) = �

         Gametas produzidos: AB e ab, com freq��ncia P, e Ab e aB, com freq��ncia R, em que P e R referem-se, respectivamente, aos tipos paternais e recombinantes. Pode-se verificar que P � maior ou igual a R. O valor de P ser� igual ao de R, quando os genes estiverem ligados, mas ocorrer freq��ncia de recombina��o igual a 50%, deforma que a segrega��o se verificar� da mesma forma se estes genes forem independentes.

         Rela��o fenot�pica na descend�ncia do duplo-heterozigoto. Neste caso, a propor��o 9:3:3:1 � alterada. A propor��o de indiv�duos homozigotos recessivos torna-se, de maneira geral, superior a 1/16.


Observa-se que, se os genes est�o ligados, a segrega��o de um par de n�o-alelos n�o ocorre de maneira independente. Se um gameta � portador de um alelo A, a probabilidade dele tamb�m ser portador do alelo B � maior do que a do alelo b, pois neste caso haveria necessidade de recombina��o g�nica, que � um evento raro.


VoltaDUPLO-HETEROZIGOTO - GENES EM REPULS�O

O duplo-heterozizoto em fase de repuls�o � representado por Ab//aB. S�o observadas as seguintes propriedades:

      • Probabilidade de gametas carregarem alelos :P(A) = P(a) = P(B) = P(b) = �
      • Gametas produzidos: A b e a B, com freq��ncia P, e A B e a b, com freq��ncia R.
      • Rela��o fenot�pica na descend�ncia do duplo-heterozigoto tamb�m diferente da 9:3:3:1. A propor��o de homozigotos recessivos � inferior a 1/16.

VoltaDIST�NCIA, % RECOMBINA��O, % QUIASMA


Durante a meiose, o cromossomo se divide longitudinalmente, dando origem a duas crom�tides irm�s. Os cromossomos hom�logos se pareiam, dando origem a uma estrutura denominadat�trades ou bivalentes. Quando n�o existir permuta (ou quiasmas), todos os gametas ser�o do tipo paternal, e quando existir permuta, ser�o formados � dos gametas do tipo paternal e a outra metade do tipo recombinante. Considerando 4 t�trades (T) em 4 diferentes c�lulas ecada c�lula dando origem a 4 gametas, pode-se predizer os tipos de gametas formados conforme ilustrado a seguir. O s�mbolo "x" representa a presen�a de quiasma na t�trade e "-" representa a aus�ncia deste.

T1

T2

T3

T4

gameta P

gameta R

Quiasmas

(%)

Recombina��o

(%)

x

x

x

x

8

8

100

50

x

x

x

-

10

6

75

37,5

x

x

-

-

12

4

50

25

x

-

-

-

14

2

25

12,5

-

-

-

-

16

0

0

0

T1, T2, T3 e T4 referem-se a t�trades


Analisando a Tabela anterior, conclui-se que:

(1/2) % QUIASMA = % RECOMBINA��O

A porcentagem de recombina��o � tamb�m fun��o da dist�ncia entre os genes. Quanto maior for a dist�ncia entre dois genes, maior ser� a probabilidade de ocorrer um quiasma naquela regi�o e, conseq�entemente, maior ser� a porcentagem de recombina��o.

A curva de rela��o entre porcentagem de recombina��o e dist�ncia entre genes foi estabelecida para v�rios organismos. Assim, para pequenas dist�ncias entre os genes, inferior a 20 centimorgans (ou "unidade de dist�ncia" ou "unidades mapa"), tem sido adotada a seguinte express�o:

����������������� % Recombina��o = Dist�ncia entre os genes

VoltaLIGA��O � CRUZAMENTO-TESTE


Liga��es fatoriais podem ser avaliadas analisando a prog�nie do cruzamento entre um duplo-heterozigoto e outro, em homozigose recessiva (cruzamento-teste).

Ser� dado um exemplo em que se consideram dois genes. O gene A/a controla o formato do fruto (A/a fruto redondo/alongado) e o gene B/b, a infloresc�ncia (B/b infloresc�ncia simples/composta). A descend�ncia do cruzamento-teste � apresentada, permitindo as seguintes an�lises:

Fen�tipo

Observado

Redondo, Simples

83

Redondo, Composta

19

Alongado, Simples

23

Alongado,Composta

85


Constata��o da evid�ncia de liga��o fatorial

Considera-se, inicialmente, a hip�tese de que os genes s�o independentes. Avalia-se a segrega��o de cada loco individualmente, verificando a propor��o 1:1, e, posteriormente, a segrega��o conjunta de 1:1:1:1. Considera-se que um duplo-heterozigoto (AaBb), quando submetido ao cruzamento-teste, d� como resultado os valores:

"A B" = a1

"A b" = a2

"a B" = a3

"a b" = a4


Ao lan�ar a hip�tese de independ�ncia de segrega��o entre os genes A/a e B/b, deve-se esperar uma raz�o de segrega��o igual a 1:1:1:1. Essa propor��o poder� ser testada pelo qui-quadrado, considerando todas as 4 classes fenot�picas e fazendo o teste com 3 graus de liberdade. Entretanto, a rejei��o dessa hip�tese n�o implica que os genes estejam ligados, pois � poss�vel que os genes A/a e,ou,B/b n�o est�o segregando na propor��o esperada de 1:1. Para se estudar esta possibilidade, deve-se decompor os 3 graus de liberdade do qui-quadrado obtido da an�lise das 4 classes fenot�picas em:


Qui-quadrado A/a (QQ)


Mede a segrega��o do loco A/a na hip�tese de segrega��o 1:1. Est� associado a 1 grau de liberdade. Pode ser calculado, considerando-se:

Fen�tipo

Observado

Esperado

Desvio

"A"

a1 + a2

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

d

"a"

a3 + a4

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

-d


do que se obt�m:


QQ = 2d�/ESP = 4d�/N = (a1 + a2 - a3 - a4)�/N


N = a1 + a2 + a3 + a4


Qui-quadrado B/b (QQ)


Mede a segrega��o do loco B/b na hip�tese de segrega��o 1:1. Est� associado a 1 grau de liberdade. Pode ser calculado, considerando-se:

Fen�tipo

Observado

Esperado

Desvio

"B"

a1 + a3

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

d

"b"

a2 + a4

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

-d

Do quese obt�m:

QQ = 2d�/ESP = 4d�/N = (a1 - a2 + a3 - a4)�/N

Qui

-quadrado L (QQ)


Mede a segrega��o conjunta de A/a e B/b, baseada no princ�pio de ortogonalidade. Est� associado a 1 grau de liberdade. Existindo liga��o fatorial,"AB + ab" e "aB + Ab" corresponder�o �s classes paternais e recombinantes, respectivamente, nos casos em que o duplo-heterozigoto estiver em fase de aproxima��o, ou, ao contr�rio, nos casos em que o duplo-heterozigoto se encontrar em repuls�o.


Em qualquer um dos casos (aproxima��o ou repuls�o) a igualdade"AB + ab" = "aB + Ab", testa a hip�tese de que P = R = 0,5, em que n�o existe liga��o fatorial, sendo P a classe paternal e R a classe recombinante. Assim, consideram-se os seguintes valores:

Fen�tipo

Observado

Esperado

Desvio

"AB + ab"

a1 + a4

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

d

"aB + Ab"

a2 + a3

(a1 + a2 + a3 + a4)/2

-d

Do que se obt�m:

QQ = (a1 - a2 - a3 + a4)�/N


Gen�tipo do F1


O gen�tipo do F1 � estabelecido a partir de seus gametas do tipo paternal. O cruzamento-teste � de grande utilidade, pois as freq��ncias dos indiv�duos refletem a freq��ncia dos gametas produzidos pelo F1. Aqueles de maior freq��ncia s�o os paternais (P) e os de menores freq��ncias,os recombinantes (R). Nesse caso, tem-se:

Fen�tipo

Gameta vindo do F1

Freq��ncia

Tipo de gameta

Redondo, Simples

A B

23

R

Redondo, Composta

A b

85

P

Alongado, Simples

a B

83

P

Alongado, Composta

a b

19

R

Como as classes paternais, de maior freq��ncia, se referem aos gametas Ab e aB, conclui-se que o duplo-heterozigoto envolvido no cruzamento-teste apresenta os genes ligados em repuls�o, de tal forma que seu gen�tipo � representado por Ab//aB.


Dist�ncia entre os genes


A dist�ncia entre os genes � estimada por meio da freq��ncia dos gametas recombinantes, identificados por R. Assim, no exemplo, tem-se:


d = [100(R+R))]/TOTAL = [100(19+23)]/210 = 20% = 20 centimorgans

VoltaLIGA��O - PROG�NIE F2


A utiliza��o de cruzamentos-teste em estudos de liga��o fatorial tem sido adequada pela possibilidade de identifica��o do gen�tipo e de gametas do progenitor atrav�s de sua descend�ncia. Entretanto, muitas vezes deve-se avaliar a exist�ncia de liga��o fatorial em dados resultantes de uma gera��o F2.


Ser� novamente considerado o exemplo em que se admitemdois genes. O gene A/a controla o formato do fruto (A/a fruto redondo/alongado) e o gene B/b, a infloresc�ncia (B/b infloresc�ncia simples/composta). A descend�ncia F2 � apresentada, permitindo as seguintes an�lises:

Fen�tipo

Observado

Redondo, Simples

102

Redondo, Composta

48

Alongado, Simples

48

Alongado, Composta

2

Avalia��o da exist�ncia de liga��o fatorial


Ao lan�ar a hip�tese de independ�ncia de segrega��o entre os genes A/a e B/b, deve-se esperar uma raz�o de segrega��o igual a 9:3:3:1. Esta propor��o poder� ser testada pelo qui-quadrado, considerando-se todas as 4 classes fenot�picas e fazendo-se o teste com 3 graus de liberdade. Entretanto, a rejei��o dessa hip�tese n�o implica que os genes estejam ligados, pois � poss�vel que o gene A/a e,ou, B/b n�o esteja segregando na propor��o esperada de 3:1. Para se estudar esta possibilidade, deve-se decompor os 3 graus de liberdade do qui-quadrado, obtidos da an�lise das 4 classes fenot�picas.


Um duplo-heterozigoto, quando autofecundado, proporciona a seguinte descend�ncia:

"A B" = a1

"A b" = a2

"a B" = a3

"a b" = a4


As seguintes express�es de qui-quadrado podem ser obtidas a partir desse conjunto de dados:

Qui

-quadrado Total


Testa a hip�tese de segrega��o 9:3:3:1. Em casos de signific�ncia, n�o se pode concluir que os genes estejam ligados, pois � poss�vel que haja problemas na segrega��o de cada loco, individualmente.

Qui

-quadrado A/a (QQ)


Testa a segrega��o 3:1 do loco A/a. Pode ser obtido atrav�s da express�o:


QQ = (a1 + a2 -3a3 - 3a4)�/3N, �������������������� que est� associado a 1GL.


Qui-quadrado B/b (QQ)


Testa a segrega��o do loco B/b na propor��o de 3:1. Este qui-quadrado est� associado a 1 grau de liberdade e � obtido pela express�o:


QQ = (a1 - 3a2 + a3 - 3a4)�/3N, ������������������� que est� associado a 1GL.


Qui-quadrado L

Testa a segrega��o conjunta dos genes A/a e B/b, sendo obtido pelo princ�pio de ortogonalidade por meio da express�o:

QQ = (a1 - 3a2 - 3a3 + 9a4)�/9N , e est� associado a 1 grau de liberdade.


Identifica��o do gen�tipo do F1


A exist�ncia de liga��o fatorial pode ser constatada pela freq��ncia do homozigoto recessivo, que ser� superior a 1/16, quando os genes estiverem ligados em fase de aproxima��o, e inferior a 1/16, quando os genes estiverem ligados em fase de repuls�o. Para esse exemplo, verifica-se que:

f(homozigoto recessivo) = f(enrolada, an�s) = 2/200=0,01

Como esse valor � inferior a 1/16 (= 0,0625), conclui-se que se trata de um F1 duplo-heterozigoto, com genes em repuls�o, ou seja: Ab//aB.


C�lculo da dist�ncia entre os genes


A dist�ncia entre os genes poder� ser calculada atrav�s das propor��es esperadas, mostradas na Tabela a seguir:

Fen�tipos

Fase de Aproxima��o

Fase de Repuls�o

A_B_

0,75 - [d(2-d)/4]

0,5 + d�/4

A_bb

d(2-d)/4

0,25 - d�/4

aaB_

d(2-d)/4

0,25 - d�/4

aabb

0,25 - [d(2-d)/4]

d�/4

Assim, pode-se determinar a dist�ncia entre os genes atrav�s das express�es:

a- Fase de aproxima��o

d = 1 - 2Raiz[ f(aabb)]


b- Fase de repuls�o

d = 2Raiz[ f(aabb)]


Para o exemplo em considera��o, tem-se:


d = 2Raiz[ f(aabb)] = 2Raiz(2/200) = 20% = 20 centimorgans

Volta

O que são cruzamentos entre indivíduos heterozigotos?

O cruzamento entre indivíduos heterozigotos em relação a um gene em que os alelos apresentam dominância incompleta ou codominância resultara em uma descendência com proporção fenotípica de 1:2:1.

O que é um ser heterozigoto?

Quando falamos que um indivíduo é heterozigoto, estamos dizendo que os alelos para determinada característica são diferentes. Considerando o exemplo da produção da melanina, podemos dizer que um indivíduo heterozigoto seria representado por Aa.

Qual o resultado do cruzamento entre indivíduos heterozigotos?

O cruzamento entre heterozigotos resulta em uma proporção fenotípica 3:1, onde 75% dos indivíduos são normais e 25% são albinos, mas a proporção genotípica é 1:2:1, pois 25% dos filhos são AA, 50% Aa e 25% aa. Podemos observar tudo isso num quadro de Punnett.

Como saber se você é heterozigoto?

Se os alelos nos cromossomos homólogos são iguais, dizemos que se trata de um homozigoto. Se os alelos forem diferentes, o indivíduo é heterozigoto.

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