Por que o Brasil e outros países como Argentina e México são considerados de industrialização tardia?

O processo de industrialização começou na Inglaterra no final do século XVIII, início do XIX, expandiu pela Europa, Estados Unidos e Japão; foi chamada de Primeira Revolução Industrial. Diante dessa informação, percebe-se que tal processo aconteceu de forma isolada, ou seja, nem todos os países participaram dessa primeira etapa.

Países como México, Argentina e Brasil, além de outros, são considerados de industrialização tardia ou retardatária. Eles recebem esse nome pelo fato de terem ingressado no processo de industrialização quase cem anos após a Primeira Revolução Industrial em relação a países da Europa, Estados Unidos e Japão.

Durante o século XIX houve diversas tentativas de industrialização por parte de muitos países da América Latina, especialmente México, Argentina, Brasil, entretanto, todas foram frustradas ou tiveram repercussões pouco expressivas.
As poucas indústrias que surgiram nesse século limitavam-se à fabricação de bens de consumo não duráveis, como fábricas de velas, sabão, artigos de couro e lã, tecidos, alimentos, móveis etc.

Alguns acontecimentos históricos que sucederam no século XX (Primeira Guerra Mundial 1914-1918, Crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial 1939-1945) favoreceram um relativo desenvolvimento industrial aos países da América Latina.

Na medida em que a Primeira Guerra Mundial se desenvolvia, os países industrializados daquele momento, como Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos, passaram a diminuir o volume de exportação para as nações da América Latina. Diante da escassez de produtos industrializados, algumas nações latinas começaram a fabricar diversos produtos para garantir o abastecimento do mercado interno.

A Crise de 1929 contribuiu também para o processo de industrialização da América Latina. Com a queda da economia norte-america, os países latinos, com grande dependência econômica em relação aos Estados Unidos, deixaram de receber capitais da venda de produtos agrícolas e matérias-primas. Por essa razão, sem dinheiro para comprar produtos industrializados importados, grande parte dos países latinos foram obrigados a fabricar seus produtos. Fato que teve maior evidência no Brasil, na Argentina e no México.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, os grandes grupos empresariais oriundos de países industrializados da Europa, assim como Estados Unidos e Japão, buscaram uma nova forma de expansão comercial, com a dispersão de empresas multinacionais em direção a países da América Latina, África e Ásia.

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A nova configuração internacional de produção foi promovida por diversos fatores, dentre os principais estão: mão de obra abundante e com baixo custo, fragilidade sindical, riquezas em matérias-primas, imenso mercado consumidor, disponibilidade de infraestutura oferecida pelos países que recebem as empresas, leis ambientais frágeis, além de outros fatores.

Os países considerados subdesenvolvidos – também chamados de “periféricos” ou “em desenvolvimento” – pautaram os seus respectivos desenvolvimentos nacionais a partir de uma relação de limitações econômicas ocasionadas pelos mais diversos motivos: dominação colonial, influência externa, problemas políticos internos, desenvolvimento tardio, dependência econômica, corrupção, entre outros. No que tange ao desenvolvimento industrial desses países, é importante salientar que cada um apresentou esse processo de maneira diferenciada. O objetivo deste texto, no entanto, é encontrar alguns padrões gerais sobre o processo de industrialização em países subdesenvolvidos, resguardando as devidas particularidades.

Praticamente todos as economias periféricas do planeta são conhecidas por seus históricos econômicos marcados por uma produção puramente rural. A industrialização, nesses casos, ocorreu de forma mais consolidada a partir da década de 1950, de modo que em muitos países esse processo ainda se encontra em fase inicial, como é o caso de alguns territórios da África e da Ásia. Em outros, como boa parte da América Latina, o norte africano e a África do Sul, bem como uma fração dos países asiáticos, o processo de industrialização encontra-se em etapas mais avançadas, embora tenha se constituído de maneira tardia em relação aos países desenvolvidos.

É nesse contexto que surgem várias expressões para designar essa dinâmica, tais como: Novos países industrializados (NICs), Novíssimos Países Industrializados, Tigres Asiáticos, Novos Tigres Asiáticos, Países subdesenvolvidos industrializados, Economias emergentes, entre muitos outros termos. Em suma, a maior parte dessas economias, apesar de apresentar um parque industrial diversificado, caracteriza-se pela predominância de empresas estrangeiras e baixo domínio de bens tecnológicos mais avançados.

Nesse contexto, os principais destaques de países subdesenvolvidos industrializados por área continental e regional são, respectivamente:

América Latina – Brasil, Argentina e México;

África – África do Sul, Egito e, em menor grau, a Nigéria;

Ásia – China, Índia, Turquia, Coreia do Sul, Singapura, Hong Kong, Vietnã, Indonésia e outros.

O predomínio de tecnologia e empresas estrangeiras nesses países deve-se ao processo de Globalização econômica e a consequente expansão das empresas multinacionais, também chamadas de empresas globais ou transnacionais. Essas empresas migraram para esses locais em busca de mão de obra mais barata e qualificada, melhor acesso ao mercado consumidor e outras vantagens oferecidas em termos de fatores locacionais.

Outra característica do desenvolvimento industrial do mundo subdesenvolvido foi a necessidade de intervenção do Estado no que tange aos investimentos em infraestruturas e, em alguns casos, até em indústrias de base, como a siderúrgica, o setor petroquímico e outros. Mesmo assim, muitos desses países privatizaram essas empresas, ou seja, transferiram-nas para o capital privado, a exemplo do Brasil com a siderúrgica e mineradora Vale do Rio Doce.

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De todos os países considerados emergentes ou subdesenvolvidos industrializados, a China foi o que apresentou o mais peculiar processo de crescimento no setor secundário, fortemente marcado pela presença e controle do Estado, fator característico da economia planificada que se autodenominou “socialista”. Mesmo com a abertura posterior para o capital estrangeiro, a presença e atuação do Estado na China ainda são elevadas, controlando as áreas onde as fábricas se instalam, mantendo a propriedade estatal de várias companhias e intensificando Joint Ventures (associações) entre empresas estrangeiras e indústrias nacionais.

No cerne desse processo de industrialização do mundo subdesenvolvido, alguns países expressaram de forma mais evidente a grande dependência em relação ao capital externo, tanto em termos tecnológicos quanto em virtude das relações de importação e exportação. É o caso, por exemplo, do México, que em sua região norte – mais próxima da fronteira com os Estados Unidos – instalaram-se muitas indústrias chamadas “maquiladoras” ou montadoras, empregando mão de obra local a baixo custo e exportando a preços relativamente baixos.

No caso brasileiro, todas essas características acima foram reproduzidas, inclusive no que se refere à grande dependência – ainda predominante – para com o capital estrangeiro. No país, assim como em toda a América Latina, predominou o modelo de industrialização substitutiva de importação (ISI), com abertura de mercado, investimentos em infraestruturas, atração de capital estrangeiro e alto endividamento da máquina pública.

No entanto, como consideramos no início do texto, é impossível generalizar todas ou a maioria das características da industrialização em países emergentes. Os Tigres Asiáticos, por exemplo, já apresentam um amplo domínio de tecnologia de ponta – principalmente a Coreia do Sul –, além de possuírem muitas empresas multinacionais que expandiram suas atividades pelo mundo, a exemplo da montadora de carros Hyundai e a empresa de tecnologia Samsung.

De toda forma, o que se pode observar é que mesmo com um parque industrial diversificado e um setor terciário crescente (tal como nos países centrais), os mercados subdesenvolvidos ainda não foram capazes de converter essa geração de riquezas em benefícios sociais e melhoria do desenvolvimento humano.

Porque México Argentina e Brasil são considerados países de industrialização tardia?

Países como México, Argentina e Brasil, além de outros, são considerados de industrialização tardia ou retardatária. Eles recebem esse nome pelo fato de terem ingressado no processo de industrialização quase cem anos após a Primeira Revolução Industrial em relação a países da Europa, Estados Unidos e Japão.

Porque o Brasil e considerado um país de industrialização tardia?

O processo de industrialização brasileira - ou seja, o fortalecimento dos investimentos no setor fabril e a expansão e crescimento econômico das indústrias - é considerado tardio, uma vez que, enquanto as potências europeias já experienciaram suas revoluções industriais desde os primeiros anos do século XIX, o Brasil ...

Como se deu a industrialização do México da Argentina e do Brasil?

A industrialização do México, da Argentina e do Brasil teve início na primeira metade do século XX. Mas ela somente se intensificou após a Segunda Guerra Mundial, quando ocorreu a diversificação da produção industrial.

Como foi a industrialização tardia?

Industrialização tardia ou periférica Iniciou-se a partir de meados do século XX, primeiramente na América Latina, na década de 1950, e, posteriormente, em 1960, para o extremo oriente, o sudeste da Ásia e para o Sul da África. Ainda hoje existem países que passam por esse processo de industrialização.

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