O termo responsabilidade social quase sempre é associado a empresas e sua forma de atuar, mas saiba que a prática também está relacionada às pessoas físicas. Um indivíduo pode pensar e agir sozinho em prol de uma comunidade.
Ter responsabilidade social é poder trabalhar, de forma ética, para mudar uma realidade, contribuir para uma sociedade mais justa.
E quando se trata de uma empresa disposta a desempenhar essa função, a prática começa de dentro para fora, com seus colaboradores, em busca de atingir de forma positiva a vida dessas e de outras pessoas, de ajudar no desenvolvimento da sociedade, seja na resolução de problemas sociais ou no cuidado com o meio ambiente, por exemplo.
A responsabilidade social é um tema tão amplo que é composto por quatro vertentes:
Corporativa (RSC): refere-se às ações de uma empresa para evitar impactos negativos para funcionários e colaboradores, prezando por uma boa qualidade de vida, atitudes éticas e um ambiente saudável de trabalho.
Empresarial (RSE): segundo o estudo Responsabilidade social e ambiental das empresas, a empresa socialmente responsável “é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes envolvidas no negócio (acionistas, funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente), de forma a conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos. É agir em conformidade com o direito, com a função social e o princípio da boa-fé”.
A pesquisa reforça que um empreendimento deve participar ativamente de ações comunitárias na região em que está presente e buscar reduzir possíveis danos ambientais decorrentes da atividade exercida.
Individual: são aquelas ações que cada cidadão pode adotar para ajudar a comunidade em que está inserido. Isso pode ser feito por meio de trabalho voluntário, doações, separação adequada e reciclagem de lixo, consumo consciente, engajamento em causas sociais etc.
Socioambiental: o mesmo estudo citado define Responsabilidade Socioambiental como um sistema de gestão cujo objetivo é promover a inclusão social (Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação ambiental (Responsabilidade Ambiental). Esse é um conceito que se aplica a toda cadeia produtiva e deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo.
A importância da responsabilidade social das empresas
No artigo “Responsabilidade social das empresas e sua relevância para a evolução social na perspectiva da realidade brasileira”, os autores destacam que “as ações de responsabilidade social contemplam uma dinâmica de preservação da imagem da empresa e de seus produtos na realidade social em que ela está inserida”.
Isso quer dizer que, além dos benefícios que as práticas trazem para a preservação do meio ambiente e melhoria de vida de trabalhadores e comunidades, as próprias empresas passam a ser mais valorizadas, ganhando espaço no mercado.
Esse é um tema de tamanha relevância atualmente. Um estudo realizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostrou que 93,9% das pessoas e instituições que mantêm o mercado girando apontam que só tem chances de crescimento aqueles que conseguirem, de forma mensurável, avançar em pautas ambientais, sociais e de governança.
Além disso, a RSE (Responsabilidade Social Empresarial) traz outros benefícios, segundo a cartilha “Conceitos Básicos e indicadores de responsabilidade social empresarial”, elaborada pelo Instituto Ethos:
- Redução de conflitos
- Maior lealdade do consumidor
- Maior capacidade de recrutar e manter talentos
- Flexibilidade e capacidade de adaptação
- Sustentabilidade do negócio a longo prazo
- Acesso a mercados
- Acesso a capitais
Leia também: Insper recebe selo de responsabilidade social corporativa, com certificação oficial
Qual é a diferença entre responsabilidade social e filantropia?
Uma vez explicado o amplo conceito de responsabilidade social, é preciso diferenciá-la desse outro termo muito usado no no meio empresarial quando o assunto é ação social: filantropia.
Segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, “enquanto a responsabilidade social faz parte do planejamento estratégico, trata diretamente dos
negócios da empresa e de como ela os conduz e é instrumento de gestão, a filantropia é apenas relação social da organização para com a comunidade”.
A filantropia é menos ampla do que a responsabilidade social. O termo tem um sentido de doação, sem esperar retornos. É ajudar causas sociais, seja com dinheiro ou tempo, porém, vai muito além da caridade.
Quais são os indicadores de responsabilidade social?
De acordo com o Instituto Ethos, alguns critérios servem para caracterizar uma empresa como socialmente responsável:
- Transparência ao informar suas ações e prestar contas à sociedade;
- Difusão das crenças da organização em um Código de Ética;
- Compromisso público em relação à promoção da diversidade, qualidade de vida para funcionários e colaboradores, manutenção de recursos naturais, entre outros;
- Adoção de critérios de ordem socioambiental na gestão do negócio;
- Envolvimento com instituições e sindicatos;
- Alto grau de comprometimento e motivação dos colaboradores;
- Capacidade de lidar com situações de conflitos;
- Introdução de metas a curto e longo prazo relativas à responsabilidade social na gestão da empresa;
- Gerenciamento do impacto no meio ambiente;
- Cuidado com saúde, segurança e condições de trabalho;
- Política de remuneração, benefícios e carreira;
- Compromisso com o futuro de crianças e adolescentes da sua comunidade (combate ao trabalho infantil, projetos que beneficiem filhos de funcionários, apoio a instituições voltadas a esse público)
- Envolvimento da direção da empresa em questões de RSE (Responsabilidade Social Empresarial)
Se você tem como objetivo se especializar nas pautas de sustentabilidade, para encontrar soluções para as demandas de organizações, sejam elas públicas, privadas ou de terceiro setor, conheça o PAS – Programa Avançado em Sustentabilidade do Insper.