Quais as diferenças fundamentais entre Platão e Aristóteles em relação aos conhecimentos inteligível e sensível?

Platão (c. 428 a.C.-347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) são dois dos mais conhecidos e importantes filósofos da história. Platão foi discípulo de Sócrates e, posteriormente, professor de Aristóteles.

O mestre deve ter ensinado bem, já que Aristóteles não deixou de apontar as falhas nas teorias de seu professor e até se tornou um de seus principais críticos. Mas isso não o impediu de ser influenciado por Platão, visto que suas obras abordam os mesmos aspectos filosóficos e são facilmente comparáveis em vários pontos.

Platão foi aluno de Sócrates e professor de Aristóteles. (Fonte: Shutterstock)

As visões de mundo de Platão e Aristóteles

Os pensamentos de Platão e Aristóteles são parecidos no que diz respeito à existência do ser humano contemplando o mundo e ao significado de sua existência. Ambos se dedicaram a refletir e tentar compreender o que é ter consciência de uma existência e como ela se relacionaria com a consciência dos outros.

Aristóteles e Platão tinham divergências em vários aspectos. (Fonte: Shutterstock)

Todavia, mesmo que Aristóteles discordasse das ideias de Platão em vários pontos centrais, é inegável que boa parte de sua obra apresenta uma evolução dos pensamentos formulados por seu mestre.

Ainda assim, é interessante observar que Platão voltava seu raciocínio mais para preocupações com a "alma". Já Aristóteles se concentrou na linha política, tentando inserir suas ideias em um contexto social. Em termos filosóficos, para Platão, ser era ser. Para seu aluno, observar era ser.

Principais diferenças entre Aristóteles e Platão

O que mais diferencia o pensamento desses dois grandes filósofos são suas crenças sobre o que há de mais real e autêntico na existência humana. Platão partia do princípio de que a realidade em sua essência não está presente nas experiências do cotidiano. Por outro lado, Aristóteles considerava que o mundo cotidiano era mais autêntico que o chamado mundo das ideias de seu professor.

A pintura do mestre renascentista Rafael, A Escola de Atenas, deixa clara a diferença entre as prioridades de pensamento por meio da postura dos dois filósofos. Aristóteles foi retratado com uma cópia de Ética nas mãos. Além disso, sua mão está virada para baixo, o que sinaliza a Terra e a ampla variedade de ensinamentos morais.

A Escola de Atenas, de Rafael. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Platão, por outro lado, aponta para cima em uma alusão à sua crença de que a realidade está além do presente, se encontra no mundo das formas ou mundo das ideias. Ele também segura uma cópia de Timeu, tratado que descreve sua filosofia sobre as origens do mundo físico.

Tanto um quanto o outro se debruçaram sobre uma série de assuntos diferentes, tais como formas ideais de governo, a natureza da realidade e a definição do que é beleza estética. Além disso, parte das ideias de Aristóteles funciona como um casamento entre os pensamentos de Platão e Sócrates.

Os dois fundaram escolas para difundir suas teorias. Platão chamou a sua de "A Academia", onde Aristóteles estudou. Já a escola de Aristóteles foi batizada de "Liceu" e, como ficou responsável por ensinar Alexandre, o Grande, recebeu apoio e financiamento do conquistador da Macedônia.

Aristóteles e Platão são dois nomes de peso na Filosofia. A maneira como viam o mundo e o que defendiam formaram as bases de conhecimento para muitos pensadores. Da Grécia Antiga aos dias atuais, suas ideias atravessaram os séculos a tal ponto que as mesmas divisões que havia entre eles ainda são notadas em filósofos modernos.

Platão e Aristóteles são dois marcos fundamentais na história da filosofia. Apesar de terem posições diferentes sobre a origem das ideias, definiram o campo de nossa experiência cognitiva ao estabelecer que todo conhecimento tem uma parte sensível e outra intelectiva. Dito isso, seguem 10 perguntas que norteiam sobre toda a ciência politica desses dois filósofos.

I. Esclareça a diferença de Platão e Aristóteles quanto as formas de Governo.

Platão o filósofo, mestre de Aristóteles, viveu numa sociedade composta de argumentos sofistas, onde, muitas vezes vazios e ou distorcidos para atingir um fim que não necessariamente era útil. Platão logo desenvolveu três formas de governo, três tipologias possíveis de se governar uma sociedade, são elas: democracia, aristocracia e monarquia. Estas formas de governo são classificadas como formas puras e, como tudo tem dois lados, essas formas puras possuem sua versão impura.

As formas são assim conceituadas:

A anarquia: é utilizada para contrapor a democracia, uma forma deteriorada da mesma, é o mau governo efetuado pelo povo, é o governo sem governo.

A aristocracia: governo de uns poucos que deveriam ser entendedores para manter a honra, mas ao invés destes sãos políticos que pensam serem entendedores de todas as problemáticas sociais, mas que em verdade, em verdade não sabem de nada.

A monarquia: governo de “um só”, que se deforma em tirania que seria o governo que se inicia de forma adequada, mas que ao passar dos tempos, transforma-se em um governo extremamente repressor, alienando o povo.

Em sua obra “Política”, Aristóteles distingue regimes políticos e formas ou modos de governo. O primeiro termo refere-se ao critério que separa quem governa e o número de governantes e o segundo, as formas de governo, refere-se a em vista de que eles governam, ou seja, com qual finalidade. Para o filósofo, os governos devem governar em vista do que é justo, de interesse geral, o bem comum.

Segundo Aristóteles existem três formas de governo puras.

A monarquia: onde o governo de apenas um sobre os demais indivíduos.

A aristocracia: que é governo de alguns, sobre os demais. Sendo que na concepção aristotélica esses alguns seriam os melhores da sociedade.

O governo constitucional: em que a maioria governa a cidade para o bem de todos.

As divergências se dão a partir da premissa que o real é distinto para um e para outro. O real para Platão é a ideia; o real para Aristóteles é a realidade sensível. Os rótulos “idealista” e “realista” que acompanham os dois pensadores se fixaram porque, embora Platão dividisse o mundo onde um era compreendido pelos sentidos e o compreendido pelas ideias. Já o pensamento de Aristóteles parte da experiência sensível, do tangível.

II. É verdadeiro afirmar que Platão e Aristóteles conceberam a cidade ideal, governada por um rei-filósofo? Sim ou Não? Justifique.

No livro “A República”, Platão formula uma cidade ideal, onde para ele haveria a tão sonhada justiça. Essa cidade era fundamentada na divisão do trabalho. Para Platão, uma cidade justa só poderia existir se cada homem cumprisse com suas funções. Para isso, ele dividiu os homens em três classes diferentes: a primeira delas seria a dos artesãos. Esses se dedicariam à produção de bens materiais; a segunda seria a classe dos guerreiros, que seriam responsáveis por defender a cidade de possíveis males; a terceira era a dos filósofos, que deveriam dirigir a cidade e zelar pela obediência das leis.

Para Aristóteles a cidade ideal deve ter uma intermediação constante, tanto com seu local geográfico de origem, quanto na sua expansão comercial marítima, pois a localização geográfica de uma cidade diz tudo sobre ela, onde uma cidade situada em um local íngreme de difícil acesso para quem não conhece seu terreno. Em uma situação de guerra, as operações militares daquela cidade devem oferecer a seus cidadãos uma saída de fácil acesso, e ao mesmo tempo restringir a infiltração de soldados e ataques inimigos.

Pode-se notar que no que tange os valores contemporâneos de uma sociedade, o que mais se aproximou de uma cidade ideal par um rei-filosofo conseguir governar e manter a polis, foi Aristóteles.

III. Esclareça as respostas que Platão e Aristóteles dão a questão: Qual a essência dos seres humanos e qual sistema político que melhor convém para a sociedade dos homens?

Platão não acreditava que deveria buscar a verdade plena, para ele, dever-se-ia buscá-la em algo estável, as verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar, se há uma verdade essencial para os homens esta verdade dever valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior. Nas coisas devem ter um outro fundamento, que seja além do físico, a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento. Esta busca racional é contemplativa, isto significa buscar a verdade no interior do próprio homem, ou seja, sua essência.

Para Aristóteles a essência que distingue e individualiza os homens é sua racionalidade. Todo ser é individual, é uma substância, algo que permanece mesmo com as mudanças. O Homem representa, para si mesmo, um caso, tornando-se então uma espécie. Assim ele é e afirma-se como sendo um homem, por isso, alcança consciência de si mesmo enquanto homem e não enquanto este homem.

Platão pensava que um Estado ideal proporcionaria uma vida ideal. Acreditava também que a sociedade era o indivíduo em larga escala, razão por que o que fazia uma boa pessoa faria uma boa sociedade. Logo, a sociedade ideal de Platão é uma aristocracia, ou o governo por uma classe particular. Essas três classes alegavam ele, permanecerão em larga medida inalteradas graças à hereditariedade, mas testes especiais iriam promover algumas pessoas e rebaixar outras. Como é perfeita, essa sociedade nunca vai mudar: uma vez atingida a perfeição, a mudança só poderia ser para pior.

Para Aristóteles, tudo gira em torno da atividade racional, o exercício da mente é a finalidade específica do homem e nisto está a sua realização final, a sua felicidade. Portanto a finalidade do homem é uma atividade racional, uma função da alma. Por isso, o homem não nasce ético. Como ele mesmo afirma: “Sendo assim, a presente investigação ética não visa ao conhecimento teórico, não investigamos apenas para conhecer o que é a virtude moral e sim para nos tornarmos bons, pois se não fosse assim nossa investigação seria inútil”.

IV. Explique o verdadeiro significado da expressão: “o homem é um animal”, segundo Aristóteles.

A teoria política de Aristóteles é construída em torno da ideia de que o homem é um animal político por natureza, que a cidade é natural e que o fim do homem é a felicidade. Essa felicidade, contudo, só se atinge plenamente na cidade (pólis). O homem é um animal político por viver conjuntamente com o seu semelhante, ainda que dele não necessite. O homem é considerado um animal político porque, diferente de todos os outros animais, é dotado da razão e do discurso. Por meio da razão e do discurso, o homem desenvolveu as noções de justo e de injusto, de bem e de mal.

V. Explique “os problemas da humanidade nunca cessarão até que … os chefes de Estado transformem-se em autênticos reis-filósofos”.

Platão, na República, desclassifica o senso comum, onde percebeu-se que não se entrega o comando de um navio a qualquer um, mas para um capitão experiente. No mito da caverna, o homem comum vive no mundo das sombras, só o filósofo saiu da caverna e viu a realidade. Como somente os filósofos conhecem de fato a justiça e o bem, graças a seu acesso privilegiado ao Mundo Inteligível, então, só a eles caberia o comando, pois só eles seriam capazes de não se guiar por seus interesses particulares, mas sim pelo bem comum.

VI. Esclareça: Justiça é “virtude” que capacita a alma a desempenhar sua função da maneira correta.

Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio, que por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social.

Aristóteles definia justiça como sendo uma igualdade proporcional: tratamento igual entre os iguais, e desigual entre os desiguais, na proporção de sua desigualdade. Aristóteles também reconhece que o conceito de justiça é impreciso.

Já Platão reconhece a justiça como sinônimo de harmonia social, relacionando também esse conceito à ideia de que o justo é aquele que se comporta de acordo com a lei. Platão defende que o conceito de justiça abrange tanto a dimensão individual quanto coletiva: a justiça é uma relação adequada e harmoniosa entre as partes beligerantes de uma mesma pessoa ou de uma comunidade.

VII. O estado ideal platônico terá três grupos ocupacionais. Entre eles serão distribuídas as “virtudes” do Estado. Como será exercida essa justiça?

A justiça platônica é entendida como uma harmonia e ordem para cumprir a efetivação dos objetivos comunitários que são condição para a felicidade da comunidade e de seus membros. A justiça requer que o Estado construa sua legítima autoridade integrando os distintos grupos sociais em uma unidade conjunta. Um Estado onde os compromissos com os projetos comuns sejam racionalmente eleitos, visando sempre o bem-estar geral.

Dentro de um Estado como o planejado na Repúblicaos interesses privilegiados pela organização da polis são os interesses da coletividade e os governantes devem agir na promoção do bem-estar geral.

Além disso, para Platão, um Estado justo não pode existir sem que os cidadãos desenvolvam suas capacidades, talentos e interesses, sobretudo no que diz respeito a prática das virtudes e, consequentemente, da justiça. À medida que os governantes desenvolvam de maneira virtuosa sua vida moral, o Estado vai se tornando cada vez mais justo.

VIII. É plausível afirmar que para Platão a democracia é cheia de variedades e desordem, dando igualdade para os iguais e para os desiguais da mesma forma? Esclareça.

Platão acredita que o Estado, para que ele possa cumprir sua função essencial de garantir a paz, a justiça e o bem-estar para todos, é necessário dispor de um governo sábio e justo. O bom governo depende da virtude de bons governantes e as massas devem ser dirigidas por homens que se distinguem pelo saber, sendo levados assim a conceber uma espécie sofocracia, um governo dos sábios. A proposta de Platão leva a um modelo aristocrático de poder, mas não a uma aristocracia da riqueza e sim, da inteligência, em que o poder é confiado aos melhores, ou seja, garantindo a igualdade para os iguais e desiguais, respectivamente.

IX. Maquiavel concordava com a ideia grega de essência e aparência humana. No entanto, o conteúdo da essência era diferente entre os Gregos. Esclareça.

O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural. Uma delas foi desenvolvida por um autor italiano, Maquiavel, que procurava fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens. Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse aplicada também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha como base uma natureza humana imutável. Para ele, se há uniformidade nas leis gerais das ciências naturais, também deveria haver para as ciências humanas. O que na realidade vai de encontro com os ideais de Platão e Aristóteles sobre o processo de adaptação do indivíduo, de descoberta, de aperfeiçoamento.

X. Defina política.

É o processo de tomar decisões que se aplicam aos membros de um grupo. Refere-se tomar atitudes e posições de controle organizado da governança sobre uma comunidade humana, particularmente um estado.

A política, como forma de atividade está estreitamente ligada ao poder. O poder político é o poder do homem sobre outro homem, descartados outros exercícios de poder, sobre a natureza ou os animais, por exemplo. Poder que tem sido tradicionalmente definido como: “consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem” de Hobbes ou como: “conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados” de Russell.

O que a política pretende alcançar pela ação dos políticos, em cada situação, são as prioridades de um certo grupo sócia, onde:

· Nas convulsões sociais, será a unidade do Estado;

· Em tempos de estabilidade interna e externa, será o bem-estar, a prosperidade;

A política não tem fins constantes ou um fim que compreenda a todos ou possa ser considerado verdadeiro, visto que, os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias atuais.

Imagem retirada do Google Images de PlatãoImagem retirada do Google Images de Aristóteles

Qual é a diferença entre Platão e Aristóteles quanto ao conhecimento Sensível?

Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que a origem das idéias é através da observação de objetos para após a formulação da idéia dos mesmos. Para Aristóteles o único mundo é o sensível e que também é o inteligivel.

Quais as principais diferenças entre Platão e Aristóteles?

A principal diferença entre Platão e Aristóteles encontra-se em suas crenças sobre o que era mais autêntico sobre a existência. Platão acreditava que a realidade última não está presente em experiências cotidianas. Aristóteles pensava que o mundo de todos os dias é mais autêntico do que o mundo das ideias de Platão.

Qual a principal diferença entre a teoria do conhecimento de Platão e de Aristóteles?

A teoria Platônica não permite a introdução de novas ideias no mundo inteligível, já através da observação, princípio Aristotélico, a introdução de novas ideias é perfeitamente possível. Com isso podemos concluir, ser a teoria Aristotélica mais defensável.

Qual a diferença entre mundo inteligível e o mundo sensível de Platão de um exemplo?

O mundo sensível é o mundo em que vivemos, o mundo que percebemos através de nossos sentidos. Já o mundo inteligível seria o mundo das ideias, onde as coisas são eternas, perfeitas e imutáveis. A cadeira do mundo sensível é uma cópia imperfeita da cadeira do mundo inteligível.

Toplist

Última postagem

Tag