Quais as justificativas usadas pelos europeus para dominar territórios da África e Ásia?

O imperialismo europeu no século XIX se constituiu da “partilha” da África e da Ásia entre as nações industrializadas europeias (primeiro a Inglaterra e a França e, posteriormente, a Alemanha, a Bélgica e a Holanda).

A expansão imperialista aconteceu inicialmente no século XIX entre os europeus, mas seu ápice ficou marcado durante as duas guerras mundiais. No século XX, duas nações ascenderam industrialmente: os Estados Unidos e o Japão, que logo em seguida submeteram diversas regiões da África, Ásia e América sob o seu domínio econômico e político.

O principal motivo da corrida imperialista foi a exploração econômica e política a qual os países capitalistas ocidentais desejavam submeter os continentes africano e asiático. A dominação econômica tinha como um dos objetivos a busca de mercados consumidores para seus produtos industrializados. As potências industrializadas necessitavam expandir os mercados consumidores, pois somente os seus mercados não iriam conseguir consumir todas as mercadorias produzidas.

O segundo objetivo da exploração econômica dos países industrializados sobre os africanos e asiáticos foi a exploração de suas matérias-primas para o aumento da produção de mercadorias nas indústrias.

A exploração política da África e da Ásia pelas potências imperialistas foi exercida pela dominação política direta, ou seja, os próprios países imperialistas governavam (enviavam administradores imperialistas) as colônias da Ásia e da África. O poder imperialista também era exercido pela dominação política indireta, na qual as elites nativas governavam a partir do financiamento e controle dos países imperialistas.

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A principal ferramenta para legitimar a dominação e a exploração imperialista sobre a África e a Ásia foi a teoria racial, chamada de darwinismo social, utilizada pelos imperialistas.

O darwinismo social foi uma adaptação da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin para o âmbito social, ou seja, essa teoria propagou o propósito de que, na luta pela vida, somente as nações civilizadas (onde estariam as raças mais fortes e superiores) sobreviveriam.     

Segundo a teoria racial do darwinismo social, somente as potências industrializadas e civilizadas poderiam propagar a civilização. Ou seja, a raça superior branca europeia levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã e ciência) para as colônias.

Sendo assim, dentro da lógica dessa teoria, para a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com as potências imperialistas. Todo esse discurso legitimou a exploração política e econômica imperialista nos continentes africanos e asiáticos até a década de 1960, período marcado pela descolonização da África e Ásia e fator responsável pela atual miséria e fome existentes em diversos países africanos.

O imperialismo europeu na África ocorreu ao longo do século XIX.

Até 1876, 10,8% do território africano estavam em posse de colonizadores. Já em 1900, o domínio europeu correspondia a 90,4%.

A princípio, a exploração europeia estava espalhada ao longo da costa, com fortes postos comerciais que garantiam o tráfico de escravos. As primeiras dominações em larga escala começaram com a França e Grã-Bretanha.

As riquezas da África foram para os países industrializados

A França ocupou a Argélia, em 1832, a Tunísia, em 1881 e, em seguida, o Marrocos. Assim, estava criada África Ocidental Francesa.

Por sua parte, com o mesmo intuito de expansão territorial, a Grã-Bretanha apossou-se do Egito em 1882, do Sudão e do sul da África.

Em 1876, o rei da Bélgica, Leopoldo II, dominou toda a área atual do Congo. A região ficou sob o domínio pessoal do monarca até 1908, quando foi vendida ao governo da Bélgica e correspondia a oitenta vezes o tamanho do país dominante.

Motivos

Entre os motivos para a dominação europeia estavam as riquezas naturais africanas. O território era exuberante em pedras preciosas, matérias-primas vegetais e minerais.

Política e Guerra

Como estratégias de dominação foram usadas negociações políticas, manobras militares e religiosas.

Para as negociações políticas, os chefes tribais faziam acordos comerciais com os europeus. Estes levavam produtos da terra enquanto forneciam armas aos africanos.

A fim de expandir o território, os próprios europeus se aliavam com tribos e participavam das guerras travadas entre eles. Assim, garantiam mais terras e aliados poderosos.

Religião e Ideologia

A religião cristã reforçou a ideia de inferioridade entre aquelas regiões onde era praticado o politeísmo. Ali, os missionários demonizaram os costumes e os deuses, e conquistaram as mentes também.

As teorias raciais, como o darwinismo social e o mito do fardo do homem branco, sustentaram a exploração das riquezas naturais africanas. O argumento era apoiado na tese de que os africanos eram “bárbaros” e precisavam da contribuição do europeu para alcançar o mesmo grau de civilização.

Partilha da África

O ápice do imperialismo viria em 1885, com o acordo selado na Conferência de Berlim, que garantia a liberdade comercial para todos os países em certas áreas. Igualmente, a reunião serviu para determinar as fronteiras do território africano.

Após a Conferência de Berlim, a África foi dividida em 50 estados. Os termos do acordo não respeitavam as divisões étnicas tradicionais e geraram impacto catastrófico sobre as nações.

É por este motivo que, ainda nos dias de hoje, alguns países permanecem sob rivalidade étnica que causa guerras civis e pobreza extrema.

A partilha da África também está entre as justificativas para a deflagração da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Descontentes com a divisão e sem mais territórios para conquistar, as grandes potências entraram em desacordo e exigiam a revisão da partilha.

Neocolonialismo

Ontem e Hoje. Mudam os métodos, mas não as condições

Após o processo de descolonização africana, as antigas nações imperialistas buscaram seguir com um relacionamento especial com estes países.

Ainda que seja uma relação entre Estados soberanos, muitos estudiosos veem como um novo modelo de exploração e por isso o chamam de neocolonialismo.

  • A Grã-Bretanha reuniu quase todas suas ex-colônias na Commonwealth. Seus habitantes têm trato preferencial na hora de emigrar e na hora de vender seus produtos.
  • A França criou o princípio da francofonia que engloba todos os países de língua francesa e assim, pode promover um intercâmbio linguístico e cultural. Além disso, o país estimulou a imigração desses países nos anos 70 quando necessitava mão de obra para suas indústrias.
  • Portugal ainda mantém laços políticos especiais com Angola e, em certa medida, com Moçambique. Através do PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) mantém-se a cooperação cultural e linguística.
  • A Bélgica não mantém nenhum laço especial com o Congo e Ruanda, e as relações entre esses países são extremamente delicadas.
  • A Espanha mantém alguns enclaves e ilhas no território marroquino que sempre é motivo de disputa entre as duas nações.

No entanto, as nações europeias vêm perdendo espaço cada vez mais para a China que tornou-se, no século XXI, o maior parceiro das nações africanas.

Leia mais:

  • Imperialismo na Ásia
  • Aspectos Gerais da África
  • Países da África
  • Economia da África

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Que justificativas eram dadas para a dominação da África e da Ásia pelos europeus?

A ocupação do continente africano ocorreu sob a justificativa de ser uma “missão civilizatória”, na qual as nações europeias levaram a civilização para os povos “atrasados” da África. A exploração do continente para fins econômicos também utilizava-se de missionários.

Quais são as justificativas dadas pelos europeus para a colonização da África e Ásia Quais marcas essas justificativas ainda deixam no mundo atual?

As nações europeias argumentavam que levariam as benfeitorias da civilização ocidental: a modernidade tecnológica, o cristianismo e os conceitos de civilização que dariam fim à escravidão ainda existente em algumas partes da África.

Quais foram as justificativas dos europeus para partilhar a África?

Utilizavam a África como fornecedor de mão de obra escrava, num comércio lucrativo em que participavam Inglaterra, Espanha, França e Dinamarca. A expansão europeia para o continente africano, no século XIX, foi justificada para a opinião pública como a necessidade de “civilizar” este território.

Quais os interesses dos países europeus no processo de colonização da África e da Ásia?

É nesse contexto que nasce o neocolonialismo, como resultado da disputa entre as potências europeias para explorar territórios do continente africano e asiático, principalmente em busca de matérias-primas e novos mercados para os bens produzidos pela indústria.

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