Quais são as principais doenças crônicas não transmissíveis e quais fatores de risco em comum para as DCNT *?

Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são multifatoriais, podem se desenvolver ao longo dos anos e se caracterizam por serem permanentes. As DCNT constituem pesada carga, em termos de morbimortalidade, e também são um potencializador do aumento dos custos da saúde, comprometendo a sustentabilidade dos sistemas de saúde no longo prazo.

O aumento de doenças crônicas é perceptível, impactando saúde e economia em todo mundo. Torna-se evidente a preocupação dos órgãos e entidades ligadas à saúde com metas que contenham o avanço dessas doenças, visto seu potencial negativo de comprometer a saúde dos indivíduos, como sequelas, incapacidades e morte.

De acordo com dados do monitoramento de cargas de doenças, agravos e riscos, 86,7% dos anos vividos com incapacidades e 71% dos anos perdidos por incapacidades ou mortes precoces são decorrentes de DCNT no Brasil.

Dados do Fórum Econômico Mundial permitem estimar perdas globais associadas às DCNT que podem chegar a U$ 47 trilhões no período de 2011 a 2030. As principais doenças são:

Doenças cardiovasculares (DCV): doenças do coração e vasos sanguíneos, incluindo variadas condições derivadas de suprimento sanguíneo, diminuído a diversos órgãos do corpo. Cerca de 80% da mortalidade diz respeito a quatro condições deste grupo: doença coronariana isquêmica (infarto do miocárdio), acidente vascular cerebral, doença hipertensiva e insuficiência cardíaca congestiva.

Câncer: multiplicação anormal de células em determinados órgãos do corpo, afetando as células normais e produzindo novos focos invasivos à distância, as metástases. Há mais de 100 tipos de câncer, com fatores de risco igualmente múltiplos.

Doenças respiratórias crônicas: doenças de natureza crônica que afetam as vias aéreas e também outras estruturas dos pulmões. As mais comuns são: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), estados alérgicos, hipertensão pulmonar, além de algumas doenças relacionados ao processo de trabalho.

Diabetes: o diabetes é uma doença de fundo metabólico na qual existe, por parte do organismo, incapacidade total ou parcial de retirar a glicose (além de outras substâncias) do sangue e levá-las para dentro das células, provocando e mantendo níveis sanguíneos altos dessas substâncias.

Doenças mentais: trata-se de um termo genérico, que designa condições variadas que afetam as atitudes, o pensamento, os sentimentos, além da capacidade de se relacionar socialmente. Como depressão, esquizofrenia e, ainda, abuso de substâncias.

Os principais fatores de risco são hipertensão; tabagismo; colesterol alto; baixo consumo de frutas e hortaliças; sobrepeso e obesidade; sedentarismo, bem como consumo abusivo de álcool. Vale salientar que esses fatores são modificáveis e são semelhantes em todos os países.

O consumo de alimentos com altas taxas de gorduras saturadas e trans, de sal e de açúcar é a causa de, ao menos, 14 milhões de mortes ou de 40% de todas as mortes anuais por DCNT. O sedentarismo causa cerca de três milhões ou 8% de todas as mortes anuais por DCNT. O consumo de álcool leva a 2.3 milhões de mortes ao ano, 60% das quais dentro deste quadro.

O tratamento de doenças crônicas pode ser particularmente oneroso em países onde uma elevada porcentagem de despesas totais de saúde é paga a partir do próprio bolso das famílias, somado a custos ligados a fatores indiretos como redução da participação na força de trabalho, queda no quantitativo de horas trabalhadas, maior rotatividade de empregos e aposentadorias precoces, bem como o comprometimento dos salários, ganhos e posição alcançada.

Foi construído um plano de ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT, que visa preparar o Brasil para enfrentar e deter estas doenças até 2022. O plano aborda os quatro principais grupos de doenças crônicas não transmissíveis (circulatórias, câncer, respiratórias crônicas e diabetes) e seus fatores de risco em comum modificáveis (tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade) e define diretrizes e ações em três eixos:

a) vigilância, informação, avaliação e monitoramento;
b) promoção da saúde;
c) cuidado integral.

O plano foca principalmente no campo de promoção da saúde, nas ações voltadas para alimentação saudável, prevenção do uso e abuso de álcool e tabaco, incentivo da prática de atividades físicas e envelhecimento ativo.

Os desafios para mudanças desses hábitos e comportamentos apontam para necessidade de focar na prevenção, desenvolvendo programas baseados em metas recomendadas pela OMS. Torna-se, então, necessária a integração de sistemas de saúde e equipes multidisciplinares nas intervenções de atenção à saúde.

A Divisão de Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis é responsável por planejar, programar, coordenar e cumprir as ações de vigilância epidemiológica de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Tem como atribuição monitorar e traçar o perfil epidemiológico das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), Acidentes e Violências e seus fatores de risco com o objetivo de subsidiar o planejamento das ações que modifiquem o quadro dessas doenças e agravos e de seus determinantes no estado. Apoiar o desenvolvimento, implantação e implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências como também fortalecer os serviços de saúde para a prevenção e o controle das DCNT, Acidentes e Violências.

Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)

Os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, a urbanização e o crescimento econômico e social contribuem para o maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas na população. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são, globalmente, as principais causas de mortalidade. As que mais acometem a população são as doenças do aparelho circulatório, neoplasias malignas, diabetes mellitus e doenças respiratórias crônicas. No Paraná, considerando os últimos dez anos, esse conjunto de doenças correspondeu a 59% de todas as mortes e 43% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a 69 anos.
Essas doenças caracterizam-se por ter uma etiologia múltipla, muitos fatores de risco (sendo os principais o uso de tabaco, consumo nocivo de álcool, alimentação não saudável e atividade física insuficiente), lon­gos períodos de latência, curso prolongado, origem não infecciosa e também por associa­rem-se a deficiências e incapacidades funcionais. A vigilância de DCNT reúne o conjunto de ações que possibilitam conhecer a distribuição, magnitude e tendência dessas doenças e de seus fatores de risco na população, identificando seus condicionantes sociais, econômicos e ambientais, com o objetivo de subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação da prevenção e do controle.

Acesse o site de vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde.

No Brasil, os acidentes de trânsito representam, entre as causas externas, uma das maiores causas de internação e óbitos, além de gerarem altos custos sociais, como os cuidados em saúde, perdas materiais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para as vítimas e seus familiares, razão de sua relevância. Sua ocorrência está relacionada, na maioria das vezes as atitudes e posturas que levam ao aumento de riscos e a situações a eles vinculados.
O Projeto Vida no Trânsito (PVT) é uma iniciativa brasileira voltada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020, cujas metas de segurança no trânsito foram incorporadas à nova Agenda 2030, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tem como foco das ações a intervenção em dois fatores de risco priorizados no Brasil: dirigir após o consumo de bebida alcoólica  e velocidade excessiva e/ou inadequada, além de outros fatores ou grupos de vítimas identificados localmente a partir das análises dos dados. No Paraná, em 2010, foi implantado em Curitiba, em 2013 expandido para Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais e em 2017 houve a expansão para Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo, Paranaguá.
Os principais eixos de atuação do PVT são: articulação intersetorial; qualificação e integração das bases de dados; análise de fatores de risco, condutas inadequadas dos usuários do trânsito, fatores contributivos e grupos de vítimas envolvidos nos acidentes de trânsito; elaboração de um plano de ações integradas e intersetoriais de segurança no trânsito e execução das intervenções intersetoriais e integradas; monitoramento; renovação e expansão.

Registro Hospitalar de Câncer (RHC)

Desde 1993, o funcionamento dos RHC no Brasil é amparado por consistente base legal.
Em 1998, a Portaria MS nº 3.535, que regulamentou os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), evidenciou a necessidade dos RHC, nestas instituições, reforçando o papel dos RHC nas instituições de atendimento a pacientes com câncer.
Em 2005, a questão dos RHC foi reafirmada e fortalecida, pela Portaria MS nº 741, revogada pela 140 de 27 de Fevereiro de 2014, da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) que redefiniu as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) que estas devem dispor e manter em funcionamento o RHC informatizado, segundo os critérios técnico-operacionais estabelecidos e divulgados pelo INCA, estabelecendo que as Unidades e Centros implantem, em 12 meses, a partir da publicação da portaria, o RHC informatizado deve encaminhar para o INCA a base de dados, que deverá publicá-los e divulgá-los de forma organizada e analítica.
O aplicativo informatizado SisRHC, desenvolvido pelo MS, por intermédio do INCA, em 2002, tem sido permanentemente aprimorado, atualizado pela incorporação de sugestões dos usuários e gestores do sistema, que é distribuído gratuitamente para as SES, que o disponibiliza aos hospitais, possibilitando e garantindo a padronização necessária do processamento dos dados de acordo com as normas técnico-operacionais preconizadas.
Assim sendo, o INCA desenvolveu e implantou um sistema informatizado via internet, para o envio, a consolidação, o acompanhamento e a análise dos dados nacionais dos RHC brasileiros.
Módulo Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (Integrador RHC). O complexo formado pelo módulo integrador e o SisRHC é o RHC Brasil. Esse sistema abrange desde a captação de dados dos RHC utilizando o SisRHC, a consolidação das informações no Integrador RHC; e por fim,tornar disponíveis esses dados para análise, pesquisa, tabulações e exportações.

Dados de registros hospitalares

Violência interpessoal e autoprovocada

A Violência assume a condição de um dos principais problemas para a saúde pública em função de sua magnitude, gravidade, vulnerabilidade e impacto social sobre a saúde individual e coletiva. Manifesta-se especialmente na mortalidade precoce, na diminuição da expectativa e da qualidade de vida de adolescentes, jovens, adultos e idosos. Em 2014 foi revisada a Política Nacional de Promoção da Saúde e foi publicada a Portaria nº 2.446 de 11 de novembro, reafirmando como uma das prioridades o enfrentamento das violências.
Entre os objetivos dessa Política estão a promoção da equidade, da intersetorialidade, da territorialidade, a participação social e a melhoria das condições e dos modos de viver, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. Reafirma ainda, o compromisso com a promoção da cultura da paz e do desenvolvimento humano seguro, saudável e sustentável. No Estado do Paraná o Plano Estadual de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA-PR), incentiva o desenvolvimento dessa vigilância nos municípios do Paraná favorecendo a monitorização dos eventos de causas externas no estado.
Implementando a vigilância, prevenção das violências e promoção da cultura da Paz, com ênfase na integração das ações de vigilância, Promoção e Prevenção de violências com a atenção em Saúde, através da notificação da violência doméstica, sexual e/ou outras violências e no desenvolvimento da promoção da saúde relacionada à prevenção às violências, envolvendo linhas de ações previstas na Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS).

  • Portaria GM/MS nº 1.271 , de 06/06/2014 - Lista Nacional de Notificação Compulsória
  • Portarias GM/MS nº 204 e 205 , de 17/02/2016 - Lista Nacional de Notificação Compulsória e Lista de Monitoramento Unidades Sentinelas

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Quais são as principais doenças crônicas Não

As doenças crônicas não transmissíveisDCNT (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas) representam um dos principais desafios de saúde pública, tanto pela alta prevalência como pela rapidez com que adquiriram destaque como principais causas de morte no Brasil e no mundo.

Quais são os fatores de risco para as DCNT?

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Entre os fatores modificáveis, estão a hipertensão arterial, a ingestão de álcool em grandes quantidades, o diabetes mellitus, o tabagismo, o sedentarismo, o estresse, a obesidade e o colesterol elevado.

O que são doenças crônicas não transmissíveis ou Dcnts?

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) se caracterizam por um conjunto de patologias de múltiplas causas e fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado. Além do mais, têm origem não infecciosa e podem resultar em incapacidades funcionais 1. Ministério da Saúde (MS).

Quais são as principais DCNT brasileiras?

Em 2019, 54,7% dos óbitos registrados no Brasil foram causados por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e 11,5% por agravos. As DCNT, principalmente as doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes e doen- ças respiratórias crônicas, são causadas por vários fatores ligados às condições de vida dos sujeitos.

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