Qual a importância da iniciação científica para a formação acadêmica?

  • Jefferson de Menezes
  • Rithiele Gonçalves
  • Aline dos Santos Vieira
  • Wellinghton de Medeiros Barros
  • Pamela Billig Mello Carpes
  • Liane Vargas

Rótulo Iniciação, Científica, Graduação, Pesquisa

Resumo

A iniciação científica (IC) é uma ferramenta que permite o ingresso de estudantes de graduação na pesquisa científica, proporcionando ao aluno suporte teórico e metodológico em uma área particular que contribui na sua formação. A IC tem o objetivo de incentivar talentos e despertar a vocação científica com a orientação de um pesquisados qualificado. Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências de IC de um grupo de alunos de graduação e refletir acerca de sua relevância na formação destes acadêmicos. A experiência relatada aqui foi vivenciada por um grupo de alunos dos cursos de farmácia e fisioterapia e participantes do grupo de pesquisa em fisiologia (GPFis) no campus Uruguaiana da Universidade Federal do Pampa. A principal linha de pesquisa do GPFis, criado em 2010, é a neurofisiologia da memória e cognição. A participação no grupo permite aos alunos de IC desenvolverem atividades em dois ramos da pesquisa: pesquisa com humanos e pesquisa básica com animais de laboratório (ratos). Ao trabalharem com pesquisa em humanos, os alunos realizam atividades e avaliações do nível de cognição, memória e outras funções essencias, tais como tempo de reação, avaliação do nível de depressão e ansiedade e possíveis mecanismos que estão envolvidos nesses processos, trabalhando principalmente com idosos. Já nas pesquisas com animais, desenvolvidas no Laboratório de Estresse, Memória e Comportamento, são realizados experimentos que incluem cirurgias estereotáxicas e de isquemia-reperfusão, avaliação de memória e comportamento através de tarefas como reconhecimento de objetos, esquiva inibitória, labirinto em cruz elevado, campo aberto, rotarod, tail flick, dentre outros, e experimentos bioquímicos. A maioria dos alunos de IC ingressa no grupo em uma fase inicial de graduação, a partir de vivências em disciplinas básicas. Esse início, de certa forma precoce na IC, podemos perceber como fundamental para que o aluno vivencie os diversos aspectos da pesquisa. Também fundamental para o estudante se tornar um profissional ativo e qualificado, é que ele receba orientação adequada, assim, a presença do professor orientador é essencial, e precisa ser relativamente constante para que a experiência seja válida. Como alunos de IC percebemos que trabalhar com a pesquisa incentivou as relações interpessoais e trouxe benefícios para a nossa formação, como o desenvolvimento da escrita e da linguagem científica, devido às experiências de redação de artigos científicos e participação e organização de eventos, a expressão oral, devido às apresentações de seminários e trabalhos em eventos, e das oportunidades de participar de eventos, cursos, visitas científicas e escolas temáticas relacionadas aos projetos em andamento. Além disso, a experiência de IC contribui para o desenvolvimento de muitas competências e habilidades, sendo um aspecto importante na formação acadêmica e profissional de qualquer aluno que busque a oportunidade de desenvolver esse tipo de atividade.

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Como Citar

DE MENEZES, J.; GONÇALVES, R.; DOS SANTOS VIEIRA, A.; DE MEDEIROS BARROS, W.; BILLIG MELLO CARPES, P.; VARGAS, L. A Importância da Iniciação Científica para o aluno de Graduação. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 5, n. 1, 14 fev. 2020.

A Importância da Iniciação Científica para a Universidade, para o Estudante e para a Comunidade.

Cássio Silva Oliveira

Bacharelando em Informática – Universidade Católica do Salvador (UCSal) Caixa Postal 40040220 – Salvador – BA – Brasil

Resumo. Este artigo descreve as principais motivações e benefícios para a adoção da Iniciação Científica como instrumento de aprendizado e agente de fomento à interação entre o estudante, a universidade e a comunidade.

1 Introdução

A Iniciação Científica (IC) tem grande importância e envolvimento com o desenvolvimento das Universidades por ambos possuírem como principio e missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir este objetivo. A IC amadurece o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a Universidade e estudantes puramente, pois a Universidade é mais que uma instituição de ensino e o estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está inserida na cadeia de conhecimento. Nesta perspectiva a “cápsula de conhecimento” é rompida e o conhecimento devidamente aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos.

É na prática da IC que o estudante pode testar técnicas e teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de conhecimentos. Defrontar o problema “vivo”, real, fora de um ambiente restritamente controlado e teórico de uma sala de aula, ao mesmo tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora da Universidade.

2 O Que é a IC

A Iniciação Científica pode ser vista como um instrumento de apoio teórico e metodológico que potencializa as chances de um estudante de graduação engajar na pesquisa científica. Esta auxilia no desenvolvimento das visões do aluno, pois permite um contato com o conhecimento diferente daquele visto em sala de aula. A IC deve ser vislumbrada como um componente essencial de formação.

“A iniciação científica é um instrumento que permite introduzir os estudantes de graduação potencialmente mais promissores na pesquisa científica. É a possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Nesta perspectiva, a iniciação científica caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. Em síntese, a iniciação científica pode ser definida como um instrumento de formação de recursos humanos qualificados. A iniciação científica é um dever da instituição e não uma atividade eventual ou esporádica. É isso que permite tratá-la separadamente da bolsa.” – Manual do Usuário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica- PIBIC (baseado na Resolução Normativa 019/2001). Aqui se percebe a importância da IC, descobrindo e desenvolvendo aptidões do estudante, influenciando no desenvolvimento crítico, ético e cultural, preparando-o com excelência para o mercado de trabalho. Ressalta-se mais uma vez que a IC deve ser encarada como uma obrigação, um dever da academia, como um compromisso com o estudante, futuro profissional, empregador, empregado ou autônomo, portanto, um compromisso com a comunidade.

3 Impactos para o estudante

A IC engrandece o estudante, aproximando-o ainda mais do âmbito acadêmico e da pesquisa. Esta aproximação aprimora suas habilidades, revela ao aluno informações ocultas na teoria que sobressaem somente com a praticidade e experimentação. Como conseqüência deste incremento de conhecimento o estudante estará mais preparado para se submeter aos passos seguintes à graduação, como especializações, mestrados, doutorados, e, principalmente, a vida profissional.

Segundo Rosa Ester Rossini (professora titular do Departamento de Geografia da USP e consultora do CNPq) “A IC tem propiciado aos estudantes a diminuição do tempo de realização do mestrado”. Percebemos então que a IC agrega um conhecimento que será carregado durante toda a vida do aluno. Rossini complementa: “Há um outro dado, o tempo de entrada na pós-graduação, para quem fez iniciação científica, é muito menor do que o tempo que demanda entre o término do curso e o início do mestrado, para quem não realizou iniciação”. Devemos observar também que o estudante se prepara melhor para as avaliações decorrentes de seu curso na universidade, ampliando sua visão e seu poder de reflexão.

Neste momento de experimentação é possibilitado ao estudante conhecer aspectos de uma determinada linha de estudo, auxiliando-o a definir com mais segurança o seu futuro. Ao experimentar áreas e linhas de pesquisa, o estudante está refinando e justificando suas vocações, suas aptidões e preferências, podendo então tomar decisões de maneira mais segura e coerente.

“Ao entrar para o curso de Comunicação Social, Verônica Teodoro Pimenta, de 22 anos, tinha vago sentimento do caminho que trilharia. Ela sonhava com a prática, mas pretendia privilegiar a reflexão sobre seu próprio fazer. A intuição de que se daria bem como pesquisadora na área foi reforçada na convivência, inicialmente como voluntária, em projetos desenvolvidos no curso. No quinto período de Jornalismo e Radialismo, Verônica carrega uma certeza. “Antes, a idéia de fazer Mestrado era algo abstrato. Hoje, não tenho dúvidas e coleciono temas e problemas com os quais gostaria de trabalhar”.

Verônica e mais cerca de 1.300 alunos da Graduação, de todas as Unidades, fazem parte de programas de Bolsas de Iniciação Científica, um estímulo criado, há décadas, na Instituição para o envolvimento dos estudantes em projetos de pesquisa. A Iniciação Científica, diz o Pró-Reitor de Pesquisa, José Aurélio Garcia Bergmann, é o fermento que faz crescer o bolo da Pós-Graduação. Levantamento realizado no ano passado confirma a tese. Na UFMG, nos últimos seis anos, uma média de 42,8% dos alunos que participaram da Iniciação Científica ingressaram na Pós-Graduação da própria Instituição.”

É importante observar que estes estudantes desenvolvem um senso crítico profissional sobre suas vidas, a depender do projeto desenvolvem uma conscientização humanitária, em fim tornam-se agentes de melhorias da comunidade. Percebe-se também que é reforçado um sentimento de afinidade com a universidade.

4 Impactos para a universidade

Uma universidade deve ter um forte relacionamento com o meio em que está inserida. O próprio conceito original de Academia justifica este relacionamento com a comunidade. O contexto econômico e sócio-cultural implica diretamente no funcionamento da Universidade e sua política de formação acadêmica implica diretamente na composição do contexto em que está inserida. Comunidade e Universidade convivem em um sistema de troca, onde a Universidade dependente da comunidade agrega valores intelectuais à mesma, contribuindo para evoluções em todos os aspectos. Apenas para citar alguns fatores: A partir da educação a universidade impulsiona aspectos como o emprego, saúde e segurança.

Os benefícios citados, como identificar vocações de cada estudante participante da IC, permitir a aproximação ao meio científico e oferecer um melhor preparo para as etapas posteriores, se aplicam diretamente aos estudantes e são refletidos para a comunidade e para a própria universidade. Ressalta-se que a IC proporciona um sentimento de fidelidade entre o aluno e a universidade, podendo desencadear posteriormente um sentimento de orgulho da comunidade para a universidade.

Segundo a DELIBERAÇÃO CONSU-A-24/03 do Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – FAEPEX:

“É dever da Universidade “incentivar a pesquisa por todos os meios ao seu alcance, incluindo a concessão de auxílios para a execução de projetos específicos”, conforme determina o artigo 40 dos seus Estatutos; para melhoria da qualidade do ensino é de fundamental importância a interação dos docentes da Universidade com os de outras instituições do Brasil e do exterior;”

Cita ainda que:

“Uma das prioridades da Universidade é a formação de recursos humanos capacitados para contribuir de modo efetivo no processo de desenvolvimento do País e, para tanto, é imperativa uma atenção especial ao ensino de graduação e de pós-graduação;”

Através da IC a Universidade pode atingir todos estes objetivos. É possível realizar projetos em que haja a cooperação entre grupos de pesquisa heterogêneos, a citar o NEDAEL – Núcleo de Estudo e Desenvolvimento de Aplicações Educacionais Livres, mantido pela Universidade Católica do Salvador. O NEDAEL reúne estudantes de diversos cursos, inclusive de áreas distintas nele pode ser encontrados estudantes do curso de Bacharelado em Informática e História com Habilitação em Patrimônio Cultural, interagindo. Além desta interação, o NEDAEL mantém e desenvolve parcerias com outras instituições não necessariamente focadas na área da computação como era de se esperar. Esta heterogeneidade torna ainda mais atrativa e gratificante a participação na Iniciação Científica.

Através de atividades deste tipo a universidade é divulgada, seu domínio de atividades transpõe os limites físicos da instituição e se perpetua através da transitividade do conhecimento oferecido.

Ao fornecer a IC aos seus estudantes, a Universidade cria uma ponte entre a graduação e a pós-graduação, os qualificado e os inserindo no ambiente científico.

Objetivos específicos para a Universidade constantes no MANUAL DO USUÁRIO do PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC Baseado na Resolução Normativa 019/2001, de 05 de setembro de 2001:

· Contribuir para a sistematização e institucionalização da pesquisa;

· Incentivar à formulação de uma política de pesquisa para a iniciação científica;

· Possibilitar uma maior articulação entre a graduação e a pós-graduação;

· Qualificar os melhores alunos para os programas de pós-graduação;

· Introduzir e/ou disseminar a pesquisa na graduação;

· Colaborar no fortalecimento de áreas ainda emergentes na pesquisa;

· Propiciar condições institucionais para o atendimento aos projetos de pesquisa de grupos de pesquisa cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq;

· Fortalecer a prática da avaliação interna e externa nas atividades de iniciação científica, contribuindo para sua extensão a outras esferas da universidade;

· Tornar a instituição mais agressiva e competitiva na construção do saber;

· Fomentar a interação inter-institucional no âmbito do Programa;

· Contribuir para as instituições universitárias cumprirem sua missão de pesquisa.

5 Conclusão

A execução das atividades de Iniciação Científica está condicionada ao estudante, ao professor, à universidade e as demandas científicas existentes.

Muda-se o perfil do estudante, transformando-o de agente passivo para ativo. É-lhe permitida uma evolução que implicará em efeitos para a universidade e para a comunidade em que este estudante esteja inserido.

Observamos que os ganhos com tal atividade atingem um escopo muito maior que a própria universidade. A experiência acadêmica é carregada com o aluno perdurando e sendo repassada e reutilizada durante toda sua vida. Sendo assim é fundamental que esta formação seja feita da forma mais primorosa possível. E a Iniciação Científica é um destes caminhos.

Abstract. This article describes the main motivations and gifts when the institutions accept the Iniciação Científica how way to obtain knowledge and object of growth the relations behind student and University.

6 Referencias bibliográficas

MANUAL DO USUÁRIO do PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC (Baseado na Resolução Normativa 019/2001, de 05 de setembro de 2001)

ANAIS DO XIV Seminário de Iniciação Científica da UFPA

DELIBERAÇÃO CONSU-A-24, de 30/09/03 Do Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – FAEPEX

Qual a importância da iniciação científica na formação acadêmica?

A iniciação científica durante a graduação é muito importante, pois esse processo é uma pequena amostra do que o aluno deve enfrentar na sua vida profissional. Em algum momento, seja qual for o estímulo, ele encontrará um problema, ou uma mudança no paradigma de sua área, para o qual ele precisa encontrar uma solução.

Qual a importância da iniciação científica para a sociedade?

Afinal, a Iniciação Científica faz com que o aluno tenha contato com o universo acadêmico, enriqueça o currículo lattes, contribua com a pesquisa e a ciência na universidade, além de manter contato mais próximo com professores que pode te ajudar a iniciar uma carreira acadêmica, como um mestrado ou doutorado, por ...

Qual é o principal objetivo da iniciação científica?

OBJETIVOS DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA Despertar vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação. Contribuir para reduzir o tempo médio de titulação de mestres e doutores.

Qual a importância do IC?

A iniciação científica (IC) é uma ferramenta que permite o ingresso de estudantes de graduação na pesquisa científica, proporcionando ao aluno suporte teórico e metodológico em uma área particular que contribui na sua formação.

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