Quando acontece uma colisão o que acontece com a pessoa que está usando cinto de segurança?

Quando o assunto é salvar vidas no trânsito, o cinto de segurança é fundamental. No entanto, ainda existem motoristas e passageiros que insistem em utilizá-lo de maneira incorreta, aumentando as chances de sofrerem ferimentos graves ou mesmo fatais em um acidente.

Para ajudar você a não correr nenhum risco, Autoesporte revela os sete erros mais comuns ao utilizar o cinto de segurança.

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1 - Cinto de segurança sobre o pescoço

Ao afivelar o cinto, muitos motoristas não se atentam, e deixam a faixa passar sobre o pescoço. Isso acontece quando o condutor não regula a altura do equipamento (o ajuste está posicionado na coluna B, entre a porta dianteira e traseira) ou em ocasiões que o encosto do assento está muito reclinado.

De acordo com Oliver Schulze, integrante da Comissão Técnica de Segurança Veicular da SAE Brasil, o correto é que a faixa transversal do cinto passe sobre o ombro e atravesse o tórax. Para isso, o motorista deve ajustar a altura e manter o encosto o mais próximo dos 90º.

2 - Usar presilhas ou grampos

Algumas pessoas se sentem incomodadas com o cinto de segurança colado ao corpo e acabam utilizando uma presilha ou um grampo próximo ao retrator para afrouxar o cinturão.

Essa prática é extremamente perigosa e anula a eficiência máxima do dispositivo, pois em caso de uma colisão frontal, o corpo sofrerá um forte deslocamento antes de parar no cinto de segurança. Isso pode causar ferimentos na região do peito.

É como se houvesse uma segunda colisão entre o corpo do ocupante e o cinto.

Ajustar o encosto de cabeça é fundamental para evitar lesões no pescoço em caso de uma batida forte (Foto: Fabio Aro/Autoesporte) — Foto: Auto Esporte

3 - Passar a faixa do tórax pelas costas

Quando não usam presilhas, motoristas e passageiros que se incomodam com o cinto de segurança muitas vezes utilizam um outro artifício perigoso: passar a faixa de tórax pelas costas, ficando preso apenas pela faixa subabdominal.

Neste cenário, o cinto de três pontos acaba perdendo muito da sua eficácia, possibilitando ferimentos mais sérios. Isso é especialmente ruim para crianças, que podem ser projetadas por cima do cinto, escapando da proteção.

4 - Faixa subabdominal na barriga

Tão importante quanto a faixa que passa pelo tórax, a subabdominal deve estar posicionada corretamente. Privilegiando o conforto em detrimento à segurança, muitas pessoas a colocam sobre a barriga, quando o correto é na região dos quadris.

Bem posicionada, a faixa subabdominal evita que o ocupante escorregue por baixo do cinto em uma colisão frontal.

5 - Faixa torcida

Parece preciosismo, mas não é. Utilizar o cinto com a faixa torcida não é ideal e atrapalha o seu funcionamento ideal. Por isso, tanto no momento de afivelar quanto no de soltar o dispositivo de segurança, preste atenção se a tira não torceu na região do tórax, no abdômen ou mesmo perto da fivela.

Caso não consiga ajustar novamente a faixa, a recomendação é buscar um serviço especializado e resolver o problema o quanto antes.

Cinto de segurança também é obrigatório no banco traseiro — Foto: Getty Images

6 - Objetos nos bolsos

Antes de entrar no carro e afivelar o cinto, faça uma vistoria nos bolsos da calça, camisa e blazer, e retire todos os pequenos objetos, especialmente os pontiagudos, como lápis e canetas.

Em uma batida forte, as faixas do cinto, tanto a de tórax quando a subabdominal, podem pressionar esses itens e causar ferimentos graves.

Já reparou como o painel, console e portas, bem como todos os controles, são feitos com botões arredondados, sem arestas e cantos proeminentes? Pois é. Tudo pensado para reduzir os riscos de lesões.

7 - Atenção com carros usados, seminovos e de leilões

Essa última dica é para quem compra carros usados, seminovos e até mesmo de leilões. Veículos que sofreram forte sinistro ou foram vítimas de enchente precisam ter os cintos de segurança substituídos, pois o desgaste dos componentes pode comprometer a resistência em um acidente.

Por isso, antes de comprar o carro desejado, faça um levantamento do histórico do modelo e, caso ele se enquadre em uma dessas situações, questione o proprietário sobre a manutenção do cinto e a eventual substituição.

Se ele não souber informar, verifique a etiqueta com os dados técnicos do cinto. Geralmente está localizada na parte inferior, junto ao assoalho. Lá consta o lote do produto, bem como a data de fabricação.

Infração grave e multa

De acordo com a legislação, a não utilização ou utilização incorreta do cinto de segurança resulta em infração grave, acréscimo de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23.

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O que fazer com o cinto de segurança após um acidente?

Procure um profissional de confiança e peça para que ele avalie também o sistema de pré-tensionamento. Essa parte é responsável por puxar o cinto e manter a pessoa próxima ao banco no momento do impacto.

O que o uso do cinto de segurança tem a ver com o princípio da inércia?

Quando um carro freia bruscamente e nosso corpo é jogado para frente, a lei da inércia entra em ação. Por isso, o uso do cinto de segurança é essencial para garantir a integridade dos passageiros.

Como funciona o sistema de cinto?

A pessoa desloca-se contra o cinto de segurança, exercendo uma força sobre o mesmo. O cinto de segurança exerce então uma força contrária sobre a pessoa (Terceira Lei de Newton). Isso causa uma desaceleração controlada da pessoa.

Por que a pessoa que está usando o cinto de segurança não é lançada para frente?

Pela lei da inércia, caso nenhuma força seja aplicada, os ocupantes continuarão com em movimento retilíneo com velocidade constante. Com isso, a freada de um veículo arremessa os ocupantes para a frente.

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