Quem tem herpes simples pode ter herpes zoster?

Herpes-zóster é uma infecção que resulta da reativação do vírus da varicela zóster de seu estado latente em um gânglio da raiz dorsal posterior. Os sintomas geralmente começam com dor ao longo do dermátomo afetado, seguida por uma erupção vesicular em 2 a 3 dias que, com frequência, fornece o diagnóstico. O tratamento é feito com fármacos antivirais administradas em 72 h após o início das lesões cutâneas.

O herpes-zóster causa inflamação do gânglio da raiz sensorial; da pele do dermátomo associado; e, algumas vezes, dos cornos posteriores e anteriores da massa cinzenta, das meninges e das raízes dorsais e anteriores. O herpes-zóster ocorre com frequência em idosos e pacientes infectados pelo HIV e é mais frequente e grave em pacientes imunocomprometidos porque a imunidade mediada por células nesses pacientes é reduzida. Não há qualquer fator desencadeante evidente.

Sinais e sintomas da herpes-zóster

Dor lancinante, disestésica ou de outro tipo se desenvolve no local envolvido, tipicamente seguida de exantema em 2 a 3 dias, geralmente com formação de vesículas em uma base eritematosa. O local geralmente é adjacente a um ou mais dermátomos na região torácica ou lombar, embora poucas lesões satélites possam também aparecer. As lesões são tipicamente unilaterais e não cruzam a linha média do corpo. Com frequência, o local é hiperestésico e a dor pode ser intensa. As lesões comumente continuam se formando durante cerca de 3 a 5 dias.

Herpes-zóster pode se disseminar para outras regiões da pele e para os órgãos viscerais, em especial em pacientes imunocomprometidos.

Zóster intraoral é incomum, mas pode produzir uma distribuição unilateral nítida das lesões. Nenhum sintoma prodrômico intraoral ocorre.

Menos de 4% dos pacientes com herpes-zóster experimentam outro episódio. Contudo, muitos pacientes, particularmente idosos, apresentam dor localizada com intensidade variável que perdura por > 3 meses a partir da última lesão crostosa na distribuição envolvida (neuralgia pós-herpética).

Dicas e conselhos

  • Menos de 4% dos pacientes com herpes-zóster experimentam outro episódio.

A dor da neuralgia pós-herpética pode ser lancinante e intermitente ou constante, bem como debilitante. Pode persistir por meses ou anos, ou tornar-se permanente.

  • Avaliação clínica

Suspeita-se de herpes-zóster em pacientes com exantema característico e, às vezes, mesmo antes de as vesículas aparecerem se os pacientes tiverem dor típica com distribuição em dermátomos. O diagnóstico geralmente baseia-se no exantema virtualmente patognomônico.

  • Tratamento sintomático

  • Antivirais (aciclovir, fanciclovir, valaciclovir) especialmente para pacientes imunocomprometidos

Compressas úmidas amenizam, mas analgésicos sistêmicos são frequentemente necessários.

O tratamento com antivirais orais diminui a gravidade e a duração da erupção aguda e reduz a taxa de complicações graves em pacientes imunocomprometidos; pode reduzir a incidência de neuralgia pós-herpética. Em pacientes imunocompetentes, geralmente reserva-se a terapia antiviral para aqueles ≥ 50 anos. Indica-se também o tratamento a pacientes com dor intensa, com exantema facial especialmente em volta do olho e a pacientes imunocomprometidos.

Deve-se iniciar o tratamento de herpes-zóster o quanto antes possível, idealmente durante o pródromo, e o tratamento tem maior probabilidade de ser ineficaz se administrado > 72 horas após o aparecimento das lesões cutâneas, especialmente na ausência de lesões que surgiram recentemente. Fanciclovir, 500 mg por via oral 3 vezes ao dia, durante 7 dias, e valaciclovir, 1 g por via oral 3 vezes ao dia, durante 7 dias, apresentam melhor biodisponibidade oral do que o aciclovir, sendo, portanto, escolhidos em vez de aciclovir oral, 800 mg, 5 vezes ao dia, durante 7 a 10 dias, para herpes-zóster. Corticoides não diminuem a incidência da neuralgia pós-herpética.

Para os pacientes menos imunocomprometidos, fanciclovir, valaciclovir ou aciclovir oral (ver acima) são opções razoáveis; fanciclovir e valaciclovir são preferidos. Para pacientes gravemente imunocomprometidos, recomenda-se aciclovir na dosagem de 10 mg/kg IV a cada 8 h por 7 a 10 dias para adultos e 20 mg/kg IV a cada 8 h por 7 dias para crianças < 12 anos. Alguns especialistas recomendam a pacientes imunocomprometidos o tratamento além de 7 a 10 dias, mantido até que se formem crostas em todas as lesões.

Embora dados relativos à segurança do aciclovir e valaciclovir durante a gestação sejam tranquilizadores, a segurança da terapia antiviral durante a gestação não está firmemente estabelecida. Como a varicela congênita pode resultar da varicela materna, mas raramente resulta de zóster materno, o potencial benefício do tratamento de pacientes gestantes deve superar os possíveis riscos para o feto. Pode-se tratar pacientes gestantes com exantema grave, dor grave ou zóster oftálmico preferencialmente com aciclovir porque seu uso foi mais amplamente testado em gestantes em comparação com outros fármacos, embora o valaciclovir ainda permaneça sendo uma opção. Há poucos dados sobre a segurança do fanciclovir na gestação; assim, geralmente, esse fármaco não é recomendado para gestantes.

A conduta em neuralgia pós-herpética pode ser particularmente difícil. Os tratamentos incluem gabapentina, pregabalina, antidepressivos cíclicos, pomada tópica de capsaicina ou lidocaína e injeção de toxina botulínica. Analgésicos opioides podem ser necessários. Metilprednisolona intratecal pode ser benéfica.

Recomenda-se uma vacina recombinante contra zóster para adultos imunocompetentes ≥ 50 anos quer tenham tido herpes-zóster ou recebido a vacina mais antiga com vírus vivo atenuado ou não; administram-se 2 doses da vacina recombinante contra zóster em intervalos de 2 a 6 meses e pelo menos 2 meses após a vacina com vírus vivo atenuado (para informações adicionais, ver Recomendações do Advisory Committee sobre práticas de imunização para uso das vacinas contra herpes-zóster). A vacina mais antiga com vírus vivo atenuado não está mais disponível nos EUA, mas continua disponível em muitos outros países. A vacina recombinante mais moderna parece fornecer proteção muito melhor e mais duradoura do que a vacina mais antiga de dose única com zóster vivo atenuado (que é uma versão de dose mais alta da vacina contra varicela). Em um grande ensaio clínico, a vacina recombinante contra zóster foi 90 a 97% eficaz na prevenção do herpes-zóster. Para adultos imunocompetentes ≥ 60 anos, recomenda-se a vacina recombinante ou a vacina viva atenuada, mas a vacina recombinante é a preferida. Um estudo observacional pós-comercialização observou um risco aumentado de síndrome de Guillain-Barré Síndrome de Guillain-Barré SGB A síndrome de Guillain-Barré é uma polineuropatia inflamatória aguda, geralmente rapidamente progressiva, mas autolimitada, caracterizada por fraqueza muscular e perda sensorial distal leve... leia mais durante os 42 dias após a vacinação com a vacina recombinante contra zóster. Estão surgindo dados sobre a eficácia da vacina recombinante em pacientes imunocomprometidos e, atualmente, não há recomendação para o seu uso em pacientes imunocomprometidos. A vacina viva atenuada é contraindicada em pacientes imunocomprometidos.

  • 1. Lal H, Cunningham AL, Godeaux O, et al: Efficacy of an adjuvanted herpes zoster subunit vaccine in older adults. N Engl J Med 372(22):2087-96, 2015. Epub 2015 Apr 28. PMID: 25916341. doi: 10.1056/NEJMoa1501184

  • O herpes-zóster oftálmico é causado por uma reativação do vírus da varicela-zóster (a causa da catapora) da sua fase latente.

  • Um exantema doloroso, geralmente grupos de vesículas em base eritematosa, desenvolve-se em um ou mais dermátomos adjacentes.

  • Menos de 4% dos pacientes têm outro surto de herpes-zóster, mas muitos, especialmente os idosos, têm dor persistente ou recorrente durante meses ou anos (neuralgia pós-herpética).

  • Antivirais (aciclovir, fanciclovir, valaciclovir) são benéficos, especialmente para pacientes imunocomprometidos.

  • Analgésicos são frequentemente necessários.

  • Adultos imunocompetentes 50 anos devem receber uma dose única de vacina para zóster se tiverem ou não tido herpes-zóster.

Visão Educação para o paciente

Quem tem herpes simples pode desenvolver herpes zoster?

Ou seja, quem tem herpes labial pode ter herpes zoster pelo mesmo virus? O vírus labial é chamado de Herpes Simples; O vírus que causa herpes zoster (tbm chamada de cobreiro) é o mesmo da Varicela (catapora). Portanto, são doenças diferentes causadas por vírus diferentes e uma não pode provocar a outra.

Qual a diferença da herpes simples para herpes zoster?

O herpes simples é transmitido, principalmente, pelo contato direto com as lesões, sejam elas localizadas na face, no caso do tipo 1, ou na genitália, no tipo 2. “Já o herpes-zóster é transmitido ou pelo contato direto com as lesões ou por gotículas respiratórias no ar.

O que ativa a herpes zoster?

O que causa o herpes zóster? Qualquer pessoa que teve catapora em algum momento da vida pode desenvolver herpes zóster. Isso porque o vírus fica latente (adormecido) nos gânglios do corpo e, eventualmente, pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele, onde causa inflamação.

Qual o tipo de herpes mais perigoso?

Herpes-zóster: a perigosa doença provocada pelo vírus da catapora ainda pouco conhecida da população | Saúde | O Globo.

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