Relatório de aluno com autismo educação infantil 3 anos

Postado por Autismo em Dia em 28/set/2022 - Sem Comentários

Trazer o autismo para o contexto da sala de aula é, sem dúvida, um assunto urgente. E quanto mais autistas fazem parte de uma turma regular, mais é necessário trabalhar a inclusão. Porém, não existe uma receita pronta para abordar o autismo na educação infantil. Para muitas famílias, a escola é o único recurso para seus filhos autistas se desenvolverem, e isso exige que os ambientes escolares sejam cada vez mais preparados para acolherem as pessoas que estão no TEA.

O que trazemos hoje, no entanto, são algumas diretrizes que podem ser muito úteis no apoio a esses alunos. Os educadores comprometidos com estratégias de aprendizagem, habilidades sociais e comunicação, sem dúvida vão conseguir desenvolver melhor os alunos que estão no espectro.

Fonte: Envato – Pressmaster

Índice

  • 1 1 – Aprenda sobre o aluno com o aluno
  • 2 2 – Saiba o que fascina a criança
  • 3 3 – Faça seus alunos autistas se comunicarem
  • 4 4 – Ofereça a oportunidade de escolha
  • 5 5 – Considere alternativas de escritas à mão
  • 6 6 – Ajude com a organização
  • 7 7 – Ofereça suporte em momentos de transição
  • 8 8 – Tornar a sala de aula mais confortável
  • 9 9 – Faça pausas
  • 10 10 – Pratique a inclusão coletiva

1 – Aprenda sobre o aluno com o aluno

Muitas vezes, os professores têm acesso a relatórios sobre o aluno autista. Principalmente quando ele vem de outra escola ou mesmo de relatórios clínicos. Essa estruturação da informação é, sem dúvida, muito importante ao longo do tempo. Porém, a melhor maneira de conhecer um aluno é se relacionando com ele.

Na prática nem sempre é fácil, afinal, muitos têm dificuldade de comunicação. Mas ganhar a confiança não apenas do aluno, mas também da família, pode levar a entendê-lo de forma mais profunda. O professor aprende as técnicas, mas é na prática com o aluno que essas teorias são testadas e repensadas de acordo com as individualidades.

Os pais também são uma ótima fonte de informação, já que é bem provável que eles tenham seus próprios métodos em casa para reforçar o aprendizado.

2 – Saiba o que fascina a criança

Toda criança possui interesses únicos que provavelmente vão levar naturalmente ao desenvolvimento de algumas habilidades. E isso pode, com certeza, ser uma ferramenta de ensino. Alguns interesses vão levar a criança a compreender melhor habilidades matemáticas, enquanto outros aprimoram práticas de leitura ou geram interesse mais histórico e científico.

Alguns interesses, inclusive, se tornam hiperfoco, um assunto do qual já falamos por aqui. Nesses casos, pode ser tanto uma oportunidade de ensino quanto um obstáculo, já que pode ser bem difícil fazer a criança focar em outras coisas que também são necessárias.

Fonte: Envato – Pressmaster

3 – Faça seus alunos autistas se comunicarem

Em uma sala de aula, é comum que exista um grupo de alunos muito falantes e extrovertidos. Esses, ainda que involuntariamente, podem desestimular alunos mais introspectivos a se expressarem. Isto porque os alunos mais quietos podem se sentir excluídos daquele grupo e daquele estilo, ainda que tenham algo a dizer.

Mas é muito importante estimular o aluno a falar para que ele sempre sinta que pode se expressar sem julgamento. Faça-os trocar ideias, fazer e responder perguntas. Encoraje-os, também, a conversar com outras pessoas, ouvirem e serem ouvidos de maneira mais individual.

Muitas vezes, estimular um aluno a falar não quer dizer, necessariamente, que o professor deve fazer perguntas diretas ou pedidos óbvios de oratória. Veja, por exemplo, a diferença entre essas duas frases:

“Quem pode dizer o nome de uma capital?”

“Levante-se quem acha que consegue apontar o nome de uma capital?”

Na primeira, a intenção era totalmente sobre falar. Na segunda, sobre ter algo a dizer. Lembre-se que, nem sempre, comunicar é o mesmo que falar. Muitos alunos autistas, por exemplo, não são mudos nem surdos, apenas não falam. Ou seja, são autistas não-verbais.

4 – Ofereça a oportunidade de escolha

Dar escolhas é permitir que os alunos tenham a sensação de controle sobre suas vidas. Além disso, são uma oportunidade de eles aprenderem mais sobre si mesmos.

Para alunos no espectro do autismo, escolhas podem ser especialmente úteis para quem tem necessidades especiais em ambientes de aprendizagem. Sempre que possível, apresente a ele opções de quais avaliações devem ser concluídas primeiro, qual tarefa assumir em uma atividade em grupo, entre outras situações do dia a dia escolar.

Algumas corriqueiras incluem:

  • Trabalhar sozinho ou em grupo.
  • Usar lápis, caneta ou computador.
  • Fazer a atividade na sala de aula, na biblioteca ou na sala de recursos.
  • Fazer anotações com palavras ou imagens.

5 – Considere alternativas de escritas à mão

A escrita manual é, muitas vezes, uma tensão e uma luta constante para alunos com autismo. Exige concentração, conhecimento linguístico e coordenação motora. Mas como esta é, sem dúvida, uma habilidade útil, você deve apoiar e encorajar formas de escrita.

Fonte: Envato – IrynaKhabliuk

6 – Ajude com a organização

Enquanto alguns alunos no autismo são super organizados, outros precisam de apoio para se organizar em meio ao caos escolar. Coisas simples como encontrar seus materiais, manter suas mesas arrumadas, organizar seus deveres de casa, nem sempre são simples para quem está no espectro.

Algumas práticas como ensinar a guardar materiais e limpar os espaços de trabalho podem ser desenvolvidas juntas, com toda a turma. Nesse momento, o professor pode, inclusive, trabalhar habilidades específicas como priorizar tarefas e criar listas.

7 – Ofereça suporte em momentos de transição

O desconforto dos momentos de transição para muitos autistas é enorme. Pode ser que esse aluno apresente dificuldades em mudar de ambiente, de turma, ou mesmo entre atividades diferentes. E isso pode, de fato, causar estresse e desorientação.

Algumas opções que o professor pode oferecer, nesses casos, incluem:

  • Usar um cronômetro para estimular que os alunos administrem o próprio tempo.
  • Dar lembretes para toda a classe antes da transição.
  • Estimular os colegas de classe a ajudar esse aluno nesses momentos, como, por exemplo, fazer companhia no trajeto de um lugar para o outro.
  • Utilizar meios lúdicos para fazer a transição, como objetos de interesse, imagens, brinquedos e o que mais for do universo daquele autista.

Aqui no Autismo em Dia, recentemente, nós contamos uma história de um aluno autista não-verbal que tinha como seu objeto de apego uma boneca. Através dessa boneca ele podia se expressar. Clicando aqui, você pode conferir como a escola e seus colegas de classe lidaram na transição de um ano para o outro numa situação em que, além de uma nova fase da turma, a boneca original teve que ser substituída.

Fonte: Envato – Wavebreakmedia

8 – Tornar a sala de aula mais confortável

Muitas vezes, trabalhar o autismo na educação infantil pode ser um desafio por questões simples de conforto. Os alunos podem não ir bem nas disciplinas porque se sentem inseguros, desconfortáveis ou com medo nesse ambiente escolar.

Os autistas precisam de um lugar confortável para que possam associar essa sensação de relaxamento ao desenvolvimento de suas habilidades.

Experimente:

  • Permitir o uso de fones de ouvido, viseiras e outros bloqueadores de sensibilidade.
  • Ter outras opções de assento como pufes, cadeiras de balanço, tapetes, entre outros.
  • Reduzir a iluminação e os ruídos, quando possível.
  • Ter uma sala opcional para onde a criança possa se deslocar sem prejuízos e de forma segura em momentos de crise.

9 – Faça pausas

Falando em salas opcionais, como em algumas escolas que têm uma sala de recursos pedagógicos, é importante permitir que a criança faça essas pausas. E sempre que ela precisar. Afinal, é ela quem sabe quando isso será necessário.

Você pode permitir, também, que a criança saia para caminhadas no pátio fora dos horários regulares ou simplesmente pare de fazer uma tarefa que todos estão fazendo. Talvez, nesse momento, você perceba que esse aluno age de forma incomum, como ficar circulando o mesmo caminho várias vezes ou ter movimentos atípicos. Este é o momento de regulação dele. Só interfira se algo oferecer perigo.

Fonte: Envato – KostiantynVoitenko

10 – Pratique a inclusão coletiva

Para que os alunos aprendam o que são comportamentos apropriados para a sala de aula e quais não são, eles precisam ver e ouvir como seus outros colegas típicos agem no dia a dia. A prática da verdadeira inclusão inclui a participação de todos e um estímulo à socialização saudável.

Uma sala de aula regular e inclusiva vai mostrar aos professores quais são os caminhos necessários para o sucesso acadêmico daquele aluno. Para autistas de nível leve ou moderado é perfeitamente possível estudar junto com alunos neurotípicos, ainda que os pais possam optar por uma escola 100% voltada para alunos com necessidades especiais.

Se todos nós aprendemos, na maior parte, fazendo, então está bem claro que a melhor maneira de apoiar alunos autistas é incluindo-os em todas as atividades.

Quando o assunto é autismo na educação infantil, tomamos esse tema como prioridade. E aqui no blog do Autismo em Dia temos vários outros artigos que abordam este tema. São aspectos diversos que falam sobre o aluno, sobre os pais e sobre a escola. Vale a pena conferir.

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Muito obrigado pela leitura e até a próxima!

***

Este artigo foi adaptado do original em língua inglesa, Supporting Students with Autism: 10 Ideas for Inclusive Classrooms, de Paula Kluth, no portal Reading Rockets.

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

Como descrever um aluno com autismo na educação infantil?

dificuldades de interação social e de comunicação; hipersensibilidade auditiva, visual ou tátil; capacidade de voltar a atenção somente para um determinado assunto; estereotipias em casos mais graves.

O que colocar no relatório de autista?

Deverá conter os seguintes itens:.
Nome do Autor..
Nome do Réu..
Número dos Autos..
Resumo dos Autos..
Resumo dos Fatos..
Fundamento Jurídico..
Pedido..

O que escrever no relatório de uma criança autista?

Através da experiência com uma criança autista, senti algumas dificuldades pois não tinha certo conhecimento sobre a TEA, mas com o convívio com a criança diariamente foi facilitando a minha compreensão de como lidar e trabalhar com ela.

Como fazer um relatório de aluno com autismo na educação infantil?

Relatório descritivo de um aluno com autismo leve.
Aspecto sócio-emocional. ... .
Aspectos psicomotores. ... .
Trabalho realizado pela escola referente à dificuldade da criança. ... .
Aspectos relacionados ao acompanhamento familiar..

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