Novas estimativas da ONU para a população mundial em 2100
Recentemente, as Nações Unidas emitiram um informe no qual contam os países que terão crescimento demográfico considerável durante o século XXI. As estimativas distinguem países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Segundo dados da ONU, 60% da população mundial habitará os centros urbanos em 2030, enquanto em 2050 serão 70%.
Contudo, estes dados correspondem às estimativas de 2011, diferentes das mais recentes.
Em 2011 a ONU calculou que em 2100 haveria 10 bilhões de pessoas. Em seu último informe “Perspectivas da População Mundial”, divulgou uma aumento de 8% na cifra, ou seja, de 800 milhões de pessoas, alcançando algo próximo a 11 bilhões de habitantes.
Atualmente a organização estima que existem 7,2 bilhões de pessoas e que este número será de 8,2 bilhões em 2025 e de 9,6 bilhões em 2050, 300 milhões a mais que o estimado em 2010.
Outra consideração é a respeito do envelhecimento da população, com perspectivas de aumento das expectativas de vida. Dessa forma, entre 2045 e 2050 as pessoas viveriam em média 76 anos. No final do século, entre 2095 e 2100, a população de países em desenvolvimento chegaria em média aos 81 anos, enquanto nos desenvolvidos alcançariam 89 anos.
De acordo com a Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos da ONU, este incremento se explicaria em parte pelo grande aumento da taxa de natalidade na África, contrariamente aos prognósticos anteriores. Desta forma, se atualmente vivem um bilhão de pessoas no continente, espera-se que em 2100 sejam 4,2 bilhões habitantes. Nos países onde ocorrerá este crescimento – Etiópia, Nigéria, Níger e Uganda – prevê-se que cada mulher tenha por volta de cinco filhos.
Na Europa sucederá o fenômeno inverso. O estudo diz que a população europeia diminuirá 14%, o que seria mais sensível na Bulgária, Croácia, Letônia, Lituânia, Romênia e Sérvia. Entretanto, essa situação não se restringirá à Europa. Brasil, Indonésia, Irã e África do Sul também se incluiriam neste panorama, devido à baixa média de filhos por mulher.
O país com maior população hoje é a China, mas segundo os dados do informe, a Índia alcançará a nação em 2028, ano em que ambos países teriam, em média, 1, 45 bilhões de habitantes. Posteriormente, seguiria crescendo, mas as políticas de natalidade chinesas fariam diminuir lentamente estes valores.
Entre os cálculos, a organização também divulgou as cifras correspondentes ao México, estimando que a população chegue aos 138 milhões em 2025, 156 milhões em 2050 e abaixe para 139 milhões em 2100.
Com estes dados, podem-se delinear as maneiras de enfrentar da melhor forma este crescimento demográfico, elaborando políticas públicas que assegurem uma boa qualidade de vida aos seus habitantes e condições sociais favoráveis. Ainda assim, é necessário criar consciência sobre o uso atual dos recursos naturais e adotar mecanismos de acordo com a capacidade ambiental do planeta para que este não chegue a um ponto irreversível de deterioração.
Por Constanza Martínez Gaete, via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.
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Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto. "Novas estimativas da ONU para a população mundial em 2100" 01 Ago 2013. ArchDaily Brasil. Acessado . <//www.archdaily.com.br/br/01-131885/novas-estimativas-da-onu-para-a-populacao-mundial-em-2100> ISSN 0719-8906
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CAUSAS DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
Segundo a ONU
Taxas de fecundidade
O crescimento populacional depende, em grande medida, das tendências nas taxas de fecundidade. Espera-se que a taxa de fecundidade mundial passe de 2,5 crianças por mulher em 2019 para 2,2 em 2050, conforme dados do estudo World Populations Prospects da ONU.
Aumento da longevidade
Nas últimas décadas a expectativa de vida global aumentou significativamente e essa tendência vai continuar: a previsão é atingir 77,1 anos em 2050 (atualmente se situa em torno de 73). Apesar desse avanço, convém destacar que continua existindo uma diferença muito grande com os países menos desenvolvidos (7,7 anos a menos de expectativa de vida).
Migração internacional
É um fator menos influente que os dois anteriores, mas relevante. De fato, os países que receberam um grande número de refugiados ou migrantes econômicos (entre o período de 2010 a 2020 (quatorze países ou regiões tiveram um fluxo líquido de entrada de mais de um milhão de pessoas) podem oferecer uma maior expectativa de vida para os recém-chegados.
CONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
O crescimento da população mundial tem aspectos positivos para o desenvolvimento sustentável da sociedade, mas também provoca efeitos negativos no planeta. A seguir, enumeramos os mais importantes:
Acelera as mudanças climáticas
As mudanças climáticas referem-se às alterações do clima atribuídas, direta ou indiretamente, às atividades humanas. Portanto, quanto mais seres humanos, maior será o impacto. Aqui entram em jogo os gases de efeito estufa que se acumulam na atmosfera e retêm calor aumentando seus efeitos e contribuindo para a elevação da temperatura média do planeta.
Diminui a segurança alimentar
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a segurança alimentar ocorre quando todas as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais. A explosão demográfica afeta os fundamentos da segurança alimentar, ou seja, sua disponibilidade, estabilidade, acesso e consumo.
Incide na perda de biodiversidade
A perda de biodiversidade se refere à diminuição ou desaparecimento da diversidade biológica, ou seja, a variedade de seres vivos que habitam o planeta. O crescimento populacional tem consequências na biodiversidade ao intensificar a atividade humana e a presença do artificial sobre o natural, fenômeno conhecido como antropoceno.
Superexploração dos recursos
Os seres humanos estão esgotando os recursos naturais do planeta. É o que adverte o Fundo Mundial para a Natureza (WWF): a atual superexploração dos recursos naturais está gerando um enorme déficit, pois anualmente se consomem 20 % a mais em relação à quantidade regenerada e essa porcentagem continua aumentando.
PROJEÇÕES E TENDÊNCIAS NA EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
Após estabelecer tanto as causas quanto as consequências do crescimento da população mundial, cabe perguntar-se: como será sua evolução? A seguir, contrapomos as estimativas já indicadas pela prestigiada revista médica The Lancet e pela ONU:
- The Lancet. Essa publicação afirma que o pico populacional será alcançado em 2060, chegando a 9,7 bilhões de habitantes na Terra. Nessa altura a população irá decrescendo até situar-se em 8,8 bilhões de habitantes em 2100. O fator-chave para que isso ocorra será a melhoria generalizada e precoce da educação da mulher. O maior acesso a métodos contraceptivos também proporcionará um crescimento demográfico mais lento.
- ONU. De acordo com suas previsões, em 2050 a população da África Subsaariana poderia dobrar e a Índia ultrapassaria a China como país mais populoso, o que levaria o planeta a ter 9,7 bilhões de habitantes. A principal divergência em relação à previsão da The Lancet é afirmar que o crescimento não parará durante a segunda metade do século XXI e que, consequentemente, o planeta alcançará seu ponto populacional máximo no final do século, ultrapassando a cifra de mais de 11 bilhões de habitantes.
Mas independentemente dessas previsões, a humanidade tem um desafio pela frente: minimizar o impacto do crescimento populacional e, por conseguinte, das mudanças climáticas. Para evitar que o planeta seja conduzido a uma situação limite, é crucial trabalhar conjuntamente para reduzir a pegada de carbono, construir infraestruturas e edificações em linha com um desenvolvimento urbano sustentável, promover a mobilidade inteligente e sustentável, favorecer a economia circular e o consumo responsável, fomentar as energias renováveis, etc.