Você diria que existe uma relação entre o tamanho da população é o consumo de água explique

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Frequentemente nos deparamos com reportagens e campanhas de conscientização afirmando que o consumo doméstico da água é muito elevado e que nós precisamos adotar medidas para realizar uma maior economia desse importante recurso natural, haja vista que a água é o bem mais estratégico do planeta e que pode entrar em escassez caso não haja a sua conservação.

Embora seja importante que nós, em nossas casas, procuremos evitar o consumo exagerado de água, o uso doméstico não é o principal responsável por esse elevado consumo. Se analisarmos detalhadamente as atividades que mais consomem água no mundo e também no Brasil, constataremos que existem várias atividades socioeconômicas que gastam ainda mais os recursos hídricos.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é a atividade agropecuária a principal responsável pelo uso da água. De acordo com a entidade, 70% de toda a água consumida no mundo é utilizada na irrigação das lavouras, número que se eleva para 72% no caso do Brasil, que é um país com forte produção nesse setor da economia.

Depois do setor agrícola, vem a atividade industrial, que é responsável por 22% do consumo de água no mundo. Somente depois vem o uso doméstico, que é responsável por cerca de 8% de toda a utilização dos recursos hídricos. Esse cenário revela que não apenas as casas e os comércios devem economizar, mas também os setores primário e secundário da economia, adotando medidas de contenção da utilização de água.

Se considerarmos apenas a chamada água virtual do mundo, ou seja, a quantidade de água empregada para a produção econômica sem contar o consumo direto, a agricultura passa a deter 67% da utilização de água, seguida pelo cultivo de animais, com 23%, e depois pela indústria, com 10%. Isso significa que as medidas de economia da água inevitavelmente perpassam pela adoção de medidas no espaço rural.

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Para se ter uma ideia dessa diferença de consumo, vamos considerar alguns exemplos: para produzir 1 kg de carne de boi, são utilizados 15,4 mil litros de água; uma camiseta de algodão custa 2,5 mil litros; uma tonelada de aço leva 300 mil litros; e um carro gasta mais de 400 mil. No meio agrícola, a soja é uma das campeãs, com 1,8 mil litro para cada quilo produzido – lembrando que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais desse produto.

Ainda segundo a FAO, a agricultura é o setor da economia que mais necessita da imposição de medidas de redução do consumo de água, pois cerca de 60% de toda a água empregada na irrigação estaria sendo perdida por desperdício. Assim, os mesmos estudos apontam que uma redução de 10% dessa perda seria o suficiente para abastecer o dobro da população mundial atual, em termos de média estatística.

Assim sendo, algumas das medidas é a adoção de formas alternativas de irrigação, tais como o gotejamento. Nesse processo, em vez de haver desperdício gerado pela irrigação comum, é utilizado um sistema em que apenas algumas gotas são utilizadas para umedecer os solos e garantir ao vegetal cultivado o suficiente para a sua sustentação. Se medidas como essa se difundirem no meio rural do Brasil e do mundo, milhões de litros de água deixarão de ser desperdiçados.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

A água, além de ser um importante e vital elemento da natureza, é um recurso natural de caráter eminentemente estratégico, sendo apontado por muitos como o grande pivô das principais disputas geopolíticas do século XXI em detrimento do petróleo. Para entender melhor a questão da importância desse elemento, vamos acompanhar como ocorre o consumo de água no mundo com vistas a comparar esse consumo com as reservas disponíveis.

Em linhas gerais, o consumo de água aumentou de forma considerável em todo o planeta ao longo do tempo. Em 1900, o mundo consumia cerca de 580 km³ de água; já em 1950, esse consumo elevou-se para 1400 km³, passando para 4000 km³ em 2000. Segundo previsões da ONU, é provável que em 2025 o nível de consumo eleve-se para 5200 km³. A despeito dessa elevação da utilização da água, registra-se também o aumento do número de pessoas sem fácil acesso à água potável, totalizando 1,1 bilhão em todo o planeta a sofrer com esse problema.


Gráfico com o consumo mundial de água

Além da utilização exagerada na área doméstica e no plano individual, soma-se o intensivo consumo de água nas atividades econômicas, notadamente a agricultura e a indústria, isso sem contar o grande volume desperdiçado. Não por acaso, a maior parte do consumo mundial de água acontece nos países desenvolvidos. Os emergentes ou subdesenvolvidos consomem em menor quantidade em razão do menor acesso à água e da menor intensidade das práticas econômicas. Segundo a ONU, o consumo dos países centrais é seis vezes maior do que o consumo dos países periféricos.

A questão da falta d'água é um problema dramático para muitas localidades do globo. Em algumas regiões da Índia, vive-se o problema da escassez hídrica física, ou seja, quando o consumo da população é maior do que o ritmo de renovação das reservas de água pelo ciclo hidrológico.

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Em alguns países da África, há o problema da escassez hídrica econômica, que é quando o acesso à água é restrito não pela falta de reservas, mas pela ausência da infraestrutura necessária para transportar e distribuir o recurso para a população em geral.

O Qatar vive um problema ainda pior, uma vez que o país, em função de sua localização e restrita extensão territorial, não apresenta reservas de água em praticamente todo o seu espaço. Por isso, o governo local recorre ao processo de dessalinização da água do Golfo Pérsico.

A seguir, você poderá conferir a lista* dos países que mais consomem água no mundo em valores per capita (litros por pessoa) em comparação com alguns dos que menos consomem ou que apresentam utilização moderada.

Lista de utilização diária média por pessoa dos países:

Estados Unidos – 575 litros por pessoa

Austrália – 495 litros por pessoa

Itália – 385 litros por pessoa

Japão – 375 litros por pessoa

México – 365 litros por pessoa

França – 285 litros por pessoa

Brasil – 185 litros por pessoa

Peru – 175 litros por pessoa

Reino Unido – 150 litros por pessoa

Índia – 135 litros por pessoa

China – 85 litros por pessoa

Nigéria – 35 litros por pessoa

Etiópia – 15 litros por pessoa

Recomendado pela ONU – 110 litros por pessoa

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* Fonte dos dados: Guia do Estudante (Editora Abril, 2009).


Por Me. Rodolfo Alves Pena

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