Como a seiva bruta chega até as folhas?

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

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As diversas substâncias que são transportadas pelos tecidos condutores das plantas vasculares são chamadas de seiva. Os tecidos condutores são o xilema e o floema. Ambos percorrem todo o corpo da planta, formando um sistema contínuo de tecidos vasculares. As substâncias transportadas pelo xilema recebem o nome de seiva xilemática (ou seiva bruta), e as transportadas pelo floema constituem a seiva floemática (ou seiva elaborada).

Seiva escorrendo de uma folha cortada. Foto: Pedro Turrini Neto / Shutterstock.com

O xilema, também chamado de lenho, é o principal tecido condutor de água nas plantas vasculares. Além da água, a seiva xilemática inclui nutrientes minerais. As células condutoras, denominadas de elementos traqueais, são de dois tipos: as traqueídes e os elementos de vaso. Ambas as células são alongadas e possuem parede celular secundária. Na maturidade são células mortas que perdem seu protoplasto, o correspondente a parte viva da célula, constituído pelo citoplasma, núcleo e a membrana plasmática. As traqueídes são células menos especializadas e estão presentes nas plantas sem sementes e nas gimnospermas, sendo que as angiospermas apresentam tanto elementos de vaso como traqueídes.

A teoria do movimento da água pelo xilema é chamada de teoria da tensão e coesão. As plantas perdem diariamente uma grande quantidade de água através da transpiração, o que causa uma redução no potencial hídrico das células. Isso faz com que as células ganhem água de outras células vizinhas até que essa cadeia de eventos atinja um dos feixes vasculares, passando a exercer uma “sucção” ou tensão na água do xilema. Devido a coesão das moléculas de água, essa tensão é transmitida até as raízes, fazendo com que elas retirem água do solo. Essa água é transportada para cima pelo xilema, chegando até as células que estão perdendo água devido à transpiração.

A seiva floemática transporta os açúcares produzidos durante a fotossíntese, além de outras substâncias como aminoácidos, lipídios, micronutrientes, hormônios e proteínas. Certos vírus também são transportados nesta seiva. Ao contrário do xilema, as células condutoras do floema permanecem vivas na maturidade. Suas principais células são as células crivadas que são típicas das gimnospermas, e os elementos do tubo crivado, exclusivos das angiospermas. As células crivadas são alongadas e delgadas, apresentando áreas crivadas com poros estreitos ao longo de toda a célula. Já os elementos do tubo crivado são células mais curtas e contém poros maiores em algumas partes das áreas crivadas, que recebem o nome de placas crivadas. Essas placas geralmente estão localizadas nas paredes terminais. As células condutoras do floema estão associadas com células do parênquima denominadas de células companheiras nas angiospermas, e células albuminosas nas gimnospermas, que são importantes para a nutrição desse tecido.

O transporte de fotoassimilados, ou seja, dos produtos da fotossíntese, na seiva floemática segue o padrão fonte-dreno. As fontes incluem os tecidos fotossintetizantes, especialmente as folhas, e os tecidos de armazenamento. Os drenos são todas as outras partes da planta que dependem da importação de fotoassimilados para suprimirem suas necessidades nutricionais. Como exemplo de dreno pode-se citar os frutos em desenvolvimento.

Referências bibliográficas:

Appezzato-da-Glória, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. 2006. Anatomia Vegetal. 2ª ed. Viçosa: Ed. UFV, 438 p.

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/biologia/seiva/

Consideramos que seiva são os líquidos que preenchem os espaços internos da planta, podendo ser classificada em duas categorias.

A solução de água com nutrientes minerais obtidos do ambiente através das raízes é denominada seiva bruta e deve ser levada até as folhas através de um tecido formado por vasos, o xilema. Ao chegar nas folhas, a água da seiva bruta é utilizada na produção de uma nova solução que contém açucares produzidos na fotossíntese e outros componentes orgânicos, formando-se em seiva elaborada. Esta é enviada às raízes, nutrindo suas células, através de outro tecido vascular, o floema.

O xilema e o transporte de seiva bruta

O xilema ou lenho é constituído por células tubulares mortas dispostas em colunas. As de maior calibre são chamadas de elementos de vaso e as de menos calibre, de traqueídes.

A morte das células xilemáticas decorre da deposição de uma substância endurecedora, a lignina.

Mecanismo de transporte da seiva bruta

Há três fatores cooperativos na condução da seiva bruta ao longo do corpo vegetal: pressão positiva da raiz, capilaridade dos vasos e sucção das folhas.

Pressão positiva da raiz é a força da água que entra neste órgão por osmose, empurrando a coluna líquida já estabelecida no xilema para cima. Porém, só é efetiva para elevar significativa a seiva bruta em plantas herbáceas e pequenos arbustos. A capilaridade é a tendência natural da água subir em ductos finíssimos devida à adesão das moléculas de água em suas paredes. Mas, é a sucção gerada nas folhas a força realmente capaz fazer a seiva bruta subir pelo xilema de árvores. Dixon elaborou a teoria da sucção-coesão-tensão, a mais aceita hoje para explicar a ascensão da seiva bruta. Segundo esta, a perda de água por transpiração nas folhas gera uma força de sucção sobre as moléculas de água no xilema. Como essas moléculas possuem coesão (uma força de atração devida à interação por pontes de Hidrogênio), uma puxa a outra e a coluna de água contínua dentro de cada vaso se comporta como uma corda em estado de tensão, subindo.

Dessa forma, concluÍmos que quanto maior for a transpiração da planta, maior serão a absorção de seiva bruta na raiz e sua velocidade de condução pelo xilema sob uma pressão negativa (tensão). Fica evidente a importância do reforço de lignina nas paredes dos elementos de vaso para impedir o colapso dos mesmos submetidos à força de sucção. Se fossem moles, as células teriam coladas as suas paredes, o que interromperia a passagem da seiva.

O floema e o transporte da seiva elaborada

O floema é um tecido possuidor de dois tipos celulares vivos: os elementos de vaso crivado são células tubulares desprovidas de núcleo e vacúolo condutoras de seiva elaborada. Cada uma de suas extremidades possui uma placa crivada. As células companheiras são nucleadas e não atuam diretamente na condução de seiva, mas sustentam a produção de substâncias essenciais ao metabolismo dos elementos de vaso crivado, mantendo-os vivos.

Quando um elemento de vaso crivado é danificado e há risco de extravasamento de seiva pela região lesada uma substância denominada calose se deposita sobre os poros de sua placa crivada, interrompendo o fluxo de líquido pelo vaso. O mesmo ocorre na presença de agentes causadores de doenças de plantas – como vírus fungos e bactérias – no floema para isolar os vasos infectados dos vasos sadios.

Mecanismo de transporte da seiva elaborada

Ernst Münch elaborou em 1930 a teoria do fluxo de massa, a mais aceita atualmente para explicar o transporte de seiva elaborada sob pressão no floema. Segundo esta, a água da seiva bruta que chega pelo xilema ao órgão de maior pressão osmótica (geralmente, a folha) penetra em seus vasos floemáticos por osmose, empurrando a massa de seiva elaborada neles presente em direção ao órgão de menor pressão osmótica (geralmente, a raiz). Tal proposição foi testada com sucesso através do seguinte modelo experimental:


Pulgão sugando seiva elaborada

Na planta, a contínua produção de solutos orgânicos pelas folhas e o retardo do fluxo de líquido pelas placas crivadas do floema impedem o equilíbrio das concentrações entre a fonte e o dreno de seiva elaborada.
interessante lembrar que os insetos afÍdeos (pulgões), conhecidos parasitas sugadores da seiva elaborada de plantas foram importantes indicadores de que esta flui sob pressão, e não sob tensão como a seiva bruta. Ao atingirem o floema com seus aparelhos bucais picadores esses insetos permitem que a pressão da seiva bruta a faça atravessar seu tubo digestório e sair pelo ânus, como se pode ver na figura ao lado.

Anel de Malpighi

A maior parte das plantas atuais, incluindo as grandes árvores, estão no grupo das angiospermas dicotiledôneas. Entre estas a distribuição dos vasos no caule é organizada de tal forma que os vasos xilemáticos formam um cilindro central maciço coberto por um outro cilindro constituído pelos vasos do floema, os quais se encontram aderidos à casca da planta.

Assim, ao retirarmos um anel completo da casca de uma árvore estaremos destruindo nesta região os seus vasos floemáticos. Quando executado no caule principal, este procedimento resulta na interrupção do fluxo de açúcares em direção à raiz, a qual não os produz, mas depende deles para a manutenção de suas células. A raiz passa, então, a utilizar-se de suas reservas de amido como fonte de carboidratos. O fim

das reservas resulta na morte das células radiculares, impedindo a absorção de água e nutrientes minerais. Assim, a parte aérea da planta também morre posteriormente. Logo após a formação do anel é possível verificar inchaço do caule acima do corte.

Se o anel de Malpighi for feito especificamente em um galho da planta, este acumulará mais açúcares na região acima do corte, onde pode-se verificar maior desenvolvimento das estruturas caulinares, maior facilidade na floração e a produção de frutos maiores e mais doces. Como a raiz continuará recebendo seiva elaborada de outros ramos Íntegros não haverá prejuízo ao desenvolvimento da planta.

Como a seiva bruta chega as folhas?

Condução das seivas Os tecidos condutores dos vegetais superiores são o xilema e o floema. O xilema é o responsável pelo transporte da água e dos sais minerais captados pela raiz do vegetal (seiva bruta), já o floema transporta os nutrientes produzidos nas folhas (seiva elaborada) para toda a planta.

Como acontece o transporte da seiva nas plantas?

Plantas vasculares: o transporte da seiva ocorre em vasos condutores formados pelos tecidos condutores. Os vasos que transportam a seiva bruta ou mineral da raiz para as folhas são denominados lenhosos. O conjunto de vasos lenhosos de uma planta e tecidos associados a eles são chamados de xilema ou lenho.

Onde circula a seiva bruta?

Seiva bruta é a solução aquosa de sais minerais que, nas plantas vasculares, é absorvida pelos pêlos radiculares e é encaminhada até a endoderme por duas principais vias: a via extracelular (apoplastástica) e a via intracelular (simplástica).

Como a seiva bruta sobe pelo xilema?

Existem dois modelos explicativos da ascensão da seiva bruta ao longo do xilema, contra a gravidade. A hipótese da pressão radicular defende que a entrada de sais minerais no xilema, por transporte ativo, seguida da entrada de água, por osmose, gera uma pressão ao nível das raízes, capaz de fazer subir a água.

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