Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?

2. Queijo e Iogurte

A vida seria mais difícil sem a invenção do queijo. Não teríamos pizza a quatro queijos, nem bolinho de queijo, muito menos o fondue. E para produzir este alimento tão fundamental para a culinária e para o nosso dia-a-dia contamos com a “mão de obra” das bactérias do gênero Lactobacillus, responsáveis pela fermentação láctica. Iogurtes, leite fermentado e outras bebidas lácteas também são produzidos a partir da fermentação destes microorganismos.

Estas bactérias promovem o desdobramento do açúcar do leite, a lactose, em ácido láctico. O ácido produzido coagula as proteínas do leite formando o coalho, que dependendo de outros processos bioquímicos resultará em diversos tipos de queijos, iogurtes, etc.

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?
Queijo
A fabricação do queijo consta de várias etapas, sendo a pasteurização do leite a inicial. Depois é adicionado o fermento com as bactérias lácticas. A maioria dos queijos utilizam bactérias como as Lactococci, Lactobacilli ou Streptococci. Além destas, na Suíça ainda é utilizado a Propionibacter shermani, que produz bolhas de gás de dióxido de carbono durante a maturação do queijo, resultando no queijo suíço ou Emmental, aquele cheio de furinhos.

Como consequência da degradação da lactose pelas bactérias se obtém ácido láctico. Este desnaturaliza as proteínas do leite, basicamente a caseína, que precipitam arrastando com elas a gordura.

Para cada tipo de queijo, diversos processos serão feitos objetivando determinado resultado. Alguns passam por maturação. Outros, como o queijo roquefort e camambert recebem ainda a adição dos respectivos fungos Penicillium rocheforti e Penicillium camamberti, que agem garantindo características peculiares de textura, aparência e sabor.

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?
Iogurte
O iogurte também é um produto do leite fermentado, no qual Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus são os microrganismos dominantes, embora o iogurte seja produto de uma flora mista de microrganismos.

Durante a fermentação, as bactérias do iogurte crescem produzindo ácido láctico e compostos aromáticos, formando o coágulo. No início da fermentação, a acidez do leite favorece o crescimento do Streptococcus thermophilus, estimulado também por alguns aminoácidos livres, especialmente valina, produzidos pelo Lactobacillus bulgaricus, o que provoca o aumento da acidez. Nesta fase, o Streptococcus thermophilus libera ácido fórmico, um estimulante do desenvolvimento do Lactobacillus bulgaricus.

Com o aumento da acidez, o pH aproxima-se de 4,6, que é o ponto isoelétrico da caseína, que coagula. A fermentação prossegue até que a acidez atinja de 85 a 90°D.

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?

O iogurte é um produto lácteo fresco, obtido pela fermentação do leite com cultivos pró-simbióticos de Streptococcus thermophillus e Lactobacillus bulgaricus.

O processo de fabricação do iogurte envolve muita tecnologia e ingredientes de qualidade.

Estudos da bioquímica do leite chegaram ao processamento desse produto. A produção do iogurte tem início na seleção das matérias-primas como o leite, o leite em pó e o açúcar.

A partir daí, o processamento é dividido em várias etapas, listadas a seguir.

Produção do iogurte

Mistura

Padronização do leite no teor de gordura desejável e adição de todos os ingredientes em um tanque hermético, que não permite a entrada de qualquer corpo estranho e/ou bactérias indesejáveis.

Mistura-se, em diferentes tanques, iogurtes lights (0% de gordura e sem adição de açúcar) e iogurtes com gordura (cremosos ou líquidos).

Homogeneização

A mistura dos produtos com gordura passa por um equipamento chamado homogeneizador, o qual trabalha por meio de alta pressão.

A homogeneização tem como objetivo reduzir o tamanho dos glóbulos de gordura e obter, no produto acabado, uma consistência lisa e cremosa.

Pasteurização

Um equipamento chamado pasteurizador aquece toda a mistura do iogurte, a fim de eliminar todas as bactérias indesejáveis que possam estar presentes na mistura.

Fermentação

A lactose (o açúcar do leite) é transformada em ácido láctico, que será o agente da coagulação do leite.

São usadas duas bactérias para a transformação da lactose em ácido lático: Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus.

A fermentação ocorre a uma temperatura de 42 a 43º C durante aproximadamente 4 horas. Nesse tempo, a formação de acidez e de aroma é monitorada.

Cultura do iogurte

A cultura do iogurte é uma associação do Streptococcus thermophillus e do Lactobacillus bulgaricus.

O pH e a temperatura para o desenvolvimento do Streptococcus thermophillus estão compreendidos em 6,8 e 38° C, enquanto que para o Lactobacillus bulgaricus estão compreendidos em 6,0 e 43° C. O primeiro chega até 90° Dornic de acidez, enquanto que o segundo vai até 140° Dornic.

A cultura do iogurte deve conter um percentual igual dos dois germes. Do contrário, não se obterá a consistência e a característica desejável do odor no produto industrializado.

Só é possível manter as duas linhagens de germes em estabelecimentos que possuam laboratório bem equipado e técnicos treinados. Isso permite que sejam observadas as características de cada tipo. Entretanto, na associação das duas culturas, já é orientada a virulência ou força de desenvolvimento pelos seguintes fatores:

  • porcentagem de cultura empregada;
  • temperatura mantida no decorrer da fermentação;
  • tempo decorrido ou de permanência na estufa.

Na fermentação do iogurte, os thermophillus desenvolvem-se inicialmente com grande intensidade para dar ambiente favorável aos bulgaricus, os quais intensificam seu desenvolvimento em seguida.

Assim, as duas culturas se completam, mas é preciso que estejam sempre em igualdade de porcentagem. Por isso, é importante que haja um controle das culturas, a fim de que se certifique o equilíbrio, bem como as prováveis contaminações.

Deve-se ter em mente que uma cultura contaminada é um desastre na produção industrial de iogurte.

De acordo com a norma sanitária, o iogurte deverá ser elaborado com leite que satisfaça as especificações previstas para o consumo, e deverá ser de ótima qualidade. As culturas deverão ser selecionadas, próprias e mantidas em pleno vigor.

Composição do iogurte

A composição do iogurte depende da classe do leite empregado, da técnica de trabalho, do grau de evaporação, do tempo de incubação, da qualidade e da composição da flora microbiana.

O iogurte poderá ser obtido de leite de qualquer espécie leiteira, além da de vaca, integral ou modificada, de preferência reduzida por evaporação a 2/3 do seu volume inicial.

O iogurte genuíno é produzido pela associação em partes iguais, das seguintes bactérias:

  • Termo-bacterium yoghourtii ou Streptobacterium ou Plocamum yoghourtii;
  • Termo-bacterium bulgarium;
  • Streptococcus thermophilus.

Cada uma dessas bactérias confere ao produto uma característica especial. A bactéria deverá apresentar germes vivos da flora normal, não podendo conter impurezas nem qualquer elemento estranho à sua composição.

Resfriamento: quando o produto atinge a acidez desejada, ele é resfriado e enviado a outro tanque hermético, tomando-se todo cuidado para que nenhuma das características até então obtidas sejam perdidas.

Adição de base frutas: oproduto recebe a polpa de frutas ou pedaços delas, de acordo com suas características.

Embalagem: o iogurte é embalado em máquinas de alta tecnologia sem nenhum contato manual, mantendo-se assim toda a sua qualidade e frescor.

Conservação: a temperatura ideal para conservação do iogurte varia de um a 10º C e seu tempo de validade é de 35 dias.

Todas as etapas de fabricação do iogurte são acompanhadas cuidadosamente pelos técnicos do controle de qualidade. Assim, os produtos finalizados são liberados para o consumidor mediante aprovação técnica.

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?

Como atuam as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus na produção do iogurte?

Como referenciar: "Fabricação do iogurte" em Só Nutrição. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 24/12/2022 às 18:59. Disponível na Internet em http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/iogurte/

Como atuam as bactérias do iogurte?

O processo de fermentação do leite para a produção do iogurte é feito por bactérias que consomem lactose (um açúcar) e libertam ácido láctico. Este ácido vai provocar a coagulação de algumas proteínas – as caseínas – ou seja, vai formar-se uma massa que envolve os restantes componentes do leite.

Quais são as bactérias que atuam na transformação de leite em iogurte?

Porque o leite fervido, misturado ao iogurte, virou também iogurte? As bactérias benéficas Streptococcus thermophilus e Lactobacilos bulgaricus são as responsáveis por tal “transformação”, uma vez que se reproduziram em razão das ótimas condições de temperatura (+-40ºC) e disponibilidade de alimento.

Como ocorre a simbiose entre s thermophilus e L bulgaricus?

thermophilus, estimulado por alguns aminoácidos livres (especialmente a valina), produzidos pelo Lactobacillus bulgaricus, provocando um aumento da acidez. Nessa fase, o Streptococcus thermophilus libera ácido fórmico, que é estimulante do desenvolvimento do Lactobacillus bulgaricus.

Como ocorre a produção de iogurte?

As etapas de fabricação do iogurte são: Recepção de Leite, Mistura, Pasteurização, Homogeneização, Fermentação, Resfriamento e Embalagem.