Aumentos na inflação podem ocasionar a desvalorização da moeda nacional e a diminuição do poder de compra da população, o que se dá de forma ainda mais acentuada quando não há reajustes nos salários. Show
Confira no nosso podcast: Entendendo os setores da economia Tópicos deste artigoResumo sobre inflação
O que é inflação?A inflação, chamada também de taxa de inflação, é uma variável econômica que corresponde ao aumento dos preços dos bens e serviços de um país em um período de tempo determinado. Quando os salários não são ajustados em conformidade com a inflação, a flutuação no valor final das mercadorias e dos serviços condiciona uma diminuição do poder de compra da população, que experimenta um aumento no custo de vida. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Quais são as causas da inflação?Diversas causas estão associadas ao aumento dos preços de bens e serviços, que tem origem nas ações e políticas governamentais, no processo produtivo, na demanda e até mesmo nas especulações que são feitas a respeito do comportamento futuro da própria inflação. Veja abaixo quais são essas causas e uma breve explicação sobre cada uma delas.
Leia também: Commodities — mercadorias comercializadas em larga escala no mercado internacional Quais são os tipos de inflação?A inflação pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com os fatores que a ocasionaram. A seguir descrevemos quatro tipos de inflação que são os mais recorrentes.
Consequências da inflaçãoA inflação, conforme descreve o Banco Central do Brasil, é responsável por criar um cenário de incertezas na economia de um país. Com a inflação acima da média, ou quando não há reajustes de salários, há um aumento no preço relativo de mercadorias, bens e serviços que afetam diretamente a população, em especial a parcela mais pobre, que tem o seu poder de compra reduzido. Notamos os efeitos da inflação principalmente por meio do encarecimento dos produtos no mercado, nos postos de combustível e também na elevação do valor dos serviços utilizados cotidianamente. Outra consequência da inflação é a desvalorização da moeda nacional. Com isso, os produtos importados se tornam mais caros, o que pode onerar até mesmo a produção local, elevando os custos produtivos. Em uma conjuntura como essa, os investimentos internacionais tendem a desacelerar, uma vez que o cenário instável se torna pouco atrativo. Algumas possíveis medidas para reduzir a inflaçãoExistem algumas medidas que podem ser tomadas tanto pelos governos nacionais quanto pelos agentes privados para reduzir a inflação. É preciso pontuar, entretanto, que muitas dessas medidas terão efeito a médio ou longo prazo, e algumas delas geram impactos nem sempre positivos para a população. Abaixo, listamos as duas principais medidas que são apontadas como possíveis soluções para a inflação:
Inflação brasileiraO cálculo da inflação no Brasil é realizado por meio de dois índices de preço, os quais estão descritos brevemente abaixo.
Desde o final da década de 1990, a política monetária brasileira conta com um regime de metas de inflação, que é definido todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse indicador tem como principal objetivo nortear o planejamento econômico nacional, evitando um possível descontrole do regime de inflação. Nem sempre, no entanto, a meta estabelecida é atingida. A inflação brasileira tem experimentado um período recente de muita oscilação, o que é decorrente da conjuntura política e econômica interna, além de fatores externos que são capazes de influenciar diretamente os preços das mercadorias e dos serviços nacionais, como a pandemia, crises políticas internacionais que afetam a cotação dos produtos e flutuações no câmbio. Leia também: Pobreza no Brasil — dados sobre esse grave problema socioeconômico que atinge nosso país Inflação mundialOs índices inflacionários do Brasil têm seguido uma tendência mundial, que é a de aumento dos preços de mercadorias e serviços. De acordo com dados recentes publicados pelo Fórum Econômico Mundial|1|, a maioria dos países desenvolvidos experimentou nos últimos anos um aumento na taxa de inflação, que, em alguns casos, mais do que dobrou. Em muitos desses países, variações como essa não eram registradas há várias décadas. Os fatores que têm influenciado a taxa de inflação no mundo são diversos, desde a pandemia e a resposta dos governos à crise sanitária instalada em 2020 até as incertezas no cenário político internacional, com disputas comerciais e guerras por território ocorrendo ao mesmo tempo. A Turquia e Israel são os dois países em que a inflação cresceu de forma acelerada no último ano. Por outro lado, países como Indonésia, Japão e Arábia Saudita registraram as menores variações. História da inflaçãoA história econômica brasileira é marcada por períodos de oscilação na inflação. No entanto, o país passou por um momento atípico de hiperinflação ou inflação galopante, que aconteceu durante as décadas de 1980 e 1990, quando a inflação anual chegou a quase 500% ao ano na última década do século XX. Apenas a título de comparação, um aumento superior a 10% ao ano já é considerado preocupante.|2| Muito embora o descontrole inflacionário no país tenha iniciado após as crises do petróleo, portanto por causas externas, fatores internos acumularam com o passar do tempo e contribuíram para a deflagração do problema. Durante esse período, os preços no mercado variavam praticamente todos os dias, com uma queda bruta do poder de compra da população, o que afetou sobretudo as famílias mais pobres. Uma série de políticas monetárias foi elaborada pelo governo a fim de conter a inflação, culminando no Plano Real de 1994, no mesmo período em que a taxa de inflação brasileira chegava a 5000%. Dentre as medidas implantadas pelo Plano Real estavam a desindexação de preços, o aumento dos impostos federais e a abertura econômica brasileira, que deu início às privatizações. As medidas surtiram efeito na economia e houve equilíbrio na inflação, além da equiparação do real ao dólar. Em uma escala mundial, períodos de descontrole inflacionário nos países coincide com momentos de grande instabilidade política e econômica, como foi o caso das duas guerras mundiais, quando países como a Hungria chegaram a registrar, em 1946, taxas diárias de 207%|3|. Um exemplo mais recente é o do Zimbábue, cujas transformações na estrutura produtiva e territorial interna e a intervenção na Guerra do Congo ocasionaram um cenário de taxas inflacionárias de 98% ao dia em 2008.|4| Notas |1| DESILVER, Drew. Research from 44 countries shows levels of rising inflation across the world. World Economic Forum, 23 jun. 2022. Disponível aqui. |2| ROSSI, Pedro; CARMO, Heron; MARÇAL, Emerson; SILBER, Davi Simão; SCHWARTSMAN, Alexandre. Como os governos controlam a inflação? In: G1 explica a inflação, [S.I.]. Disponível aqui. |3| UCHOA, Pablo. Como se resolveram os 5 maiores episódios de hiperinflação da história. BBC News Brasil, 16 set. 2018. Disponível aqui. Como o governo controla a quantidade de moeda existente na economia?Então, para reduzir a quantidade de moeda disponível na economia, o governo pode vender títulos públicos, aumentar o depósito compulsório ou, ainda, ser mais restritivo ao redesconto, cobrando taxas maiores ou reduzir os prazos, gerando, com isso, uma menor disponibilidade de dinheiro.
Como o governo controla a oferta de moeda?O Banco Central (BC) é responsável por controlar a quantidade de moeda que circula na economia por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM). Sendo assim, as medidas de Política Monetária adotadas visam o equilíbrio da economia, alterando a oferta de moeda e definindo as taxas de juros.
Quem determina a quantidade de moeda na economia?Oferta e demanda de moeda
A moeda é ofertada em uma economia pelo Banco Central (BC), que possui o poder de literalmente imprimir dinheiro. Mas há outros meios do Banco Central interferir da quantidade disponível de moeda, como: Política Monetária: o que é e como ela impacta a economia?
Quando o governo emite moeda uma quantidade maior?A inflação é a expansão monetária, pela impressão de moeda ou aumento da oferta de crédito. É o aumento da quantidade de dinheiro disponível na economia acima do crescimento da produtividade.
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