Como os trabalhadores reagiram às condições de trabalho no começo da Revolução Industrial?

O desenvolvimento dos ambientes fabris proporcionou uma forte demanda por um amplo número de trabalhadores. As fábricas necessitavam de uma mão-de-obra capaz de seguir o ritmo das encomendas e das projeções de lucro dos industriários da época. Dessa forma, em curto espaço de tempo, um amplo conjunto de trabalhadores foi recebido pelas indústrias instaladas nos centros urbanos. Chamados de operários, esses trabalhadores eram figuras típicas de um novo cenário urbano em formação.

As máquinas eram os novos meios de produção da riqueza econômica e o seu alto valor fazia com que apenas as classes economicamente abastadas tivessem condições de adquiri-las. Dessa forma, pontuamos que a revolução industrial separou os trabalhadores dos meios de produção. A figura do artesão possuidor de suas técnicas e ferramentas perdeu lugar para o operário submetido ao ritmo e às tarefas do maquinário. Não participando de todo o processo produtivo e afastado dos meios de produção, o operário desconhecia o valor da riqueza por ele produzida.

Subjugado por essa situação, o operário transformava sua mão-de-obra em uma mercadoria vendida a um preço determinado por seu patrão. Com a grande leva de pessoas que procuravam o trabalho nas fábricas, o preço estipulado pela força de trabalho do operário caia em função da grande disponibilidade de trabalhadores dispostos a venderem sua mão-de-obra sob as exigências impostas pelo patrão. Dessa maneira, nas primeiras fábricas, havia um aglomerado de trabalhadores se submetendo a extensas cargas horárias recompensadas por salários irrisórios.

A baixa remuneração para o trabalho repetitivo das fábricas obrigava que famílias inteiras integrassem o ambiente fabril. Por um salário ainda menor, mulheres e crianças eram submetidas às mesmas tarefas dos homens adultos. Ao mesmo tempo, as condições de trabalho oferecidas nas fábricas eram precárias. Sem instalações apropriadas e nenhuma segurança, as fábricas ofereciam risco de danos à saúde e à integridade física dos operários. As mortes e doenças contraídas na fábrica reduziam consideravelmente a expectativa de vida de um operário.

Tantas adversidades acabaram motivando as primeiras revoltas do operariado. Sem ter uma organização muito bem ideologicamente orientada, as primeiras revoltas se voltavam contra as próprias máquinas. Entre 1760 e 1780, as primeiras revoltas de operários foram registradas em alguns centros urbanos da Inglaterra. Logo, uma lei de proteção e assistência aos trabalhadores urbanos empobrecidos, conhecida como Lei Speenhamland, foi decretada com o intuito de amenizar os conflitos operários desenvolvidos nos centros urbanos da Inglaterra.

Ainda assim, os movimentos operários continuaram a existir sob a influência de outras orientações. No início do século XIX, o movimento ludita (ou ludismo) incentivava a destruição das máquinas industriais. Essas eram encaradas como as principais responsáveis pelos acidentes e o grande número de desempregados substituídos por tecnologias que exigiam uma mão-de-obra ainda menor. Anos mais tarde, o cartismo exigiu a participação política dos operários ingleses que, na época, não tinham direito ao voto.

Com o passar dos anos, os trabalhadores passaram a instituir organizações em prol dos seus próprios interesses. As chamadas trade-unions tinham caráter cooperativista e ao mesmo tempo político. Com sua força política representada, os trabalhadores conquistaram melhores condições de trabalho, a redução da jornada de trabalho e o direito à greve. Dessas mobilizações surgiram os primeiros sindicatos que, ainda hoje, tem grande importância para a classe trabalhadora.

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Atividades – Revolução Industrial

1.     O que foi a Revolução Indústria?

2.     O grande desenvolvimento da indústria provocou profundas transformações na vida do homem, nas relações entre as nações  e na estrutura das sociedades. Muitas cidades surgiram com a indústria. Nelas, as fábricas concentravam centenas de trabalhadores, que vendiam a sua em troca de um salário.

3.     Como passaram a viver os operários a partir da Revolução Industrial? Os operários passaram a viver em condições miseráveis. Homens, mulheres e até crianças iniciavam a jornada diária muito cedo e trabalhavam de 14 a 16 horas por dia. Dentro das fábricas havia muita umidade e poeira, e o barulho era ensurdecedor. Mulheres e crianças trabalhavam o mesmo número de horas e recebiam um salário bem mais baixo que a dos homens.

4.     Como os trabalhadores reagiram às péssimas condições de trabalho no começo da Revolução Industrial? Eles passaram a lutar pela conquista de seus direitos.

A Inglaterra e a Primeira Revolução Industrial

5.     Assinale a alternativa que NÃO pode ser considerada um fator para Revolução Industrial ter se iniciado na Inglaterra:

a.     Acúmulo de capitais com a expansão marítimo-comercial e a política mercantilista. (  )

b.     Abundancia de jazidas de carvão e de ferro no solo inglês. (  )

c.      Decadência da área rural e perda de capitais dos proprietários de terras. (X)

d.     Ascensão da burguesia ao poder com a Revolução Gloriosa. (  )

A Sociedade Industrial

6.     Explique como surgiu a fábrica e como se organizou o trabalho dentro dela. A produção em larga escala, mediante a utilização de meios mecânicos, exigiu a concentração de trabalhadores em grandes unidades de produção – as fábricas, onde eles realizavam um trabalho dirigido e em conjunto. Na fábrica, consagrou-se e aperfeiçoou-se o princípio da divisão do trabalho: cada trabalhador realizava apenas uma parte do processo de produção, na qual se especializava.

7.     O sistema fabril arruinou a pequena oficina artesanal. Os  artesãos  viram-se obrigados a abandonar suas oficinas   e a procurar trabalho nas fábricas, convertendo-se em operários assalariados.

A expansão industrial – a 2ª fase da indústria

8.     Quais os países que se industrializaram após a Inglaterra, no século XIX? A França, a Bélgica, os Estados alemães, o norte da Itália, a Rússia, os Estados Unidos, o Japão e a Holanda.

9.     Quais as inovações que se destacaram na indústria a partir do século XIX? O aço e os sintéticos foram utilizados como material industrial básico e as principais fontes de energia eram a eletricidade e o petróleo. Os setores industriais também  se multiplicaram com o surgimento das indústrias siderúrgicas, petroquímica, eletroeletrônica e automobilística.

A consolidação do Capitalismo

10.                        Qual foi a ideologia da burguesia industrial? O liberalismo.

11.                        O que caracteriza o sistema econômico do capitalismo? Acúmulo de capital, propriedade privada, obtenção de lucro e trabalho assalariado.

12.                       O que mudou para os trabalhadores  na segunda fase da Revolução Industrial? Ocorreu progressiva diminuição da jornada de trabalho, bem como a regulamentação do trabalho feminino e infantil. Nesse período, os trabalhadores começaram a se organizar em sindicatos e surgiu a primeira Organização Internacional dos Trabalhadores, com o objetivo de unificar a luta operária.

As teorias sociais – muitos intelectuais questionaram os efeitos da industrialização e da ordem capitalista. As teorias sociais surgiram nos séculos XVIII e XIX.

Socialismo utópico: representada por Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blanc e Fourier, pensadores que defendiam uma sociedade mais justa, na qual haveria acordos entre capitalistas e trabalhadores. Foram chamados utópicos porque acreditavam nessa possibilidade de conciliação.

Socialismo científico: surgiu com Karl Marx e Engels, que defendiam a união e a luta do operariado contra a exploração. O socialismo científico  mostrava que uma sociedade mais justa só seria possível por meio da luta dos trabalhadores contra o poder político da burguesia, por isso Marx e Engels pregavam a necessidade de derrubar a burguesia do poder e por fim à propriedade privada.

Socialismo cristão: a Igreja Católica procurou acompanhar as inovações dos tempos e não poupou críticas à exploração capitalista dos trabalhadores. Sua doutrina foi iniciada em 1891 pelo papa Leão XIII, na encíclica “Rerum Novarum”. Por meio dela, a Igreja propôs a aproximação entre patrões e operários, a participação destes nos lucros das empresas, o salário mínimo digno, formação de sindicatos de trabalhadores e a defesa da propriedade privada.

Anarquismo: ideologia extremamente radical que defendia a revolução armada, a derrubada imediata e supressão do Estado. Os anarquistas acreditavam que o homem era capaz de viver em paz, sem a instituição do Estado. Principais representantes: Bakunin e Kropotkin.

Como os trabalhadores reagiram a Revolução Industrial?

Na verdade, as condições de vida dos trabalhadores eram precárias: eles viviam em bairros afastados das regiões centrais das cidades, suas casas eram insalubres, construídas em ruas escuras e sem pavimentação, eram mal ventiladas, não tinham água e apresentavam péssimas condições sanitárias.

Como os trabalhadores reagiram a essa situação?

Eram tempos de intensa exploração do trabalho de homens, mulheres e crianças nas fábricas. Os operários reagiram com a paralisação do trabalho e uma pauta unitária da classe, com redução da jornada para 8 horas, fim do trabalho infantil, descanso remunerado aos domingos, legislação trabalhista.

Como era a vida dos trabalhadores no início da Revolução Industrial?

Eram precárias as condições de vida e trabalho dos artesãos no início da primeira revolução industrial: as fábricas tinham um ambiente insalubre; o tempo de trabalho chegava a 80 horas semanais; os salários eram bem abaixo do nível de subsistência.

Como os trabalhadores reagiram a substituição do seu trabalho por máquinas?

Os luditas geralmente agiam secretamente, endereçando cartas anônimas aos seus patrões exigindo o fim do uso das máquinas que restringiam a oferta de emprego. Muitas vezes, organizavam grupos que invadiam fábricas e depredavam todas as máquinas presentes.