Considerando a descrição do reino de laputa e dos personagens reflita qual seria a principal intenção do autor ao escrever esse livro

Os procedimentos de leitura
Toda leitura que fazemos é orientada pelos objetivos e finalidades que temos ao realizar a leitura, e estes objetivos determinam a

escolha de procedimentos que tornarão o processo de leitura mais eficaz. Assim:

i) se estamos realizando uma pesquisa sobre determinado assunto, investigaremos quais obras podem abordar esse assunto, sele-
cionando as que nos parecerem adequadas para uma leitura posterior: leremos o título, identificaremos autor, leremos a apresentação
da obra, procurando antecipar se há alguma possibilidade de aquele portador tratar do assunto; procuraremos no índice se há algum
capítulo ou seção que aborde o tema, por exemplo;

j) nessa mesma pesquisa, selecionada a obra, procuraremos ler apenas os tópicos referentes ao assunto de nosso interesse, e não,
necessariamente, a obra toda;

k) se estivermos estudando determinada questão, leremos o texto intensivamente, procurando compreender o máximo do que foi
dito pelo autor;

l) se estivermos selecionando textos que nos possibilitem trabalhar com variedades linguísticas, por exemplo, o nosso critério será
temático e, dessa forma, buscaremos indicações sobre qual o tema e o assunto que os textos abordam;

m) se estivermos procurando revisar nosso texto para torná-lo mais adequado, buscaremos pôr todos os elementos que possam
provocar um efeito de sentido diferente daquele que pretendemos.

Como se pode ver, os objetivos que podem orientar a leitura podem ser vários:

Ler para:

Obter uma informação Obter uma informação Seguir instruções (de Aprender Revisar um texto
específica geral montagem, de orienta-
ção geográfica...)
Construir repertório – Apresentar oralmente
temático ou de lingua- um texto a uma au- Praticar a leitura em Verificar se houve com- Prazer estético
gem – para produzir diência (numa con- voz alta para uma situa- preensão (reler)
outros textos ferência, num sarau, ção de leitura dramáti-
num jornal...) ca, de gravação de áu-
dio, de representação...

A estes objetivos correspondem também vários procedimentos:

Uma leitura:

Integral Leitura sequenciada e extensiva de um texto

Inspecional Quando se utilizam expedientes de escolha de textos para leitura
Tópica posterior
De revisão
Item a item Para identificar informações pontuais no texto, localizar verbetes em
um dicionário ou enciclopédia

Para identificar e corrigir, num texto dado, determinadas inadequações
em relação a uma referência estabelecida

Para realizar uma tarefa seguindo comandos que pressupõem uma
ordenação necessária

Expressiva

Ter clareza dos objetivos que orientam a nossa leitura nos possibilitará selecionarmos os procedimentos mais adequados para
realizá-la.

Ler, como se vê, é uma atividade complexa. A proficiência leitora envolve o domínio dos aspectos discutidos acima.

Nessa perspectiva, qual é a tarefa que cabe à escola?

NA ESCOLA...
Vimos que a finalidade principal da escola hoje é formar alunos capazes de exercer a sua cidadania, compreendendo criticamente as

realidades sociais e nelas agindo, efetivamente. Para tanto, coloca-se como fundamental a construção da proficiência leitora desse aluno.

MANUAL DO PROFESSOR XLIX

Ao mesmo tempo que a escola necessita criar pautas in- sentido indesejado e oferecendo a contrapartida, quer dizer,
teracionais que possibilitem aos alunos apropriarem-se dos explicitando o equívoco e oferecendo novas referências para
diferentes aspectos envolvidos no processamento dos textos, a significação.
a própria proficiência leitora dos alunos é condição para esse
processo de apropriação, dado que a escola é uma instância O professor de outras áreas precisa, dessa forma, saber quais
social de interação verbal que se vale do conhecimento sobre são as estratégias e procedimentos que um leitor proficiente
a linguagem escrita para cumprir a sua função, que é ensinar. utiliza para poder utilizá-los de maneira compartilhada com
o aluno, de forma que este se aproprie dos mesmos.
Nessa perspectiva, é fundamental que todos os educadores –
em especial os professores – estejam atentos para essa questão. O professor de Língua Portuguesa deve tomar as estraté-
Conhecer a natureza do processo de leitura, assim como o gias e procedimentos de leitura como objeto fundamental de
processo pelo qual os sentidos de um texto são construídos, é trabalho e aprofundar esse conhecimento no que se refere às
condição indispensável para uma aprendizagem efetiva, quan- especificidades dos gêneros, de maneira mais sistematizada.
do esta pressupõe a leitura de textos escritos.
No ensino de Língua Portuguesa – sobretudo no Ensino
Um professor de Matemática, por exemplo – assim como de Fundamental –, os conteúdos, no geral, têm um caráter pro-
qualquer outra área –, tanto necessita ter informações gerais sobre cedimental, considerando que se trata de tematizar todos os
o processamento dos sentidos de um texto quanto informações conhecimentos com os quais se opera na prática de linguagem.
específicas sobre as características dos textos que circulam em Não que isso signifique que não haja conceituação no processo
sua aula – as situações-problema, os enunciados de exercícios, os de compreensão de tais conhecimentos, transformados em
textos expositivos que sistematizam conhecimentos – e que são conteúdos de ensino.
típicos de sua área de conhecimento. São estas informações que
possibilitarão a ele uma intervenção de efetiva qualidade. Significa, apenas, que a dimensão procedimental predomina
no trabalho com linguagem, dado que se trata de aprender a
Da mesma forma, os professores de Ciências, História, Geo- participar de práticas sociais, e não de elaborar definições a
grafia, Artes, Educação Física, Língua Estrangeira, entre outras respeito de tais conteúdos ou de apenas organizá-los de ma-
áreas. Isso não significa, no entanto, que o professor de Língua neira sistematizada.
Portuguesa dará à questão da leitura o mesmo tratamento.
A sistematização/organização dos conhecimentos é processo
A ele, evidentemente, caberá um tratamento mais aprofunda- que irá sendo tratado à medida que as necessidades e possibi-
do tanto das especificidades dos gêneros discursivos que mais lidades de aprendizagem dos alunos determinem, e que irá se
circulam nas outras áreas do conhecimento, quanto àqueles que complexificando à medida que avançam os anos de escolaridade.
não circulam prioritariamente em nenhuma, mas que podem e
devem ser trabalhados em todas – como os da mídia impressa, De maneira geral, os conteúdos de ensino relacionados à
televisiva e radiofônica, entre outros – e também os literários. leitura são os mesmos para os diferentes ciclos e níveis de
ensino. O que os diferencia é o grau de aprofundamento com
Nessa perspectiva, os conteúdos que o professor de língua que irão sendo tratados ao longo do processo de escolaridade,
portuguesa deverá eleger como prioritários para o trabalho em função do grau de complexidade dos textos e gêneros se-
devem constituir-se como conhecimentos dos quais os demais lecionados para trabalho, que implicará graus de dificuldade
professores se utilizarão para realizarem a leitura dos textos distintos para os alunos.
que selecionarem para trabalho. Mas, como em certa medida
conhecimentos específicos e procedimentos de leitura são in- Por exemplo, ler um conto policial pode ser uma tarefa que
separáveis, isso não deve eximir o professor de outras áreas de apresente graus de dificuldade diversos para os alunos. Para
trabalhar com esses aspectos, sendo que ênfases diferentes é aquele que tiver maior familiaridade com o gênero, com o
que constituem as especificidades das diversas áreas. Para os assunto tematizado no texto, com a linguagem utilizada pelo
demais professores, os conteúdos específicos de leitura, em si, autor, poderá ser uma tarefa fácil. No entanto, para aquele que
devem ser instrumentos, ferramentas a serem utilizadas para desconhece o gênero, por exemplo, a dificuldade será diferente,
se buscar a compreensão do conteúdo específico de sua área – pressupondo novas aprendizagens.
foco de seu trabalho. Quer dizer, se o professor de Língua Por-
tuguesa deverá tematizar as estratégias de leitura, estas serão “Uma charge política, por exemplo, supõe conhecimento de
pressupostos dos demais professores no processo de atribuição mundo e experiência político social que podem não estar dados
de sentido aos textos que tratarão dos conteúdos específicos para um aluno de onze anos. Dessa forma, sua leitura pode
de sua área. De tal forma que, se um aluno atribui um senti- diferenciar-se tanto da que for realizada por um aluno de 14
do equivocado a um texto lido, ele consiga diagnosticar qual anos, quanto da que for feita por um de 17. O mesmo raciocínio
o problema – uma inferência inadequada, uma antecipação se aplica a um poema, uma crônica, uma notícia, uma carta de
incorreta, por exemplo – e (re)orientar sua ação para auxiliar solicitação ou uma reportagem. Nesse sentido, a intervenção
o aluno a resolver o problema – ler junto, buscando descobrir do professor e, consequentemente os aspectos a serem tema-
qual o índice linguístico que o aluno utilizou para atribuir o tizados, tanto poderão ser diferentes, quanto poderão ser os
mesmos, tratados com graus diversos de aprofundamento14.”

14 MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental (5a a 8a série). Bras’lia: MEC/SEF, 1998.

L MANUAL DO PROFESSOR

Nessa perspectiva, é a especificidade das práticas sociais – e) leitura de escolha pessoal: é a leitura de livre escolha. O
declamar um poema em um sarau, fazer uma leitura dramá- aluno seleciona o que quer ler, realiza a leitura individualmente
tica de um texto de teatro, ler jornal em casa pela manhã, ler e, depois, apresenta sua apreciação para os demais colegas. É
um texto para estudar, entre outras – e dos gêneros e textos uma leitura que possibilita a construção de critérios de seleção
selecionados para trabalho que determinará o tratamento que e de apreciação estética pessoais.
será dado aos conteúdos de leitura, que serão os mesmos nos
diferentes ciclos e níveis de ensino. Quais sejam: f) projetos de leitura: trata-se de uma forma de organizar o
trabalho que prevê a elaboração de um produto final voltado,
Estratégias de Ativação de conhecimento necessariamente, para um público externo à sala de aula. As
Leitura prévio e seleção de demais modalidades citadas costumam estar articuladas em
informações projetos de leitura.

Realização de inferências O fundamental na organização das atividades é procurar
organizá-las de forma que se aproximem das práticas sociais
Antecipação de informações de leitura não escolares.

Localização de informações Para finalizar, retomaremos a referência contida no título
no texto do texto: no processo de leitura e de ensino da leitura, qual é
a chave que se espera?
Verificação de inferências e
antecipações realizadas Para o professor, a chave é múltipla: o conhecimento da
natureza da leitura; o conhecimento dos procedimentos e
Articulação de índices estratégias de leitura utilizados pelos leitores proficientes; o
textuais e contextuais reconhecimento de si como leitor proficiente; o agir como
leitor proficiente junto aos seus alunos.
Redução de informação
semântica: construção e Para o aluno, a chave é una, mas não menos complexa: a
generalização de informações apropriação das estratégias e procedimentos utilizados pelos
leitores proficientes, e sua utilização eficaz nas práticas sociais
Procedimentos de Leitura inspecional de que participar.
Leitura Leitura tópica
Leitura de revisão Estas, as chaves necessárias.
Leitura item a item
Leitura expressiva BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre leitura e a formação de leitores: qual é a
chave que se espera? Disponível em: <https://escrevendoofuturo.org.br/
O trabalho com estes conteúdos deve pressupor uma or- EscrevendoFuturo/arquivos/912/040720121E-_Leitura__Formacao_de_
ganização de atividades em algumas modalidades didáticas Leitores.pdf>. Acesso em: 9 out. 2018.
fundamentais:
9. Orientações didáticas para este volume
a) leitura colaborativa: a leitura que professor e alunos rea-
lizam paulatinamente, em conjunto, prática fundamental para Apresentamos a seguir orientações, comentários e suges-
a explicitação das estratégias e procedimentos que um leitor tões de encaminhamento para o trabalho com algumas seções
proficiente utiliza. deste volume.

b) leitura programada: a leitura que serve para a ampliação 9.1. Propostas de encaminhamento para o trabalho
da proficiência leitora, sobretudo, no que se refere à extensão com a seção Cultura digital
dos textos trabalhados ou à seleção de textos/livros mais com-
plexos. Nela, o professor divide o texto em trechos que serão As propostas que se relacionam com a cultura digital en-
lidos um a um, autonomamente e, depois, comentados em volvem práticas de apreciar, curtir, comentar, curar, compar-
classe em discussão coletiva. tilhar, entre outras. Embora tenhamos trabalhado aquelas
mais adequadas à faixa etária, sugerimos que as propostas
c) leitura em voz alta feita pelo professor: é a leitura reco- sejam realizadas sob a sua orientação e responsabilidade. No
mendada, sobretudo, para as classes de alunos não alfabetiza- caso de envio de e-mails, postagens ou compartilhamentos
dos, como possibilidade de aprendizagem da linguagem escrita em redes sociais, sugerimos que a atividade seja realizada
antes mesmo que tenham compreendido o sistema. por você, na companhia dos alunos, em um espaço adequado
de sua escola, a fim de respeitar as restrições de idade ao
d) leitura autônoma: é aquela que o aluno realiza indivi- acesso a determinadas plataformas da internet e preservar
dualmente, a partir de indicação de texto do professor. É uma a identidade e segurança dos estudantes.
modalidade didática que possibilita ao professor verificar qual
a aprendizagem já realizada pelo aluno.

MANUAL DO PROFESSOR LI

O quadro a seguir traz o panorama das propostas para o A seguir, apresentamos propostas de encaminhamento
volume de 8º ano: para o trabalho com as seções em todas as Unidades. As habi-
lidades correspondentes ao trabalho proposto estão explicita-
8º ano das nas orientações específicas do corpo do livro em formato
U das respectivas seções.
Pense nessa prática!: Vale Liberdade de expressão ×
Unidade 1
qualquer comentário? discurso de ódio
Cultura digital – Pense nessa prática!, página 24
Experimente fazer!: Resenha Vlog cultural
em vídeo Sugerimos que faça a atividade oral e coletivamente. Ouça
os alunos e fomente a discussão em torno da ética e responsa-
U1 Experimente fazer!: Participe bilidade no ambiente digital e do “discurso de ódio” que possa
estar presente.
e comente!
Atividade 1
Vocês sabia?: Qual é a origem
das palavras da língua Espera-se que os alunos reconheçam a importância de
portuguesa? compartilhar avaliações, sendo elas negativas ou positivas,
pois esse compartilhamento dá abertura para a discussão
Você sabia?: Compartilhe e e possibilita ampliação e multiplicação de sentidos dos (ou
comente! suscitados pelos) objetos artísticos avaliados. Além disso,
abrem possibilidades para novas criações, na medida em que
U2 Experimente fazer!: E-zine E-zine cada “leitor” se torna “autor” do objeto artístico, dando a ele
novos sentidos.
Você sabia?: O que são
e-zines? Comente que resenhas não são textos neutros, pois car-
regam em si a subjetividade de quem escreve. São lidas para
Pense nessa prática!: Reflexões sobre a demo- se obterem opiniões sobre um objeto cultural, mas não devem
substituir a experiência pessoal de recepção desse objeto.
Participação cidadã em meio cracia digital Ressalte que é importante que se tenha a própria experiên-
cia com a produção artística, não se limitando à experiência
U3 digital alheia.

Você sabia?: O que é Atividade 2

e-participação? Espera-se que os alunos destaquem a relevância de se
posicionar de forma ética e respeitosa, tanto em relação
Experimente fazer!: Book Book trailer aos artistas criadores quanto aos leitores que têm opinião
trailer divergente sobre o objeto avaliado, evitando conteúdos ver-
Reflexão sobre as práti- bais e não verbais [destaque o uso de símbolos, figurinhas
U4 Pense nessa prática!: Curtir cas de curtir e comentar e emoticons] ofensivos.
e a participação crítica e
e comentar ética nas redes sociais Cultura digital – Experimente fazer!, página 32

Experimente fazer!: Podcast cultural Preparação da atividade

U5 Gravação de paródia Combine com os alunos como realizarão a atividade. Agen-
de horários em espaços da escola para gravação e edição do
Experimente fazer!: Podcast Podcast científico vídeo e reserve ou providencie as ferramentas necessárias,
como câmera fotográfica ou celular com câmera.
científico Sobre curadoria e confia-
Leia com eles o boxe “Para relembrar”, retomando o con-
U6 ceito de vlog. Abra espaço para que os alunos falem sobre
vloggers cujos trabalhos acompanham e solicite que comen-
Você sabia?: 8 dicas para tem a respeito dos temas e das características das publica-
ções que esses vloggers costumam fazer. Se possível, projete
pesquisar na internet bilidade de informação vídeos desses vloggers, a fim de comentá-los em conjunto e
envolver os alunos ainda mais na produção.
Experimente fazer!: Audiobook de contos
Audiobook de contos

Você sabia?: O que é Uso ético e responsável
de textos de terceiros na
U7 audiobook? rede

Você sabia?: Cuidado com o
uso de textos de terceiros!

Você sabia?: Há sites Reflexão sobre os interes-
brasileiros de checagem de ses que movem o campo
fatos jornalístico.

U8

Pense nessa prática!: Ler
criticamente: há interesses
por trás das notícias?

LII MANUAL DO PROFESSOR

Oriente-os a desenvolver um roteiro de elaboração do ví- Utilize o canal da escola ou um canal pessoal. Converse com
deo, de maneira a indicar o que falarão em cada momento. os alunos e com os familiares e decidam se deixarão os epi-
Recomende que dividam o roteiro de acordo com as três partes sódios do vlog da turma públicos ou se restringirão o acesso
mencionadas: introdução, desenvolvimento e conclusão. ao material na internet. Se houver a intenção de restringir o
acesso, recomendamos a utilização da opção de privacidade
Promova momentos em sala de aula para que os alunos “Não Listado”, no YouTube, e “Somente pessoas com senha”, no
ensaiem para a gravação do vídeo. Ressalte a importância de Vimeo, na hora da publicação. Se os vídeos forem protegidos
considerar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de por senha, decidam como compartilharão essa senha com o
voz, pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) e cinésicos público desejado.
(postura corporal e gestos significativos) na hora da filma-
gem, destacando que tais aspectos produzem e intensificam Depois de publicar os vídeos, informe o link gerado para
sentidos em apresentações orais audiovisuais. ele no post do blogue da escola. Elabore coletivamente o texto
desse post e selecione com os alunos a imagem que acompa-
Oriente os alunos a ensaiar bastante antes da etapa de gra- nhará a publicação.
vação. Explique que, se estiverem bem ensaiados e seguros
quanto ao que falarão em cada momento do vídeo, poderão Cultura digital – Experimente fazer!, página 43
seguir sem interrupções do início ao final da gravação, va-
lendo-se do improviso em casos de esquecimento. Ressalte Sugerimos que peça aos alunos que assistam ao slideshow
que isso vai evitar edições no material e, ao mesmo tempo, como tarefa de casa. Na aula seguinte, em momento oportuno,
deixará a linguagem do vídeo mais informal e espontânea, o colha as impressões sobre o que viram. Quais foram as surpre-
que aproximará ainda mais a produção deles do vlog. sas? Já tinham noção da origem dessas palavras?

Gravação No slideshow, não se informa a origem das palavras favela,
galera, mausoléu. Se julgar conveniente, comente que o termo
Se possível, realize as etapas da atividade no período de favela, segundo alguns dicionários, é o diminutivo da palavra
aula e com recursos da escola, adequando cada momento à de origem latina fava e designa uma planta arbustiva. Com o
realidade da instituição de ensino. Escolha um lugar tranquilo sentido que adquiriu no país, é considerada um brasileirismo (só
e silencioso para realizar as gravações e oriente os alunos a existe no português brasileiro). Segundo o dicionário Houaiss,
se ajudarem na hora de capturar o vídeo, compartilhando de galera tem origem no catalão, língua falada em algumas regiões
forma solidária os equipamentos disponíveis. da Espanha; mausoléu vem do grego.

Caso não haja tempo suficiente para desenvolver a etapa Unidade 2
de gravação na escola, proponha a eles que façam as grava-
ções em casa, com o auxílio de um familiar. Verifique a possi- Cultura digital – Experimente fazer!, página 77
bilidade e os recursos para tal saída, de forma a garantir que
todos consigam realizar a etapa de filmagem sem constran- Preparação da atividade
gimentos. Para aqueles que não dispuserem de dispositivos
de gravação particular, é possível, por exemplo, promover Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da se-
plantões na escola para realizar essa etapa. Converse com a ção e o boxe “Você sabia?: O que são e-zines?”. Abra espaço
turma e decidam juntos a melhor alternativa. Se as filmagens para que eles compartilhem suas experiências como produto-
forem realizadas individualmente em casa, combine como eles res e consumidores tanto de fanzines como de e-zines.
enviarão os vídeos para a escola (via e-mail ou aplicativo, por
exemplo). Apresente aos alunos alguns exemplos de e-zine. Na
internet, há vários modelos disponíveis. Sugerimos que
Edição e finalização faça uma pesquisa prévia e selecione aqueles que sejam
de interesse dos alunos e apropriados à faixa etária deles,
Se necessário, promova momentos na sala de informática desconsiderando os conteúdos inadequados do ponto de
ou outro ambiente da escola com computadores para a etapa vista ético, político e religioso, a fim de evitar preconceitos
de edição dos vídeos. Oriente-os a investigar se no próprio e constrangimentos.
aparelho de captação (como os celulares) não há como editar
os vídeos, fazendo os cortes necessários. Se achar oportuno, mostre um trecho do vídeo “Fanzinei-
ros do Século Passado”, disponível em: <https://youtube.
Transfira todas as produções para um computador e reú- com/watch?v=-IWPYaQ4FUs> (acesso em: 19 set. 2018),
na-as no mesmo local, salvando-as pelo nome do aluno que é para que os alunos conheçam um pouco mais da cultura do
o comentador em cada vídeo. fanzine, produção que depois gerou o e-zine. Aproveite para
discutir com eles sobre as mudanças decorrentes do desen-
Publicação do vlog volvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação

Faça o upload dos episódios do vlog em uma plataforma
de compartilhamento de vídeos, como o YouTube ou o Vimeo.

MANUAL DO PROFESSOR LIII

(TICs) na circulação e no alcance dos fanzines, que saíram forma de incentivar os alunos a participar de práticas reais de
do papel e foram parar nas telas, ao virarem e-zines. Caso compartilhamento de obras literárias que apreciam, amplian-
opte por produzir o zine no papel para a Produção do ano, do as trocas de textos da cultura juvenil e, consequentemente,
acesse um tutorial que explica o passo a passo da produção, despertando ainda mais o interesse deles pela atividade.
em um trabalho artesanal de desenho, colagem e pintura,
para orientar os alunos (disponível em: <https://youtu.be/ Publicação
zIXuZCbZrUQ>; acesso em: 15 out. 2018).
Salve o arquivo gerado e publique-o no blogue da escola
Promova um momento em sala de aula para que os alu- ou mesmo envie por e-mail aos familiares ou aos alunos que
nos compartilhem suas preferências e possam reunir-se em já tenham correio eletrônico (lembrando que a idade mínima
duplas, levando em conta interesses em comum. Permita recomendada para criar e administrar contas de e-mails é 13
também que planejem o e-zine em sala de aula, decidindo as anos), para que as produções sejam compartilhadas com o
características e a identidade visual da publicação e distri- máximo de pessoas possível.
buindo tarefas entre os alunos, bem como resolvendo quem
ficará responsável por elaborar cada item ou texto da revista. Os alunos poderão utilizar as habilidades desenvolvidas
Incentive os alunos a escolher os formatos que utilizarão, e as práticas digitais aqui abordadas para produzir a versão
combinando o tamanho de folha, de texto e outros, a fim de digital da Revista que desenvolverão na Produção do ano.
padronizar minimamente a publicação, para que, ao final, o Converse com eles a respeito, verificando as possibilidades
e-zine tenha uma identidade. para a circulação da publicação, levando em conta a realidade
e os recursos disponíveis na escola.
Produção
Unidade 3
Para produzir as páginas das duplas de alunos e depois
o e-zine da turma, é possível utilizar softwares de edição de Cultura digital – Pense nessa prática!, página 108
texto e imagens ou de criação de apresentações e até op-
ções on-line de criação e publicação digital. Considerando os Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre
recursos da escola, escolha a ferramenta que será utilizada o uso das tecnologias da informação e comunicação (TDICs)
para a atividade. no campo de atuação na vida pública, discutindo o contexto
de produção, circulação e práticas relacionadas à defesa de
Se possível, sugerimos o uso de programas digitais on-line, direitos e à participação cidadã em meio digital, a fim de levá-
como Flipsnack, Canva ou outros similares. Essas ferramentas -los a reconhecer essas práticas ou a possível utilização delas
costumam disponibilizar versões gratuitas, exigindo apenas em situações reais do cotidiano, dando maior significado à
um cadastro. Se houver oportunidade de usá-las, apresente reflexão proposta.
aos alunos o recurso antecipadamente, esclarecendo possí-
veis dúvidas. Em geral, a atuação resume-se à escolha dos Atividades 1 e 2
layouts disponíveis e à inserção de imagens (de banco próprio
ou por meio de upload de imagens pessoais) e textos, nos Abra espaço para que os alunos conversem livremen-
campos que costumam ser bem sinalizados. É comum haver te e compartilhem situações vivenciadas por eles ou por
também vídeo ou texto instrucional. Explore a ferramenta co- familiares, a fim de aproximar a discussão da realidade
letivamente, ensinando-os a selecionar os layouts e imagens, deles e, assim, permitir que reconheçam maneiras de par-
a fazer upload do material desejado, a digitar o texto e alterar ticipação já existentes ou até vislumbrem novas formas
estilos e destaques e a fazer o download em PDF do material de atuação cidadã, dando ideias para o desenvolvimento
produzido, com posterior salvamento da imagem gerada. Se de iniciativas dentro da própria escola para a discussão,
tiver alguma dificuldade, converse com o professor de infor- acompanhamento e/ou solicitação relacionados à medidas
mática da escola ou outro profissional ou mesmo um aluno que visem resolver algum problema que vierem a diagnos-
que tenha familiaridade com tais recursos. ticar na comunidade.

Oriente-os a salvar as páginas produzidas na nuvem ou em Atividade 3
mídia de armazenamento específica, reunindo todas em um
só local. Depois, use o mesmo programa on-line para agrupar Apresente iniciativas comunitárias como as mencionadas
e editar todas as páginas e os demais elementos produzidos, no enunciado, a fim de que os alunos consigam reconhecer
formando o e-zine da turma. Se for possível, projete a tela en- outras em seu cotidiano. Eles podem citar a existência de
quanto faz essa reunião dos arquivos, permitindo aos alunos grupos em redes sociais ou aplicativos, criados para solucio-
participar da finalização da produção. nar problemas do bairro, da escola, etc. Incentive-os a trazer
exemplos do cotidiano deles, para que melhor se aproximem
Peça a cada dupla que informe, no material elaborado, a da discussão.
fonte do texto que inspirou a produção dela. Essa será uma
Se for possível, leia a notícia “Professora e alunos da Unifei
desenvolvem, em parceria com a UFRJ, rede social voltada

LIV MANUAL DO PROFESSOR

para problemas da sociedade” (disponível em: <https://unifei. Promova momentos em sala de aula para que os alunos en-
edu.br/blog/professora-e-alunos-da-unifei-desenvolvem-em- saiem para a gravação do vídeo. Explique que, diferentemente
parceria-com-a-ufrj-rede-social-voltada-para-problemas-da- de quando desenvolveram os episódios do vlog na Unidade 1,
sociedade/>; acesso em: 17 out. 2018), para que eles tenham agora eles não aparecerão no vídeo, apenas a voz deles é que
acesso a um exemplo significativo dessas iniciativas. Projete será instrumento de comunicação, junto às imagens filmadas
o infográfico “Pratique a cidadania e nos ajude a melhorar a e efeitos ou trilhas sonoras. Ressalte a importância de consi-
ferramenta em 5 passos” presente na notícia e leia-o com os derar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de voz,
alunos. Com um cadastro simples, é possível acessar o site do pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) na hora em que
SoPa (Sociedade Participativa) e explorá-lo. Se for do interesse forem fazer a locução do vídeo.
dos alunos, sugerimos a realização do cadastro pelo professor
e a projeção da página, para que a turma consiga entender Oriente-os a desenhar e selecionar imagens que possam
melhor como funciona o recurso. ser filmadas durante a locução. Destaque a necessidade de
escolherem recursos visuais que estejam em consonância
Cultura digital – Você sabia?, página 108 com aquilo que é dito na narração do vídeo. É interessante
incentivá-los a mostrar trechos do próprio livro no vídeo. Expli-
Leia com os alunos o boxe “O que é e-paticipação?” e dê que que, no book trailer ao qual assistiram na seção anterior,
exemplos das iniciativas listadas. Se possível, promova um foram utilizadas animações, mas que não se espera que eles
momento na sala de informática ou outro ambiente da escola produzam recursos complexos assim, mas que usem a cria-
em que haja computadores com a cesso à internet (ou projete tividade para inventar as próprias maneiras de apresentar o
sua tela enquanto realiza consultas on-line) para que nave- livro aos espectadores.
guem em páginas que possibilitem explorar e analisar canais
de participação disponíveis para a sociedade. Fale sobre a importância de selecionar recursos sonoros
que também ressaltem os sentidos da locução. Explique que é
Apresente, por exemplo, o Portal da Transparência, dis- possível produzir sons que criem suspense na hora do clímax
ponível em <www.portaldatransparencia.gov.br> (acesso de uma narrativa, por exemplo.
em: 17 out. 2018), em que é possível fazer consultas e fis-
calizar despesas e receitas das contas públicas, conhecer Gravação
programas de governo, etc.; a página do Plano Nacional de
Educação em Movimento que permite aos cidadãos consultar Se possível, realize as etapas da atividade no período de
os planos e programas do Ministério de Educação, acompa- aula e adéque-a aos recursos disponíveis, levando em conta a
nhando as metas; plataformas de petições on-line, em que realidade da escola. Se não houver equipamentos disponíveis
é possível criar, assinar e compartilhar abaixo-assinados, para que a proposta seja feita em duplas, é possível pedir que
mobilizando-se por diferentes causas; canais de ouvidoria da a desenvolvam em grupos maiores, sempre compartilhando
prefeitura ou subprefeitura da cidade onde eles moram, por os equipamentos de forma solidária.
meio dos quais é possível registrar opiniões e reclamações
sobre serviços públicos ou problemas relacionados à cidade Edição e finalização
ou ao bairro; etc.
Promova momentos na sala de informática ou outro am-
Unidade 4 biente da escola com computadores para a etapa de edição e
finalização dos vídeos em softwares de edição ou ferramentas
Cultura digital – Experimente fazer!, página 126 on-line.

Preparação da atividade Oriente os alunos a salvar as versões finais no local possível
Converse com os alunos sobre o book trailer, deixando que (computador, nuvem ou dispositivo de armazenamento portá-
compartilhem experiências anteriores como espectadores til), nomeando-as pelo título da obra que é objeto do book trailer.
desse tipo de produção digital. Apresente novamente o book
trailer exibido na seção anterior ou mostre novos modelos, Publicação dos books trailers
fazendo uma pesquisa na internet. Procure produções que
tratem de livros do interesse dos alunos. Se a escolha for pela circulação via internet, publique os
book trailers em uma plataforma de compartilhamento de ví-
Providencie os equipamentos necessários para a reali- deos, como o YouTube ou o Vimeo, por meio do canal da escola
zação da atividade (filmadoras ou celulares com câmeras, ou de um canal pessoal. Nesse caso, se houver a intenção de
por exemplo) e motive-os a compartilhar solidariamente os restringir o acesso às produções, recomendamos a utilização
recursos disponíveis. da opção de privacidade “Não Listado”, no YouTube, e “Somente
pessoas com senha”, no Vimeo, na hora da publicação. Se os
vídeos forem protegidos por senha, decidam como comparti-
lharão essa senha com o público desejado. Depois de publicar
os vídeos nessa plataforma, copie e cole os links para os book
trailers no blogue da escola, elaborando o post coletivamente
com os alunos.

MANUAL DO PROFESSOR LV

Se a opção for por compartilhar as produções na biblioteca, “gostei” e àqueles que leem os comentários conhecer dife-
reúna todos os vídeos em um DVD e elabore com os alunos rentes posicionamentos. Destaque a possibilidade de curti-
uma capa para a mídia, com a identificação da produção e da das dos comentários e converse sobre isso. Ressalte que a
autoria. É possível também deixar que os alunos façam um interação, quando feita com respeito e responsabilidade, é
rodízio e levem o DVD para casa, para compartilhar os book sempre produtiva e ajuda a ampliar as visões de mundo e a
trailers da turma com os familiares. tolerância ao diferente.

Cultura digital – Pense nessa prática!, página 143 Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre
a ansiedade que a espera por feedbacks em relação às posta-
Atividade 1, item a gens pode causar nos internautas, tentando fazê-los minimi-
zar a relevância dada a tais reações. Explique que o importante
Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre é valorizar o espaço de interação que a internet propicia, esse
a importância da avaliação crítica dos conteúdos nas redes. É sim, quando usado de forma ética e responsável, é o que se
bem provável que eles indiquem se interessar, mesmo antes torna um recurso importante na vida contemporânea.
de ler, por postagens que receberam muitas curtidas, pois, já
que o botão de curtir serve para chamar a atenção nas redes, Unidade 5
quanto mais curtidas, mais visibilidade e interesse as posta-
gens despertam nos internautas. Motive-os, contudo, a refletir Cultura digital – Experimente fazer!, página 168
sobre a necessidade de fazer uma avaliação crítica, tentando
distanciar-se do valor prévio que as curtidas sugerem às pos- Criação e ensaio da paródia
tagens para fazer as próprias avaliações, considerando o con-
texto de produção e a esfera de circulação dessas publicações. Promova momentos em sala de aula para que os alunos
revisem as produções ou criem novas paródias e para que
Atividade 1, item b ensaiem para a gravação do áudio. Cada aluno fica responsá-
vel pela gravação de seu poema. O importante é ensaiar até
Ressalte que há uma série de variáveis que fazem com que já estejam se expressando com fluência, empregando
que um post tenha maior ou menor visibilidade – e, conse- os recursos linguísticos e paralinguísticos adequados aos
quentemente, o torne suscetível a mais ou menos curtidas efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o
– dentro de um contexto virtual. A quantidade de seguidores emprego de pausas e prolongamentos de palavras ou versos,
daquele que posta, o horário da postagem, os patrocínios de o tom e o timbre vocais, etc.
publicações e até aspectos relacionados à programação e ao
funcionamento dos sistemas que controlam as redes sociais Gravação, edição e publicação
(como o algoritmo), dentre outros, podem ser fatores que im-
pulsionam publicações. Recomendamos a realização das etapas da atividade na
escola, de preferência no período de aulas. Escolha um lugar
Atividade 1, item c tranquilo e silencioso para realizar as gravações, utilizando os
recursos da escola (gravadores, computadores ou celulares
Abra espaço para que os alunos conversem sobre a conver- com dispositivo de gravação, etc.). É possível pedir que um
gência ou divergência em relação às avaliações críticas com aluno mais familiarizado com gravações fique responsável
as quais se deparam nas redes. Destaque que é possível, por pela captura do áudio dos colegas.
exemplo, eles não apreciarem tanto uma expressão cultural
muito compartilhada e bem avaliada e gostarem de outra, Se necessário, promova momentos na sala de informática
não tão bem recebida ou mesmo divulgada. Incentive-os a ou outro ambiente da escola com computadores para a etapa
se posicionar crítica e eticamente tanto nos casos em que de edição dos áudios.
curtem como nos que não curtem as publicações na internet.
Transfira todas as produções para um computador e sal-
Atividade 2, item b ve-as no mesmo local, nomeando-as pelo título das paródias.

Promova um momento de discussão e permita que os Converse com os alunos e decidam como compartilharão
alunos se posicionem livremente. É possível até que eles in- as produções. É possível divulgar as paródias no pátio da es-
diquem que uma publicação com muitos comentários chama cola (na hora do intervalo, da entrada ou da saída), por meio de
mais atenção que uma publicação que apenas recebeu cur- caixas de som, ou publicá-las na internet. Nesse caso, faça o
tidas, mas reforce novamente que a quantidade de reações upload das paródias em uma plataforma de compartilhamento
(curtidas ou comentários) de uma publicação não deve substi- de áudios, listando-as como faixas de um mesmo podcast.
tuir a leitura e avaliação crítica das publicações bem avaliadas Utilize o canal da escola ou um canal pessoal nessa plata-
e compartilhadas na internet. forma. Depois de publicar as paródias nesse canal, informe o
link gerado para ele com um post no blogue da escola. Elabore
Explique que os comentários criam uma dinâmica diferente coletivamente o texto desse post e selecione com os alunos
daquela das curtidas, pois permitem àqueles que comentam a imagem que acompanhará a publicação.
expressar-se sobre o conteúdo das postagens para além do

LVI MANUAL DO PROFESSOR

Unidade 6 e distribuindo as falas para cada momento.

Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 196-197 Recomendamos que os áudios individuais sejam gravados
em casa pelos alunos, com auxílio de familiares. Certifique-se,
Preparação da atividade contudo, de que todos os alunos terão ferramentas (gravado-
res ou celulares com gravadores) para tanto e abra espaço
Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da para que a atividade seja realizada na escola, com recursos
seção e, se possível, apresente trechos dos seguintes epi- da instituição, em horários de aula ou no contraturno.
sódios de podcast: “Crianças e ciência – brincando e apren-
dendo”, disponível em: <https://alociencia.com.br/podcast/ Incentive os alunos a ensaiar bastante e seguir sem cortes
034-criancas-ciencia/>; e “Achado em Marte”, disponível em: do início ao final do áudio, a fim de evitar edições. Motive-os
<http://multimidia.ufrgs.br/conteudo/frontdaciencia/Fron a investigar os recursos de edição da própria ferramenta uti-
teiras_da_Ciencia-T09E23-2018.mp3> (acesso em: 20 set. lizada para a gravação.
2018). Converse com os alunos sobre cada modelo exibido,
aproveitando para retomar o contexto de produção e a estru- Finalização do áudio
tura composicional do gênero digital podcast, reconhecendo
o podcast científico como uma produção que possibilita, em Peça aos alunos que transfiram os arquivos de áudio gera-
formato mais acessível, o alcance ao conhecimento científico dos para os computadores da escola. É possível solicitar aos
pelo público em geral. pais que enviem o material por e-mail ou mesmo pedir aos
alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil de
Converse com os alunos sobre a forma de circulação, mo- armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essa
tivando-os a identificar possíveis diferenças nos perfis dos transferência.
públicos em cada caso.
Faça a mediação da finalização dos áudios, auxiliando os
Promova momentos em sala de aula para que os alunos alunos a incluir as trilhas ou efeitos sonoros em cada episódio.
produzam coletivamente os elementos textuais e sonoros que É possível utilizar editores de áudio já instalados nas máqui-
darão identidade ao podcast da turma. Se achar interessante, nas da escola ou programas gratuitos on-line de edição para
converse com o professor de Música sobre a viabilidade de realizar essa etapa.
desenvolver um trabalho integrado para elaborar as trilhas e/
ou efeitos sonoros de abertura e encerramento do podcast, Depois de finalizados os episódios, salve-os no mesmo local,
por exemplo. Nesse momento, incentive os alunos a escolher identificando-os pelos nomes dos alunos que os produziram.
palavras e sonoridades que forem consonantes ao tema do
podcast. Publicação e divulgação

Sonde se os alunos acham interessante produzir um epi- Se os alunos tiverem optado pela circulação no blogue ou
sódio de abertura para o podcast da turma e ajude-os a de- rede social da escola, responsabilize-se por essa publicação.
senvolvê-lo, se for o caso. Primeiro, transfira os áudios para uma plataforma de compar-
tilhamento de áudios na internet. Depois, informe os links para
Oriente os alunos a pesquisar mais sobre o tema antes de esses áudios na página da escola, elaborando com os alunos
gravarem seus episódios, tomando notas e copiando trechos o post para o blogue ou rede social.
de textos e depoimentos, com as devidas fontes.
É possível também compartilhar o podcast com os familia-
Leia o boxe “Você sabia?: 8 dicas para pesquisar na inter- res deles ou alunos do 9º ano ou do Ensino Médio da escola,
net” com eles e estimule-os a conversar sobre cada ponto enviando por e-mail os episódios semanalmente. Como alguns
apresentado, trocando experiências e metodologias que já alunos de 13 anos completos provavelmente possuem e-mail
tenham desenvolvido para realizar suas buscas em ambientes e redes sociais, é possível solicitar a ajuda deles na divulgação
virtuais, considerando fontes abertas e confiáveis. Incentive- da produção.
-os a compartilhar as dificuldades e os aprendizados conquis-
tados em pesquisas anteriores. Se achar oportuno, apresente Unidade 7
exemplos de sites ou serviços checadores on-line, explicando
aos alunos como atuar neles. Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 245-246

Gravação Preparação da atividade

Solicite a cada aluno que produza um texto para seu episó- Apresente aos alunos trechos de um audiobook ou de lei-
dio. Sugira que elabore um roteiro, baseado nesse texto, antes turas dramáticas de contos. Há vários modelos disponíveis
de gravar o áudio, indicando exatamente o que falará em cada gratuitamente na internet.
parte do episódio (abertura, desenvolvimento e conclusão), de
acordo com o tempo definido pela turma. Informe que é possível Sugerimos a audição de trechos do audiobook “Lima Bar-
fazer uma tabela, separando as partes do episódio em colunas reto: contos selecionados”, disponível em: <https://youtube.
com/watch?v=XCPfM1TQt5g> (acesso em: 26 set. 2018).

MANUAL DO PROFESSOR LVII

Esse modelo adequa-se bem à proposta da seção, já que foi Reforce a necessidade da utilização dos aspectos linguísti-
gerado com base em material disponível em domínio público, cos e paralinguísticos da fala (como timbre e tom de voz, pau-
o que é informado logo no início do áudio. Abra espaço para sas e hesitações, entonação e expressividade, etc.) na leitura,
que os alunos conversem livremente sobre a atividade de a fim de produzir e intensificar os sentidos dos textos lidos.
escuta dos trechos apresentados. Se possível, tire cópias
desses trechos (disponíveis em: <www.dominiopublico. Promova momentos em sala de aula para que eles elabo-
gov.br/download/texto/bn000130.pdf>; acesso em: 20 out. rem e gravem coletivamente os áudios que corresponderão
2018), para que eles acompanhem o áudio com o texto es- aos paratextos do audiobook como um todo, reforçando a
crito. Faça perguntas que os leve a verificar os recursos de importância da abertura e do encerramento nas produções do
leitura expressiva que o leitor-intérprete usou para ressaltar gênero. Estimule-os a criar um título para a produção da classe
ou imprimir sentidos suscitados pelo uso dos sinais de pon- e a informá-lo na abertura e no encerramento, junto com a
tuação ou outras marcas linguísticas. Pergunte, por exemplo: identificação da turma como produtora e da escola onde estu-
“Os travessões indicam o início das falas dos personagens dam. É possível também pedir que eles se dirijam diretamente
no texto escrito. Que recursos o leitor-intérprete utilizou para ao público a que o audiobook será destinado e incluam demais
marcar as falas e trocas de falas dos personagens no áudio?” créditos, indicando outras pessoas envolvidas na produção.
(Espera-se que eles reconheçam as modulações de voz e as
pausas acentuadas entre uma e outra fala, por exemplo). Revisão, edição e finalização do áudio
Motive os alunos a ouvir e avaliar os áudios e a regravar
Oriente-os a fazer a curadoria do material que incluirão no os trechos dos quais não tenham gostado tanto. Para isso,
audiobook. Leia com eles o boxe "Você sabia?: Cuidado com o incentive-os a investigar os recursos de edição da própria
uso de textos de terceiros!" e converse sobre a participação ferramenta utilizada para a gravação.
ética e responsável nas redes. Destaque que, para esta ati-
vidade, além dos textos de terceiro em domínio público, eles Peça a eles que transfiram os arquivos de áudio gerados
podem escolher os contos que produziram nesta Unidade ou para os computadores da escola. É possível solicitar aos pais
contos populares, que não têm autoria resgatada. Explique, ou responsáveis que enviem o material por e-mail ou pedir aos
ainda, que podem solicitar a autorização da publicação de alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil de
textos, por e-mail, a um autor que esteja vivo, se for o caso. armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essa
Auxilie-os nesse processo. transferência.

Solicite que desenvolvam os paratextos que acompanha- Faça a mediação das edições e finalizações das gravações,
rão a leitura dramática de cada áudio. Em seguida, motive-os reunindo depois todas em um só arquivo por meio de um progra-
a montar um roteiro de gravação utilizando esses textos e ma de edição de áudios disponível no computador da escola ou
indicando o que falarão na apresentação, no desenvolvimento gratuitamente na internet. Se possível, envolva os alunos nessa
e no encerramento de seus áudios. etapa, para que eles tenham a visão do processo como um todo.

Promova momentos em sala de aula para que os alunos Publicação e divulgação
possam ensaiar suas leituras e produzir os paratextos e rotei- Salve o arquivo gerado com todos os áudios em uma úni-
ros indicados, mediando as atividades, sempre que solicitado. ca mídia ou repositório digital que possa ser reproduzido no
equipamento que usarão. Converse com os responsáveis pela
Gravação instituição de acolhimento de idosos, onde o audiobook será
apresentado e posteriormente doado, para viabilizar a audição
Converse com os alunos sobre os recursos necessários no local e adequar a produção aos recursos que eles possuem.
para a realização da atividade e os envolva na providência des-
ses recursos. Recomendamos que os áudios individuais sejam É possível também compartilhar o audiobook de contos da
capturados em casa pelos alunos, com auxílio dos familiares turma com os familiares, por e-mail, ou publicá-lo nos canais
ou responsáveis. Certifique-se, no entanto, de que todos os digitais de comunicação da escola ou nas redes pessoais dos
alunos terão acesso às ferramentas necessárias (gravadores alunos. Converse com eles e verifique a vontade que têm em re-
ou celulares com gravadores). Se for preciso, abra espaço para lação à ampliação da circulação do material que desenvolveram.
que a gravação seja feita também na escola, com recursos da
instituição, em horários de aula ou no contraturno. Unidade 8

Motive-os a ir gravando e editando o áudio concomitante- Cultura digital – Você sabia?, página 264
mente, explorando os recursos da ferramenta que estiverem
utilizando para capturar seus áudios. Muitos celulares com Leia com os alunos o texto da seção e abra espaço para que
aplicativos de gravação apresentam, por exemplo, possibi- eles compartilhem suas experiências como usuários desse tipo
lidades de cortes e gravações simultâneas, recursos que de serviço. Reforce que fazer a consulta a tais sites não substitui
substituem a necessidade do trabalho em software de edição as estratégias que já aprenderam para checar a confiabilidade
específico para a finalização dos áudios. de uma informação e verificar fatos, mas pode tornar-se mais
um passo importante no processo de curadoria da informação.

LVIII MANUAL DO PROFESSOR

Leve os alunos ao laboratório de informática da escola ou confronto, pode começar a reconhecer os distintos interesses
outro ambiente com computadores conectados à internet e que estão por trás de cada uma, podendo chegar ao fato com
deixe que explorem as páginas das agências citadas (Agência mais neutralidade e avaliar criticamente as posições defendi-
Pública, Aos Fatos e A Lupa), assim como pesquisem e investi- das, a fim de construir um ponto de vista próprio, que esteja
guem outras. Se possível, projete a sua tela e navegue nesses mais próximo aos seus valores culturais, sociais e políticos.
sites junto com eles, propondo leituras em conjunto.
9.2. Sugestões específicas para as Unidades
Uma atividade interessante seria escolher uma notícia ou
informação específica, de preferência que envolva o interesse Unidade 4
deles e esteja em pauta no momento, e pedir que realizem uma
pesquisa a respeito, primeiro nos sites de busca, depois nos Leitura 1, página 116
sites de checagem, motivando-os a reconhecer e justificar
as diferenças e semelhanças de tratamento para o mesmo Leitura literária na escola
conteúdo. Com isso, eles serão levados a incluir a consulta
aos chamados sites de fact-check na checagem do conteúdo A proposta para o 8º ano está vinculada à Unidade 4. As
e poderão reconhecer essa busca como mais uma ferramenta atividades sugeridas envolvem fruição, apreciação, réplica
no processo de curadoria da informação. e compartilhamento de leitura e visam promover a adesão
à leitura literária, a ampliação do repertório, a progressiva
Cultura digital – Pense nessa prática!, página 264 formação do leitor crítico e a capacidade de estabelecer pre-
ferências por gênero ou autor.
Atividade 1, item a
Elegemos o romance (ou narrativa) de aventuras pela iden-
Destaque que, por meio da manipulação e dos recursos tificação dos estudantes com o gênero, que dá ênfase à nar-
da língua, é possível ressaltar uma ideia ou um produto ou ração de perigos, ambientes inóspitos ou exóticos e grandes
serviço. Por exemplo, uma matéria com informações sobre um desafios. O romance de aventuras surgiu no século XIX, no bojo
local de turismo pode embutir propaganda dissimulada com da literatura praticada à época no Romantismo, que valoriza-
elogios a determinado restaurante ou hotel. Isso acontece va o ser humano como um indivíduo cuja força de vontade e
também em blogues que se dispõem a ensinar algo, mas, ao destemor eram postos à prova em face de grandes perigos e
mesmo tempo, divulgam positivamente o nome de produtos ações extraordinárias. Caso queira se aprofundar no estudo
envolvidos nesses tutoriais. Explique, por exemplo, que, nesse do gênero, sugerimos a leitura do capítulo “A novelística de
sentido, a escolha em relação à posição de um adjetivo (se aventuras”, na obra Literatura infantil: teoria, análise, didática,
antes ou depois de um nome que ele qualifica), bem como o de Nelly Novaes Coelho, Moderna.
uso de frases de efeito, a ordenação das sentenças e o isola-
mento de informações entre parênteses ou travessões podem Os títulos a seguir, adequados para os estudantes dos Anos
ajudar a destacar textualmente uma informação para a qual Finais do Ensino Fundamental, são sugestões de obras de
se deseja chamar a atenção, bem como a seleção de fonte e aventuras e viagens a lugares desconhecidos. Sugerimos que
tamanho das letras e a escolha do lide das notícias. São re- os estudantes escolham uma delas para leitura individual ou
cursos que expressam posicionamento e podem estar ligados outras que tiverem à disposição.
a interesses específicos defendidos por quem os veicula. No
caso de blogues, a ênfase e a reiteração às qualidades dos A volta ao mundo Júlio Verne, recontada por Fernando Nuno,
produtos também pode acontecer por meio de adjetivos e em oitenta dias DCL
expressões elogiosas. Contos e lendas Jacqueline Mirande, tradução de Eduardo
dos Cavaleiros da Brandão, Seguinte
Atividade 2, item a Távola Redonda
As minas do Rei H. Rider Haggard, adaptação de Werner
Se achar oportuno, aprofunde a reflexão, levando os alunos Salomão Zotz, Scipione
a pensar em como o financiamento das empresas pode in- Odisseia Homero, adaptação de Roberto Lacerda,
fluenciar o campo jornalístico, transformando-o praticamente Scipione
em um “negócio”. Isso ocorre quando as informações passam As aventuras de Mark Twain, tradução de Luiz Antonio
a ser transmitidas de modo a fortalecer interesses comerciais Tom Sawyer Aguiar, Melhoramentos
e acabam sendo manipuladas para a manutenção de uma ideo- A ilha do tesouro R. L. Stevenson, adaptação de Andrew
logia que financia os próprios meios de comunicação. Alguns Harrar, Farol HQ
veículos de comunicação, apesar de veicularem anúncios, Robinson Crusoé Daniel Defoe, tradução de Luciano Vieira
conseguem manter sua independência. Machado, roteiro e ilustrações de Christoph
As viagens de Gauthier, Salamandra
Atividade 2, item b Marco Polo Marco Polo, adaptação de Carlos Heitor
Cony e Lenira Alcure, Ediouro
Ressalte que, ao ler sobre o mesmo assunto em diferentes
mídias, o leitor tem acesso a diversas perspectivas e, nesse

MANUAL DO PROFESSOR LIX

Antes da leitura 6. Peça-lhes que reflitam sobre o contexto histórico-social
em que a obra foi escrita e em que contexto cultural circulou,
1. Após a finalização da Unidade, retome e aprofunde com respondendo às seguintes questões:
os estudantes as questões discutidas em Antes de ler: “Você
já leu romances que se desenvolvem em torno das aventu- a) Quais são as características socioculturais da época?
ras de um herói? Se sim, quais?” e acrescente outras, como Por exemplo, profissões, costumes, hábitos, modos
“Quais romances de aventuras gostaria de ler? Conhece ou já de vida nas famílias, papel da mulher, alimentação,
ouviu falar de histórias de aventura adaptadas para o cinema? vestimentas, meios de transporte, etc.
Quais? Já assistiu a filmes que envolvem aventura em lugares
exóticos e distantes?”. b) De que modo essas características estão ou não pre-
sentes na narrativa lida?
2. Ouça as impressões dos alunos sobre os capítulos lidos
de Viagens de Gulliver. Os estudantes podem também selecionar um trecho que
tenham apreciado para mostrar marcas desse contexto cul-
3. Apresente aos alunos a lista de livros sugerida anterior- tural e histórico-social para compartilhá-lo na segunda etapa
mente e peça que sugiram outros títulos que conheçam, ou das atividades.
que têm em casa, ou de que já ouviram falar. Se necessário,
acrescente outros, caso não haja títulos disponíveis em sua 7. Com base nos conhecimentos sobre o gênero, peça que
escola. reflitam sobre o protagonista da história, sua personalidade,
atitudes e comportamentos:
4. Façam uma visita à biblioteca e deixe que os alunos
explorem os livros disponíveis à vontade, selecionando os que a) O personagem é retratado com características co-
forem do agrado deles. Como se trata de uma leitura de maior muns ao gênero?
fôlego, dê-lhes tempo suficiente para a leitura e marque uma
data para a conversa. b) O personagem deixa sua casa, sua cidade ou modo
de vida para seguir em uma viagem ou aventura?
No dia da discussão
c) Qual é o evento, fato ou incidente que altera a situa-
1. Incentive os estudantes a manifestar suas primeiras ção inicial desse personagem (a complicação)?
impressões sobre a experiência da leitura, mesmo que se trate
de uma resposta subjetiva, afetiva, à leitura, como “gostei”, d) Qual é o desejo ou desafio em torno do qual gira o
“não gostei”. personagem ou a narrativa? Esse desejo ou desafio
a ser vencido é justificável, atingível, utópico?
2. Uma característica importante do romance de aven-
turas é a presença de um desafio ou desejo a ser realizado, e) Quais são as situações de perigo, risco ou dificuldade
que exige coragem e destemor para ser enfrentado. Permita que enfrenta?
que os alunos se posicionem sobre a narrativa que leram e,
caso haja mais de um leitor para o mesmo livro, verifique se f) A narração dessas aventuras capta a atenção do lei-
eles partilham da mesma opinião sobre a história, mediando tor e é capaz de envolvê-lo nas aventuras do prota-
a discussão. gonista?

3. Divida a interação e o compartilhamento da experiência 8. Na segunda etapa, distribua os estudantes em outras
de leitura em duas etapas: discussão e comentários entre duplas ou trios com colegas que tenham lido diferentes his-
leitores do mesmo livro e, em seguida, compartilhamento da tórias, de modo que possam tecer comentários e confrontar
experiência com depoimentos e momentos de leitura entre suas impressões e observações.
leitores de livros diferentes.
Como mediador do processo, marque o tempo disponível
4. Na primeira etapa, coloque estudantes que leram o mes- para essas atividades. Sugerimos que circule entre os grupos,
mo livro em duplas ou trios para que identifiquem as partes ouvindo um pouco de cada um e incentivando a réplica e o
da narrativa, indicando o momento ou capítulo onde ocorrem posicionamento individual.
a situação inicial, a complicação, as ações subsequentes, o
clímax, o desfecho e a situação final. Depois da leitura

5. Ainda na mesma dupla ou trio, peça que discutam se a Como muitos dos romances de aventuras foram transfor-
história lida contempla alguma dessas características: mados em filmes, incentive os alunos a assistir a esses filmes
ou escolha um deles e traga para ser apresentado em sala de
a) O local onde se passa a história é grandioso, exótico, aula. Após a exibição, leve os estudantes que leram a história
desconhecido, hostil? a comparar a versão do livro com a do filme, ajudados pelos
demais no que se refere a questões mais amplas e externas ao
b) A descrição é minuciosa, adjetivada, proporcionando enredo. Algumas sugestões que podem ajudar nessa reflexão
ao leitor a visualização de um ambiente que oferece e no compartilhamento de apreciações e opiniões:
desafios, mistérios, riscos, perigos? Peça que exem-
plifiquem com a leitura de trechos do livro.

LX MANUAL DO PROFESSOR

a) Contada em duas linguagens diferentes, a escrita e a ciativas sociais benéficas à população possam tornar-se lei.
cênica, em que se assemelham as duas narrativas? Estimule-os a pensar em caminhos alternativos, por exemplo,
cartas para políticos da comunidade ou região, cartas para
b) Em que se diferenciam? Quais seriam os motivos jornais, abaixo-assinados, etc.
dessas diferenças e de que tipo são (referentes ao
enredo, ao número de personagens, à descrição do 3. Caso o Projeto tenha sido aprovado, fomente a discus-
espaço)? são no sentido de avaliar seu funcionamento e alcance (por
exemplo, se existe em cidades pequenas ou só nas cidades
c) Todos os personagens estão presentes? Se não, por grandes, se há divulgação de resultados por meio de pesqui-
que isso acontece? sas em jornais, análise de casos, entrevistas com jovens ou
adultos, etc.).
d) Quais são os recursos que mais impactam o leitor ou
espectador em cada uma das versões? Por que isso Unidade 7
acontece?
Abertura de Unidade, páginas 222 e 223
Unidade 6
A leitura de contos é uma oportunidade para fomentar a
Exploração do texto, páginas 210 a 214 adesão dos alunos a leituras literárias mais longas, já que o
gênero, por apresentar ação concentrada e poucos persona-
Em relação ao tema da gravidez precoce, existe a proposta gens, desperta interesse e pode ser trabalhado em sala de
de um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados (Projeto n. aula. É importante que os alunos, com sua mediação, criem
5 745, de 2016), e ainda em tramitação atualmente (2018), estratégias de leitura, desenvolvendo habilidades de com-
que institui a “Semana Nacional de Prevenção da Gravidez preensão, interpretação e inferências, bem como a percepção
na Adolescência”, a ser realizada anualmente. A proposta da presença de recursos que contribuem para a materialidade
visa acrescentar essa data ao Estatuto da Criança e do Ado- do texto.
lescente (ECA) e tem como objetivos prevenir a gravidez na
adolescência, incentivar o planejamento familiar e prevenir Após o trabalho com a Unidade, incentive os alunos a ler
a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis outros contos. Escolha novamente com eles títulos/autores
(DST), entre outros, por meio de campanhas de divulgação, variados e tipos de conto diferentes, ação importante para a
atendimento médico e educação sexual. O Projeto depende formação literária dos alunos, pois o objetivo é que se tornem
ainda de aprovação. leitores críticos.

Sugerimos as atividades a seguir, diretamente ligadas à Promova a leitura colaborativa em sala de aula. É possível
habilidade EF89LP18 da BNCC. também ler para os alunos partes de um conto de suspense,
por exemplo, para que se sintam motivados a levantar hipó-
1. Proponha aos alunos uma pesquisa a partir dos seguin- teses do desfecho, a ser apresentado na aula seguinte, o que
tes itens: contribui para a apreciação da trama e para o reconhecimento
de como a sequência dos fatos é organizada, além de criar
• Como está a tramitação dessa proposta? expectativas em relação ao desfecho. É importante contex-
• O Projeto foi aprovado? Ou ainda depende de alguma tualizar a leitura, com informações sobre o autor – quem é,
quando viveu, que temas costuma abordar em suas obras,
votação ou parecer? etc. – e sobre a época em que o texto foi produzido, podendo,
• Ou a Semana de Prevenção já está acontecendo? até mesmo, relacioná-lo, se possível, a outras obras contem-
Acompanhe com os alunos o status atual da proposta, porâneas ou manifestações artísticas.
sua evolução e tramitação diretamente no Portal da Câma-
ra dos Deputados em Brasília (disponível em: <www.cama É possível também promover leituras compartilhadas:
ra.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposi cada aluno, com sua orientação, escolhe um conto para ler.
cao=2090372>, acesso em: 4 nov. 2018). Por meio de uma Em dia combinado, os alunos se reúnem em grupos e trocam
ferramenta digital, é possível efetuar um cadastro, informar-se as experiências, compartilhando o que leram, recomendando
do andamento e votar a favor ou contra a proposta. Verifique a ou não a leitura e anotando recomendações dos colegas.
restrição de idade para efetuar o cadastro e, se preciso, faça
o cadastro em seu nome e o acesso com o acompanhamento Unidade 8
dos alunos.
Atividade de escuta, página 287
2. Incentive os alunos a buscar informações sobre o Projeto
e a trazer para a sala de aula os resultados. Se o Projeto ainda Sugerimos que apresente a reportagem aos alunos em am-
não tiver sido aprovado, fomente a discussão no sentido de biente adequado em sua escola ou salve o vídeo e apresente-o
que é preciso procurar canais de participação para que in-

MANUAL DO PROFESSOR LXI

em momento que julgar oportuno. Acesse o vídeo disponível Garantir a variedade de sementes cultivadas nas roças
em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-va quilombolas da região, sem uso de agrotóxicos. O Sistema
le-do-ribeira/quilombos-do-vale-do-ribeira-sp-festejam-dias- Agrícola Tradicional dos Quilombos do Vale do Ribeira está à
17-e-18-de-agosto-sua-11a-feira-de-sementes> ou <https:// espera de reconhecimento como patrimônio imaterial pelo
www.youtube.com/watch?v=aXc9ufQPjrU> (acesso em: 4 Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),
nov. 2018). A reportagem foi realizada pelo Instituto Socioam- que inclui celebrações e saberes da cultura popular.
biental (ISA), com produção e reportagem de Bruno Weis e
Roberto Almeida, montagem e finalização de Fernando Cirillo. 2. Qual é a importância da realização de eventos e shows
Trilha sonora: Fandango do Quilombo Morro Seco, Fandango que mostram a cultura quilombola, promovidos pela comu-
Caiçara e Capoeira Song. nidade?

O objetivo das atividades é que os alunos explorem não só a A preservação da cultura quilombola, além do reconheci-
organização e recursos midiáticos empregados na reportagem mento de sua participação como cidadãos que constroem a
mas também o conteúdo temático de forma a reconhecer a identidade do país.
presença, diversidade e identidade de populações remanes-
centes de quilombos para compreender suas características 3. Quais são as manifestações artísticas e culturais das
socioculturais e territoriais. Para mais informações sobre o comunidades quilombolas que se podem identificar na re-
Quilombo de Eldorado, acesse: <http://www.eldorado.sp.gov. portagem?
br/noticia/circuito-quilombola-eldo rado-um-mais-tradicio
nais-regiao> (acesso em: 4 nov. 2018). Música, capoeira, dança típica, costumes, hábitos (agri-
cultura), atitudes (valorização da terra e da biodiversidade,
Após a apresentação, colha as primeiras impressões da compartilhamento de vivências e saberes).
turma. Em seguida, divida os alunos em grupos. Em uma pri-
meira etapa, explore a temática da reportagem e distribua 4. Qual é a metáfora que se pode identificar na fala da
uma ou duas questões propostas a seguir para cada grupo. primeira pessoa a dar um depoimento?
Os alunos deverão refletir se as informações da reportagem
trouxeram fatos novos para eles e de que forma isso pode Na fala da primeira pessoa: “as sementes são bebês”; “cada
ou pôde contribuir para ampliar seu conhecimento acerca da brotinho que sai da semente é o nascimento de uma criança”.
diversidade de saberes e culturas presentes na população bra-
sileira, responsáveis pela construção da identidade do país, 5. Qual é a importância de se preservar uma semente que
além dos convencionalmente conhecidos. Em uma segunda já dura 350 anos?
etapa, deverão refletir sobre a organização da reportagem
e os recursos multimidiáticos empregados. Se necessário, Sementes locais, de espécies nativas de uma região, cha-
apresente o vídeo mais de uma vez. madas de sementes crioulas, garantem a preservação de
espécies e alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos
Para mais informações sobre agrobiodiversidade, consulte no plantio.
o site <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/conservacao-
e-promocao-do-uso-da-diversidade-genetica/agrobiodiversi 6. De que forma as comunidades quilombolas progrediram
dade> (acesso em: 4 nov. 2018). na realização de eventos de troca de sementes, garantindo a
continuação de suas plantações?
Comente que quilombola é a autodenominação desses
grupos, que geralmente vivem em áreas rurais ou urbanas e Promovendo encontros e feiras com frequência e preser-
são constituídos por pessoas negras cujos ancestrais foram vando espécies.
escravizados. Nos diferentes agrupamentos, podem viver agri-
cultores, seringueiros, castanheiros, populações que vivem 7. Qual é a importância da troca de sementes em relação
da pesca à margem de rios, os chamados ribeirinhos, dentre à biodiversidade do planeta?
outras atividades, dependendo do contexto econômico-geo-
gráfico. A troca de sementes nativas contribui para manter a bio-
diversidade, evitando o cultivo intenso de uma única espécie,
Sugerimos algumas das questões, entre outras possíveis, o que faria com que desparecessem as outras. A respeito do
para a primeira e a segunda etapas, que podem ser propostas assunto, é possível obter mais informações em <https://www.
aos grupos. Se julgar conveniente, em função de sua realidade brasildefato.com.br/2016/12/21/sementes-crioulas-garan
de sala de aula, faça as duas etapas ao mesmo tempo. tem-a-preservacao-de-especies-e-alimentos-saudaveis/>
(acesso em: 4 nov. 2018).
Exploração temática (1ª etapa):
Recursos midiáticos (2ª etapa):
1. Qual é a importância da agricultura familiar quilombola
em relação à sustentabilidade? 1. Quais são os recursos empregados para compor a
reportagem?

Vídeo, áudio, imagens, texto verbal e depoimentos.

2. Como as informações verbais são apresentadas?
Não há a presença de um repórter ou locutor em off; as
informações são adicionadas à tela.

LXII MANUAL DO PROFESSOR

3. Como é organizada a sequência da reportagem? BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: . Estética
Tomadas de plano geral da feira, zoom em produtos, close
das pessoas que dão depoimentos, áudio de fundo, tomadas da criação verbal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
de destaque de pessoas e grupos de dança e música.
4. Como é feita a sincronização entre as imagens das pes- BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do
soas, da feira e dos produtos em destaque? discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino de língua
É feita com cortes rápidos que se completam por meio portuguesa. Tese de doutorado, Programa de Estudos Pós-
dos depoimentos e das imagens: por exemplo, quando uma -Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem,
das pessoas usa uma metáfora para falar das sementes, são Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2001.
mostradas imagens de pequenas mudas; quando uma outra
pessoa fala das sementes de mais de 350 anos, um punhado BARTHES, Roland. O que é a crítica. In: Crítica e verdade. Trad.
de sementes aparece e assim por diante. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 1970. p. 157-163.
5. Como se inicia e como se encerra a reportagem?
A reportagem se inicia com o destaque ao tema: as se- BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais: tipificação e interação.
mentes (duas mãos cheias de sementes em movimento). O São Paulo: Cortez, 2009.
encerramento é feito pelo coordenador do movimento de Coor-
denação Nacional de Articulação das Comunidades Negras BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa.
Rurais Quilombolas (CONAQ). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
Forneça essa informação aos alunos porque a explicitação
da sigla não aparece na reportagem. . Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
6. Qual é a sequência dos pontos apresentados na repor- Fronteira, 2009.
tagem?
O significado de uma semente – A feira – A origem das BOSI, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. São
sementes de troca – A importância e o valor das roças comu- Paulo: Cultrix, 2006.
nitárias – A biodiversidade – A riqueza da cultura dos quilom-
bolas – A luta dos quilombolas. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-
7. Quais elementos das imagens no cartaz de divulgação lar. Brasília, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.
da Feira estão diretamente relacionados com o tema agro- mec.gov.br/>. Acesso em: 4 out. 2018.
biodiversidade?
A imagem maior mostra uma troca simbólica entre dife- . Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currícu-
rentes etnias; as menores relacionam-se às atividades da los e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais da
comunidade. Educação Básica. Brasília, 2013.

10. Bibliografia . Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fun-
AGUIAR, Vera Teixeira de; CECCANTINI, João Luís (Org.). Poesia damental: língua portuguesa. Brasília, 1998.
infantil e juvenil brasileira: uma ciranda sem fim. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2012. CALKINS, Lucy M. A arte de ensinar a escrever. Porto Alegre:
Artmed, 1989.
ANTUNES, Irandé Costa. Língua, gêneros textuais e ensino: con-
siderações teóricas e implicações pedagógicas. Perspectiva, CANDIDO, Antônio. A vida ao rés do chão. In: . A crônica:
Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 65-76, jan./jun. 2002. Disponível
em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/ o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Cam-
view/10369/9638>. Acesso em: 4 out. 2018.
pinas: Ed. da Unicamp, 1992.
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do por-
tuguês. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São
Paulo: Global, 2002.
. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2010. . Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global, 2009.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de (Org.). Gramática do português
falado. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996. v. I.

. Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Uni-
camp, 2000. v. IV.

. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo:
Contexto, 2010.

; ELIAS, Vanda M. Pequena gramática do português bra-
sileiro. São Paulo: Contexto, 2012.

MANUAL DO PROFESSOR LXIII

CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cul- em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/
tura e Ação Comunitária. Estudar pra valer!: leitura e produção view/P.2358-3428.2015v19n37p81>. Acesso em: 9 out. 2018.
de textos nos anos iniciais do ensino fundamental/módulo
introdutório. São Paulo, 2005. MATEUS, Maria Helena Mira et al. Gramática da língua portuguesa.
Lisboa: Caminho, 1987.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico Nova Fronteira
da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Desirée (Org.). Gêneros textuais
e práticas discursivas. São Paulo: Edusc, 2002.
DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria
Auxiliadora (Org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo:
2010. Martins Fontes, 2001.

; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de português: . Gramática de usos do português. São Paulo: Ed. da Unesp,
múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 2011.

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns . Gramática na escola. São Paulo: Contexto, 2001.
nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
. Guia de uso do português: confrontando regras e usos.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: São Paulo: Ed. da Unesp, 2003.
Ed. da FGV, 1998.
. Que gramática ensinar na escola?: norma e uso na língua
ILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.
palavras. São Paulo: Contexto, 2002.
PAIVA, Aparecida (Org.). Literatura fora da caixa: o PNBE na escola
. Introdução à semântica: brincando com a gramática. São – distribuição, circulação e leitura. São Paulo: Ed. da Unesp, 2012.
Paulo: Contexto, 2001.
ROJO, Roxane (Org.). A prática de linguagem em sala de aula: pra-
KATO, Mary Aizawa. Gramática do português falado. Campinas: ticando os PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
Ed. da Unicamp, 2002. v. V.
. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania.
KLEIMAN, Angela B. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. In: . Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São
Campinas: Pontes, 2005. Paulo: Parábola, 2009.

; MORAES, Silvia E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo ; BATISTA, Antônio A. Gomes (Org.). Livro didático de língua
redes nos projetos da escola. Campinas: Mercado de Letras, 1999. portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado
de Letras, 2003.
KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto,
2002. SACRISTÁN, J. Gimeno. A educação obrigatória: seu sentido educa-
tivo e social. Porto Alegre: Artmed, 2001.
. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez,
2003. SANT'ANNA, Affonso Romano de. Parôdia, paráfrase & CIA. São
Paulo: Ática, 2003.
; FÁVERO, Leonor L. Linguística textual: introdução. São
Paulo: Cortez, 2002. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos
na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
; VILELA, Mário. Gramática da língua portuguesa. Coimbra:
Almedina, 2001. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto,
2003.
MACHADO, Anna Rachel (Coord.). Resenha. São Paulo: Parábola,
2007. . Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista
Brasileira de Educação. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbedu/
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros n25/n25a01.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.
e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
TAVARES, Braulio. Contando histórias em versos: poesia e roman-
. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São ceiro popular no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.
Paulo: Cortez, 2010.
TRASK, R. Larry. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo:
MATA, Inocência. Gêneros narrativos nas literaturas africanas de Contexto, 2004.
língua portuguesa: entre a tradição africana e o “cânone ocidental”.
Scripta: Revista do Programa de Pós-graduação em Letras e do TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para
Centro de Estudos Luso-afro-brasileiros da PUC Minas. Disponível o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2005.

LXIV MANUAL DO PROFESSOR

PORTUGUÊS ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
CONEXÃO
COMPONENTE CURRICULAR:
8E USO LêNGUA PORTUGUESA

Dileta Delmanto

Licenciada em Letras (Português e Inglês)
Mestra em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade
Católica (PUC-SP)
Professora das redes estadual e particular de São Paulo

Laiz B. de Carvalho

Licenciada em Letras e mestra em Literatura Brasileira pela
Universidade Sagrado Coração (USC-Bauru-SP)
Professora das redes estadual e particular de São Paulo

1a edição
São Paulo, 2018

MANUAL DO PROFESSOR 1

Direção geral: Guilherme Luz
Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas

Gestão de projeto editorial: Mirian Senra
Gestão de área: Alice Silvestre
Coordenação: Rosângela Rago

Edição: Alice Vasques de Camargo, Ângela Davoglio, Bruna Flores
Bazzoli, Caroline Zanelli Martins, Miriam Mayumi Nakamura (editoras),

Patrícia Rocco S. Renda, Marina Caldeira Antunes (assistentes)
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Planejamento e controle de produção: Paula Godo,

Roseli Said e Márcia Pessoa
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.),
Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Brenda T. M. Morais,
Célia Carvalho, Claudia Virgilio, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade,
Hires Heglan, Lilian M. Kumai, Luciana B. Azevedo, Luiz Gustavo Bazana,

Patricia Cordeiro, Raquel A. Taveira, Rita de Cássia C. Queiroz,
Sandra Fernandez, Sueli Bossi, Tayra Alfonso, Vanessa P. Santos;

Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias)
Arte: Daniela Amaral (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.),

Carlos Magno (edição de arte)
Diagramação: JS Design
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Claudia Bertolazzi (coord.)
e Célia Rosa (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.),
Liliane Rodrigues (licenciamento de textos), Erika Ramires,
Luciana Pedrosa Bierbauer, Luciana Cardoso Sousa e
Claudia Rodrigues (analistas adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustrações: Fernando Pires, Guilherme Asthma, Gustavo Grazziano,
Gustavo Ramos, Horácio Gama, Mario Kanno e Thais Circelli
Design: Gláucia Correa Koller (ger.), Aurélio Camilo (proj. gráfico),
Adilson Casarotti (capa), Tatiane Porusselli e Gustavo Vanini (assist. Arte)
Todos os direitos reservados por Saraiva Educação S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221, 1o andar, Setor A –
Espaço 2 – Pinheiros – SP – CEP 05425-902

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142
2018
Código da obra CL 820638
CAE 631753 (AL) / 631754 (PR)
1a edição
1a impressão

Impressão e acabamento

2

2 MANUAL DO PROFESSOR

Apresentação

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

ANDRADE, Carlos Drummond de. Procura da poesia.
In: Nova reunião: 23 livros de poesia.
Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. v. 1.

Caro aluno,

Gostamos da reflexão que esses versos nos trazem sobre a importância das palavras e, por
isso, nós os escolhemos para iniciar este livro, que trata de palavras e ideias, sentimentos e
razões, fantasia e realidade e de escritores e leitores que precisam conhecê-las e manejá-las
com precisão e sensibilidade para entender a si mesmos e interagir com o mundo que os cerca.

Diante do desafio das palavras, nos valemos de recursos que permitam descobrir suas
mil faces, encontradas no dia a dia de todos os homens, mulheres e crianças que povoam
o mundo, bem como na história de tantos povos durante tantos e tantos séculos. São as
palavras também que nos guiam no caminho de imagens, sons, movimentos, cores e volu-
mes que nos trazem satisfação, inquietações e reflexões.

Para tecer esta proposta, na qual você e seu professor serão os protagonistas, procuramos
selecionar textos que possam fazê-lo se apaixonar cada vez mais pela leitura, percebendo-a
como uma fonte inesgotável de prazer e de conhecimento. Fonte que permite alimentar
sonhos, transformar nossa visão de mundo, reavaliar sentimentos, suscitar emoções, conhe-
cer lugares sem sair do lugar, viajar no tempo, compreender outras culturas e civilizações e
percorrer com mais proveito os caminhos abertos pelas conquistas da tecnologia, que nos
desafiam a abrir, a cada vez, mais e mais portas no contexto das culturas digitais.

Esperamos que as atividades deste livro propiciem a você oportunidades de refletir sobre
a realidade que o cerca, de se expressar, de decidir como agir em relação aos desafios que
a vida impõe, de perceber a importância de atribuir sentidos aos textos que preenchem o
cotidiano e de conhecer as inúmeras possibilidades que as diferentes linguagens oferecem.

Enfim, desejamos que este livro possa levá-lo a novas descobertas e novas reflexões,
a avaliar conhecimentos e repensar valores, a buscar soluções e a ter uma visão plural do
outro, sem perder a dimensão do encantamento que nos torna melhores e mais felizes.

Um abraço,
As autoras

3

MANUAL DO PROFESSOR 3

Conheça seu livro

Este livro está organizado em oito unidades. Elas são compostas de diversas seções, cada uma
com uma finalidade específica. Conheça algumas delas a seguir.

1UNIDADE Faça seu comentário Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão Abertura da Unidade
em grupo sobre questões que dizem respeito à
aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; Este momento consiste na leitura e na
entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se exploração de uma imagem: uma pintura,
compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. uma fotografia, um grafite, uma cena de
manifestações artísticas; filme, etc. As questões propostas suscitam
Walt Disney/ip Archive/Glow Images reflexões sobre ela e mantêm relação com
ler um texto didático para conhecer sua finalidade; o trabalho desenvolvido na Unidade.

planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre
um objeto cultural;

Trocando ideias Não escreva no livro!

Imagem de divulgação de uma animação, 1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra. Leitura 1
de 2008, dirigida por Andrew Stanton e
produzida pela Pixar Animation Studios. a) Como isso ocorre na imagem reproduzida?

10 b) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a
imagem?

2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o
cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela?

3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a
opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam
ou a recomendaria para alguém? Por quê?

Não escreva no livro!

Unidade 1 11

Leitura 1 e Leitura 2 Antes de ler

Nestas seções, você encontrará um conjunto 1. Você já assistiu a um filme de aventura? Se sim, cite um que chamou especialmente sua atenção e
diversificado de gêneros textuais. Antes explique por quê.
de iniciar a leitura, algumas questões
2. Você já leu romances que se desenvolvem em torno das aventuras de um herói? Se sim, quais?
propostas em Antes de ler irão despertar seus
conhecimentos sobre o assunto, seu interesse Você vai ler a versão adaptada de dois capítulos de Viagens de Gulliver, romance do escritor inglês Jo-
nathan Swift. No livro, são narradas as aventuras de um médico que visita países fantásticos, habitados por
pelo tema e antecipar o estudo do gênero. personagens extravagantes e de hábitos insólitos. O primeiro lugar aonde o personagem principal chega é
a ilha de Lilliput, cujos habitantes são seres pequeninos de não mais que 15 centímetros de altura. Em se-
guida, conhece Brobdingnag, terra habitada por gigantes, e Laputa, onde se passam os episódios a seguir.
Os últimos destinos são a Terra dos Imortais e, finalmente, o país dos Houyhnhnms, onde quem governa
são cavalos inteligentes, sinceros e sábios.

Antes de iniciar o estudo do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto
em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

Capítulo 9

Uma ilha que voa
[…] zarpei da Inglaterra para mais uma aventura no dia 5 de agosto de 1706. […]
A viagem ia muito bem até que, em abril de 1707, quando estávamos quase chegando ao nosso destino,
fomos atacados por um navio pirata. Depois de sermos amarrados e saqueados, tivemos de esperar que os
piratas decidissem o que iam fazer conosco. Como eu havia discutido com o comandante deles, acabei
sendo o mais castigado. Colocaram-me todo amarrado numa canoa e me deixaram no mar à deriva. Dis-
seram que assim eu morreria lentamente.
Confesso que fiquei apavorado quando me vi sozinho no meio do mar, mas, em pouco tempo, consegui
soltar as cordas em torno do corpo e descobrir um remo embaixo de uma lona jogada no fundo da canoa.
Parecia um milagre que o pior castigo havia se transformado em liberdade, pois, pelo menos, eu estava
longe daqueles piratas perversos.
Avistei um arquipélago ao sul e remei uma hora até alcançar a primeira ilha. Lá encontrei alguns ovos
de pássaro, que mataram a minha fome, e um pequeno riacho, onde bebi enormes goles de água.
Não encontrei nenhum ser humano, apenas aves, caranguejos e peixes, mas, quando visitava uma outra
ilha, vi o céu escurecer de repente. Olhei para o alto e percebi que a sombra era causada por nada mais,
nada menos do que uma ilha voadora pairando sobre a minha cabeça.

Não deixe de ler Exploração do texto Não escreva no livro!

Viagens de Gulliver, 1. Nos primeiros parágrafos do texto, ficamos sabendo como o narrador- 116
deóJonathan Swift, -protagonista chegou ao lugar em que se passará a história.
adaptação de Ana Maria Exploração do texto Reflex‹o sobre a l’ngua Não escreva no livro!
Machado, Ática. a) Essas circunstâncias foram duras? Explique.
O clássico da literatura O trabalho realizado nesta seção permitirá Oração sem sujeito: contexto e sentidos
universal em versão b) Em outras histórias de aventura que você conhece, o protagonista que você desenvolva habilidades de
adaptada pela escritora também tem de enfrentar sozinho situações complicadas? Se sim, dê linguagem necessárias para se tornar um leitor 1. Leia o início de uma crônica sobre o Copan, famoso edifício da cidade de São Paulo, construído
Ana Maria Machado. um exemplo. competente e progredir em sua formação em 1952.
como leitor literário. Você vai conhecer a
No século XVIII, após 2. Como o narrador-protagonista reage à visão inusitada de uma ilha pai- função social e a organização do gênero a que
uma série de mudanças rando sobre sua cabeça? pertence o texto lido, além de outros recursos.
políticas, a Grã-Bretanha Maycon Soldan/Fotoarena [...]
passou a compreender 3. A ilha flutuante à qual o narrador sobe faz parte do reino de Laputa. Juca Martins/Olhar Imagem
quatro países: Inglaterra, Chove sobre o Copan, chove
País de Gales, Escócia e a) A que se dedica uma parte das pessoas desse reino?
Irlanda. Jonathan Swift muito. Agora faz sol. Calor. Ago-
foi sacerdote da Igreja b) Como vive o povo de Lagado, a metrópole (capital) do reino de La-
Anglicana (a Igreja puta? ra chove outra vez. Faz frio. O sol
oficial da Inglaterra),
mas, sendo irlandês, via c) Qual é a causa dessa situação? volta, a chuva volta, o calor volta,
os ingleses como
dominadores e sempre d) Qual dos planos elaborados em Lagado mais chamou sua atenção? o frio volta e esse vaivém é parte
defendeu a Irlanda, Por quê?
católica, que vivia em do plano secreto da natureza que
extrema miséria. 4. Observe como o autor localiza as ações narradas no tempo.
pretende fazer nevar sobre o Co-
Seu livro Viagens de a) Quando se passa a história?
Gulliver, embora tenha pan. A natureza é ardilosa.
como foco as aventuras b) Nos capítulos, os fatos são narrados de acordo com a ordem em que
do protagonista, não acontecem? Explique. Nesse ritmo, logo, logo vai
tinha a intenção de
divertir os leitores; seu c) Essas escolhas do autor quanto ao modo de desenvolver a história em nevar sobre o Copan. Gaúchos,
intuito era criticar uma sequência cronológica aproximam o público leitor da narrativa?
determinados valores e Explique. mineiros, cariocas, goianos, per-
aspectos da sociedade
britânica de sua época. 5. Reflita sobre os capítulos lidos. nambucanos, paraenses. Faça O edifício Copan, em São Paulo (SP), foi projetado pelo arquiteto
chuva ou sol, o país inteiro cabe Oscar Niemeyer; estima-se que seja habitado por mais de 5 mil
Não deixe de ver a) Considerando a descrição do reino de Laputa e dos personagens, no Copan. [...]. pessoas. Foto de 2018.
reflita: Qual seria a principal intenção do autor ao escrever esse livro?
Robinson CrusoŽ, OLIVEIRA, Nelson de. Copan mon amour. Folha de S.Paulo, 9 dez. 2007. +mais!.
direção de Rod Hardy b) Swift é conhecido pela ironia presente em suas obras. De que modo a Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0912200717.htm>. Acesso em: 21 maio 2018.
e George T. Miller. Estados descrição dos projetos dos “sábios” revela esse aspecto da narrativa
Unidos: Miramax Films, desse autor? Explique sua resposta e dê um exemplo. a) O autor afirma que “o país inteiro cabe no Copan”. No contexto da notícia, como se pode
1997. 100 min. interpretar essa frase?
c) Releia estas falas de Gulliver e do professor que o acompanha.
Adaptação do romance — E por que a ilha ia ser destruída? b) Que figura de linguagem está presente nesse comentário do autor?
Robinson CrusoŽ,
de Daniel Defoe. — Porque o povo de lá exigia coisas sem sentido do rei. Queriam, c) O autor comenta o efeito de diversos fenômenos naturais no Copan. Que fenômenos são esses?
Um marinheiro britânico, por exemplo, escolher seu próprio governador.
único sobrevivente de um d) O vaivém do clima, segundo o autor, pode fazer nevar sobre o Copan. Se houvesse a possibi-
naufrágio, é levado pelas Qual é a ironia e a crítica presentes nesse diálogo? lidade de nevar, de que modo se poderia escrever uma oração sobre esse fenômeno?
águas do mar até uma d) Com que intenção Swift adota esse tom irônico e crítico?
remota ilha deserta, onde
enfrenta desafios e perigos.

120 Unidade 4

2. Releia estas orações da crônica sobre o edifício Copan e observe as formas verbais destacadas.

Chove sobre o Copan, chove muito.

Agora faz sol. Verbo impessoal só é

Faz frio. usado na 3a pessoa do
Nesse ritmo, logo, logo vai nevar sobre o Copan. singular. Por exemplo:
Está calor. Choveu
a) Nessas orações, é possível: ontem. Faz tempo
I. determinar a que palavra(s) essas formas verbais se referem? que não venho aqui.

II. identiécar o sujeito dessas orações?

Atividade de escuta III. identiécar uma pessoa ou um ser vivo a quem esses verbos são atribuídos? Por quê?

Não escreva no livro!

Encontro com Ignácio de Loyola Brandão b) Essas formas verbais indicam o uso de verbos pessoais, que admitem sujeito, ou verbos im-
pessoais, que não se usam com sujeito?
Lemos, na Leitura 1, um conto de Ignácio de Loyola Brandão. Você gostaria de ouvir o autor tecendo
considerações sobre como se forma um leitor crítico e como nasce um conto ou uma crônica? Quando não existe na oração um termo ou expressão com que o verbo possa estabelecer corres-
pondência gramatical, de forma explícita ou implícita, dizemos que o verbo é impessoal e a oração
Sente-se com um ou mais colegas. Juntos, assistam ao trecho de uma palestra realizada por ele e dirigida é uma oração sem sujeito.
a alunos em visita à Bienal do Livro de São Paulo.

78 Unidade 2

Atividade de escuta Público na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP). Foto de 2018. Reflexão sobre a língua

Nesta seção, as atividades enfocam Conversem entre si sobre os pontos fundamentais de que fala o autor, tendo as perguntas a seguir como As atividades desta seção permitem
a escuta ativa e responsiva e a norteadoras de sua discussão. Preparem-se para compartilhar oralmente suas observações com os demais que você reflita sobre o funcionamento
colegas e o professor. da língua e sobre o uso de recursos
apreciação de textos veiculados linguísticos e gramaticais, necessários
oralmente, como reportagem 1. De acordo com o autor: para a interação social competente e
a) como se forma um escritor? expressiva.
multimidiática, podcast, poema, b) como se forma um leitor crítico?
animação, entre outros.
2. Para o escritor, com base em que são criados contos e crônicas?

3. Para ele, o que vale mais ao se escrever um conto: a inspiração ou o trabalho?
• Segundo o escritor, de onde vem a inspiração?

4. O autor menciona seus contos fantásticos. Segundo confessa, de onde tira a inspiração para criar
enredos fantásticos, absurdos?

5. Em sua opinião:
a) como é possível interpretar a referência que ele faz a si mesmo, definindo-se como um “autor
fantástico entre aspas”?
b) o que ele diz sobre isso confirma ou nega a exploração do conto feita nas atividades anteriores?
Explique.
c) que tipo de situações concretas, observadas por ele, poderia ter dado origem ao conto?

230 Unidade 7

4

4 MANUAL DO PROFESSOR

Produ•‹o escrita Não escreva no livro! Produção escrita e Produção oral Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! Para relembrar

As propostas de produção de texto são O mito de Narciso atualizado Segundo a mitologia
trabalhadas passo a passo. Você terá a grega, Narciso era um
Resenha crítica oportunidade de produzir uma foto denúncia, No poema que lemos, o eu poético critica o jogo de aparências das relações jovem de extrema beleza.
elaborar um rap e apresentá-lo em público, sociais em que as pessoas parecem ser perfeitas, nunca cometem erros, nunca Um dia, sentou-se à beira
As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o produzir um conto de suspense, apresentar falham. de um riacho para matar
que ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não uma propaganda em um programa de rádio, a sede e viu sua imagem
são válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. entre outros gêneros escritos e orais. Embora escrito há quase um século, os versos encontram eco nos dias de hoje. refletida no espelho-
Vivemos em uma época em que a imagem é supervalorizada. Com o avanço das -d’água. Admirado com
ferramentas tecnológicas e a explosão do acesso às redes socias, criou-se o fenô- sua própria beleza, atirou-
meno da selfie e o desejo de muitas pessoas de postar imagens de seu cotidiano -se nas águas e
em que aparecem belas, felizes e “perfeitas” em cenários igualmente perfeitos, transformou-se na flor
mas que, algumas vezes, podem não refletir a realidade. A valorização exagerada que leva seu nome.
e o amor pela própria imagem são chamados de narcisismo. Na Psicologia, Narciso
é o símbolo do apreço e
admiração exagerados de
uma pessoa por siímesma.
Adão Iturrusgarai/Acervo do Cartunista 1. Leia e observe a tira a seguir.
Jamie Gril/Tetra Imagens/Getty Images
ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: LEITE, Willian. Eu queria ser Antônio. WillTirando, 26 jan. 2018. Disponível em: <http://
© Will Leite/Acervo do Cartunista<www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018.www.willtirando.com.br/eu-queria-ser-o-antonio/>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada são
comuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando a) Que elementos da tira permitem ao leitor associá-la ao texto “Poema
jornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e em linha reta”?
apreciação consistentes para avaliá-lo.
Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para b) Como se sentem os outros personagens na tira diante do que veem?
publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto,
publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. 2. Na tira, a crítica é a mesma presente no poema?
Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenha
lido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. 3. Você costuma participar de redes sociais postando selfies? Com que fre-
Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. quência? Que tipo de texto costuma inserir junto às fotos?
Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano.
4. O individualismo exagerado, na busca de autoafirmação e admiração social,
Antes de começar pode ser percebido em ambientes sociais.
1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. Você já presenciou situações em que parecia ser mais importante tirar
fotos e selfies para as redes sociais do que participar de uma festa ou
a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural evento e interagir com o momento e com as pessoas? Se sim, como você
se refere a resenha em cada grupo? se sentiu? Conte aos colegas como foi.
I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação
5. Já aconteceu de você se ver em uma situação em que seus amigos, co-
II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico legas ou conhecidos só contam vantagens, parecem “campeões em
tudo”, e você achar que está para trás, perdendo algo? Já se perguntou
b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: se de fato são vantagens?
I. uma peça de teatro.
6. Você concorda com a ideia exposta no poema de que o ser humano é
II. um espetáculo de dança. diverso, com momentos de perfeição e falhas, cheio de curvas e não
uma linha reta, e de que há na sociedade um jogo de aparências que
2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- precisa ser evitado?
dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre:
Unidade 5 161
a) um filme?

b) um espetáculo musical?

c) uma exposição de obras de arte?

Unidade 1 25

Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro!
Book trailer
Do texto para o cotidiano
Cultura digital Meninas fotografando
livro com celular. O objetivo desta seção é discutir e
Esta seção apresenta propostas que refletir sobre assuntos que envolvem
vão aproximá-lo mais da cultura Na seção anterior, você analisou um book trailer. • Na abertura, apresentem a obra. Não se
digital e promover discussões Chegou a hora de produzir um vídeo como aquele esqueçam de mostrar a capa do livro e de temas como cidadania, ética, meio
e reflexões sobre práticas para indicar a outras pessoas algum livro especial. focalizar o nome do autor e da editora. ambiente e pluralidade cultural.
próprias do mundo virtual. Siga os passos e bom trabalho!
Conhecimento interligado
1. Junte-se a um colega e escolham um livro • No desenvolvimento, contem resumida-
que ambos tenham gostado de ler. Se for mente a história do livro. Folheiem o livro e Esta seção explora a relação interdisciplinar
um romance de aventuras, melhor! façam pausas para dar destaque a trechos que a área de Língua Portuguesa estabelece
do texto e ilustrações, se houver. Ressaltem
2. Conversem com o professor para decidir também as partes ou recursos linguísticos com as demais áreas do conhecimento
quando e onde realizarão a gravação do que considerarem mais importantes! (História, Geografia, Arte, etc.).
vídeo. Combinem também que recursos

utilizarão, de acordo com o material e os • No encerramento, convidem os espectado-
equipamentos disponíveis na escola. res para ler a obra e incluam os créditos do

3. Façam um roteiro para a elaboração do vídeo. vídeo, indicando o nome de vocês como
Para isso, escrevam o texto que será lido responsáveis.

enquanto vocês mostram trechos do livro

e indiquem o que entrará em cada momento. Sinalizem também no roteiro quem ficará

responsável pela locução e pela filmagem.

4. Selecionem imagens e façam desenhos para mostrar durante a filmagem. Usem a criativi-

dade para cativar os espectadores e despertar o interesse deles pelo livro apresentado no

book trailer.

5. Planejem recursos sonoros para ambientar • Para criar efeitos sonoros ou trilhas, usem
o book trailer. Busquem sonoridades que percussão corporal, objetos que possam servir

combinem com o que está sendo dito e de fontes sonoras e instrumentos musicais.
mostrado no vídeo em cada momento.
Aprender a aprender

Como elaborar a introdução de um texto 6. Sigam as orientações do professor para editar, finalizar e salvar o vídeo.

A introdução de um texto, independentemente do gênero a que pertence, é a janela que oferece Ao final das produções, conversem com o professor e combinem onde os book trailers da
ao leitor a noção do que o espera no desenvolvimento de uma ideia, um conceito, um fato, ou seja, turma circularão. É possível publicá-los no blogue da escola ou reuni-los em uma mídia e
do que será dito na sequência. disponibilizá-la na biblioteca!

Em textos expositivos ou argumentativos relacionados ao campo das práticas de estudos e pesquisa, 126 Unidade 4
ao campo de atuação na vida pública ou ao campo jornalístico/midiático, ela contém, em geral, a
linha central que vai nortear a exposição de informações, de fatos, de dados apresentados, bem como
as reflexões a respeito do assunto abordado, guiando o leitor ao longo da leitura.

Uma introdução pode ser feita de várias maneiras. Ela é o ponto de partida na interação com
o leitor e deve despertar seu interesse, incentivando-o a prosseguir na leitura. Veja algumas ma-
neiras de como é possível fazer uma introdução e escolha um desses caminhos quando for produzir
seus textos.

1. Leia esta notícia.

A mensagem de garrafa que Kym Illman/Agência France-Presse
passou 132 anos no mar

A mais antiga mensagem do tipo de que Conhecimento interligado
se tem notícia foi lançada ao oceano por navio
alemão e encontrada por acaso na Austrália.

Uma família de Perth, na Austrália, encontrou a Não escreva no livro! Tecnologia e design: árvores solares no Andre Horta/Fotoarena
mais antiga mensagem em uma garrafa conhecida Rio de Janeiro
do mundo, quase 132 anos depois de ela ter sido Garrafa com mensagem enviada por Arte e tecnologia
jogada no mar, dizem especialistas locais. [...] navio alemão há 132 anos foi O design é utilizado para desenvolver produtos tec-
encontrada na Austrália. Foto de 2018. Ciência e tecnologia são conceitos próximos. A ciência se caracteriza pelo conjunto de saberes sistema- nológicos que atendam a novas demandas, como ilu-
A nota na garrafa, datada de 12 de junho de tizados, fruto de estudos e pesquisas nos diversos campos do conhecimento humano. A tecnologia diz minação, móveis, vestuário, métodos educativos. Mas
1886, foi descartada do navio alemão Paula, como respeito ao conjunto de métodos, técnicas, procedimentos, etc. que permitem alcançar determinado objetivo é usado também por artistas que querem utilizar inova-
parte de um experimento sobre o oceano e rotas em diferentes áreas da atividade humana. Ambas estão inter-relacionadas, pois o conhecimento adquirido ções para criar obras únicas e incomuns.
marítimas do Observatório Naval Alemão. [...] e sistematizado, proveniente da ciência, permite o desenvolvimento de novas tecnologias.
Observe essas árvores solares, com design original e
BBC News Brasil. A mensagem de garrafa que passou 132 anos no mar. Terra, 6 mar. 2018. A tecnologia tem sido vastamente explorada nas mais diversas áreas do conhecimento, inclusive no campo criativo. Além de sua beleza estética, demonstram a pos-
Disponível em: <www.terra.com.br/noticias/mundo/a-mensagem-de-garrafa-que-passou-132-anos-no-mar das artes. Recursos tecnológicos têm sido empregados como possibilidade de novas formas de um artista ex- sibilidade de utilizar recursos naturais (luz solar) para gerar
pressar sua maneira de ver o mundo. São muitas as manifestações artísticas que conjugam processos e meios e armazenar energia. As folhas são feitas de um material
,bed0d27a258c78efefe9c7698dcb968dda765osw.html4>. Acesso em: 1º ago. 2018. tecnológicos com criatividade e, com isso, produzem novos e inusitados sentidos. que transforma a luz solar em energia elétrica.

O autor do texto de divulgação científica usou um fato real, como No campo jornalístico/ Observe os exemplos que ilustram como, em diferentes linguagens, o modo de expressão muda de acordo Tecnologia e pintura
o desta notícia, para iniciar seu artigo “A mensagem na garrafa”. midiático, o termo com as inovações tecnológicas que vão surgindo.
A esse recurso damos o nome de gancho. gancho refere-se ao Muitos pintores lançam mão de recursos oferecidos
uso de um recurso que Tecnologia e dança pela tecnologia para criar suas obras de arte.
Com que gancho o autor do artigo construiu sua introdução?
Na dança, recursos tecnológicos como câmeras, sistemas interativos entre som e projeção de vídeos, O museu filipino Art in Island é um bom exemplo.
Justifique sua resposta. desperte o interesse do computadores e robôs permitem novos caminhos na arte de representar o mundo por meio da expressão Localizado na cidade de Quezon, suas pinturas e murais
corporal. O grupo de dança Companhia de Dança Cena 11, de Florianópolis, Santa Catarina, destaca-se em 3-D convidam os visitantes a interagir com as obras,
leitor. pelo modo como usa recursos desse tipo para compor a organização cênica de suas apresentações e ampliar muitas delas baseadas em pinturas clássicas, célebres.
a comunicação com o público. Para o grupo, a tecnologia não é usada apenas para produzir efeitos especiais, Tudo efeito de ilusão de ótica!
2. Leia algumas introduções nos parágrafos a seguir, acompanhadas e sim para colaborar na atribuição de sentidos à performance dos bailarinos.

do título do texto. Procure identificar de que tipo são elas, associando-as, no caderno, às

explicações listadas.

I. referência a um fato do cotidiano: declara-se algo a respeito de um fato ou evento de conhe- Rouelle Umali/Newscom/Fotoarena Árvore solar (OPTree)
cimento público ou apresentam-se dados, estatísticas referentes a ele. instalada no Parque
Olímpico, no Rio de
II. indagação ou proposição de possibilidade: dirigida diretamente aos leitores, mas que será Janeiro (RJ), 2018.
respondida pelo próprio autor.

206 Unidade 6 Cristiano Prim/Acervo do fotógrafo

Aprender a aprender A obra O balanço (1766),
do pintor francês Jean-
Nesta seção, você vai trabalhar com procedimentos de -Honoré Fragonard,
estudo e pesquisa indispensáveis a todas as disciplinas. transforma-se em uma
brincadeira com a visitante
A Companhia de Dança Cena 11 apresenta o espetáculo Protocolo Elefante em São Paulo (SP). Foto de 2016. do museu Art in Island, em
148 Unidade 4 Quezon, nas Filipinas, 2014.

1. Você viu alguns exemplos de recursos da tecnologia aplicados à arte. Qual
deles chamou mais a sua atenção? Por quê?

2. Você acha que a integração entre arte e tecnologia produz uma arte “me-
lhor”, necessariamente? Ou, ao contrário, exige menos dos artistas, pois
eles podem usar e abusar dos recursos, sem se preocupar com aquilo
que pretendem expressar?

3. Na sua opinião, artes que não se valem de tecnologia tendem a ter cada vez
menos espaço? O que se ganharia e o que se perderia, se isso ocorresse?

Unidade 4 149

Produção do ano Revista Não escreva no livro! Fase 3 Mario Kanno/Arquivo da editora

Em grupo com alguns colegas, participe da Produção do ano para a Preparação dos textos e ilustrações, diagramação Produção do ano
elaboração de uma revista com os textos criados em diferentes momentos A revista começa a ganhar forma. Os textos são redigidos e
ao longo do ano. Vai ser uma oportunidade de você ampliar seus editados e a equipe de arte prepara a distribuição de textos e Trabalhando em equipe e utilizando as produções de
conhecimentos e divulgá-los para mais leitores. fotos nas páginas. texto feitas no decorrer do estudo das Unidades, você
vai organizar, planejar e realizar a produção do ano.
Você sabe como são feitas as revistas? Leia o infográfico. Fase 2 Por isso, ao encontrar este selo, fique atento.

Fase 1 Levantamento de dados Este ícone indica que há material
Definição da pauta Após a definição da pauta, há a audiovisual relacionado ao tema
Reunião da equipe para definir os coleta de informações e avaliação ou ao conteúdo abordado.
assuntos da edição. Nessa fase, são do que vale a pena publicar. v’deo dispon’vel
avaliadas as sugestões enviadas pelos
leitores, caso haja.

Fase 4 Fase 5
Checagem e
revisão de texto Montagem e
impressão
Fase 7
Distribuição para A nossa revista Não escreva no livro!
bancas e livrarias
Vamos começar a organizar a produção da revista da classe, que será fina-
44 Unidade 1 lizada no fim do ano.

1. Com a orientação do professor, forme um grupo com três ou quatro
colegas.

2. Ao trabalhar as Unidades deste livro, vocês vão produzir diversos textos.
Alguns deles estarão marcados com o símbolo:

Fase 6 3. Guardem esses textos em uma pasta, pois eles poderão ser selecionados
para publicação na revista do grupo.
Distribuição para assinantes
Essa é a primeira remessa a 4. Decidam se vocês vão guardar todos os textos do grupo em uma mesma
ser feita, já que se destina a um pasta ou se cada um vai ter sua própria pasta. Caso resolvam ter só uma,
público fiel à leitura da revista. definam quem vai ficar responsável por ela.

5. Nos próximos meses, procurem informar-se sobre revistas de seu interesse
e ler algumas delas, observando o conteúdo, a organização das páginas,
a disposição das fotos ou das ilustrações, a relação no espaço entre texto
verbal e não verbal, etc. Esse conhecimento vai ajudar vocês na hora de
produzir a publicação.

Unidade 1 45

5

MANUAL DO PROFESSOR 5

Sumário

UNIDADE 1 Faça seu comentário

Leitura 1 Resenha crítica (Diante dos olhos de Marcelo, Peter O Sagae), 12
Exploração do texto, 14
Recursos expressivos, 17
Do texto para o cotidiano – O filho do coração, 20
Fique atento... à pontuação na resenha, 21
Oralidade – Divergência de opinião, 21
A língua não é sempre a mesma – Recursos expressivos na escrita, 24
Cultura digital Pense nessa prática! – Vale qualquer comentário?, 24
Produção escrita – Resenha crítica, 25
Reflexão sobre a língua – A composição de palavras na língua portuguesa, 27
Atividade de escuta – Resenha oral, 31
Cultura digital Experimente fazer! – Resenha em vídeo, 32

Leitura 2 Texto didático (As possibilidades e os limites do corpo, Lídia Rosenberg Aratangy), 33
Exploração do texto, 35
Recursos expressivos, 36
Diálogo entre textos – Entrevista sobre aparência, 38
Reflexão sobre a língua – Uso do hífen em palavras compostas, 40
Cultura digital Experimente fazer! – Participe e comente!, 43
Encerrando a Unidade, 43

Produção do ano Revista, 44

UNIDADE 2 Cena aberta

Leitura 1 Poema dramático (Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto), 48
Exploração do texto, 53
Recursos expressivos, 55
Oralidade – Literatura e outras manifestações artísticas, 58
Diálogo entre textos – O Sertão na canção, 59
Do texto para o cotidiano – A seca no Nordeste, 60
Reflexão sobre a língua – A posição do sujeito na oração, 61 Sujeito indeterminado: contexto e sentidos na
oração, 63
Uma questão investigativa – A ordem direta e indireta da oração no português do Brasil, 65

Leitura 2 Poema dramático (Eu sei, mas não devia, Marina Colasanti), 66
Exploração do texto, 68
Recursos expressivos, 69
Cultura digital Você sabia? – Compartilhe e comente!, 72
Oralidade – Fluência e expressividade, 72
Produção escrita – Texto dramático, 73
Cultura digital Experimente fazer! – E-zine, 77

6

6 MANUAL DO PROFESSOR

Reflexão sobre a língua – Oração sem sujeito: contexto e sentidos, 78
A língua não é sempre a mesma – Ter e haver para indicar existência, 83
Encerrando a Unidade, 83

Conhecimento interligado História e Arte caminham juntas..., 84

UNIDADE 3 Uma palavrinha, por favor...

Leitura 1 Entrevista (O novo cenário da inclusão social, APAE em Destaque), 88
Exploração do texto, 90
Recursos expressivos, 92
Fique atento... ao uso do discurso direto e indireto, 94
Produção oral e escrita – Entrevista, 95
Reflexão sobre a língua – Regência: relações e sentidos, 97
Atividade de escuta – O que é ética?, 100

Leitura 2 Lei (Lei n. 13 146, de 6 de julho de 2015, Brasil), 101
Exploração do texto, 103
Recursos expressivos, 105
Diálogo entre textos – Os direitos e deveres em linguagem poética, 106
Do texto para o cotidiano – Olhos que falam, 107
Cultura digital Pense nessa prática! – Participação cidadã em meio digital, 108
Reflexão sobre a língua – Regência verbal, 109
Fique atento... ao uso do sinal indicativo da crase, 111
Oralidade – Estatuto do Idoso, 112
Encerrando a Unidade, 113

UNIDADE 4 Do outro lado do mundo

Leitura 1 Romance de aventuras (Viagens de Gulliver, Jonathan Swift), 116
Exploração do texto, 120
Recursos expressivos, 121
Do texto para o cotidiano – O papel da ciência, 123
Atividade de escuta – Book trailer, 125
Cultura digital Experimente fazer! – Book trailer, 126
Produção escrita – Capítulo de romance de aventuras, 127
Reflexão sobre a língua – Vozes verbais, 129

Leitura 2 Estória (Um pingo de chuva, Ondjaki), 133
Exploração do texto, 136
Recursos expressivos, 138
A língua não é sempre a mesma – O português falado em Angola, 140
Diálogo entre textos – Memória e invenção, 141
Oralidade – Resenha crítica, 142

7

MANUAL DO PROFESSOR 7

Cultura digital Pense nessa prática! – Curtir e comentar, 143
Reflexão sobre a língua – Vozes verbais: contextos e sentidos, 144
Encerrando a Unidade, 147
Conhecimento interligado Arte e tecnologia, 148

UNIDADE 5 Poesia e transgressão

Leitura 1 Poema (Poema em linha reta, Fernando Pessoa), 152
Exploração do texto, 154
Recursos expressivos, 156
Diálogo entre textos – O poema e a crítica social, 158
Atividade de escuta – A todos os brasileiros, 160
Do texto para o cotidiano – O mito de Narciso atualizado, 161
Fique atento... à pontuação no poema, 162
Oralidade – Intertextualidade: a paródia, 163
Produção escrita – Criação de paródia, 165
Cultura digital Experimente fazer! – Gravação de paródia, 168
Reflexão sobre a língua – Adjunto adnominal: contexto e sentidos, 169
Oralidade – Fluência e expressividade no flash mob, 173

Leitura 2 Poema visual (O pulsar, Augusto de Campos), 174
Exploração do texto, 175
Reflexão sobre a língua – Complemento nominal, 177
Uma questão investigativa – A linguagem figurada no dia a dia, 180
Encerrando a Unidade, 181

UNIDADE 6 Conhecer para opinar

Leitura 1 Artigo de divulgação científica (A mensagem na garrafa, Ciência Hoje), 184
Exploração do texto, 187
Recursos expressivos, 190
Fique atento... à pontuação no artigo de divulgação científica, 194
Oralidade – Busca pela vida fora da Terra, 195
Cultura digital Experimente fazer! – Podcast científico, 196
Reflexão sobre a língua – Adjunto adverbial: contexto e sentidos, 198
Diálogo entre textos – Mesmo tema, outros gêneros, 202
Do texto para o cotidiano – A limpeza do Universo, 203
Atividade de escuta – O papel da divulgação científica, 205
Aprender a aprender – Como elaborar a introdução de um texto, 206

Leitura 2 Artigo de opinião (Mães-meninas, O Globo), 208
Exploração do texto, 210
Recursos expressivos, 212
Produção escrita – Artigo de opinião, 215
Reflexão sobre a língua – Aposto: sentidos e contexto, 217

8

8 MANUAL DO PROFESSOR

Fique atento... à pontuação com aposto, 219
Encerrando a Unidade, 219

Conhecimento interligado O corpo: movimento e identidade, 220

UNIDADE 7 De conto em conto

Leitura 1 Conto de suspense (A descoberta da escrita, Ignácio de Loyola Brandão), 224
Exploração do texto, 226
Recursos expressivos, 227
Do texto para o cotidiano – Opressão no poema, 229
Atividade de escrita – Encontro com Ignácio de Loyola Brandão, 230
Reflexão sobre a língua – Coordenação: contexto e sentidos, 231

Leitura 2 Conto psicológico (Aquela água toda, João Luís Anzanello Carrascoza), 236
Exploração do texto, 239
Recursos expressivos, 241
Produção escrita – Conto, 243
Cultura digital Experimente fazer! – Audiobook de contos, 245
Reflexão sobre a língua – Coordenação e subordinação, 247
Ação voluntária – Compartilhamento de audiobook de contos, 251
Encerrando a Unidade, 251

UNIDADE 8 De olho na atualidade

Leitura 1 Reportagem de divulgação científica (‘Fake news’ têm 70% mais chance de viralizar que as notícias
verdadeiras, segundo novo estudo, O Estado de S. Paulo), 254

Exploração do texto, 258
Recursos expressivos, 261

Cultura digital Você sabia? – Há sites brasileiros de checagem de fatos, 264
Cultura digital Pense nessa prática! – Ler criticamente: há interesses por trás das notícias?, 264
Do texto para o cotidiano – Pós-verdade, 265
Aprender a aprender – Como elaborar um mapa conceitual, 266
Reflexão sobre a língua – Oração subordinada: contexto e sentidos, 269

Leitura 2 Reportagem em meio digital (Os indígenas que escaparam do extermínio, El país), 274
Exploração do texto, 279
Recursos expressivos, 280
Fique atento... à pontuação na reportagem, 283
Produção escrita – Reportagem, 284
Atividade de escuta – Diversidade ambiental: feira de sementes, 287
Reflexão sobre a língua – Outras orações adverbiais, 288
Fique atento... à pontuação dos períodos com orações adverbiais, 290

Conhecimento interligado Revoluções no modo de ler, 292

Produção do ano Revista, 294

Bibliografia, 296

9

MANUAL DO PROFESSOR 9

Unidade 1 1UNIDADE Fa•a seu coment‡rio

Competências gerais Imagem de divulgação de uma animação,
da Educação Básica de 2008, dirigida por Andrew Stanton e
1. Valorizar e utilizar os produzida pela Pixar Animation Studios.

conhecimentos histo- 10
ricamente construídos
sobre o mundo físico, cionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos da que implícita ou velada. Continuamos o trabalho com a re-
social, cultural e digital discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. senha, com o objetivo de que os alunos desenvolvam a habili-
para entender e expli- dade de compreensão e réplica sobre livros, eventos, shows,
car a realidade, conti- ¥ Nesta Unidade, enfocamos o campo jornalístico/midiático com exposições, entre outros, dando-lhes a oportunidade de se
nuar aprendendo e cola- o gênero resenha crítica. Nesse campo, entre os diversos gê- aproximar de eventos culturais em sua comunidade ou fora
borar para a construção neros jornalísticos, podemos considerar duas categorias: os dela, desenvolvendo o senso crítico. No campo das práticas
de uma sociedade justa, informativos (em que predomina a sequência expositiva) e os de estudo e pesquisa, enfocamos o texto didático, gênero de
democrática e inclusiva. opinativos (em que predomina a sequência argumentativa), apoio ligado à divulgação de conhecimentos, cujo trabalho visa
4. Utilizardiferenteslingua- embora essa fronteira não seja perfeitamente nítida, pois é ampliar e qualificar a habilidade de os alunos compreenderem
gens – verbal (oral ou vi- consenso que nenhum texto é neutro, isento de opinião, ain- criticamente o mundo físico e a realidade social.
sual-motora, como Li-
bras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –,
bem como conhecimen-
tos das linguagens artís-
tica, matemática e cien-
tífica, para se expressar
e partilhar informações,
experiências, ideias e
sentimentos em dife-
rentes contextos e pro-
duzir sentidos que levem
ao entendimento mútuo.

Competência
específica de
Linguagens para o
Ensino Fundamental
4. Utilizardiferenteslingua-

gens para defender pon-
tos de vista que respei-
tem o outro e promovam
os direitos humanos, a
consciência socioam-
biental e o consumo
responsável em âmbi-
to local, regional e glo-
bal, atuando criticamen-
te frente a questões do
mundo contemporâneo.

Competências
específicas de Língua
Portuguesa para o
Ensino Fundamental
3. Ler, escutar e produzir

textos orais, escritos e
multissemióticos que
circulam em diferentes
campos de atuação e mí-
dias, com compreensão,
autonomia, fluência e cri-
ticidade, de modo a se ex-
pressar e partilhar infor-
mações, experiências,
ideias e sentimentos, e
continuar aprendendo.
6. Analisar informações,
argumentos e opiniões
manifestados em intera-
ções sociais e nos meios
de comunicação, posi-

10 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão • Paraotrabalhocomogênero
em grupo sobre questões que dizem respeito à resenha, sugerimos a leitu-
aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; ra do artigo: OLIVEIRA, Maria
entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se Marta G. de. “Habilidades de
compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. leitura refletidas no gênero
manifestações artísticas; resenha”. In: Língua escri-
Walt Disney/ip Archive/Glow Images ta. Belo Horizonte, n. 6, jan./
ler um texto didático para conhecer sua finalidade; jun. 2009. p. 94. Disponí-
vel em: <http://www.ceale.
planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre fae.ufmg.br/app/webroot/
um objeto cultural; files/uploads/revista%20
lingua%20escrita/
Trocando ideias Não escreva no livro! LinguaEscrita_6d.pdf>.
Acesso em: 16 jul. 2018.
1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra.
• Sugerimos também a leitu-
a) Como isso ocorre na imagem reproduzida? Espera-se que os alunos respondam que a imagem ganha força por ra de um texto teórico que
meio do contraste entre a cor escura do céu estrelado à esquerda, trata especificamente de
resenha cinematográfica:
onde está o personagem, e a presença de luminosidade à direita. “Resenha cinematográfi-
ca: um gênero textual para
b) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a o ensino de língua portu-
guesa na abordagem do
imagem? Espera-se que os alunos respondam que ele olha para o espaço, para o infinito. interacionismo sociodis-
cursivo”. Disponível em:
2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o <http://www.faccar.com.
cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela? Resposta pessoal. br/eventos/desletras/
hist/2005_g/2005/
3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a textos/010.html>. Acesso
opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam em: 16 jul. 2018.
ou a recomendaria para alguém? Por quê? Resposta pessoal.
Trocando ideias

Atividade 1, item b
• Verifiqueosconhecimentos

prévios dos alunos sobre a
animação. Caso a conhe-
çam, saberão que o persona-
gem é Wall-E e conhecerão
o enredo. De qualquer for-
ma, comente que a história
se passa em 2815, quando
a humanidade abandonou
a Terra e passou a viver em
uma nave no espaço. O per-
sonagem Wall-E é um robô
deixado no planeta, que tem
como função limpar o lixo
acumulado por centenas de
anos de consumismo.

Atividade 2 
• Osalunospodemmencionar

o lixo eletrônico sobre o qual
o robô está e a sensação de
aparente solidão do perso-
nagem. A imagem combina
mistério e atração, com a in-
tençãodeestimularacuriosi-
dade do leitor ou espectador.

• Serão abordados os seguintes eixos: Unidade 1 11 Neste bimestre, consul-
te no Material Digital do Pro-
Oralidade: atividade de escuta – análise de gravação: resenha Produção de texto: planejar, elaborar, revisar e publicar resenha, fessor:
oral; discussão em grupo. explorando recursos disponíveis.
Análise linguística/semiótica: reconhecer e analisar processos de • Plano de desenvolvi-
Leitura: resenha crítica, como gênero de apoio para a compreen- formação de palavras por composição (justaposição e aglutinação); mento;
são e seleção de obras literárias e outras manifestações artís- apropriação e uso das regras básicas de uso do hífen em palavras
ticas, e texto didático, como apoio para a compreensão de con- formadas pelo processo da composição. • Ficha de acompanha-
teúdos ligados a uma área do conhecimento, em especial, a uma mento das aprendiza-
disciplina escolar. gens;

• Avaliação;
• Sequências didáticas:

1. Escolher e apreciar
2. Formação de pala-

vras por composição
3. Cotidiano poético

11MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro!

Competências Antes de ler
específicas de Língua
Portuguesa para o 1. Quando quer obter informações a respeito de um filme, um livro, um jogo
Ensino Fundamental eletrônico ou um evento cultural em sua cidade, onde você costuma
2. Apropriar-se da lingua- buscá-las: com amigos, na internet, em revistas, em clubes de leitura,
suplementos de jornal? Resposta pessoal.
gem escrita, reconhe-
cendo-a como forma de 2. Você, provavelmente, já leu textos em jornal, revista ou site que aconse-
interação nos diferentes lhavam o leitor a assistir a determinado filme ou a ler um livro publicado.
campos de atuação da Nesses casos, que objeto cultural era recomendado? Se você leu, viu ou
vida social e utilizando-a assistiu ao que era aconselhado, a leitura ou o evento preencheu suas
para ampliar suas possi- expectativas? Resposta pessoal.
bilidades de participar da
cultura letrada, de cons- Reprodu•‹o/Edi•›es SM Muitas vezes nos vemos diante de questões como decidir se vamos ou não ver
truir conhecimentos (in- um filme, se vamos a uma exposição de pinturas ou a um show, que livro ler, que
clusive escolares) e de Caio Riter jogo eletrônico comprar. Onde encontrar informações que nos orientem?
se envolver com maior O RAPAZ QUE NÃO ERA
autonomia e protago- DE LIVERPOOL Leia a resenha crítica de um livro que narra a história de um garoto de
nismo na vida social. capa: Graça Lima 15 anos e sua paixão pelos Beatles, e que encontra, em sua própria vida,
6. Analisar informações, Edições SM, 2006 uma inesperada correspondência com esse famoso quarteto musical. Será
argumentos e opiniões que essa resenha despertará seu interesse em ler o livro?
manifestados em in-
terações sociais e nos Durante a leitura do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas
meios de comunicação, pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.
posicionando-se ética e
criticamente em relação Diante dos olhos de Marcelo
a conteúdos discrimina-
tórios que ferem direitos Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais
humanos e ambientais. como negar as evidências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da
hereditariedade, quais características dominantes, quais recessivas e agora são
(EF69LP45) Posicionar-se as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz. A velha descon-
criticamente em relação a fiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele,
textos pertencentes a gê- Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a
neros como […] resenha cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo,
crítica […] para selecionar diferente e só, adotado.
obras literárias e outras ma-
nifestações artísticas (cine- O que sente e pensa Marcelo? Algo como tristeza ou desespero? Amargura,
ma, teatro, exposições, es- por quinze anos vividos sob a custódia de uma traição? Seus pais – ou melhor:
petáculos, CDs, DVDs etc.), eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra!
diferenciando as sequên- E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo.
cias descritivas e avalia- Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... Ele, que não
tivas e reconhecendo-os era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia-se o verdadeiro
como gêneros que apoiam a rapaz que não era de Liverpool. De fato, os Beatles eram apenas quatro, como
escolha do livro ou produção Pedro Paulo, Inês, Ramiro e Maria. Alguém sobrava naquela casa. O quinto
cultural e consultando-os no Beatle não existiu. E era ele. Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua
momento de fazer escolhas, verdadeira história?
quando for o caso.

Antes de ler

• Essas atividades têm como
objetivo ativar os conheci-
mentos prévios dos alunos
acerca do gênero resenha.

12 Unidade 1

12 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam claros, Liverpool é uma Leitura
escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade. Caio cidade da Inglaterra
Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o personagem: é conhecida por ter Vocabulário
Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o torvelinho de imagens e emoções revelado a famosa
num rápido pulsar de fragmentos que o autor ordena com técnica cinematográ- banda de rock The digressão: divagação, des-
fica. O texto é dividido em cinco capítulos, nos quais a ação no presente se esten- Beatles, com quatro vio momentâneo de assunto.
de por pouco mais que uma semana e alguns dias. Esse plano narrativo é inter- integrantes: John
rompido por cenas que são a força das digressões, trazendo tanto a memória de Lennon, Paul incurso: entrada, introdução.
fatos isolados da infância e da juventude de Marcelo quanto os poucos instantes McCartney, Ringo Starr
que antecederam a conversa com a mãe. É também a derradeira confirmação que e George Harrison. interpolação: introdução
marca o início da narrativa, às primeiras linhas do capítulo um. ou inserção de cenas em
flashback: interrupção um texto.
“— Não, Marcelo, você não nasceu de mim! da sequência cronológica
Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar. Falou. As palavras foram em uma narrativa (em laborioso: cuidadoso, bem
claras. Sem sombras. Sem dúvidas. A confirmação ali, naquela frase tão simples. livro, novela, série, filme), trabalhado.
Tão. Não era minha mãe. Não era. E, no entanto. com volta a eventos
Estendeu a mão. A mão que muito carinho já me fizera. A mão. Tremia? Queria passados. torvelinho: movimento em
ser toque. Acarinhar meu cabelo, daquele jeito calmo que eu tanto gosto. Gostava. efabulação: narração espiral, redemoinho.
Leve toque em meu braço. ficcional.
Fugi. match cut: técnica • O termo efabulação tem o
Lágrimas nos olhos dela. E nos meus. cinematográfica que mesmo sentido de fabu-
Fugi para meu quarto. consiste em um corte na lação, criação ficcional ou
[...]” sequência da narração, representação fictícia por
permitindo a transição meio da imaginação, in-
Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente entre dois planos que se venção de uma sequência
para introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não correspondem. de fatos que compõem o
lineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. É exatamente fusão: técnica enredo em uma narrativa.
na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a originalidade cinematográfica que Atualmente, o termo desig-
do autor e um laborioso trabalho técnico. Caio Riter interrompe por dezes- consiste na passagem na também a narrativa que
sete vezes o fluxo dos capítulos, com cenas numeradas e subtítulos, em que gradativa, com subverte, de várias manei-
o leitor salta para o passado de Marcelo. As lembranças surgem encaixadas sobreposição, de uma ras, o padrão e as expecta-
pelo incurso do MATCH CUT, isto é, alguma informação do instante presen- imagem para outra. tivas do romance tradicio-
te (um nome, uma foto, uma palavra, uma dor) repete uma situação já vivi- nal, principalmente no que
da, assim deflagrando a visão do passado. De outro modo, a saída das de- diz respeito a forma, estilo,
zessete cenas é feita sem avisos ou abruptas separações, flutuando o foco narrativo, tratamento
pensamento de Marcelo em efeitos de FUSÃO com o presente. do tempo e espaço, empre-
go frequente de alegorias e
Da estrutura geral da obra à estrutura das frases, a linguagem privilegia um diluição dos limites entre o
ponto de vista e uma fala em perfeita síncope. Das emoções. É a pontuação rí- cotidiano e o fantástico, o
gida e seca que para. O pensamento entrecortado que se permite. Das lacunas mágico e o real.
entre palavras ao fosso existencial. São fendas e senhas: por interrupção, inter-
mitência: interrogações. A todo instante, torcemos por Marcelo. Pela resposta
que procura, pela paz. Céu e mar para o rapaz que não era de Liverpool.

O SAGAE, Peter. Diante dos olhos de Marcelo. Dobras da Leitura O’ Blog, 3 jun. 2009. Disponível em:
<http://dobrasdaleitura.blogspot.co.at/2009/06/diante-dos-olhos-de-marcelo.html>. Acesso em: 21 jun. 2018.

Reprodução/Arquivo pessoal Peter O Sagae é autor, professor, tradutor e crítico literário. Criou o blogue Dobras da Leitura
OÕ Blog, em que publica resenhas sobre obras literárias.

Unidade 1 13

13MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Exploração do texto Exploração do texto Não escreva no livro!

Atividade 2, item b 1. Uma resenha é sempre acompanhada de elementos paratextuais.
• Comente com os alunos
a) Que função tem a capa do livro que acompanha o texto?
que Mendel é autor do es-
tudo hoje chamado de Leis Apresentar o livro, objeto da resenha, ao leitor.
de Mendel, as quais regem
a transmissão dos caracte- b) Releia este trecho.
res hereditários. O protago- Caio Riter
nista de O menino que não O RAPAZ QUE NÃO ERA DE LIVERPOOL
era de Liverpool se baseia capa: Graça Lima
nessas leis para tirar con- Edições SM, 2006
clusões que o levam a des-
cobrir ter sido adotado: as Qual é a função dessas informações para o leitor da resenha?
experiências desse estu-
dioso mostraram que não 2. c) Os quatro integrantes daFriedrich/Interfoto/LatinstockO termo paratexto designa os elementos que acompanham um texto,
é biologicamente possível banda eram de Liverpool; a com informações para a orientação do leitor, como título, nome do autor,
pais de olhos claros (ver- família de Marcelo é compos- número de páginas, índice, ilustrações, gráficos, dedicatória, notas de
des ou azuis) gerarem um ta também de quatro integran- rodapé, etc.
filho de olhos castanhos. No tes; ele, Marcelo, de acordo
entanto, os estudos de ge- com sua interpretação, não faz Elas permitem ao leitor identificar a obra sobre a qual a resenha foi feita. Além disso, contêm
nética mais avançados pro- parte da família; metaforica-
varam que a cor dos olhos mente, “não é de Liverpool”. 2. Pela leitura da resenha, é possível ter uma noção do enredo. outros dados
é uma característica poli-
gênica, isto é, definida não Gregor Johann úteis, caso haja interesse em encontrar o livro em uma biblioteca, livraria ou site especializado.
por um, mas por vários pa- Mendel (1822-1884),
res de genes, tornando pos- considerado o “pai da a) Qual é o conflito vivido pelo personagem Marcelo?
sível que um casal de olhos genética”, foi um
claros venha a ter filhos de monge e botânico A suspeita de que é adotado.
olhos castanhos. Para mais austríaco. Trabalhando
informações, consulte: com o cruzamento de b) De acordo com a resenha, qual é a importância da relação entre as
<https://diariodebiologia. sementes de ervilha, ervilhas de Mendel e a cor dos olhos de Marcelo para o estabeleci-
c o m / 2 016 / 07/c o m o - ele propôs a teoria, mento desse conflito? Para mais informações, leia o boxe sobre os
funciona-genetica-cor-dos- mais tarde confirmada, estudos de Mendel. O protagonista sabe que um casal de olhos claros (verdes, os
olhos-como-saber-olhos- da existência de
do-bebe/> (acesso em: 13 características da mãe, e azuis, os do pai) não poderia ter um filho de olhos castanhos.
out. 2018). biológicas que se
transmitem pela c) De que forma o título do livro também se relaciona com os Beatles
hereditariedade, ou e esse conflito? Se necessário, releia o boxe complementação da
seja, de pais para Leitura 1.
filhos.
3. Em relação ao enredo, anote no caderno quais frases a seguir se referem
14 Unidade 1 ao presente vivido pelo personagem (a dor de saber a verdade) e quais
a um tempo passado (as lembranças).

I. Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu
ventre [...]. passado

II. Ele, que não era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia-
-se o verdadeiro rapaz que não era de Liverpool. [...] Qual a sua verda-
deira história? presente

III. [...] trazendo tanto a memória de fatos isolados da infância e da ju-
ventude de Marcelo, quanto os poucos instantes que antecederam a
conversa com a mãe. passado

IV. E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente
novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares...

presente

14 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

4. Uma resenha de livro ou filme contém, em geral, o resumo da história e as avaliações que defendem Atividade 6
a posição do autor. No caderno, relacione cada parágrafo da resenha a seu respectivo conteúdo.
Dica: desconsidere a citação literal do trecho do romance na contagem dos parágrafos. (EF89LP05) Analisar o efei-
I. Informações sobre o enredo. to de sentido produzido pelo
uso, em textos, de recurso a
II. Informações sobre a estrutura do livro. formas de apropriação tex-
tual (discurso […] indireto
III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ou indireto livre).

IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. Atividade 6, item b
• Comente que o pronome
a) Primeiro parágrafo. I. Informações sobre o enredo.
b) Segundo parágrafo. I. Informações sobre o enredo. indefinido muitos, nesse
c) Terceiro parágrafo. II. Informações sobre a estrutura do livro. contexto, reflete, de cer-
d) Quarto parágrafo. III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ta forma, a “voz” do senso
e) Quinto parágrafo. IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. comum, ou seja, a impres-
são ou sensação que mui-
5. Releia. tas pessoas têm a respei-
to de algo.
Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente para introduzir um
Atividade 6, item c
FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não lineares de efabulação, em idas e vindas • Expliquequesetratadodis-

dentro de um texto. É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a curso indireto livre, modo
narrativo em que o narrador
originalidade do autor […]. 5. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam que se trata do movimento, no reproduz as palavras ou o
enredo, entre presente e passado na recuperação das memórias do personagem e do pensamento de um perso-
nagem de modo simultâneo
passado para o presente, na situação em que se encontra. a seu próprio discurso, inse-
rido na narração, sem ver-
a) O que você entende por “idas e vindas dentro de um texto”? bos de elocução, sem con-
junção subordinativa nem
b) Interpolar significa “alternar, revezar”. Quais são os diferentes planos que se alternam na marcas gráficas.
narrativa? Presente e passado.

6. Em uma resenha, podem estar presentes outras vozes além da do autor, seja de forma implícita ou
explícita.

a) Há algum momento, no texto, em que aparece explicitamente a voz do autor? Justifique sua

resposta. Sim, na frase: “A todo instante, torcemos por Marcelo” e no fragmento “[...] a vida pode passar diante de
nossos olhos [...]”.

b) Releia esta afirmação.

Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos [...] como um filme em alta velo-

cidade. 6. c) “A velha desconfiança, afinal, tinha

um fundamento!” Espera-se que os alu-

A quem se refere o pronome muitos, empregado pelo autor? nos percebam que o autor registra a fra-
se exclamativa como um desabafo do
A pessoas indeterminadas, a pessoas em geral, quaisquer pessoas.
personagem, reportando diretamente a
c) Releia o primeiro parágrafo do texto.
fala tal como foi dita por Marcelo.

Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais como negar as evi-

dências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade, quais características

dominantes, quais recessivas e agora são as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz.

A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Mar-

celo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos da

mãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo, diferente e só, adotado.

Nesse parágrafo, quando o autor da resenha apresenta o resumo da história, é possível “ouvir”
a voz do personagem. Procure identificá-la e explique por que a selecionou.

d) Em que momento, no texto da resenha, aparece a voz do narrador da história do rapaz que não
era de Liverpool? E quem é esse narrador?

Na citação do trecho que o resenhista transcreve entre aspas. O narrador é o próprio Marcelo.

Unidade 1 15

15MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Atividade 9 7. b) No último parágrafo, o 7. Percebemos, ao longo do texto, o desenvolvimento da apreciação que o
• Considerando-se a finali- autor da resenha dirige-se di- autor da resenha faz.
retamente ao leitor, convidan-
dade do gênero, espera-se do-o a “torcer” pelo persona- a) Essa apreciação é positiva ou negativa? Positiva.
que os alunos respondam gem. Isso reforça a opinião de
se obtiveram as informa- que a narrativa tem qualida- b) De que modo o último parágrafo reforça essa opinião?
ções necessárias para to- des suficientes para envolver
mar a decisão de ler ou não o leitor e emocioná-lo, já que c) Com os elementos que o resenhista apresenta, você se sentiu interes-
o livro, e se a argumenta- isso ocorreu com o resenhista sado pela história de Marcelo? Por quê? Resposta pessoal.
ção na resenha foi suficien- na leitura.
te para estimulá-los a ler.
• Se achar interessante, co- 8. Resenhas geralmente não antecipam informações que comprometam o
mente que, em resenhas impacto do filme ou livro resenhado.
publicadas em sites, é co-
mum aparecer a mensa- a) Que efeito isso cria? Cria expectativa, curiosidade no leitor.
gem: “Atenção, este co-
mentário contém spoiler” b) A resenha lida recomenda explicitamente que o leitor leia o livro? De
(do inglês, to spoil, “estra- que modo age o resenhista ao apresentar o livro?
gar”). Isso quer dizer que a
resenha dá informações so- Não. Comenta suas qualidades, estimulando, instigando o leitor a ler o livro.
bre a história que podem es-
tragar o prazer da descober- 9. Em sua opinião:
ta do leitor ou espectador.
a) os argumentos usados na resenha poderiam influenciar positiva ou
Atividade 10 negativamente um leitor para escolher essa leitura? Em que medida
• Comente que a estrutura de e por quê? Resposta pessoal.

uma resenha pode variar. b) mesmo sem saber como termina a história de Marcelo, essa resenha
Seus elementos básicos cumpriu sua finalidade com relação a você, como leitor? Por quê?
são as informações sobre
o objeto resenhado e a ava- Resposta pessoal.
liação do resenhista, funda-
mentada em argumentos 10. Resenhas, em geral, costumam apresentar a seguinte estrutura.
válidos. A organização do
texto deve incluir uma in- Apresentação Desenvolvimento Conclusão
trodução e uma conclusão.
10. b) O resumo da história é Resumo Opinião e argumentos Informações
Não deixe de ler apresentado em um bloco e, da história para comprová-la técnicas
em seguida, em outro bloco,
• No livro, o personagem vêm a opinião e os argumen-
reconhece que a verda- tos para comprová-la. As in-
deira família é aquela formações técnicas, como o
que cuida de uma crian- trabalho com a linguagem,
ça e atua em seu cres- são exploradas no final do de-
cimento com amor e senvolvimento.
dedicação, não neces-
sariamente a biológica. N‹o deixe de ler A resenha lida obedece a essa estrutura? Explique sua resposta, comen-
tando:
O rapaz que não era
de Liverpool, de Caio a) a apresentação.
Riter, Edições SM.
Não há propriamente uma apresentação do livro; o texto já começa com o resumo da história.
Leia o livro e fique sabendo
qual foi a resposta de b) o desenvolvimento.
Marcelo a suas próprias
indagações. Aproveite c) a conclusão. Apresenta a conclusão nas três últimas frases.
para conhecer melhor as
técnicas cinematográficas 11. Resenhas críticas publicadas em jornais e revistas de circulação nacional
empregadas pelo autor e em sites confiáveis são geralmente escritas por especialistas: críticos de
na trama. cinema e literatura, jornalistas, etc. Fazer escolhas com base na leitura de
resenhas é um bom caminho para decidir o que ver ou ler? Por quê?

Resposta pessoal.

16 Unidade 1

16 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Recursos expressivos 2. a) Sim, há várias palavras e Recursos expressivos
expressões ligadas ao univer-
1. Na resenha lida, alterna-se o uso de verbos no passado e no presente. so da ficção como persona- (EF69LP54) Analisar […]
gem, primeira pessoa, nar- em gêneros em prosa […]
a) Em geral, predominam, nas resenhas, as formas verbais no presente. rativa, ação, cena, leitor, os efeitos de sentido decor-
Releia. autor, efabulação, flashback. rentes do emprego de pala-
vras e expressões […] co-
Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam 2. b) Além do universo da litera- notativas […], percebendo
tura, referências ao universo ci- sua função na caracteriza-
claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta nematográfico, com o uso de ção dos […] personagens
palavras e expressões relacio- e ações próprios de cada gê-
velocidade. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando nadas a esse campo semântico nero narrativo.
como filme, imagem, técnicas
voz para o personagem: é Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o cinematográficas, match cut, Atividade 1
fusão.
(EF89LP06) Analisar […]
torvelinho de imagens e emoções num rápido pulsar de fragmentos que escolhas lexicais, constru-
ções metafóricas […] e
o autor ordena com técnica cinematográfica. O presente foi empregado pelo seus efeitos de sentido.
autor da resenha para expor opi-
Atividade 3
nião e avaliação, com afirmações ¥ Aceite respostas que sejam

Por que foi empregado o presente nesse trecho? que revelam seu próximas dos sentidos do
texto.
posicionamento a

b) Observe agora o uso das formas verbais no pretérito. respeito do objeto
cultural resenhado.

A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da

mãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhos

não tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dos

olhos do pai.

Por que foi empregado o pretérito nesse trecho? Para relembrar

Porque o autor se refere a fatos do enredo do livro quando o personagem rememora a Campo sem‰ntico é o
descoberta da verdade (ou da “mentira” dos pais). conjunto das palavras
ligadas a uma mesma
2. Em uma resenha, emprega-se vocabulário específico da área a que per- área de conhecimento, a
tence o objeto resenhado, a que damos o nome de campo semântico. uma mesma arte, ciência,
profissão, etc.
a) Isso acontece nessa resenha? Comprove sua resposta.
2. c) Possibilidades: atuação,
b) A qual ou quais universos essa resenha faz referências? Explique trilha sonora, figurino, estúdio,
sua resposta. bilheteria, cena, filme, diretor,
espectador, episódio, fala, diá-
c) Que palavras e expressões se esperaria encontrar em resenhas logo, maquiagem, técnicas,
sobre filmes? atores, interpretação, produ-
tor, direção, roteirista, entre
3. O resenhista, ao se referir às emoções por que passa o personagem, faz outras.
uso da linguagem figurada. Levando em conta o contexto, explique o
sentido das expressões destacadas nestes trechos. Gustavo Grazziano/Arquivo da editora
a) [...] e agora são as ervilhas de Mendel
que rodam dentro da mente do ra-
paz.

b) [...] eles, Inês e Pedro Paulo não ti-
nham o direito. De trocar uma his-
tória por outra!

c) [...] é Marcelo, em primeira pessoa,
quem narra o torvelinho de imagens
e emoções num rápido pulsar de
fragmentos [...]

d) [...] seus olhos não tinham a cor do

mar, a cor do céu [...]
Resposta pessoal. Possibilidades: a) O personagem fica se lembrando das explicações sobre as leis da hereditariedade dadas na aula

de Biologia; b) A história de vida do personagem seria outra se ele não tivesse sido adotado; c) As emoções sentidas pelo personagem

são como um redemoinho em espiral com movimentos ritmados, indo e voltando, rodando dentro dele; d) Seus olhos não eram
Unidade 1 17
verdes como os da mãe nem azuis como os do pai.

17MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Atividade 4 5. a) Somente no segundo 4. Para organizar o texto, o autor emprega várias conjunções, estabelecendo
parágrafo. Ao citar os nomes relações de sentido entre orações ou parágrafos. Observe as conjunções
(EF08LP13) Inferir efeitos dos membros da família, pe- destacadas e, no caderno, explique a relação que elas indicam.
de sentido decorrentes do las novas referências incluí-
uso de recursos de coesão das: “Alguém sobrava naque- a) Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia
sequencial: conjunções e ar- la casa. O quinto Beatle não mais como negar as evidências. soma, adição
ticuladores textuais. existiu. E era ele.”
b) E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente
Atividade 5 Para relembrar novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares…
Discurso indireto livre
(EF08LP15) Estabelecer re- é a combinação dos oposição
lações entre partes do texto, discursos direto e indireto
identificando o […] referen- em que o narrador não c) Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – claros, escu-
te comum […]. utiliza as marcações de ros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade.
nenhum dos dois (dois-
Atividade 6 -pontos, travessão, comparação
• Comente que a pontuação aspas, do discurso direto;
ou verbos de dizer, do 5. No desenvolvimento do texto, há várias referências entrelaçadas que co-
expressiva (exclamação e indireto), reproduzindo laboram para a progressão temática, contribuindo para a coesão do
reticências) reflete o pen- as falas e, às vezes, até texto. Releia estes trechos.
samento do personagem, pensamentos do
reproduzido diretamente personagem tal como I. Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia
pelo autor da resenha. teriam sido ditos, mais como negar as evidências.
misturando-os com a
Atividade 7 própria fala do narrador. II. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o
personagem [...].
(EF89LP05) Analisar o efei- 18 Unidade 1
to de sentido produzido pelo a) Ao citar naquela família, logo na introdução da resenha, o autor se
uso, em textos, de recurso a refere a uma determinada família. Em que momento do texto essa
formas de apropriação tex- referência se explicita e de que forma?
tual ([...] discurso [...] indi-
reto livre). b) Em essa sensação, a que se refere o autor?

Atividade 8 À sensação de ver um filme em alta velocidade.
• Comente que, em jornais e
6. No bloco da resenha em que o autor fala dos sentimentos e das reflexões
revistas semanais de infor- do personagem, é empregada a pontuação expressiva em que se mesclam
mação, as resenhas cos- as falas do personagem e as do autor. Para cada fragmento, aponte se
tumam aparecer em uma se trata do pensamento do personagem ou da fala do autor.
seção considerada mais
“leve”, reservada à arte e a) A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento!
ao entretenimento.
Pensamento do personagem.

b) Algo como tristeza ou desespero? Fala do autor.

c) No entanto, algumas coisas permaneciam familiares...

Pensamento do personagem.

d) Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua verdadeira história?

Pensamento do personagem.

7. Releia este fragmento.

Seus pais – ou melhor: eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De
trocar uma história por outra! E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo
ali fosse diferentemente novo.

a) Nesse trecho, qual frase reproduz diretamente um pensamento do
personagem? “[...] eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma

história por outra!”

b) A reprodução das falas é feita por meio do discurso indireto livre. Quais
marcas convencionais do discurso direto ou do indireto não estão
presentes na reprodução dessas falas?

Não há dois-pontos e travessão nem o uso de verbos de dizer ou de aspas.

8. A linguagem das resenhas pode ser mais ou menos formal, de acordo com
o leitor, com o veículo em que é publicada e com o objeto resenhado. Con-
siderando que essa resenha foi publicada em um blogue especializado, você
acha que a linguagem é adequada ao público a que se destina? Explique.

Espera-se que os alunos reconheçam que sim. A presença de palavras pouco conhecidas
(vocabulário sofisticado e técnico) mostra que o blogue tem como público leitor pessoas fa-
miliarizadas com o vocabulário específico da literatura.

18 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

2. c) O resenhista supõe que o leitor poderia discordar, afirmando que o flashback não é nenhuma novidade. A argumentação na
resenha crítica
A argumentação na resenha crítica Para relembrar
(EF89LP04) Identificar e
1. O autor da resenha aborda dois pontos importantes que são empregados Contra-argumento é o avaliar teses/opiniões/posi-
pelo escritor Caio Riter no livro. argumento que se opõe cionamentos explícitos e im-
I. a originalidade e o laborioso trabalho técnico na ordenação dos fatos. a outro, a fim de plícitos, argumentos e con-
II. a linguagem em harmonia com as emoções do narrador-personagem. desqualificá-lo. O autor tra-argumentos em textos
de um texto argumentativos do campo
Quais são, respectivamente em I e II, os argumentos que o autor da argumentativo expõe ([…] resenha crítica etc.),
resenha apresenta para fundamentar sua opinião? determinadas posições e posicionando-se frente à
o interlocutor, por meio questão controversa de for-
2. Releia estes trechos e compare os dois comentários. de objeções, de ma sustentada.
Fragmento 1 argumentos contrários,
Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente procura refutar as teses Atividades 1 e 2
para introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não que aquele defende.
lineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. Muitas vezes, quem (EF89LP14) Analisar, em
argumenta pode também textos argumentativos e
Fragmento 2 prever possíveis objeções propositivos, os movimen-
É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a de um interlocutor, tos argumentativos de sus-
originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico. desmontando, tentação, refutação e ne-
antecipadamente, no gociação […], avaliando a
a) No fragmento 2, a expressão diferentes planos retoma que infor- momento em que força […] dos argumentos
mação já mencionada no fragmento 1? flashback, idas e vindas. escreve, a possível utilizados.
refutação do oponente.
b) No fragmento 1, pode-se considerar que, para o autor da resenha, • Estas atividades enfocam
o uso do flashback é algo original em uma narrativa? Explique sua 1. I. Menciona o uso de técni- a argumentação: movi-
resposta. Não; o autor da resenha considera que é algo comum, que todo leitor já co- cas cinematográficas para fazer mentos argumentativos,
o movimento entre passado e tipos de argumento e força
nhece e não se espanta com seu uso. presente no fluxo da narrativa. argumentativa.

c) No fragmento 1, o autor da resenha apresenta um contra-argumento. 1. II. Comenta a pontuação Atividade 2, item d
O que ele tem em mente em relação ao leitor que o lê e ao que este usada nas frases curtas, como • Comente que o autor da re-
poderia pensar? no trecho inserido na resenha
(pontuação rígida e seca) que senha antecipa uma pos-
d) Em sua opinião, por que o autor faz o comentário do fragmento 1 procura representar as emo- sível discordância do lei-
antes de falar sobre a originalidade do autor no fragmento 2? ções e o pensamento entrecor- tor (a de que o flashback
tado do narrador-personagem. é algo comum) e apresen-
ta um contra-argumento,
3. Releia a continuidade da argumentação do resenhista. Qual é a palavra, deixando claro que já prevê
neste trecho, que enfatiza seu posicionamento? O advérbio exatamente. essa possibilidade de con-
testação.
É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a
Atividade 3
originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico.
(EF89LP16) Analisar a mo-
Para lembrar 2. d) Resposta pessoal. Possibilidade: O autor busca avisar o leitor antecipadamente que o uso dalização realizada em tex-
do flashback, nesse caso, é original, diferente, e requer um grande trabalho, pois o autor inova tos […] argumentativos,
ao combinar esse recurso com técnicas cinematográficas, como o match cut e a fusão. por meio das modalidades
apreciativas, viabilizadas
Resenha crítica por classes e estruturas gra-
maticais como […] advér-
Intenções principais Informar e expressar opiniões sobre um produto (livro, filme, CD, exposição, etc.). bios […] etc., de maneira a
perceber […] as posições
Leitores Leitores em geral; interessados em informações sobre objetos culturais. implícitas ou assumidas.

Organização Apresentação informações
Desenvolvimento resumo
Conclusão opinião
argumentos

Elementos paratextuais

Linguagem Mais ou menos formal, tendo em vista o leitor, o veículo e o produto resenhado.
Emprego de vocabulário específico relacionado ao produto resenhado.

Unidade 1 19

19MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Do texto para Do texto para o cotidiano Não escreva no livro!
o cotidiano
O filho do coração
Competência geral da
Educação Básica Na resenha lida no início desta Unidade, você conheceu um pouco sobre a história de O rapaz que não era
7. Argumentar com base de Liverpool, que gira em torno dos sentimentos do personagem principal, Marcelo. Ele se sente só e diferente
dos irmãos, pois descobre que é um filho adotado. Vamos pensar sobre isso?Junte-se a dois colegas para realizar
em fatos, dados e in- as atividades a seguir.
formações confiáveis,
para formular, negociar 1. Leiam os comentários abaixo, feitos por internautas que leram o livro resenhado. Por meio das
e defender ideias, pon- informações presentes, mesmo sem ter lido a obra completa, é possível ter uma ideia da história.
tos de vista e decisões
comuns que respeitem Imagens: Reprodução/
e promovam os direitos <https://www.skoob.com.br/>
humanos, a consciência
socioambiental e o con-
sumo responsável em
âmbito local, regional e
global, com posiciona-
mento ético em relação
ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.

(EF69LP13) Engajar-se e SKOOB. Resenhas – O rapaz que não era de Liverpool. Disponível em: <www.skoob.com.br/livro/resenhas/37526/edicao:41072>.
contribuir com a busca de
conclusões comuns relati- Acesso em: 18 jul. 2018.
vas a […] temas […] de
interesse da turma e/ou de a) Qual é o posicionamento de cada internauta em relação a Marcelo? O primeiro solidariza-se com ele;
relevância social. o segundo, critica-o.
b) Com qual deles vocês concordam? Resposta pessoal.
(EF89LP02) Analisar dife-
rentes práticas (curtir, […] 2. Com base na resenha e nos comentários, reflitam:
comentar […] etc.) e tex- a) Marcelo tem razão em sua mágoa? Por quê? Resposta pessoal.
tos pertencentes a diferen- b) Considerando o tema do livro, vocês concordam com o comentário de que a história é “bobi-
tes gêneros da cultura digital nha”? Justifiquem. Resposta pessoal.
([…] comentário […] etc.)
envolvidos no trato com a in- 3. Preparem-se agora para apresentar suas reflexões com os demais colegas. No momento da apre-
formação e opinião, de forma sentação:
a possibilitar uma presença a) ouçam a opinião dos colegas sem interrompê-los.
mais crítica e ética nas redes. b) lembrem-se de apresentar suas opiniões e reflexões de modo respeitoso e colaborativo.
c) utilizem expressões como concordo, discordo porque..., o que você disse é importante,
(EF89LP15) Utilizar […] mas..., do meu ponto de vista..., entre outras.
operadores argumentati-
vos que marcam […] diá- 20 Unidade 1
logo com a tese do outro:
concordo, discordo, con- perimentados em famílias com filhos biológicos. Peça aos alu- mo sendo uma referência a um personagem ficcional, é válido
cordo parcialmente, do meu nos uma síntese da discussão. fazer qualquer comentário na internet como os que são feitos
ponto de vista, na perspecti- • Comente que a adoção é um processo jurídico legal, que consis- pela internauta. Fomente a discussão no sentido de que, embo-
va aqui assumida etc. te em aceitar e acolher espontaneamente uma criança como ra seja um personagem ficcional, Marcelo poderia representar
filho(a), não devendo ser considerada um ato de caridade, um jovem real, um colega, um amigo ou amiga, que enfrentas-
(EF89LP27) Tecer conside- pois, em realidade, reflete o desejo de amar e proteger um ser se uma experiência semelhante. Nesse caso, teríamos o direi-
rações e formular proble- humano em seu desenvolvimento. to de chamá-lo de “burro” por sentir-se frágil e desamparado
matizações pertinentes, diante da verdade que precisou enfrentar? Ou deveríamos
em momentos oportunos, Atividade 1  apoiá-lo, ampará-lo e ajudá-lo a compreender e superar essa
em situações de aulas […]. • Comente com os alunos que o segundo comentário expressa experiência? Chame a atenção para o fato de que a internau-

• Nestas atividades, o obje- uma opinião enérgica a respeito de Marcelo. Pergunte se, mes-
tivo é proporcionar aos alu-
nos a oportunidade de ava-
liar sua forma de pensar,
integrando a prática refle-
xiva ao seu cotidiano. Su-
gerimos que realizem a ati-
vidade em duplas ou trios.
Estipule um tempo para as
diferentes etapas. Ao final
da troca de opiniões, ouça
as considerações dos gru-
pos para compartilhamen-
to e socialização com a tur-
ma. Fomente a discussão no
sentido de que os vínculos
amorosos que se desenvol-
vem em famílias com filhos
adotivos são iguais aos ex-

20 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Fique atento… Não escreva no livro! Fique atento…

... à pontuação na resenha Atividade 2, item b
• O professor Evanildo Be-
Os sinais de pontuação, além de serem empregados para separar palavras, ora-
ções e parágrafos, contribuem para a construção dos sentidos de um texto. Saber chara, em sua Moderna
como e por que são usados ajuda na interpretação e na produção de textos. gramática portuguesa, es-
tabelece a diferença entre
1. Releia estes trechos da resenha. ponto simples final e ponto
parágrafo. Para ele, ponto
Fragmento 1 simples final é o que ter-
mina uma oração que não
Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam seja interrogativa direta,
claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta exclamativa ou com reti-
velocidade. cências. Ponto parágrafo é
o que encerra um grupo de
Fragmento 2 orações que se “prendem
pelo mesmo centro de in-
As lembranças surgem encaixadas pelo incurso do MATCH CUT, isto é, teresse”. “Quando se pas-
alguma informação do instante presente (um nome, uma foto, uma pa- sa de um para outro centro
lavra, uma dor) repete uma situação já vivida, assim deflagrando a visão de interesse”, após o pon-
do passado. to parágrafo, reinicia-se o
texto em outra linha, esta-
a) Qual é a função do uso do travessão duplo no primeiro fragmento? 2. a) Frases declarativas são belecendo-se um novo pa-
empregadas para fazer afirma- rágrafo. (Parte III – Pontua-
Inserir um comentário sobre a palavra olhos, relacionada ao conflito vivido por Marcelo. ções, expor informações, ava- ção, item “A pontuação e o
liações, opiniões e argumen- entendimento do texto”,
b) Observe o uso da expressão isto Ž, intercalada entre vírgulas no tos, como acontece em textos
segundo trecho. Qual a função dela no contexto da resenha? opinativos e argumentativos p. 606-607).
como a resenha.
Introduzir uma explicação ou esclarecimento sobre a expressão em inglês match cut. Atividade 2, item c
Não deixe de ver • Comente com os alunos que
c) A que termo as palavras entre parênteses se referem e por que eles
foram usados nessa frase? A informação. Foram usados para incluir exemplos Star Wars: Os últimos os pontos de exclamação e
Jedi, direção de Rian interrogação ocorrem no
que possam esclarecer que tipo de informação poderia ser essa. Johnson. Estados Unidos: bloco em que é apresenta-
Lucasfilm, 2017. 151 min. do o resumo da história.
2. No bloco da resenha em que são feitas a análise e a avaliação do livro,
todas as frases são declarativas. Os últimos Jedi, quinto
filme da saga Star Wars,
a) Que relação existe entre o predomínio de frases declarativas e o gê- retoma a luta dos Jedi
nero resenha? contra o Império. A jovem
Rey sai em busca de Lucas
b) Foram usados também vários sinais de pontuação com diferentes Skywalker, o último Jedi,
funções. Qual deles predomina nesse bloco? O ponto final. para aprender com ele os
mistérios da Força. O filme
c) Que relação se pode deduzir entre o predomínio do sinal de pon- traz novos vilões e
tuação identificado na questão anterior e a resenha? mistérios são revelados.

Em frases declarativas que expressam informação, opinião, análise, é empregado o ponto
final.

Oralidade Não escreva no livro!

Divergência de opinião

O que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo?

Diferenças de opinião são inevitáveis, e é preciso conviver com elas. Como é
a sua reação quando experimenta divergências com alguém a respeito de um
assunto? Ou quando se defronta com opiniões divergentes? Para que lado ir? O
que levar em consideração?

Sente-se com um colega com o qual você ainda não tenha trabalhado neste
ano. Juntos, leiam os trechos de uma resenha sobre um filme lançado em 2017,
publicada em um site, e observem o posicionamento do autor. Em seguida, leiam
também comentários de internautas sobre o conteúdo dessa resenha.

Unidade 1 21

ta fala a partir de sua própria experiência, desconsiderando
outras realidades e outros modos de lidar com a adoção. Será
que todas as pessoas reagem da mesma forma em situações
semelhantes? Ou cada uma tem seu modo de encarar suas
emoções e isso deve ser respeitado?

21MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Oralidade Star Wars – Os últimos Jedi

Atividade 1 Encontros e despedidas Reprodução/Lucas Film Ltd
por Lucas Salgado
(EF08LP16) Explicar os
efeitos de sentido do uso, [...]
em textos, de estratégias
de modalização e argumen- O filme divide bem as duas linhas de ação. Por mais que a
tatividade ([…] adjetivos, forte presença em cena de Hammil seja evidente, o outro nú-
substantivos, […] verbos cleo também é essencialmente Star Wars, com estratégias de
[…], advérbios etc.). combate, tentativas de invasão, exploração de planetas exóti-
cos e muito mais.
Atividade 1, item b
¥ Comente que, usado nesse A saga Star Wars sempre dedicou atenção ao público infantil,
com inúmeros personagens bobinhos ao longo das décadas. E
sentido, o advérbio tem o sig- isso não é diferente aqui, embora pareça que o filme erra um
nificado de que o filme não pouco na mão do humor, no que parece ser um novo padrão
decepciona os fãs, pois man- Disney. Principalmente na primeira metade, há um excesso de
tém a essência da trilogia. piadinhas e personagens bobinhos, como os Porgs, nova espécie
bonitinha feita para vender bonequinhos.

The Last Jedi (no original) oferece uma tempestade de Capa do DVD do filme Star Wars –
emoções aos fãs da franquia [...]. Os últimos Jedi, direção de Rian Johnson,
Estados Unidos: Lucasfilm, 2017. 151 min.
[...]

Como geralmente acontece, o longa conta com excepcionais trabalhos de edição de som, mixagem
e efeitos especiais. As coreografias dos confrontos remetem a filmes de guerra realistas, como O
resgate do soldado Ryan, tornando a experiência mais empolgante. [...]

Star Wars – Os últimos Jedi não é um filme perfeito, mas oferece um ótimo entretenimento
e apresenta personagens apaixonantes. [...]

SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/
filme-215099/criticas-adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018.

1. A escolha de adjetivos, substantivos, verbos e advérbios por um resenhista pode revelar seu
posicionamento acerca da obra. Analisem o trecho e apontem a palavra ou as palavras que
identificam avaliação, julgamento ou argumentação do autor.
a) forte presença em cena forte
b) essencialmente Star Wars essencialmente
c) excesso de piadinhas excesso
d) personagens bobinhos bobinhos
e) divide bem bem
f) erra um pouco na mão do humor erra um pouco
g) tempestade de emoções tempestade (= grande quantidade, em sentido positivo)
h) excepcionais trabalhos de edição excepcionais
i) experiência mais empolgante empolgante
j) ótimo entretenimento e apresenta personagens apaixonantes ótimo, apaixonantes

22 Unidade 1

22 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

2. Para vocês, o uso dos adjetivos, verbos e advérbios nesse trecho revela um posicionamento po- Atividade 3, item b
sitivo ou negativo em relação ao objeto resenhado? ¥ Espera-se que os alunos

Espera-se que os alunos respondam que é uma avaliação positiva, embora o resenhista apresente também algumas falhas do filme. percebam que a única que
se aproxima, em parte, do
3. Leiam agora alguns comentários postados por internautas a respeito da resenha. tom da resenha é a primei-
m. • 3 meses atrás ra, que confirma os perso-
nagens “fracos” (bobinhos
[...] Filme muito demorado. Sobre a crítica das piadas, não teve tanta assim, o Star Wars sempre segundo a resenha) e faz
teve bichinhos engraçados e algumas piadas com Han Solo. Achei o vilão Kylo muito fraco [...]. referência às piadas. A se-
gunda e a terceira são total-
G. P. • 4 meses atrás mente divergentes; a quar-
ta porque apenas elogia,
Sinceramente, o pessoal do Adorocinema deve ter sido pago pra dar uma nota 4 pra esse lixo de sem apontar falhas.
filme. O pior filme da franquia e um dos piores filmes que já assisti. Dei nota 0,5 estrela.

Walt Disney Co./courtesy Everett/Everett Collection/Easypix Brasil

Cena do filme Star Wars – Os últimos Jedi com a protagonista Rey, 2017.

J.A. • 6 meses atrás
FILME LIXO!!! Acabaram com a série Star Wars, no meu ponto de vista não consigo imaginar um
fã veterano da série achar este filme bom; história fraca, personagens ridículos, e um vilão emo que
não merece ser colocado como um vilão de uma série Star Wars [...]
Mr. L • 6 meses atrás
Filmaço! Star Wars na sua melhor forma! Enredo bom, boa dinâmica entre diferentes núcleos,
bastante ação, drama bem encaixado, diálogos bem sacados, design show (novas armas, novos equipa-
mentos, novas naves!), música 10 como sempre! Tem batalha espacial, batalha em solo, combate
corpo a corpo, uso da Força como nunca visto antes!!! Pacote completo! [...]

SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-215099/criticas-
adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018.

a) Como você avalia esses quatro comentários sobre o mesmo filme? Positivos, negativos, equili-
brados? O primeiro é equilibrado, ponderado; o segundo e o terceiro, muito negativos; o quarto é muito positivo.

b) Em sua maioria, as opiniões são divergentes da resenha ou próximas? Explique. São divergentes.
c) Se você assistiu ao filme ou conhece a série, responda.

I. Com quem você concorda: Com o resenhista? Com algum dos internautas? Resposta pessoal.
II. O que levou em conta para aderir à posição de um ou de outro? Resposta pessoal.
d) Se você não assistiu ao filme nem conhece a série, responda.
I. Com base no trecho da resenha e nos comentários lidos, você se sentiu interessado em ver o

ãlme? Por quê? Resposta pessoal.
II. O que mais levaria em conta para tomar essa decisão? Resposta pessoal.

Unidade 1 23

23MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

A língua não é sempre A língua não é sempre a mesma Não escreva no livro!
a mesma
Recursos expressivos na escrita
Atividade 1
• Comente que queria-temia Lemos, em seções anteriores, uma resenha e comentários e réplicas de internautas sobre o livro O garoto
que não era de Liverpool e sobre o filme Star Wars – Os últimos Jedi.
se trata de um neologismo
(nova palavra), criado pelo 1. Releia este trecho do livro, reproduzido na resenha.
autor do livro, Caio Riter.
“Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar.”
Cultura digital –
Pense nessa prática! Para unir duas palavras para

(EF89LP02) Analisar dife- a) Por que foi empregado o hífen entre as formas verbais queria e temia? formar um novo vocábulo.
rentes práticas (curtir, […]
comentar […] etc.) e tex- b) Como você entende essa formação: queria-temia? Espera-se que os alunos respondam que ao mesmo tempo
tos pertencentes a diferen- que o personagem queria saber a verdade, temia ouvi-la.
tes gêneros da cultura digi-
tal ([…] comentário […] c) Com que intenção foi usado esse recurso na escrita? Espera-se que os alunos percebam que se trata de
etc.) envolvidos no trato
com a informação e opinião, um recurso para reproduzir, na escrita, o dilema vivido pelo personagem, imerso entre dois sentimentos opostos.
de forma a possibilitar uma
presença mais crítica e ética 2. Nos comentários dos internautas foram usados alguns recursos gráficos e linguísticos. Quais são
nas redes.
eles e o que expressam?
• Veja, nas “Orientações
gerais” deste Manual do a) Os pais o adotaram porque QUERIAM [...]. Uso de maiúsculas para indicar ênfase.
Professor, propostas de
encaminhamento para o b) Sou adotada e achei ridícula a revolta do menino. Ele é burro? Pergunta que não espera resposta (per-
trabalho com esta seção. gunta retórica) para expressar indignação.
c) Filmaço! Uso do aumentativo, que expressa admiração.

d) [...] uso da Força como nunca visto antes!!! Pontuação expressiva que expressa aprovação, admiração.

e) FILME LIXO!!! Uso de maiúsculas e pontuação expressiva que expressam desagrado.

3. Por que, na modalidade escrita, se usam recursos gráficos e/ou linguísticos como esses?

Espera-se que os alunos percebam que são utilizados para demonstrar a entonação que seria dada na
modalidade oral, ou seja, na fala.

Cultura digital Pense nessa prática! Não escreva no livro!

Vale qualquer comentário? kominque/Shutterstock

Vamos relembrar os comentários postados a respeito
do filme Star Wars – Os últimos Jedi. Será que vale
postar qualquer tipo de comentário?

No dia a dia, é comum as pessoas trocarem
ideias e opiniões com quem convivem sobre aquilo
que leem, escutam ou vivenciam. E com o surgimen-
to da internet ficou cada vez mais fácil e rápido comu-
nicar-se com uma grande quantidade de pessoas, não é
mesmo?

Você já parou para pensar, porém, sobre como é importante refletir a respeito do modo como
tornamos pública nossa opinião na rede? Aproveite o momento e converse com os colegas e o pro-
fessor sobre as questões a seguir.

1. Você acha importante compartilhar apreciações sobre produções artísticas, mesmo quando
essas avaliações não são positivas? Por quê? Resposta pessoal.

2. Em sua opinião, quando um internauta lê uma avaliação negativa sobre um produto de que
gostou, é válido que comente essa avaliação, registrando uma opinião divergente? Se sim,
há algo que é preciso evitar nessa postagem? Explique sua resposta. Resposta pessoal.

3. Para você, uma pessoa deve ter total liberdade para expressar sua opinião na internet, em
redes sociais, ou há limites para aquilo que se torna público? Se há limites, quais são eles?

Espera-se que os alunos reflitam que é importante avaliar se o conteúdo pode ofender, constranger ou prejudicar alguém
e reconheçam que a liberdade individual de expressão tem limites no que diz respeito à liberdade do outro.

24 Unidade 1

24 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Produção escrita Não escreva no livro! (EF69LP06) Produzir e pu-
blicar […] textos de apre-
Resenha crítica sentação e apreciação de
produção cultural – rese-
As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o nhas […] etc. – […], vi-
que ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não venciando de forma sig-
são válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. nificativa o papel de […]
comentador, […] de críti-
© Adão Iturrusgarai/Acervo do cartunista co, […] etc., como forma de
compreender as condições
ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: de produção que envolvem
<www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018. a circulação desses textos e
poder […] vislumbrar pos-
Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada são sibilidades de participação
comuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando nas práticas de linguagem
jornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e do campo jornalístico e do
apreciação consistentes para avaliá-lo. campo midiático de forma
ética e responsável, levan-
Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para do-se em consideração o
publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto, contexto da Web 2.0, que
publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. amplia a possibilidade de
circulação desses textos e
Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenha “funde” os papéis de leitor e
lido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. autor, de consumidor e pro-
Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. dutor.

Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. • Para a atividade de produ-
ção escrita, sugerimos que
Antes de começar proporcione aos alunos o
contato com o gênero rese-
1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. nha em seu suporte original.
Recomendamos que traga
a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural para a classe – ou peça a
se refere a resenha em cada grupo? eles que tragam – exempla-
I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação show de música res de revistas ou jornais
com resenhas publicadas
II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico para que possam observar
e analisar algumas delas an-
espetáculo de circo tes de iniciar a produção tex-
tual, comparando-as com a
b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: que foi estudada. A ativida-
I. uma peça de teatro. Sugestões: cenário, atores, figurino, peça, protagonista, cenas. de pode ser feita em duplas
ou trios.
II. um espetáculo de dança.
• Dê tempo aos alunos para
Sugestões: bailarinos, música, ritmo, movimento, precisão, harmonia, coreografia. que façam suas escolhas e,
em seguida, crie um painel
2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- oral coletivo para comentar
dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre: as propostas, mediando e
controlando a duração dos
a) um filme? Possibilidades: Título do filme, nome do diretor e dos atores principais; país e ano da produção, faixa etária, turnos de fala e as atitudes.
Caso julgue pertinente, dê
local de exibição, etc. a eles alguns dias para que
decidam o que resenhar,
b) um espetáculo musical? Possibilidades: Nome do artista ou da banda, estilo musical, local e horário do evento. caso desejem ler textos ou
ver pessoalmente filmes,
c) uma exposição de obras de arte? Possibilidades: Nome do artista ou dos artistas, tema da exposição, principais espetáculos, exposições,
etc. para poder avaliar com
obras expostas, local, horário. mais apuro. Na medida do
possível, oriente a turma
Unidade 1 25 para que não haja duplici-
dade de assunto.
Produção escrita
• É importante definir o per-
Competência geral da Base Nacional Comum Curricular fil do leitor e a esfera de cir-
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e culação da produção, o que
determinará a linguagem
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em adequada ao público-alvo.
âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Competência específica de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental • Sugerimos que, ao final do
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e trabalho com esta Unida-
utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) de, apresente aos alunos a
e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. Produção do ano.

25MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Planejando o texto Planejando o texto

(EF89LP26) Produzir rese- 1. Sua cidade ou cidades próximas à que você reside têm teatro, palco para shows, museu, livraria,
nhas, a partir das notas e/ou biblioteca? Procure se informar e faça anotações ou esquemas que possam ajudar você na produ-
esquemas feitos, com o ma- ção da resenha.
nejo adequado das vozes en- a) Há filmes, peças, espetáculos de dança e música em cartaz? Há alguma exposição? Qual?
volvidas (do resenhador, do
autor da obra […]), […]. Resposta pessoal.

Autoavaliação e b) Entre os livros disponíveis para venda em livrarias, físicas ou digitais, ou para empréstimo em
reescrita bibliotecas, quais são imperdíveis, aqueles que seus colegas não podem deixar de ler?

(EF69LP08) Revisar/editar Resposta pessoal.
o texto produzido – […] re-
senha […], dentre outros c) Entre esses produtos culturais, escolha um para ser objeto de sua resenha. Tem de ser algo que
–, tendo em vista sua ade- você conheça bem, para dar informações confiáveis e produzir argumentos válidos.
quação ao contexto de pro-
dução, a mídia em questão, 2. Planeje as partes da resenha.
características do gênero, a) Apresentação: apresente o produto cultural que será avaliado e, se quiser, já antecipe sua
aspectos relativos à textua- opinião sobre ele.
lidade, […] a formatação
[…] e adequação à norma b) Desenvolvimento:
culta. I. Resumo: se sua resenha é sobre um livro, àlme ou peça, prepare o resumo da história, sem tirar
a surpresa do desfecho.
(EF69LP56) Fazer uso II. Opinião: exponha sua opinião, que pode ser positiva ou negativa.
consciente e reflexivo de
regras e normas da norma- III. Argumentação: dê ao leitor argumentos para comprovar sua opinião.
-padrão em situações de IV. Elementos paratextuais: se não tiver as informações necessárias, recolha-as em jornais e revistas
fala e escrita nas quais ela
deve ser usada. ou na internet.

c) Conclusão: retome e confirme seu ponto de vista.

3. Empregue vocabulário específico da área e use linguagem adequada a seus leitores.

4. Use recursos linguísticos característicos do gênero: emprego adequado das formas verbais, conjun-
ções apropriadas para estabelecer relações de sentido entre as orações ou parágrafos.

5. Explore a pontuação, empregando parênteses ou travessões para intercalar comentários, in-
formações adicionais ou explicações quando oportunos.

Autoavaliação e reescrita

1. Faça uma autoavaliação, verificando se os elementos mais importantes de uma resenha estão pre-
sentes.
a) As informações sobre o produto cultural que o leitor não pode deixar de ter foram apresenta-
das?

b) No caso de livro ou filme, há o resumo da história, sem estragar a surpresa do final?

c) Fica claro para quem lê se o produto é recomendável e por quais razões?

d) A linguagem é adequada ao leitor e também ao produto que está sendo resenhado?

2. Reescreva o que for preciso e entregue a resenha ao professor.

3. Após a avaliação do professor, passe o texto a limpo.

4. Promova a circulação de sua resenha de acordo com o planejado (entrega em mãos, publicação no
blogue da turma, apresentação, etc.).

26 Unidade 1

26 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Reflexão sobre
a língua
A composição de palavras na língua portuguesa
(EF08LP05) Analisar pro-
Você já estudou e conhece alguns dos processos de formação, entre eles os casos de derivação. Vamos cessos de formação de
aprofundar o assunto, agora com uma nova reflexão: além do auxílio de sufixos e prefixos, sabemos que há palavras por composição
outra maneira de formar novas palavras, que é a composição. Veja de que modo funciona esse processo. (aglutinação e justaposi-
ção) […].
Formação das palavras por composição
• Nesta seção, continuamos
Considera-se palavra composta aquela que é formada pela junção de dois elementos ou de duas palavras o trabalho com a formação
que, em geral, podem ser identificados pelo falante como uma unidade de significado único. do léxico e com a Morfolo-
gia, abordando outros pro-
Existem, na língua portuguesa, palavras compostas não só por outras que já existem e se juntam, como cessos de formação de pa-
porta-retrato e porco-espinho, mas também pela combinação de elementos de outros idiomas (geralmente lavras.
de origem grega ou latina), como agricultura e micróbio.
• Elementos de composição
1. Releia este fragmento da resenha e leia os títulos e os trechos das matérias jornalísticas a seguir. são morfemas sem exis-
Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade [...]. tência autônoma na lín-
gua; são empregados re-
bio + logia gularmente no processo
de composição para a for-
Fragmento 1 mação de novas palavras,
como bio-, crono-, -logia;
Os cômicos flagras da vida Troy Mayne/Acervo do fotógrafo etc. São chamados de ra-
selvagem vencedores dicais; referem-se à parte
Tapa de tartaruga em peixe, foto de Troy da estrutura de uma pala-
de prêmio de fotografia animal Mayne, ficou entre as finalistas no Prêmio de vra que contém seu signi-
Fotografia de Comédias da Vida Selvagem, 2017. ficado básico. Podem even-
[...] tualmente corresponder a
uma palavra que é, em si,
De 3,5 mil fotos inscritas, foram escolhidas 5 campeãs um radical, como mar, e que
e diversas menções honrosas que mostram diferentes pode dar origem a outras
espécies em momentos inusitados [...] por meio do acréscimo de
afixos, como marola e sub-
OS CÔMICOS flagras da vida selvagem vencedores de prêmio de marino, ou de outro radical,
fotografia animal. BBC, 18 dez. 2017. Disponível em: <www.bbc.com/ como maremoto.

portuguese/geral-42380105>. Acesso em: 22 jun. 2018.

Fragmento 2

Astrologia

Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado

FERRARI, Eunice. Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado. Terra, 25 ago. 2014.
Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/horoscopo/astrologia/novo-ciclo-lunar-trazilusoes-e-enganos-e-

pede-cuidado,26413192bdd08410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html>. Acesso em: 22 jun. 2018.

Fragmento 3

6 mitos sobre o vício em tecnologia

Quão preocupadas as pessoas devem estar sobre os efeitos psicológicos do tempo que passam
em frente a uma tela? Equilibrar o uso da tecnologia com outros aspectos da vida cotidiana parece
razoável, mas há muitos conselhos conflitantes sobre como esse equilíbrio deve ser.

[...]

FERGUSON, Christopher J. 6 mitos sobre o vício em tecnologia. Galileu, 22 maio 2018. Disponível em: <https://revistagalileu.
globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2018/05/6-mitos-sobre-o-vicio-em-tecnologia.html>. Acesso em: 1º ago. 2018.

Unidade 1 27

27MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Atividade 1, item a a) A que áreas do conhecimento estão ligadas as palavras Biologia, fotografia, Astrologia,
• Comente que a astrologia é Espera-se que os alunos respondam que as palavras Biologia e psicólogo estão relacionadas
tecnologia e psicólogo? à área das ciências; fotografia, relacionada à área da arte; tecnologia, relacionada à área da
considerada uma pseudo-
ciência por não ter base nem técnica; e Astrologia, relacionada ao estudo da relação entre os astros e a vida humana.
comprovação científica.
b) Quais palavras nos fragmentos foram formadas do mesmo modo que a palavra biologia?
Atividade 1, item c
• Comente que as múlti- Considerando o contexto em que são usadas, qual é o significado dos elementos que as com-

plas atividades dos usuá- põem? Se necessário, consulte um dicionário.
rios de uma língua são res-
ponsáveis pela criação de c) Considerando as áreas de conhecimento abordadas nos fragmentos, reflita: A que se deve a
palavras que atendam às necessidade de processos de formação de palavras em um idioma? Resposta pessoal.
suas necessidades cultu-
rais, científicas e comuni- 2. Conhecer o significado de elementos de composição que vêm do gre- Conheça alguns
cativas, seja para nomear go e do latim pode ajudar na interpretação e produção de textos? De elementos de composição
novos objetos, processos, que modo? de origens grega e latina e
invenções, seja para faci- seus significados:
litar o dia a dia. Progressi- a) Com base em sua resposta à atividade anterior, consulte os ele- • crono-: tempo
vamente, essas novas for- mentos de composição do boxe ao lado e explique, no caderno, o
mações passam a circular significado das palavras cronologia, oftalmologia, geografia e • bio-: vida
na mídia, em livros, no coti- odontologia.
diano e são registradas nos • astro-: estrela, corpo
dicionários. Estudo do tempo; estudo do olho; estudo da terra; estudo do dente. celeste

Atividade 3, item b b) Que outras palavras você conhece que apresentam o mesmo ele- • hemo-: sangue
• Comente que a palavra in- mento -logia em sua composição? Resposta pessoal. Possibilidades: ecolo-
• -cida: matar
tertropical é formada pelo gia, tecnologia, teologia, dermatologia, fonologia, cardiologia, patologia, etc.
acréscimo do prefixo inter-, • oftalmo-: olho
e não por composição. A composição das palavras em português faz-se de duas maneiras: por
justaposição e por aglutinação. No primeiro caso, os elementos de • foto-: luz
composição são justapostos – separados ou não por hífen. No segundo,
nas palavras compostas por aglutinação, os elementos se fundem ge- • psico-: sopro de vida,
ralmente com perda de um ou mais fonemas. alma, espírito

• odonto-: dente

3. Leia este trecho de um artigo que fornece informações sobre a região Centro-Oeste do Brasil.

1. b) Foto (de -foto ñ luz) + grafia (de -grafo ñ escrever); astro (de -astro ñ astro) + logia (de -logo ñ palavra,

[...] estudo, tratado); psico (de -psico ñ sopro de vida, alma) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado); tecno (de

tecno- ñ habilidade) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado).

Hidrografia do Planalto Central

Estão presentes na região do Planalto Central, três importantes regiões hidrográficas
brasileiras, sendo elas a Região Hidrográfica Amazônica, a Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia
e a Região Hidrográfica Paraguai. São importantes rios que constituem essas regiões hidro-
gráficas: o Rio Xingu e o Rio Tapajós (Amazônica), o Rio Araguaia e o Rio Tocantins (Tocantins-
-Araguaia) e ainda o Rio Paraguai, na Região Hidrográfica Paraguai.

O clima na região do Planalto Central é marcado por características de tropicalidade,
por ser uma região localizada na região intertropical. São registradas duas estações bem defi-
nidas, uma chuvosa (outubro a março) e outra seca (abril a setembro).

[...]

POLON, Luana. Planalto Central. Estudo prático. Disponível em: <www.estudopratico.com.br/planalto-central/>.
Acesso em: 18 jul. 2018.

a) Você sabe onde está situado o Planalto Central no Brasil? Resposta pessoal. O Planalto Central brasileiro

compreende a região dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

b) Para caracterizar a região, são usadas algumas palavras formadas por composição. Você con-
segue identificá-las? As palavras são hidrográfica e planalto.

c) Observando o contexto em que é usada a palavra planalto, por que a região foi caracte-
rizada assim? Por ser um local plano, situado em um ponto de grande altitude.

2. Espera-se que os alunos reconheçam que saber o significado desses elementos ajuda na compreensão mais precisa dos termos
no contexto em que são usados e permite a aplicação desse conhecimento a palavras formadas pelos mesmos elementos (por
exemplo, crono-, -logia, termo-, tele-, etc.) em diferentes áreas do saber. Além disso, amplia e enriquece o vocabulário.

28 Unidade 1

28 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

3. d) O autor teria de usar muito mais palavras para definir esse tipo de superfície. Por exemplo: “... no ponto elevado e Atividade 4
plano, localizado entre vales a uma altitude acima do nível do mar.” A frase ficaria longa demais. • Comente que o inventá-

d) Se não existisse o termo planalto em nosso idioma, de que forma o autor teria de descrever rio se refere a uma região
o local? O que isso traria como consequência para a construção da frase? do estado de São Paulo e
foi realizado pela Empre-
e) A palavra hidrográfica é composta pelos elementos hidro + grafia. Usando seus conhecimentos sa Brasileira de Pesquisa
gramaticais, procure explicar o sentido dela. Parte da geografia física que estuda as águas correntes (rios), pa- Agropecuária (Embrapa).

radas (lagos), oceânicas e subterrâneas de uma região ou país. Atividade 5, item b
• Comente que o uso de pa-
4. Em textos de divulgação científica, é comum o emprego de certas palavras relacionadas ao campo
da ciência, que podem ser formadas por aglutinação. Leia este trecho de um inventário de aves. lavras formadas por aglu-
tinação, com redução de
Seriema Seriema, na cidade fonemas, obedece a uma
(Cariama cristata)  de Miranda, Mato tendência natural de eco-
Família Cariamidae Grosso do Sul. nomia linguística em mui-
tos idiomas.
Caracterização
Mede 90 cm, seu peso é 1.400 g. Ave pernalta de aparência

arcaica e porte avantajado; ave terrícola. De asas largas e “du-
ras”, cauda longa. Plumagem cinzenta com ligeira tonalidade
parda ou amarelada [...].

Habitat PicTtuiurdees/LRaotiy/nsMtioncdken
Vive no cerrado, campos sujos, também nos planaltos descampados.

O desmatamento progressivo contribui para expandir seus domínios na
medida em que lhe proporciona novas áreas de habitat favorável.

[...]

SERIEMA. Embrapa. Disponível em: <www.faunacps.cnpm.embrapa.br/
ave/seriema.html>. Acesso em: 22 jun. 2018.

4. a) O desmatamento, que é um fator de destruição do meio ambiente, paradoxalmente favorece a criação de novas áreas
para a expansão do habitat da seriema.

a) Em relação às informações do habitat da seriema, percebe-se um paradoxo, ou seja, uma con-
tradição no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Qual paradoxo é esse?

b) De acordo com o contexto, as características da seriema justificam o uso da classificação como
ave pernalta? Por quê? Sim; porque se trata de uma ave que tem pernas altas, longas.

c) Considerando que o elemento grego -cola significa habitar, explique o sentido de terrícola. Reprodução/Editora Intrínseca

O uso desse termo também é apropriado à seriema em função do contexto em que é utilizado?

Justifique. Aquele que habita, vive sobre ou no interior do solo; terrestre. Sim, porque a seriema é uma ave que vive no

solo, não em árvores. As palavras cerrado e campo e a expressão planaltos descampados permitem essa inferência.

d) Reflita: Quais são as vantagens de se usar processos de composição por aglutinação em

uma língua? Espera-se que os alunos reconheçam que as palavras compostas por aglutinação têm poder de síntese e

promovem a economia textual ao expor uma informação com um número menor de palavras.

5. Observe a capa do livro Lua nova, da saga Crepúsculo, e a legenda

que a acompanha.

a) Na legenda, duas palavras remetem a seres fictícios. Consideran-

do o contexto, qual é a relação entre o título da saga e a legenda?

Segundo a lenda, lobisomens e vampiros só saem de casa à noite, a partir do crepúsculo.

b) A palavra lobisomem formou-se por aglutinação (lobo + homem).

Compare.

lobo-homem ñ homem-lobo ñ lobisomem

Em sua opinião, por que prevaleceu na legenda o uso da palavra
lobisomem em vez de lobo-homem ou homem-lobo?

Capa do livro Lua nova, editora Intrínseca, 2009. Bella (protagonista da
saga Crepúsculo) descobre que seu melhor amigo faz parte de uma
alcateia de lobisomens, inimigos naturais dos vampiros.

5. b) Resposta pessoal. Possibilidade: A aglutinação de duas palavras (e sua consequente redução) para apenas uma, bem como a redu-
ção de palavras longas para uma mais curta (como em fotografia por foto; motocicleta por moto), colaboram para a concisão do texto.

Unidade 1 29

29MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Atividade 6, item a 6. c) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim; se fossem usados os termos formais, sem qualquer esclarecimento,
• Espera-se que os alunos é possível que algumas pessoas não os entendessem; por isso o autor optou por usar a explicação primeiro e o termo entre parênteses depois.

percebam que -voro signi- 6. O que você sabe sobre os morcegos? Sabe que eles são mamíferos e não aves? Leia mais sobre
fica comer (do grego). As-
sim, cada uma dessas pa- esses animais.
lavras indica um tipo de
alimentação: morcegos Ilustrações: Gustavo Grazziano/arquivo da editora[...]
comem insetos, frutas, Merlin D. Tuttle/Science Source/LatinstockDas quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas,
néctar, peixes, pequenos isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue. [...]
vertebrados, de tudo um [...]
pouco. Os hábitos alimentares dos morcegos são os mais diversos dentro de
uma única ordem de mamíferos. Há um numeroso contingente de
• Comente que o elemento devoradores de insetos (insetívoros), amantes de frutas (frugívoros),
latino -oni significa todo, apaixonados por néctar (nectarívoros), gourmets de peixes (piscívoros),
tudo. apreciadores de pequenos vertebrados (carnívoros), glutões que comem
de tudo um pouco, como frutos, flores e pequenos vertebrados (onívo-
Atividade 6, item b ros), e os já citados hematófagos. Ah, sim, na luta pela sobrevivência,
• Comente que -voro vem do vale tudo: há morcegos que comem outros morcegos.

latim e -fago, do grego . [...]

GUIMARÃES, Beto. Morcegos. Superinteressante, 30 set. 2002. Disponível em: Morcego comendo um figo.
<https://super.abril.com.br/ciencia/morcegos/>. Acesso em: 19 jul. 2018. no Quênia, África. Foto de
2017.

a) Analise o assunto de que trata o trecho. Por que, nesse trecho informativo, foram usadas várias

palavras compostas pelo elemento -voro? Porque o texto trata dos variados hábitos alimentares dos morcegos.

b) Releia e observe. 6. d) Resposta pessoal. Possibilidades: herbívoros (que se alimentam de ervas), melívoros (que
se alimentam de mel), ovívoros (que se alimentam de ovos); antropófago (que se alimenta de

carne humana), bacteriófago (que destrói bactérias).
Das quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas [...].

O elemento grego hemato- significa sangue. Qual é, de acordo com o texto, o significado
de -fago? Tem o mesmo significado de -voro, comer.

c) Em sua opinião, por se tratar de um texto que fornece informações para um grande número
de leitores, está adequado o uso do termo formal entre parênteses? Explique sua resposta.

d) Você conhece outras palavras formadas por um desses elementos?

7. No cotidiano, não nos damos conta da existência de palavras que obedecem a esses processos.

a) Refine seu olhar e indique, em uma palavra (formada por composição), o que expressam as
imagens a seguir. Explique como você chegou a cada uma delas.

I. II. III.

I. Frutas e produtos que têm origem II. Lugar onde desfilam escolas de III. Conferência interativa com trans-
em hortas. Hortifrúti. samba. Sambódromo. missão de imagem e som entre inter-
locutores. Videoconferência.
b) A formação dessas palavras atende a estratégias práticas de comunicação. O que explica o

surgimento delas?Espera-se que os alunos respondam que, em muitos casos, o que determina a criação de novas palavras

é também o desejo de rapidez e concisão na informação e não só a necessidade. No caso dessas, por exemplo, seria possível escrever

de outro modo do que trata cada imagem; isso, entretanto, acarreta o uso de enunciados mais longos, por isso a opção por vocábulos
sintéticos como estratégia de marketing. Os alunos podem perceber essa diferença ao explicarem como chegaram às respostas.

30 Unidade 1

30 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Atividade de escuta Não escreva no livro! Atividade de escuta

Resenha oral Competência
específica de Língua
Resenhas orais no ambiente digital são bastante comuns. Você vai assistir a uma resenha de um filme Portuguesa para o
feita por um crítico de cinema. Sua tarefa será assistir ao vídeo e, depois, analisar e comparar uma resenha Ensino Fundamental
oral a uma escrita. Será uma boa oportunidade para você conhecer algumas dicas de como fazer uma 3. Ler, escutar e produzir
apresentação oral em vídeo.
textos orais, escritos e
www.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ multissemióticos que
circulam em diferentes
Reprodução/<http://tvcultura.com.br> campos de atuação e mí-
dias, com compreensão,
TV Cultura Digital. Rubens Ewald Filho comenta “Transformers: A Era da Extinção” – Guia da Cultura. 11 jul. 2014. autonomia, fluência e cri-
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ>. Acesso em: 13 out. 2018. ticidade, de modo a se ex-
pressar e partilhar infor-
1. Uma resenha escrita sobre livro ou filme divide-se, em geral, em três partes: introdução, desenvol- mações, experiências,
vimento (resumo da história, avaliação/opinião e argumentos) e conclusão. Verifique se estão ideias e sentimentos, e
presentes nessa resenha: continuar aprendendo.

a) a introdução. Há uma introdução com saudação e explicação sobre o material sendo resenhado (o nome do filme e a (EF69LP40) Analisar, em
gravações […], a cons-
data de lançamento). trução composicional dos
gêneros de apresentação
b) o desenvolvimento. – abertura/saudação, in-
I. Resumo da história? Não. trodução ao tema, […] de-
senvolvimento dos conteú-
II. Opiniões/avaliação? Sim; avaliação negativa (longo demais, exagerado, confuso, excessivo) e pontos positivos dos, […] síntese final e/ou
conclusão, encerramento –,
(recursos tecnológicos, tecnicamente excepcional, inova um pouco). os elementos paralinguísti-
cos (tais como: tom e volu-
III. Argumentos? Sim; com exemplificação (personagens todos parecidos, enredo sem foco; sucesso devido a interes- me da voz, pausas e hesita-
ções […].
ses comerciais).
• Sugerimos que salve o ví-
c) a conclusão. Sim. deo em equipamento ade-
quado e apresente-o aos
2. Comparando a resenha lida e esta, quais são as principais diferenças entre a versão escrita e a oral alunos em ambiente apro-
em relação: priado em sua escola. O ob-
jetivo é que eles analisem
A organização do texto escrito é estruturada em parágrafos bem definidos, enquanto a resenha oral permite idas e vindas a composição do gênero,
estabelecendo diferen-
a) à organização, compreensão e clareza das informações? mais espontâneas entre as informações. No ví- ças, semelhanças, van-
tagens e desvantagens
deo, os trechos do filme ajudam a exemplificar as questões apontadas pelo autor da resenha. entre a modalidade escri-
ta e oral de uma resenha.
b) à capacidade de despertar o interesse? O uso de imagens, a trilha sonora do filme e a interação com o apresen- O vídeo está disponível em:
<https://www.youtube.com/
tador na resenha oral podem despertar mais interesse do público. watch?v=rVNspBWJRQQ>
(acesso em: 23 jun. 2018.)
c) à interação autor/leitor e apresentador/espectador? No vídeo, o autor da resenha conversa diretamente com

o público: “Você que é fã não fica preocupado: já estão começando a trabalhar no quinto [filme]”.

d) ao uso da linguagem?Na resenha oral, a linguagem informal, com hesitações e pausas, é mais acessível. O texto es-

crito utiliza um vocabulário mais sofisticado, não sendo acessível a todos os públicos.

3. A qual tipo de resenha você recorreria para obter informações sobre um livro ou filme que quises-
se conhecer: à escrita ou à oral? Por quê? Resposta pessoal.

Unidade 1 31

31MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Cultura digital – Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro!
Experimente fazer!
Resenha em vídeo
(EF69LP06) Produzir e pu-
blicar notícias, [...] textos de Na seção anterior, você e seus colegas analisaram uma resenha oral e puderam compará-la à resenha
apresentação e apreciação escrita. Que tal agora produzir uma resenha em vídeo para apresentar uma produção cultural de sua
de produção cultural – rese- escolha e, dessa forma, viver o papel de comentarista, assim como o crítico de cinema Rubens Ewald
nhas e outros próprios das Filho? Seu vídeo será um dos episódios do vlog de indicações culturais da turma que vai ser divulgado
formas de expressão das no blogue da escola!
culturas juvenis, tais como
vlogs e podcasts culturais, 1. Aproveite o conteúdo da resenha crítica que você produziu na seção Produção escrita da
gameplay, detonado etc.– página 25 para desenvolver o roteiro de seu vídeo.
[...] vivenciando de forma
significativa o papel de [...] 2. Na hora de reescrever o texto, faça as adaptações necessárias à nova circulação em vídeo.
comentador, de analista, de Não se esqueça de dividir seu roteiro em:
crítico, de editor ou articulis-
ta, de booktuber, de vlogger • introdução, com saudação descontraída e apresentação do material resenhado, trazendo
(vlogueiro) etc., como for- informações sobre a autoria e os dados de publicação;
ma de compreender as con-
dições de produção que en- • desenvolvimento, com o resumo do conteúdo, sua avaliação ou opinião sobre o material e
volvem a circulação desses argumentos que embasem sua apreciação;
textos e poder participar e
vislumbrar possibilidades • conclusão, com a confirmação de seu ponto de vista e despedida.
de participação nas práti-
cas de linguagem do cam- Para relembrar 3. Siga as orientações do professor para decidir como e onde você e
po jornalístico e do campo seus colegas realizarão as filmagens, sempre de acordo com os
midiático de forma ética e Vlog é um canal ou recursos disponíveis na escola.
responsável, levando-se programa de vídeos
em consideração o contex- geralmente produzido 4. Para a realização da atividade, considere também as dicas a seguir.
to da Web 2.0, que amplia a para divulgar
possibilidade de circulação informações e opiniões • Faça adaptações na linguagem do roteiro, deixando o texto
desses textos e “funde” os do autor, ou seja, do mais informal e prevendo momentos para a fala espontânea.
papéis de leitor e autor, de vlogger ou vlogueiro, a
consumidor e produtor. respeito de um • Aproveite a introdução do vídeo para divulgar a produção da
determinado tema ou turma e a conclusão para convidar o público a assistir aos
(EF69LP07) Produzir tex- fato. Pode ainda conter demais vídeos do vlog.
tos em diferentes gêneros, vídeos com a
considerando sua adequa- apresentação ou a • Ensaie o texto até se sentir seguro, porém, na filmagem, sinta-se
ção ao contexto produção apreciação de filmes, livre para improvisar um pouco, pois os vídeos de um vlog per-
e circulação – os enuncia- livros, jogos, séries, etc. mitem uma interação maior com o público!
dores envolvidos, os obje- Os vídeos de um vlog
tivos, o gênero, o suporte, são, na maioria das • Expresse-se com fluência, com timbres e modalizações de voz
a circulação –, ao modo vezes, produzidos de que possam envolver e prender a atenção dos espectadores.
(escrito ou oral; imagem forma caseira (por meio Capriche nas expressões faciais e nos movimentos corporais
estática ou em movimento de uma câmera de e selecione outros recursos que ajudem você a divulgar o
etc.), à variedade linguís- celular ou webcam, por conteúdo e a cativar o público.
tica e/ou semiótica apro- exemplo) e têm duração
priada a esse contexto, à média de 10 minutos. Os 5. Converse com o professor sobre a circulação dessa produção e
construção da textualida- vlogs são hospedados elabore coletivamente um post para o blogue da escola, no qual
de relacionada às proprie- em plataformas de será divulgado o vlog de indicações culturais da turma!
dades textuais e do gêne- compartilhamento de
ro), utilizando estratégias vídeos e podem ser
de planejamento, elabora- entendidos como uma
ção, revisão, edição, rees- espécie de blogue em
crita/redesign e avaliação formato audiovisual.
de textos, para, com a aju-
da do professor e a colabo- 32 Unidade 1
ração dos colegas, corrigir
e aprimorar as produções dcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de
realizadas, fazendo cortes, por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e de- livros de literatura e por outras produções culturais do campo e
acréscimos, reformula- monstrando domínio dos gêneros. receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas,
ções, correções de concor- que representem um desafio em relação às suas possibilidades
dância, ortografia, pontua- (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de lei- atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas
ção em textos e editando tura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, [...] marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a
imagens, arquivos sono- escrevendo comentários e resenhas [...] e utilizando formas de temática e nas orientações dadas pelo professor.
ros, fazendo cortes, acrés- expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts cul-
cimos, ajustes, acrescen- turais (literatura, cinema, teatro, música) [...] • Veja, nas “Orientações gerais” neste Manual do Professor, pro-
tando/ alterando efeitos, postas de encaminhamento para o trabalho com esta seção.
ordenamentos etc.

(EF69LP10) Produzir [...]
comentários, vlogs, [...]
dentre outros possíveis, re-
lativos a [...] textos orais de
apreciação e opinião – po-

32 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1

Leitura 2 Não escreva no livro! Leitura 2

Antes de ler Competência geral da
Educação Básica
1. Ao ler sobre um assunto que lhe interessa, você vai em busca de mais informações? Onde costuma 8. Conhecer-se, apreciar-
pesquisar? Resposta pessoal.
-se e cuidar de sua saú-
2. Quando encontra mais conteúdo sobre esse assunto, de que tipo são os textos que você seleciona? de física e emocional,
compreendendo-se na
Resposta pessoal. diversidade humana e re-
conhecendo suas emo-
3. Já fez esse tipo de busca? Sobre qual assunto? Resposta pessoal. ções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade
Você leu, nesta Unidade, a resenha de um livro que conta a história de um adolescente e seus sentimentos para lidar com elas.
e reflexões sobre o fato de ser filho adotivo. A literatura para jovens frequentemente aborda temas relacio-
nados à fase da adolescência: relações familiares, mudanças e maturação física e psicológica, relacionamentos Vocabulário
afetivos, inseguranças e incertezas sobre o futuro. Esses temas, porém, não estão limitados ao campo lite- alardear: anunciar com
rário; textos com intenção de informar, divulgar conhecimentos e proporcionar aprendizagem ao leitor grande exibição.
também podem ter esse mesmo objetivo.
carcaça: (uso informal) o
O trecho a seguir faz parte do livro Corpo: limites e cuidados, integrante da coleção De olho na Ciência, corpo humano; corpo velho
cuja intenção é discutir temas comuns à fase da adolescência. Leia para conhecer a ideia desenvolvida pelo e cansado.
autor e saber mais sobre o assunto.
obsessão: compulsão, ideia
Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas apa- fixa.
recem. Se for preciso, consulte o dicionário.
prerrogativa: direito espe-
As possibilidades e os limites do corpo cial, privilégio.
Nos últimos tempos, o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etique-
ta de marca famosa. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência – o que é Assista ao vídeo Os pe-
verdadeiro – e que as marcas da idade podem ser adiadas indefinidamente – o que é falso –, e esses mitos rigos da busca pela
levam alguns a dedicar tempo e dinheiro a um compromisso com a beleza e a juventude, como se fossem beleza com os alunos.
passaportes para a felicidade. No Material Digital do
Foi a partir da década de 1950 que a beleza deixou de ser vista como um dom divino, que só algumas Professor há orienta-
pessoas recebem, e passou a ser considerada como um ideal ao alcance de todos. “Só é feia quem quer!”, ções para o trabalho
repete a propaganda, na tentativa de seduzir as mulheres. com esse recurso.
Há algumas décadas, usar maquiagem no dia a dia era
prerrogativa de artistas e mulheres extravagantes. Agora, Sanzio, Rafael. Musée Conde, Chantilly, France/Giraudon/The Bridgeman Art Library/Keystone
a maquiagem passou a ser mais do que um direito, qua-
se um dever: para algumas mulheres, faz parte da rotina,
como escovar os dentes e pentear os cabelos.
Alguns homens participam dessa obsessão de uma
outra forma, talvez porque o poder masculino sempre
esteve mais ligado à força do que à beleza – o que leva
muitos a tomarem drogas para encorpar e a fazerem mus-
culação sem orientação nem limites. [...]

As três graças, de Rafael Sanzio, c. 1504-1505. Óleo sobre tela,
17,8 cm 3 17,6 cm. Museu Condé, Chantilly, França.

A diversidade dos padrões de beleza assume formas e
proporções diversas ao longo do tempo.

Unidade 1 33

33MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

© Ucha Aratangy A cirurgia plástica passou a ser um recurso usado por todas as faixas de idade e todos os níveis eco-
Patrick Foto/Moment/Getty Imagesnômicos. Há médicos dispostos a atender qualquer pedido e a aprimorar qualquer corpo, ainda que às
vezes as queixosas sejam pessoas com corpos perfeitos, mas insatisfeitas com a própria imagem. A ju-
ventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento para se tornar um estilo de vida, a que todos
acreditam ter acesso. Eliminar as marcas do tempo passou a ser uma obrigação e quem não o faz pode
ser tachado de “largado”.

Beleza a qualquer preço
Parece fácil definir o que é beleza: formas perfeitas, proporções harmoniosas, agradáveis aos sentidos.
Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? E aos sentidos de quem essas formas devem
agradar?
As galerias dos museus expõem um conceito de beleza diferente da que se exibe nas passarelas de moda.
Mesmo dentro dos museus, o belo assume formas e proporções diversas. Talvez não haja mulheres mais
bonitas do que as pintadas por Rubens ou Renoir, mas elas diferem entre si, e são diferentes das mulheres
retratadas nas estátuas gregas, cuja leveza contrasta com a pedra de que são feitas. Dificilmente uma mu-
lher, de qualquer idade e tipo físico, não encontraria num museu alguma imagem de beleza em que se
visse refletida.
Então, com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando? [...]
Ainda que fosse possível, à custa de esforço, atingir este ideal inventado pela propaganda, será mesmo
que as pessoas seriam mais felizes? Não parece provável que a conquista da felicidade passe pelo tipo de
cabelo e pela medida da cintura. É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar
quando a gente gosta do que vê refletido no
espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam
mais contentes quando o espelho mostra aqui-
lo que queremos ver.
Mas o amor-próprio não pode depender de
um bumbum firme e de uma barriga lisa. A be-
leza não se expressa em quilos ou centímetros:
o charme tem razões que os padrões convencio-
nais de beleza desconhecem. O que seria dos
mais belos dentes sem o sorriso?
É bom ter um corpo vivo e trabalhado, mas
castigá-lo não é o caminho para ser feliz. O cor-
po não é um pedaço de papel brilhante que em-
brulha uma carcaça vazia: é a forma pela qual
nos fazemos presentes, o meio através do qual
expressamos carinhos e raivas. [...]

ARATANGY, Lídia Rosenberg. Corpo: limites e cuidados.
São Paulo: Ática, 2006. p. 25-26.

Lídia Rosenberg Aratangy é psicóloga, pesquisadora, professora e autora de
diversos livros sobre família, relacionamento, educação e outros temas pertinentes
à área da Psicologia, como Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas
e Olho no olho.

34 Unidade 1

34 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1

Qual foi a intenção do autor ao criar o reino de Laputa e seus moradores?

A resposta é pessoal, porém, considerando a descrição do reino de Laputa e dos personagens, deve-se levar em conta. como principal intenção do autor ao escrever o livro, a possibilidade da existência de crítica a um fato científico que não está relacionado diretamente com as urgências da sociedade.

Qual é a causa dessa situação Laputa?

Resposta. Resposta:vive em grande miséria passando fome e frio,sem ter nada para comer e sem ter ninguém para ajudá-los com essa situação triste pois o rei não está nenhum pouco preocupado.

Quando se passa a história?

Toda narração tem um tempo que determina o período em que a história se passa. Ele pode ser cronológico, quando segue uma ordem dos acontecimentos, ou psicológico, que não segue uma linearidade dos fatos, sendo um tempo interior que ocorre na mente dos personagens.