É verdade que os cientistas querem reviver o Megalodon?

Já aconteceu. Mais ou menos. Nos Estados Unidos, na Inglaterra, Rússia, Coréia do Sul e Japão, grupos de cientistas suam para fazer reviver o mamute, o personagem principal na batalha pela recriação de animais que desapareceram da face da Terra. Mas a honra é de um bichinho um pouco menos emblemático: uma cabra selvagem chamada bucardo.

O último bucardo, uma fêmea, morreu em 2000. Um ano antes, células da pele da cabra foram coletadas e congeladas. Em 2008, pesquisadores espanhóis, franceses e belgas usaram esse material genético para criar embriões, gestados por outra espécie de cabra, o íbex. Um dos embriões vingou, e um bucardo geneticamente idêntico à mãe – um clone – nasceu e morreu alguns minutos depois. 

“A tecnologia pode caminhar para o ponto disso se tornar mais comum? Pode. Mas é muito complexo dizer se seria possível ou não criar um animal extinto que sobreviveria”, diz Alexandre Rodrigues Silva, professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no Rio Grande do Norte.

Alexandre coordena a equipe do Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal da Ufersa. Germoplasma, ele explica, é um termo genérico para qualquer tipo de material genético que pode ser conservado e utilizado para pesquisas sobre o desenvolvimento de uma espécie ou com intenção reprodutiva.

Nesse segundo caso, as linhas de atuação dividem-se em três. “A primeira é de material biológico de alto valor genético, com importância comercial, como na pecuária, por exemplo”, diz Aelxandre. Entra aí o sêmen de grandes touros reprodutores, vendidos a preço de ouro. Na segunda, o objetivo é frear a taxa de extinção trabalhando com animais silvestres. Por fim, a terceira se ocupa de criar bancos de germoplasma de espécies extintas e, quem sabe, trazê-las de volta.

“Não vou dizer que é impossível, mas há várias barreiras a serem quebradas”, afirma o pesquisador sobre esse último campo. Ele cita uma. No caso dos mamutes, por exemplo, já foi possível fazer com que células de material genético retirado de um animal morto há quase trinta mil anos dessem sinais de atividade. Caso cientistas conseguissem criar um embrião a partir daí, seria necessária uma barriga de aluguel. E, mesmo para o candidato mais próximo, o elefante asiático, os problemas de compatibilidade são inúmeros.

Na verdade, já foram propostas uma miríade de soluções para o desafio de recriar um mamute, inclusive uma espécie de gestação artificial em laboratório. Mas esse é um daqueles objetivos que parecem sempre estar a cinco anos distante da ciência.

De volta às possibilidades do trabalho com germoplasma, a preservação de animais ameaçados é mais promissora. No laboratório do professor Alexandre, coleta-se sêmen de espécies como cotia, preá, catetos, quatis e onças pintada e parda. 

“Mas, mesmo para espécies que ainda vivem, tudo é muito experimental. Temos poucos filhotes gerados a partir de manipulação de germoplasma”, explica Alexandre. “Enquanto em animais domésticos a gente conhece toda a fisiologia reprodutiva, para animais silvestres é tudo muito novo, a gente não sabia nada da fisiologia de cotias, emas e caititus. Antes de congelar o sêmen, precisamos descobrir como o sêmen é produzido.”

É um desafio importante e que pode ajudar a proteger algumas riquezas da biodiversidade brasileira. Mas antes de pensar em recuperar, preservar é a palavra de ordem.

17 agosto 2022

É verdade que os cientistas querem reviver o Megalodon?

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Um tigre-da-Tasmânia fotografado no zoológico de Hobart, na Austrália, em algum momento do passado

Pesquisadores da Austrália e dos EUA estão embarcando em um projeto multimilionário para trazer de volta o extinto tilacino(Thylacinus cynocephalus), também conhecido como tigre-da-tasmânia ou lobo-da-tasmânia.

O último exemplar conhecido da espécie deste marsupial carnívoro morreu na década de 1930.

A equipe por trás do projeto afirma que ele pode ser recriado usando células-tronco e tecnologia de edição de genes — e o primeiro tilacino poderia ser reintroduzido na natureza em 10 anos.

Outros especialistas são céticos, no entanto, e sugerem que a desextinção é apenas ficção científica.

  • Por que cientistas estão congelando animais de espécies ameaçadas
  • É possível 'ressuscitar' os mamutes para combater as mudanças climáticas?

O tilacino ganhou o apelido de tigre-da-Tasmânia pelas listras nas costas — mas, na verdade, era um marsupial, o tipo de mamífero australiano que cria seus filhotes em uma bolsa.

O grupo de cientistas australianos e americanos planeja pegar células-tronco de uma espécie marsupial viva com DNA semelhante e, em seguida, usar a tecnologia de edição de genes para "trazer de volta" a espécie extinta — ou algo bem próximo a ela.

Representaria uma conquista notável para os pesquisadores que estão tentando fazer isso, e exigiria uma série de avanços científicos.

"Agora acredito que em 10 anos poderemos ter nosso primeiro filhote de tilacino vivo desde que foram caçados até a extinção há cerca de um século", diz o professor Andrew Pask, que lidera a pesquisa na Universidade de Melbourne, na Austrália.

A população de tigres-da-Tasmânia diminuiu quando os humanos chegaram à Austrália há dezenas de milhares de anos, e novamente quando os dingos — uma espécie de cão selvagem — apareceram.

No final, o marsupial só vagava livremente na ilha da Tasmânia e acabou sendo caçado até a extinção.

O último tigre-da-Tasmânia em cativeiro morreu em 1936 no Zoológico de Hobart, na Austrália.

Se os cientistas conseguirem reviver o animal, será o primeiro evento de "desextinção" da história, mas muitos especialistas de fora do projeto duvidam da ciência por trás disso.

"A desextinção é uma ciência de conto de fadas", afirmou Jeremy Austin, professor associado do Australian Centre for Ancient DNA, ao jornal Sydney Morning Herald.

Segundo ele, o projeto é "mais sobre a atenção da mídia para os cientistas e menos sobre fazer ciência séria".

A ideia de trazer de volta o tigre-da-Tasmânia existe há mais de 20 anos.

Em 1999, o Museu Australiano começou a levar adiante um projeto para clonar o animal, e várias tentativas foram feitas com periodicidade desde então para extrair ou reconstruir DNA viável de amostras.

Este último projeto é uma parceria entre cientistas da Universidade de Melbourne e da empresa Colossal, com sede no Texas, nos EUA.

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Por que os cientistas querem trazer o megalodon de volta?

viabilidade científica para o procedimento (quantidade de material genético disponível, o tempo que a espécie permaneceu extinta, se existe algum parente próximo vivo); chance de sobrevivência na natureza; benefícios que o resgate traria. Proteção aos animais em extinção.

Quais são os animais que os cientistas querem reviver?

Um grupo de cientistas australianos e norte-americanos está recriando em laboratório um animal extinto na década de 1930, o tilacino (Thylacinus cynocephalus). Trata-se de um marsupial, assim como o canguru, mas carnívoro.

É verdade que os cientistas querem reviver o mamute?

O mamute-lanoso foi extinto há mais de 5 mil anos, mas pode voltar a habitar o planeta Terra. Esse é o objetivo de uma empresa de biotecnologia dos Estados Unidos, que anunciou um investimento de mais de R$ 70 milhões para trazer o animal de volta à vida.

O que os cientistas estão tentando trazer de volta?

Tecnologias de paleogenética Na teoria, há três formas de trazer animais extintos de volta à vida: Edição de genes; Retro-reprodução de espécies relacionadas; Clonagem.