Manuel Antônio de Almeida nasceu em 17 de novembro de 1831, no Rio de Janeiro. Mais tarde, formou-se em Medicina, porém nunca exerceu a profissão. Assim, o escritor trabalhou no jornal Correio Mercantil, foi diretor da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e administrador da Tipografia Nacional. Show
O autor, que faleceu em 1861, durante um naufrágio, publicou apenas um romance: Memórias de um sargento de milícias. Essa obra, apesar de ser classificada como romance urbano do romantismo brasileiro, inovou ao se desviar da idealização romântica. Por isso, ela é considerada, por alguns críticos, como um romance pré-realista. Leia também: Castro Alves – poeta romântico brasileiro conhecido como o “poeta dos escravos” Resumo sobre Manuel Antônio de Almeida
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Biografia de Manuel Antônio de AlmeidaManuel Antônio de Almeida nasceu em 17 de novembro de 1831, no Rio de Janeiro. Era filho de portugueses. Apesar da morte do pai e das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, o escritor conseguiu continuar seus estudos, além de iniciar um curso de desenho na Academia de Belas Artes, do qual logo desistiu. Mais tarde, em 1848, fez a matrícula na Faculdade de Medicina e passou a trabalhar como revisor no Correio Mercantil. Quatro anos depois, em 1852, publicou poemas em revistas como a Harpejos poéticos. Começou a publicar seu único romance — Memórias de um sargento de milícias — em folhetim do Correio Mercantil. Assinou a obra como “Um brasileiro”. Já em 1854, o romance foi publicado em forma de livro, ainda sob pseudônimo. No ano seguinte, o romancista terminou o curso de Medicina, quando defendeu a tese A moléstia vulgarmente chamada opilação será a clorose?: suas causas e tratamento. Contudo, não exerceu a profissão e continuou a trabalhar como jornalista. Em 1857, tornou-se diretor da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, além de ocupar o cargo de administrador da Tipografia Nacional. Dois anos depois, recebeu nomeação para trabalhar na Secretaria da Fazenda. No entanto, em 1861, o autor embarcou em um navio com destino à cidade de Campos, pois tinha a intenção de ingressar na carreira política. Assim, o navio Hermes, no qual se encontrava, naufragou, e o romancista morreu, possivelmente no dia 28 de novembro. Foi homenageado décadas depois, quando o escritor Inglês de Sousa (1853-1918) o escolheu para ser o patrono da cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras, instituição fundada no ano de 1896. Características da obra de Manuel Antônio de AlmeidaManuel Antônio de Almeida é um autor do romantismo brasileiro. Desse modo, seu único romance — Memórias de um sargento de milícias — é considerado um romance urbano, já que a ação ocorre na cidade do Rio de Janeiro. Esse tipo de romance apresenta as seguintes características:
No entanto, esse livro de Manuel Antônio de Almeida se desvia dessas características. Para começar, os personagens principais não fazem parte da elite burguesa, pelo contrário, são de classe baixa. Além disso, não há na obra nenhum tipo de idealização, nem mesmo em relação ao amor. Ainda, o protagonista, Leonardo, não possui a perfeição de um herói; é, portanto, um anti-herói. Isso faz com que Memórias de um sargento de milícias seja visto, por alguns estudiosos, como um romance pré-realista. Entretanto, apesar de bastante irônico, ele ainda não apresenta os elementos típicos do realismo, como a objetividade, o foco no presente, o adultério no interior da família burguesa e a análise psicológica. Leia também: Machado de Assis – único realista brasileiro por excelência Obras de Manuel Antônio de Almeida
Memórias de um sargento de milíciasÚnico romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias, ao contrário dos romances urbanos do romantismo brasileiro, apresenta protagonistas da classe baixa, ao invés de burgueses. Assim, a história, que se passa durante o “tempo do rei”, isto é, entre 1808 e 1821, período do reinado de d. João VI (1767-1826), narra, no primeiro capítulo, a falta de cerimônia na festa de batizado de Leonardo:
Esse Leonardo que o narrador menciona não é nosso anti-herói, mas seu pai. Assim, temos o Leonardo Pataca, o pai, e o Leonardo filho. Na sequência, o narrador fala da infância do menino, sem qualquer idealização: “atormentava a vizinhança com um choro sempre em oitava alta; era colérico; tinha ojeriza particular à madrinha, a quem não podia encarar, e era estranhão até não poder mais”. Maria, a mãe do pequeno Leonardo, acaba traindo o marido e foge para Portugal com “o capitão de um navio”. Assim, Leonardo Pataca também vai embora, por um tempo, e deixa o filho com o padrinho do menino, que tem imenso afeto pela criança. No entanto, o garoto está longe de ser um “anjo”, não tem aptidão para assuntos religiosos, além de ser um péssimo aluno. Na juventude, o vadio se apaixona por Luisinha, mas seu amor não tem nada de romântico, pois o rapaz logo se interessa por Vidinha. Quando Luisinha se casa com José Manuel, o esposo se torna para ela “um verdadeiro marido-dragão”. Assim, em meio a amores nada idealizados, Leonardo é preso pelo seu arqui-inimigo, o major Vidigal, que consegue fazer dele um soldado.
Poemas de Manuel Antônio de AlmeidaDos poucos poemas escritos pelo autor, chegaram até nós apenas três, publicados no livro Obra dispersa. São eles: “A uma jovem espanhola”, “O morrer da virgem” e “Amor de criança”. Vamos ler, a seguir, um trecho do primeiro, dedicado a uma jovem espanhola. Nele, o eu lírico diz à sua interlocutora que ela é bela e a compara a uma estrela. Assim, por meio da idealização romântica, a espanhola se mostra elegante como uma palmeira ou um batel (pequeno barco). Além disso, o eu lírico afirma ter se queimado (se apaixonado) no calor dos olhos dessa “virgem tão formosa”. Ele, então, suplica o seu amor, como se fosse um trovador medieval: És tão mimosa e tão bela, Como a estrela, Que desponta rutilante, E que se mira luzente Na corrente, Que retrata deslumbrante. És airosa, qual palmeira Que altaneira Sua coma eleva ao ar, ou qual batel enfunado, Que apressado Desliza à face do mar. Esses teus olhos brilhantes, Fulgurantes Tem um quê, que diz — amor —; Eu que os buscava evitar Sem pensar Me queimei no seu calor. [...] A ti, virgem tão formosa, Tão donosa Votei santo e puro amor; E tu serás insensível, Impassível Aos votos do Trovador? Ah! não o sejas, Deidade, Tem piedade Deste mísero cantor; Com teus olhos tão brilhantes, Fulgurantes Dá-lhe doce olhar de amor; [...]. Créditos das imagens [1] Montecristo Editora (reprodução) [2] L&PM Editores (reprodução) Quem foi o primeiro malandro da literatura brasileira?Leonardo, o Primeiro Malandro da Literatura Brasileira
Manuel Antônio de Almeida, com o personagem Leonardo, na obra Memórias de um Sargento de Milícias, cria o primeiro malandro da literatura brasileira.
Que obra apresenta o malandro como um tipo social brasileiro?Entenda os principais aspectos do livro de Manuel Antônio de Almeida. O romance de Manuel Antônio de Almeida, escrito no período do romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do malandro.
Em qual obra da literatura realista brasileira apareceu o primeiro malandro ou seja aquele que não era idealizado perfeito como eram os personagens do Romantismo?Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, é uma obra que pertence à primeira fase do Romantismo no Brasil. Manuel Antônio de Almeida nasceu em 1830, na cidade do Rio de Janeiro.
Qual foi a única obra de Manuel Antônio de Almeida?O único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852-53 sob a forma de folhetins, difere em muitos aspectos dos romances comumente publicados em folhetins do século XIX, o que explica sua fraca popularidade na época, e sua melhor aceitação na posteridade.
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