Flexibilidade é a capacidade física que permite executar movimentos com grande amplitude

Introdu��o

    A flexibilidade � uma val�ncia f�sica reconhecida como uma das mais importantes componentes da aptid�o f�sica e que alguns testes de flexibilidade est�o inseridos nas principais baterias de avalia��o da aptid�o f�sica, quer associada � performance, quer � sa�de (SILVA et al., 2006). Ainda que care�a de documenta��o objetiva que os indiv�duos com maior grau de flexibilidade sejam suscet�veis a menor risco de les�o m�sculoligamentar, na base desta import�ncia est� a suposi��o dos baixos n�veis de flexibilidade estarem associados a muitas les�es ou condi��es cr�nicas, pelo que um certo grau de flexibilidade parece atuar positivamente sobre a sa�de e melhoria da qualidade de vida (SILVA et al., 2006).

    A flexibilidade consiste na qualidade f�sica que permite ao individuo executar um movimento de grande amplitude m�sculo-articular sem representar riscos de les�es (FERREIRA, LEDESMA, 2008). Pode ser treinada e acrescentar benef�cios ao corpo em crian�as, jovens, adultos e idosos. Para que as crian�as atinjam um desenvolvimento motor harmonioso, a flexibilidade � imprescind�vel pela necessidade de ajustes posturais no per�odo de maior crescimento, que exigem o equil�brio nas cadeias musculares anteriores e posteriores, respons�veis pelo equil�brio do corpo e sustenta��o da coluna vertebral (FERREIRA, LEDESMA, 2008).

    A agilidade se caracteriza por movimentos r�pidos com mudan�as de dire��o e sentido, � uma vari�vel que tem predomin�ncia neuromotora (STANZIOLA, DUARTE, MATSUDO, 1986).

    A agilidade, juntamente com a velocidade, amadurece precocemente, nesse particular a idade mais indicada para se desenvolver essa capacidade � a partir dos 12 anos de idade (MATSUDO, 1992). Ap�s a puberdade a estimula��o dessa capacidade se apresenta com pouca sensibilidade (MATSUDO, 1992).

    Para Oliveira (2000), a agilidade � uma vari�vel neuro-motora caracterizada pela capacidade de realizar trocas r�pidas de dire��o, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte dela. A agilidade no �mbito esportivo � a resposta do indiv�duo em conseguir executar movimentos r�pidos e coordenados dentro de especificidade t�cnica (BARBANTI, 2003).

    De acordo com Passos, Alonso (2009) a escola tem sido reconhecida como a institui��o em melhor posi��o para orientar e suprir �s necessidades de pr�tica de atividade f�sica dos jovens.

    Este estudo tem por objetivo fazer um breve estudo das val�ncias f�sicas flexibilidade e agilidade em escolares.

Estudo da flexibilidade em escolares

    Em um estudo feito com crian�as com idade entre 05 e 15 anos em que se utilizou o flex�ndice como par�metro, verificou-se que os movimentos de tronco s�o os que mais marcam as diferen�as entre os sexos, sendo que quando considerados os primeiros anos escolares, estes movimentos s�o respons�veis pela diferen�a entre as idades menores em rela��o �s maiores (FARINATTI, 1995). Estes fatos sugerem que os movimentos de tronco, melhor que outros grupos articulares, quando consideradas as diferen�as entre os sexos, s�o os que melhor identificam o comportamento da flexibilidade total, o que sugere a utiliza��o do teste de sentar e alcan�ar (Figura 1) para uma boa avalia��o da flexibilidade em crian�as e adolescentes (FARINATTI, 1995).

Flexibilidade é a capacidade física que permite executar movimentos com grande amplitude

Figura 1. Teste de sentar e alcan�ar (WELLS & DILLON, 1952)

    Ferreira, Ledesma (2008) objetivando avaliar o n�vel de flexibilidade de escolares de 11 anos de idade, de uma escola da rede privada de ensino da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, a partir do desenvolvimento de estudo transversal, avaliaram 30 indiv�duos de ambos os g�neros, ap�s a coleta e an�lise dos dados, concluiu-se que os n�veis de flexibilidade encontrados foram baixos para a respectiva popula��o (valores m�dios de 19 cm e 25 cm, para meninos e meninas, respectivamente), o que pode estar ocorrendo por est�mulos insuficientes ou uma pr�tica ineficiente. S�o necess�rias, portanto, revis�es nos planejamentos e aplica��es das aulas de Educa��o F�sica para garantir o desenvolvimento do equil�brio muscular atrav�s de exerc�cios de alongamento e flexibilidade. Para os autores supracitados a flexibilidade consiste na qualidade f�sica que permite ao individuo executar um movimento de grande amplitude m�sculo-articular sem representar riscos de les�es.

    Estudando os n�veis de flexibilidade de 292 escolares entre 7 e 15 anos de ambos os sexos do munic�pio de Westf�lia � RS, matriculados no Ensino Fundamental, sendo 150 meninos (51,4%) e 142 meninas (48,6%), Noll, S� (2008) citaram que os resultados demonstraram n�o haver uma influ�ncia significativa para o fator g�nero e sua intera��o com a idade (p>0,05). Embora o g�nero n�o tenha influenciado significativamente os n�veis de flexibilidade, foram sempre maiores no g�nero feminino. O desenvolvimento da flexibilidade nos dois g�neros acontece de forma semelhante, ou seja, n�veis maiores entre 7 e 8 anos, decrescendo, com pequenas oscila��es, at� os 15 anos.

    Guimar�es, Guerra (2006) objetivando investigar atrav�s da compara��o entre grupos, se h� rela��o da condi��o socioecon�mica com os n�veis de flexibilidade em crian�as de ambos os g�neros com idades entre 09 e 10 anos, pesquisaram 222 crian�as de diferentes classes econ�micas, com idade entre 9 e 10 anos de ambos os g�neros, sendo as mesmas selecionadas aleatoriamente e submetidas a um question�rio econ�mico, para identifica��o das classes sociais. O n�vel de flexibilidade foi avaliado atrav�s do Teste de Sentar e Alcan�ar. Conclui-se que de forma geral n�o foi evidenciada diferen�a significativa nos n�veis de flexibilidades dos escolares divididos por classe socioecon�mica, o que mostra neste estudo que n�o houve influ�ncia do n�vel socioecon�mico sobre a vari�vel analisada.

Estudo da agilidade em escolares

    Passos, Alonso (2009) com o objetivo de comparar a agilidade entre escolares praticantes e n�o praticantes de futsal extra classe, fizeram um estudo em 40 escolares do sexo masculino matriculados no Col�gio Metodista Bennett com idade de 14,88�0.55 anos, peso de 63,70�13,96 quilogramas e estatura de 169,23�7,49 cent�metros, com aulas de Educa��o F�sica de 50 minutos duas vezes por semana. A amostra foi dividida em grupo participa��o (GP n= 20) e grupo controle (GC n= 20). O teste do Quadrado (Figura 2) foi realizado segundo as normas do Manual PROESP � BR. Ap�s a verifica��o dos resultados conclui-se que os alunos praticantes de futsal extraclasse apresentaram melhores resultados nos testes em rela��o aos n�o praticantes. Sendo assim, o treinamento de futsal extraclasse parece favorecer o desenvolvimento da agilidade proporcionando uma condi��o satisfat�ria para a realiza��o dos movimentos espec�ficos da modalidade.

Flexibilidade é a capacidade física que permite executar movimentos com grande amplitude

Figura 2. Teste do quadrado (GAYA; SILVA, 2007)

    Querendo verificar o efeito de um programa de inicia��o esportiva na aptid�o f�sica de escolares de uma escola privada de S�o Paulo, Bortoni, Bojikian (2007) fizeram um estudo com 87 escolares do sexo masculino com idade de 11 a 13 anos divididos em grupo participa��o (GP n= 50) e grupo controle (GC n= 37), onde o GP participou de uma interven��o com futebol de sal�o duas vezes por semana com a dura��o de 90 minutos. Foram avaliadas as vari�veis antropom�tricas (peso corporal, estatura, �ndice de massa corporal) e neuromotoras (for�a de membros inferiores, agilidade e velocidade). Foi poss�vel observar aumentos significativos na agilidade.

    Krebs, Macedo (2005) tendo como objetivo analisar a aptid�o f�sica relacionada ao desempenho, atrav�s da agilidade de escolares do estado de Santa Catarina, estudaram 6373 escolares, sendo 3195 do g�nero masculino e 3178 do g�nero feminino com idade entre 7 e 16 anos. Os principais resultados demonstram que houve diferen�as estatisticamente significativas entre os g�neros.

Considera��es finais

    A escola como campo de pesquisa, tem possibilitado ampliar as descobertas sobre as consequ�ncias provocadas pela mudan�a do estilo de vida nas gera��es a cada d�cada (BECK et al., 2007).

    A realiza��o de medidas antropom�tricas no �mbito escolar tem se tornado uma pr�tica constante em todo Brasil (BECK et al., 2007).

Refer�ncias bibliogr�ficas

  • BARBANTI, V. J. Dicion�rio de educa��o f�sica e esporte. 2ed. S�o Paulo: Manole, 2003.

  • BECK, C. C.; DINIZ, I. M. S.; GOMES, M. A.; PETROSKI, E. L. Ficha Antropom�trica na Escola: O que Medir e para que Medir? . Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. V. 9, N� 1, pg. 107-114, Florian�polis, 2007.

  • BORTONI, W. L.; BOJIKIAN, L. P. Crescimento e aptid�o f�sica em escolares do sexo masculino, participantes de programa de inicia��o esportiva. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 1, n. 4, p. 114-122, 2007.

  • FARINATTI, P. T. V. Crian�a e atividade f�sica. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.

  • FERREIRA, J. S.; LEDESMA, N. C. Indicadores de flexibilidade em escolares de 11 anos de idade de uma escola de Campo Grande � MS, Brasil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 12 � n� 118 � Mar�o de 2008. http://www.efdeportes.com/efd118/indicadores-de-flexibilidade-em-escolares.htm

  • GUIMAR�ES, C. O.; GUERRA, T. C. A influ�ncia da condi��o s�cio-econ�mica sobre a flexibilidade em crian�as de 9 e 10 anos de idade. MOVIMENTUM - Revista Digital de Educa��o F�sica - Ipatinga: Unileste-MG - V.1 - Ago./dez. 2006.

  • GAYA, A. SILVA, G. Projeto esporte Brasil: Manual de aplica��o de medidas e testes, normas e crit�rios de avalia��o PROESP-BR. Porto Alegre. 2007. http://www.proesp.ufrgs.br/institucional/CRIT-REF.php

  • KREBS, R. J.; MACEDO, F. O. Desempenho da aptid�o f�sica de crian�as e adolescentes. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 10, N� 85 , Junho de 2005. http://www.efdeportes.com/efd85/aptidao.htm

  • MATSUDO, V.K.R. Crit�rios biol�gicos para diagn�stico, prescri��o e progn�stico de aptid�o f�sica em escolares de 7 a 18 anos de idade. (Tese de Livre Doc�ncia, Universidade Gama Filho) Rio de Janeiro, 1992.

  • NOLL, M.; S�, K. B. Avalia��o da flexibilidade em escolares do ensino fundamental da cidade de Westf�lia, RS. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 13 - N� 123 - Agosto de 2008. http://www.efdeportes.com/efd123/avaliacao-da-flexibilidade-em-escolares-do-ensino-fundamental.htm

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  • SILVA, D. J. P. et al. A flexibilidade em adolescentes � um contributo para a avalia��o global. Revista Brasileira Cineantropometria e Desempenho Humano, v.8, n.1, p. 72-79, 2006.

  • STANZIOLA, L.; DUARTE, C. R.; MATSUDO, V. K. R. Resultados de escolares de 16 a 18 anos no teste de shutlle-run. In: CELAFISCS � Dez anos de contribui��o �s ci�ncias do esporte. S�o Caetano do Sul, 1986.

  • WELLS, K. F.; DILLON, E. K. The sat and reach a test of back and leg flexibility. Res. Quart, 1952; 23:115-8.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 17 � N� 176 | Buenos Aires,Enero de 2013
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Qual é a capacidade física que permite executar movimentos com grande amplitude * 1 ponto força resistência velocidade flexibilidade?

Flexibilidade: É a capacidade física que permite executar movimentos com grande amplitude, em uma ou mais articulações, sem causar lesões.

Quais são as capacidades físicas de flexibilidade?

Flexibilidade pode ser definida como a capacidade de a estrutura muscular esquelética se estender, sem danos, ferimentos ou lesões e com ampla movimentação numa articulação ou grupos de articulações como a capacidade de uma articulação mover-se com facilidade em sua amplitude de movimento.

O que é a flexibilidade na educação física?

Flexibilidade é definida como a amplitude de movimento de uma articulação ou grupo de articulações. Ela é um dos cinco componentes da boa forma física, junto com o condicionamento cardiovascular, força, resistência muscular e composição corporal.

Como é compreendida a flexibilidade?

"É a capacidade e a característica de um atleta de executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda que requeiram a movimentação de muitas articulações"(WEINECK,1999, p. 470).