Na antiguidade grega todo trabalho manual era desvalorizado por quê

Pelo trabalho o homem transforma a natureza e nessa atividade se distingue do animal porque sua ação é dirigida por um projeto (antecipação da ação pelo pensamento) sendo deliberada, intelectual. 

O trabalho estabelece a relação dialética entre teoria e prática, pela qual uma não pode existir sem a outra: o projeto orienta a ação e esta altera o projeto, que novamente altera a ação, fazendo com que haja mudança dos procedimentos empregados, que gera o processo histórico.

Através da linguagem, atribuída ao homem com muito privilégio pela natureza, é possível representar o mundo, tornando presente no pensamento o que está ausente, comunicando-se com o outro. Assim, o trabalho se realiza sobretudo como atividade coletiva. Além de transformar a natureza, proporcionando uma relação de comunhão entre os homens, o trabalho transforma o próprio homem.

Pelo trabalho o homem se auto produz, desenvolve habilidades e imaginação, aprende a conhecer as forças da natureza e a desafiá-las, conhece as próprias forças e limitações, relacionando-se com os companheiros e vive os afetos de toda relação. O homem não permanece o mesmo, pois o trabalho altera a visão que ele tem do mundo e de si mesmo.

A concepção de trabalho sempre esteve predominantemente ligada a uma visão negativa. Na Bíblia, Adão e Eva viveram felizes até que o pecado provoca sua expulsão.

Sua expulsão do paraíso e a condenação ao trabalho com o "suor do seu rosto". A Eva também conhece o "trabalho de parto".

A etimologia da palavra trabalho vem do vocábulo latino tripaliare, do substantivo tripalium, aparelho de tortura formado por três paus, ao qual eram atados os condenados, e que também servia para manter presos os animais difíceis de ferrar, daí a associação do trabalho com tortura, sofrimento, pena e labuta.

A antigüidade grega desvaloriza todo o trabalho manual por ser feito por escravos, enquanto a atividade teórica representa a essência fundamental de todo ser racional e é considerada a mais digna tarefa do homem. Para Platão, por exemplo, a finalidade dos homens livres é justamente a contemplação das idéias.

Também na Roma escravagista o trabalho era desvalorizado. É significativo o fato de a palavra negotium indicar a negação do ócio (descanso do trabalho, folga, lazer), ao enfatizar o trabalho como ausência do lazer, atribuindo somente aos homens livres o privilégio do ócio.

Na idade média, Santo Tomás de Aquino procura reabilitar o trabalho manual, assegurando que todos os trabalhos se eqüivalem, mas na verdade a própria construção teórica de seu pensamento, calcada na visão grega, tende a valorizar a atividade contemplativa.

Na idade moderna a situação começa a se alterar: o crescente interesse pelas artes mecânicas e pelo trabalho em geral justifica-se pela ascensão dos burgueses vindos de segmentos dos antigos servos que compravam sua liberdade e dedicavam-se ao comércio e que, portanto, tinham outra concepção a respeito do trabalho.

A burguesia nascente procura novos mercados e há necessidade de estimular as navegações. No século XV, os grandes empreendimentos marítimos culminaram com a descoberta do novo caminho para as Índias e das terras do novo mundo. A preocupação de dominar o tempo e o espaço faz com que sejam aprimorados os relógios e a bússula. Com o aperfeiçoamento da tinta, papel e a descoberta dos tipos móveis, Gutemberg inventa a imprensa.

No século XVII, Pascal inventa a primeira máquina de calcular, Torricelli constrói o barômetro, aparece o tear mecânico. Galileu, ao valorizar a técnica, inaugura o método das ciências, a física e a astronomia.

A máquina exerce tal fascínio sobre a mentalidade do homem moderno que Descartes explica o comportamento dos animais como se fossem máquinas e vale-se do mecanismo do relógio para explicar o modelo característico do universo: Deus seria o grande relojoeiro e todos estariam em função dele!

Por que na Antiguidade o trabalho manual era desvalorizado?

A antigüidade grega desvaloriza todo o trabalho manual por ser feito por escravos, enquanto a atividade teórica representa a essência fundamental de todo ser racional e é considerada a mais digna tarefa do homem. Para Platão, por exemplo, a finalidade dos homens livres é justamente a contemplação das idéias.

Como era visto o trabalho manual na Antiguidade?

Na antiguidade, o trabalho era executado somente por servos, pois era considerado indigno de homens livres, aos quais estavam destinadas as atividades intelectuais e de desfrute dos prazeres materiais.

Como era visto o trabalho para os gregos antigos?

Os trabalhos nos campos, nas minas de minérios, nas olarias, na construção civil, e os domésticos eram executados por escravos. Na Grécia Antiga uma pessoa tornava-se escrava de diversas formas podendo ser através da captura em guerras ou a escravidão por dívidas.

Porque o trabalho foi desprezado para os gregos antigos?

Na Grécia antiga, o último ideal de vida não é o trabalho ou o enriquecimento, mas certamente o prazer, o ócio. A vida do artífice, do artesão ou do mercante é desprezada porque falta a elas qualquer forma de liberdade, e se é submisso à necessidade.