Show Este post apresenta informações oficiais inéditas de um estudo maior e mais completo que mensurou e avaliou pela primeira vez o grau de adensamento produtivo de todas as 258 classes industriais do Brasil. Hoje o Jornal Valor Econômico (página A3) publicou duas matérias sobre esse assunto:
Ambas as matérias do Valor Econômico se basearam no mapeamento inédito do adensamento produtivo que pode ser acessado em Morceiro (2018). Classe industrial é a desagregação mais detalhada das estatísticas de atividade econômica do Brasil. Ao todo, a indústria de transformação é composta de 258 classes industriais. O Gráfico acima exibe as 60 classes industriais da indústria de transformação brasileira com os maiores coeficientes importados de insumos e componentes comercializáveis (CIICC). Este coeficiente capta as matérias-primas, insumos, partes, peças e componentes para serem utilizados no processo de produção industrial. Quanto o CIICC de um segmento industrial é muito elevado significa que este segmento compra muitos insumos intermediários de fornecedores estrangeiros. As indústrias maquiladoras costumam ter CIICC acima de 75%, nesse caso, predominam operações de montagem intensivas em mão-de-obra de menor qualificação comparativamente aos casos em que ocorre maior transformação industrial. O Gráfico exibe os segmentos industriais que importaram no mínimo um terço das matérias-primas, insumos, partes, peças e componentes para serem consumidos no processo produtivo. As classes industriais foram agrupadas nos setores manufatureiros a que pertencem para facilitar a visualização. A seguir, alguns comentários analíticos:
Em resumo, as empresas brasileiras de várias classes industriais, sobretudo de elevada intensidade tecnológica, importaram um percentual elevado de insumos intermediários comercializáveis. Dessa maneira, as cadeias produtivas que produzem os produtos mais elaborados encontram-se esgarçadas e com encadeamentos intersetoriais fracos. Isso é preocupante para o desenvolvimento socioeconômico nacional em termos de tecnologia, mão de obra, inserção externa e capacidade de suprimento da demanda doméstica. Proposição de políticas Embora a proposição de políticas não seja o objetivo deste estudo, os resultados documentados indicam que o uso de políticas industriais bem focalizadas nos segmentos manufatureiros com elevado esgarçamento produtivo pode contribuir para o desenvolvimento tecnológico e melhorar a composição da força de trabalho, pois as classes industriais mais esgarçadas são majoritariamente intensivas em tecnologia e em trabalho qualificado, e muitas delas possuem cadeias produtivas longas. Assim, as políticas futuras deveriam focalizar os incentivos nas classes industriais esgarçadas que o Brasil tem e provavelmente continuará tendo demanda elevada, como as que fornecem insumos químicos destinados à agricultura e as produtoras dos insumos farmacêuticos. Além disso, nas negociações de acordos comerciais, as classes industriais em que as importações de insumos intermediários já são elevadas deveriam receber tratamento diferenciado, levando em conta não transformar segmentos produtivos inteiros numa maquila que não exporta como observado no setor de informática e eletrônicos. Essas recomendações de políticas procuram distinguir as classes industriais a fim de alcançar maior efetividade e não apenas concentrar-se em políticas macroeconômicas e abertura comercial universal. Na verdade, o país precisa de um “coquetel de remédios” para combater a desindustrialização e a perda de competitividade do setor industrial. Consultar o estudo completo e mais detalhado que fez o mapeamento inédito do adensamento produtivo aqui. Doutor em Economia pela FEA-USP. Pesquisador associado ao NEREUS-USP. Pós-doutorando na Universidade de Joanesburgo (África do Sul). Ver todos os posts por Paulo Morceiro Navegação de postsQuais foram os segmentos industriais que mais se destacaram no início da industrialização no Brasil?Assim podemos dizer que os segmentos que mais se destacaram no inicio do processo de industrialização foi o alimenticio, o textil e também o de vela e o de sabão.
Quais são os segmentos industriais no Brasil?Os principais tipos de indústrias no Brasil são as automobilísticas, petroquímicas, de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, soja, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc.
Quais são os principais segmentos industriais?Veja abaixo alguns exemplos:. Indústria extrativa.. Indústria de transformação;. Indústria energética;. Indústria alimentícia;. Indústria de Construção Civil;. Indústria informacional, dentre muitas outras.. Quais os segmentos industriais mais significativos no mercado brasileiro?Ganham destaque as indústrias que manufaturam produtos primários, principalmente relacionados à agropecuária que é muito forte nessa parte do Brasil. Esses locais possuem fortes centros de produção metalúrgica. Já as regiões Norte e Centro-Oeste possuem menor expressão no setor industrial brasileiro.
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