Quais os efeitos da atividade física no aparelho locomotor?

Efeitos da atividade f�sica na redu��o
dos efeitos do imobilismo. Estudo de caso
* Doutora em Ci�ncias da Sa�de pela UnB.
Professora de Educa��o F�sica da Rede SARAH
de Hospitais do Aparelho Locomotor
** Coordenador do Curso de Educa��o F�sica da
Faculdade Alvorada de Bras�lia.
Pesquisador Associado da Universidade de Bras�lia -
UnB. Professor da UNIP. Doutor em Ci�ncias Pedag�gicas pelo
Instituto Central Estadual de Cultura F�sica de Moscou - R�ssia.
 
Prof. Ana Cl�udia Raposo Melo*
acraposo@correioweb.com.br
Prof. Dr. Ram�n. F. Alonso L�pez**
aft200153@uol.com.br
(Brasil)
 


Resumo
    Este estudo de caso possui o objetivo de avaliar os benef�cios da realiza��o de atividades f�sicas durante o per�odo de 8 semanas de imobiliza��o no leito em aspectos como: freq��ncia card�aca de repouso, composi��o corporal, estado f�sico geral e VO2 relativo. O programa de gin�stica adaptada constou de 4 sess�es semanais com aproximadamente uma hora de dura��o. Os resultados demonstraram melhora em todas as avalia��es realizada, sendo mais evidente na avalia��o da composi��o corporal. Estes resultados apontam para a minimiza��o dos efeitos do imobilismo devido � realiza��o de atividades f�sicas durante o per�odo de interna��o.
    Unitermos: Imobilismo. Educa��o F�sica Terap�utica. Antropometria. Composi��o corporal. Estado f�sico geral. Gin�stica adaptada.


Abstract
    This case study possesses the objective of evaluating the benefits of the accomplishment of physical activities during the period of 8 weeks of imobilization in the bed in aspects as: heart frequency of rest, general physical fitness, corporal composition and VO2 relative. The adapted gymnastics program consisted of 4 weekly sessions with approximately a hour of duration. The results demonstrated improvement in all the accomplished evaluations, being more evident in the evaluation of the corporal composition. These results point for the reduction of the effects of the immobilism due to the accomplishment of physical activities during the internment period.
    Key Words: Immobilism. Therapeutic Physical Education. Corporal composition avaliation. Adapted Gymnastics

//www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 68 - Enero de 2004

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Introdu��o

    A imobiliza��o pode, segundo autores como Artiles et al., (1997), Frontera et al., (1999) e Rowland (2000); ocasionar complica��es no Sistema Osteomucular, Sistema Respirat�rio, Sistema Metab�lico e Sistema Gastrintestinal, apontando como exemplos de complica��es decorrentes da imobiliza��o no leito as contraturas musculares, descondiconamento f�sico global, redu��o do VO2max, redu��o de for�a, trombose venosa profunda, dentre outras.

    Al�m das complica��es anteriormente citadas, Krasnoff & Painter (1999) apontam para os efeitos nocivos da imobiliza��o no leito no bem estar emocional do indiv�duo, podendo, segundo este autor, apresentar ansiedade, apatia, depress�o, habilidade emocional e isolamento social.

    Concordando com este autor, Sharkey (1997) relata que em apenas tr�s semanas de repouso completo no leito podem ocasionar uma redu��o na aptid�o f�sica do indiv�duo de 29%, ou seja, quase 10% por semana.

    Autores como Rowland (2000), Rodrigues (1997) e Delisa (1992) sugerem que a utiliza��o de atividade f�sica durante o per�odo de imobiliza��o pode reduzir as mudan�as fisiol�gicas desfavor�veis e as complica��es geradas pela imobilidade, melhorando a qualidade de vida do sujeito durante e ap�s a enfermidade.

    Hanson (2002), Krasnoff & Painter (1999) e L�pez (2002) apontam que a atividade f�sica realizada durante a imobiliza��o no leito n�o atua apenas na musculatura recrutada para determinado exerc�cio, atuando tamb�m, de forma indireta, em todo o organismo, beneficiando v�rios sistemas ao mesmo tempo. Estes autores relatam que os benef�cios indiretos alcan�ados com a pr�tica regular da atividade f�sica pode ser o aumento do t�nus muscular, melhora cardiovascular, redu��o da perda de c�lcio, melhora o humor e aumento do apetite.

    Os estudos de Rowland (2000) sobre os benef�cios da pr�tica regular de atividade f�sica durante o per�odo de imobiliza��o no leito apontam que o exerc�cio � benef�cio para recupera��o do condicionamento f�sico ap�s a imobiliza��o hospitalar. Poucos s�o os estudos sobre a manuten��o do condicionamento f�sico global durante o per�odo de interna��o, ou sobre a utiliza��o da atividade f�sica durante a imobiliza��o e principalmente com pacientes com grande restri��o de movimentos.

    Melo e L�pez (2002) avaliaram um programa de gin�stica utilizado na enfermaria ortop�dica, mediante o comportamento da freq��ncia card�aca frente ao exerc�cio. Foram analisadas vari�veis como de faixa et�ria, e n�mero de sess�es de gin�stica. Os resultados deste estudo revelaram que a realiza��o do programa de gin�stica em pacientes ortop�dicos com limita��o de movimento pode levar a uma redu��o significativa da freq��ncia card�aca.

    A utiliza��o da atividade f�sica regular durante o per�odo de imobiliza��o pode, al�m dos benef�cios j� conhecidos, de acordo com Melo e L�pez (2002-a), pode minimizar ou reverter os efeitos mal�ficos da imobiliza��o prolongada. A realiza��o da atividade f�sica pode tamb�m ajudar na humaniza��o do per�odo de interna��o (Melo e Perna, 2002), al�m de despertar a preocupa��o com a melhoria do bem estar f�sico (Melo e L�pez, 2003).

    Apesar do conhecimento sobre a n�o reprodutibilidade dos resultados obtidos em modalidades de pesquisa como o estudo de caso, optou-se pela realiza��o deste estudo devido �s caracter�sticas e limita��es f�sicas do paciente, bem como seu estado clinico inicial.

    Um outro fator que levou a realiza��o deste estudo foi � inova��o do procedimento de utiliza��o de atividade f�sica durante o per�odo de imobiliza��o como parte do programa de interna��o e a aus�ncia de estudos sobre este tema.


Amostra - O caso

    Como complica��o da interna��o teve uma pneumonia seguida por derrame pleural. No pronto socorro as fraturas foram tratadas de forma conservadora, permanecendo por 15 dias em tra��o cut�nea.

    Ap�s este per�odo o paciente foi transferido para uma unidade hospitalar especializada em ortopedia. Nessa nova hospitaliza��o, optou-se pela instala��o de tra��o transesquel�tica como m�todo conservador para tratamento das fraturas do f�mur direito e esquerdo, sendo considerada pelos ortopedistas desta unidade hospitalar como a mais adequada ao tipo de fratura.

    A tra��o transesquel�tica foi instalada na por��o proximal da t�bia bilateralmente, utilizando tamb�m f�rula de Thomas-pearson com objetivo de melhor alinhamento �sseo. Ap�s regulariza��o deste quadro e libera��o pela cl�nica m�dica e pelos ortopedistas, o paciente foi admitido para as atividades da educa��o f�sica e fisioterapia. As atividades da fisioterapia se resumiram � mobiliza��o passiva das patelas e orienta��o � mobiliza��o t�bio-t�rsica.


Metodologia para realiza��o da atividade f�sica


1. Avalia��o de admiss�o da Educa��o F�sica

    A avalia��o de admiss�o da educa��o f�sica consta de uma abordagem individual junto ao leito, onde s�o coletados todos os dados sobre a hist�ria de pr�tica de atividade f�sica, esportiva e de lazer realizadas pelo paciente antes da atual interna��o.

    Nesta avalia��o s�o repassados os objetivos, dias, hor�rios e demais dados sobre as atividades oferecidas pela educa��o f�sica em enfermaria ortop�dica, bem como quais as indica��es e ganhos que poder�o ser alcan�ados. Posteriormente ao repasse destas informa��es s�o realizadas dentro das limita��es do paciente as avalia��es espec�ficas, como medidas antropom�tricas, testes funcionais e de val�ncias f�sicas.

    Dados como idade, peso, altura, escolaridade, estado civil, dentre outros s�o colhidos em prontu�rio, enquanto dados relativos � educa��o f�sica s�o coletados diretamente com o paciente.

    O paciente ressalta que gosta de participar de atividades f�sicas e esportivas, relatando que corria 3 vezes por semana uma dist�ncia aproximada de 6 km, enfatizando porem n�o realizou nenhum tipo de atividade f�sica desde o dia do acidente (15 dias).

    Na avalia��o inicial foram coletados dados como: a freq��ncia card�aca de repouso, press�o arterial, calculado o �ndice de Estado Geral (input em Alonso, 2001). Foi realizada a bioimped�ncia com o objetivo de avaliar a composi��o corporal. Nesta avalia��o tamb�m foram coletados os per�metros do bra�o, estando contra�do e relaxado, do antebra�o, coxa e panturrilha segundo a metodologia sugerida por Carnaval (1998). As dobras cut�neas destas regi�es foram aferidas visando avaliar se haveria aumento desses valores, o que poderia influenciar na verifica��o dos per�metros pelo aumento da quantidade de gordura neste segmento corporal.

    Outro dado avaliado na admiss�o foi a percep��o do esfor�o realizado na atividade, ao terminar a aula de gin�stica. A avalia��o foi feita atrav�s da Escala de Borg (Carnaval, 1998), Esta avalia��o visa avaliar a percep��o do sujeito perante o esfor�o realizado.

    Outra avalia��o realizada foi � estimativa de VO2 sem utiliza��o de exerc�cio f�sico (Jakson et al., 1990). Apesar de n�o ser precisa, a avalia��o indireta de VO2, foi � �nica forma encontrada para avaliar este componente, devido � utiliza��o da tra��o transesquel�tica que limita os movimentos, impossibilitando a medi��o em diferentes instrumentos, como o cicloergometro para membros superiores.

    O paciente recebeu na admiss�o orienta��es sobre os objetivos da atividade f�sica de reduzir os efeitos ocasionados pela imobiliza��o durante o per�odo de interna��o e a manuten��o e ganho de resist�ncia e for�a muscular em membros superiores, membros inferiores e tronco atrav�s de exerc�cios ativos.

    Por apresentar um quadro com grande debilita��o f�sica decorrente das complica��es p�s-acidente e a impossibilidade de elevar a cabeceira da cama acima de 45� e pela utiliza��o da f�rula, durante toda a interna��o sua participa��o em atividades f�sicas foi acompanhada por um frequenc�metro, medindo a freq��ncia card�aca (FC) em cada etapa do exerc�cio, sendo estas: inicial, (antes do exerc�cio), durante os exerc�cios: alongamentos iniciais, para membros superiores, abdominais, exerc�cios isom�tricos para membros inferiores e musculatura de gl�teos, alongamento final e relaxamento.


2. Programa

    A Educa��o F�sica oferece na enfermaria ortop�dica atividades f�sicas, recreativas e de lazer. Estas atividades t�m por objetivo reduzir os efeitos mal�ficos do imobilismo e humaniza��o do per�odo de interna��o, favorecendo a manuten��o do condicionamento f�sico global, integra��o social, melhora do humor, dentre outros (Melo e L�pez, 2002).

    A interna��o total deste paciente foi de 11 semanas, sendo nove semanas estando restrito ao leito pelo uso da tra��o, per�odo de dura��o da avalia��o para realiza��o deste estudo. A perman�ncia no grupo de gin�stica foi de oito semanas, pois durante a primeira semana esteve afastado devido a complica��es cl�nicas, totalizando 23 sess�es. A periodicidade desta atividade foi de quatro vezes por semana, com dura��o aproximada de uma hora.

    As aus�ncias em algumas sess�es de gin�stica ocorreram devido �s complica��es iniciais da interna��o, rotinas da enfermaria como realiza��o de RX, curativos ou outros procedimentos.

    As sobrecargas utilizadas para realiza��o dos exerc�cios em membros superiores variaram ao longo do per�odo de interna��o, sendo progressivamente aumentada, sempre respeitando o quadro cl�nico e limita��es f�sicas do paciente. A carga inicial utilizada foi um halter de 500gr para cada membro superior. Esta carga era aumentada semanalmente em 500gr. Sendo que na �ltima semana de atividade, o paciente utilizou halter de 5 kg em cada membro superior.

    A freq��ncia card�aca de trabalho para este paciente durante a realiza��o das aulas de gin�stica localizada realizada no leito foi estabelecida de 60% a 80% da freq��ncia card�aca m�xima (Fcmax), sendo a freq��ncia card�aca de trabalho inicial estabelecida em 113 bpm.

    A retirada da tra��o transesquel�tica ocorreu ap�s a 25a sess�o de gin�stica adaptada, possibilitando ao paciente um aumento na atividade f�sica utilizando a cadeira de rodas para deslocamento em dist�ncias maiores e o andador para curtas dist�ncias. Por este motivo � coleta de dados foi encerrada ap�s a 25a sess�o de gin�stica adaptada, sendo realizada a avalia��o final, onde foram coletados os mesmos dados da avalia��o inicial para compara��o entre os resultados.

    Assim os resultados obtidos referentes ao per�odo de imobiliza��o seriam somados aos novos ganhos que as demais atividades f�sicas proporcionariam, podendo gerar um falso resultado. Apesar do encerramento da coleta de dados, a atividade f�sica/gin�stica adaptada foi realizada at� o final da interna��o, associada �s demais atividades f�sicas propostas para esta nova fase no programa de reabilita��o.


Resultados

    O peso inicial aferido na interna��o, foi de 69,7 kg e altura de 170 cm. Os dados evidenciados pela bioimped�ncia relatam que apesar do paciente permanecer com IMC dentro da normalidade, apresentou uma redu��o de massa gorda e um acr�scimo de massa magra como pode ser verificado na tabela 1.

Tabela 1 - Dados da Bioimped�ncia


Faixa de peso ideal = 62 a 77,5 kg (com �ndice de massa corporal NORMAL entre 20 e 25 kg/m2)

    Os dados da bioimped�ncia demonstram um pequeno aumento 0.8% no peso corporal, por�m o paciente permanece dentro da sua faixa estabelecida. Quanto � massa gorda, ele teve uma redu��o expressiva, complementada com o ganho de massa magra. Apesar do pequeno aumento de peso ele obteve uma melhora na sua composi��o corporal.

    Observando a tabela 1, os dados sobre valores em quilograma demonstram um aumento de 3.8 kg de massa magra e uma redu��o de 3,4 de massa gorda. O aumento de peso em 400 gr que pode ser justificada pelo aumento do peso corporal, levando a crer que este acr�scimo ocorreu pelo aumento da massa magra.

    A freq��ncia card�aca de repouso ap�s 23 sess�es de gin�stica reduziu de 88 bpm para 80 bpm, apresentando uma redu��o de 9%, indicando a tend�ncia de uma bradicardia funcional positiva. A m�dia de freq��ncia card�aca durante a realiza��o dos exerc�cios durante o programa de atividade f�sica foi de 107 bpm, sendo a mais alta 151 bpm e mais baixa de 75 bpm durante a realiza��o dos exerc�cios de relaxamento.

    A m�dia da freq��ncia card�aca durante a realiza��o dos exerc�cios em membros superiores, abdominais e isom�tricos para a musculatura de gl�teos e membros inferiores, manteve-se dentro da freq��ncia de trabalho estabelecida apresentando apenas uma pequena redu��o nos exerc�cios isom�tricos. A varia��o da freq��ncia card�aca m�dia em cada etapa da aula de gin�stica pode ser verificada na tabela 2.

Tabela 2. Varia��o da freq��ncia card�aca m�dia durante a realiza��o dos exerc�cios.

    A avalia��o inicial do �ndice de estado f�sico geral classificou o paciente como abaixo da m�dia e ao final do programa de gin�stica adaptada, sua classifica��o foi acima da m�dia, demonstrando uma melhora de 55% no �ndice de estado f�sico geral. A estimativa de V02 m�x. realizada atrav�s do IMC sugerida por Jackson et al., (1990), apresentou uma melhora de 13,69% como pode ser verificado na tabela 3.

Tabela 3 - Avalia��o do estado f�sico e geral e estimativa de VO2 m�ximo

    Estes dados confirmam os dados encontrados pela bioimped�ncia. A panturrilha n�o apresentou redu��o do percentual de gordura, fato que pode ser justificado pela dificuldade de realiza��o de exerc�cios nesta localidade. A redu��o nos valores da dobra cut�nea da coxa n�o pode ser considerada como redu��o efetiva neste valor por estar dentro da margem de erro na aferi��o desta dobra, estando estes dados apresentados na tabela 4.

Tabela 4 - Dobras cut�neas

    A aferi��o dos per�metros ap�s o programa de gin�stica adaptada evidenciou ganhos em todos os segmentos avaliados, reafirmando os dados resultados encontrados na avalia��o da composi��o corporal pela bioimped�ncia. O maior aumento foi evidenciado na avalia��o do per�metro do bra�o, a qual apresentou um aumento de 9,6%, sendo esta �rea a mais trabalhada, apesar da realiza��o de exerc�cios isom�tricos em coxa e panturrilha, estes apresentaram discretas melhora. Todos estes dados podem ser verificados na tabela 5.

Tabela 5 - Per�metros musculares

    A redu��o das dobras cut�neas foi mais acentuada em membros superiores, sendo esta a musculatura mais trabalhada durante a gin�stica com contra��es exc�ntricas e conc�ntricas al�m da utiliza��o de sobrecarga. Este resultado reflete na avalia��o do per�metro que apresentou um acr�scimo de cerca de 9,6%. Se somarmos a redu��o da dobra cut�nea ao ganho de per�metro poderemos perceber que o aumento per�metro foi superior aos 9,6%.

    A percep��o do esfor�o realizado foi aferida atrav�s da Escala de Borg (Carnaval, 1998). Ao final da primeira aula de gin�stica o paciente a classificou como "pesada", por�m n�o relatou dores ou fadiga durante toda a aula, realizando intervalos ativos para descanso quando considerou necess�rio. Esta avalia��o foi repetida toda primeira aula de cada semana com nova carga. Esta avalia��o demonstrou que apesar do aumento da sobrecarga utilizada e da intensidade dos exerc�cios, a percep��o do esfor�o realizado permaneceu entre moderada leve e moderada. Esta classifica��o evidencia um trabalho relativo � freq��ncia card�aca de trabalho entre 60 a 70% da freq��ncia card�aca m�xima como pode ser verificado na Tabela 6.

Tabela 6 - Avalia��o da Percep��o de Esfor�o a partir da sobrecarga e FC trabalho. (Segundo Borg, 2000).


Discuss�o

    Os resultados encontrados neste estudo de caso demonstram que o �ndice do Estado F�sico Geral foi preservado pela realiza��o do exerc�cio f�sico durante a imobiliza��o, concordando com os dizeres de Molz et al., (1993), sendo este dado reafirmado pelos dizeres de Frontera et al., (1999) e Sharkey (1997), quando estes afirmam que pode haver redu��o na aptid�o f�sica decorrente da imobiliza��o no leito.

    A freq��ncia card�aca de repouso ao final do programa de gin�stica, apresentou redu��o, confirmando os benef�cios dos exerc�cios durante a imobiliza��o encontrada no estudo realizado por Melo e L�pez (2002). Os dados positivos encontrados neste estudo podem ser apoiados nos dizeres de autores como Oliveira et al., (1999) Molz et al., (1993) ao ressaltarem que a imobiliza��o no leito ocasiona um aumento da freq��ncia card�aca, sendo o exerc�cio ben�fico neste per�odo.

    Os dados de manuten��o do peso corporal e a redu��o da gordura corporal, bem como os dados encontrados no aumento do per�metro muscular e na bioimped�ncia concordam com autores como Hanson (2002) e Krasnoff e Painter (1999), quando estes relatam que o exerc�cio f�sico pode evitar a redu��o de massa magra.

    Autores como Delisa (1993) e Frontera et al., (1999) relatam que durante o per�odo de imobiliza��o no leito h� uma redu��o da estimativa de VO2 m�x. A utiliza��o de atividade f�sica durante o per�odo de imobiliza��o � ben�fica, concordando com L�pez (2002), onde este autor ressalta a��o profil�tica da atividade f�sica nos diferentes sistemas. A estimativa de VO2 m�x. realizado sem a utiliza��o de exerc�cio f�sico apresentou melhora, por�m este m�todo n�o apresenta resultados que condizem com a freq��ncia card�aca que n�o alcan�ou a freq��ncia card�aca de trabalho estabelecida para a realiza��o dos exerc�cios utilizando apenas os membros superiores. Esta avalia��o foi utilizada por ser a �nica forma de avaliar este componente, por�m demonstrou n�o ser a mais adequada devido as limita��es de movimento o que poderiam influenciar nos resultados.

    L�pez (2002) revela que os exerc�cios f�sicos podem ser administrados em mais de 70 enfermidades e todas aquelas que aceitem dentro de seu tratamento este elemento terap�utico. Este dado pode ser verificado nos estudos de Melo e L�pez (2002 e 2003) e durante a realiza��o deste estudo, pois, mesmos em pacientes com grande restri��o de movimentos que utilizam tra��o transesquel�tica e f�rula ou outras restri��es, existe a possibilidade de realiza��o de atividade f�sica regular durante a interna��o.


Conclus�o

    Devido � participa��o em programa de atividade f�sica o paciente melhorou seu condicionamento morfofuncional; pois existiu uma redu��o na freq��ncia card�aca de repouso. Durante uma interna��o de tr�s meses, este paciente n�o apresentou ganho de peso ou perda de massa muscular, ao contr�rio do esperado em um paciente com longo per�odo de imobiliza��o no leito. Com a participa��o em um programa de atividade f�sica houve uma melhora na sua composi��o corporal, reduzindo a gordura e acrescentando massa magra.

    Ap�s tr�s meses de interna��o imobilizado em leito, pode-se inferir que os exerc�cios f�sicos realizados no grupo de gin�stica adaptada minimizaram os efeitos negativos da imobiliza��o prolongada, bem como favoreceram o retorno � deambula��o.

    Reconhecendo as limita��es de um estudo de caso, sugerimos a realiza��o de novos estudos com amostras maiores, com paciente em faixas.


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    Quais os benefícios da atividade física no sistema locomotor?

    Com a prática de exercícios como a musculação, por exemplo, ocorre o fortalecimento da musculatura e consequentemente a maior sustentação dos ossos. Além disso, aumenta a lubrificação das cartilagens, melhora o desempenho das articulações e reduz dores em geral.

    Qual o efeito da atividade física no aparelho locomotor do idoso?

    As alterações no aparelho locomotor ocorridas em decorrência do envelhecimento que causam perda no equilíbrio, fragilidade óssea, dores articulares e decréscimo da função podem ter seu efeito minimizado por meio da prática regular de exercícios físicos.

    São alterações provocadas pela atividade física no sistema locomotor?

    Por outro lado, o exercício físico aumenta a potência, o volume, a elasticidade e a resistência muscular, proporcionando um desenvolvimento harmonioso do aparelho locomotor e prevenindo os problemas provocados pela inactividade.

    Qual é a principal função do aparelho locomotor?

    O sistema muscular e o sistema esquelético fazem parte do sistema locomotor. Esse sistema é responsável pelos inúmeros movimentos, inclusive a locomoção que conseguimos desenvolver. Os músculos estão envolvidos em todo e qualquer tipo de movimento que o organismo pode realizar.

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