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Educação e MídiaUm olhar sobre o surdo: clínico ou social?
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FOTO: Jonathan Campos/Gazeta do Povo Surdo? Deficiente auditivo? Surdo-mudo? Portador de deficiência auditiva? Qual termo devo usar? Para quem não conhece, o uso da palavra surdo parece ser o mais preconceituoso, enquanto que o termo deficiente auditivo o mais politicamente correto. A grande maioria acredita que o surdo não fala porque não ouve, porém isto é crença. Sempre pensamos na fala com o sentido de produção do som. Os surdos podem, se assim quiserem, produzir fala inteligível, basta estarem com seu aparato vocal intacto e passar por treinamento com profissionais fonoaudiólogos. Portanto, ser surdo não significa também ser mudo. Como eu vejo uma pessoa com deficiência? Qual é meu conceito sobre ela? Dependendo do meu olhar, vou tratá-la como um doente ou como um ser social. A surdez pode ser vista como deficiência – o que gera um olhar “clínico-terapêutico”; ou como uma diferença – representada pelo modelo “sócioantropológico”. E essas diferentes visões e formas de representar a surdez deixaram – e ainda deixam – marcas na educação e na vida dos surdos.
Segundo o Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, em seu artigo 2º: Considera-se pessoa surda àquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Atente-se para o seguinte: o surdo possui perda auditiva, mas somente isso não o define enquanto sujeito. O mais importante a ser considerado é que a pessoa surda é “aquela que compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais”. Isto significa dizer que sua relação com o mundo se dá de forma visual e sinalizada. Quando a surdez é vista como uma diferença, na qual os sujeitos surdos fazem parte de uma comunidade linguística e culturalmente diferente, entendemos a surdez por uma visão “sócioantropológica”, ou seja, que possui identidade, um ser social. Qual o olhar que tenho sobre a pessoa com deficiência? Vejo-a como um doente que precisa de cura ou como alguém social, que possui sua identidade e direitos assim como eu? >> Patrícia Paula Schelp é intérprete de Libras, mestre em Educação. Atualmente, é professora de Libras na Universidade Tuiuti do Paraná >> Quer saber mais sobre educação, mídia, cidadania e leitura? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom Instituto GRPCOMveja + em Educação e MídiaDeixe sua opinião Como você se sentiu com o conteúdo dessa matéria?
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O que é modelo sócio antropológico?Pinto (2001) diz que a visão sócio-antropológica se expressa para que os sujeitos sociais valorizem, exponham suas diferenças e suas culturas específicas em busca de afirmação cultural. É um movimento social contra todas as ações que não consideram as diferenças da vida social.
Quais as concepções sobre a surdez?A educação de surdos, a partir da década de 1980, é concebida por três concepções metodológicas: o oralismo, a comunicação total e o bilinguismo.
Quando adotamos a concepção Socioantropológica estamos defendendo que os surdos?A visão socioantropológica da surdez defende os surdos e a surdez como diferença construída histórica, social e politicamente. Desta forma, os professores que se valem dessa visão utilizam metodologias de ensino diferenciadas daqueles que acreditam na visão clínica.
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