Qual a importância da genética molecular para a humanidade?

Importante ferramenta para auxiliar no diagnóstico clínico, a biologia molecular tem evoluído muito nos últimos anos. Com técnicas que se destacam pela rapidez e alta sensibilidade, ela tem sido de grande valia para detecção de agentes infecciosos.

Metodologias poderosas de sequenciamento de DNA têm auxiliado no diagnóstico de doenças genéticas, hematológicas, infecciosas e neoplásicas, ajudando também no estabelecimento de cura e tratamento eficaz.

Neste post, vamos desvendar um pouco sobre a área, descobrir o que é a biologia molecular e suas principais aplicações! Vamos lá?

O que é biologia molecular?

Área da biologia que estuda os organismos do ponto de vista molecular, focando principalmente no RNA e no DNA. A biologia molecular visa entender os fenômenos biológicos e como eles se relacionam com o material genético dos seres vivos.

Nascida da junção entre a genética, a bioquímica e a biologia celular, a biologia molecular tem como principal objetivo compreender e estudar os processos de replicação, transcrição e tradução do material genético. Além disso, estuda as regulações desses processos e seus possíveis erros e características.

Grande parte de seus conceitos e técnicas vieram a partir de estudos e experimentos realizados em bactérias, fungos e vírus. Por este motivo, a microbiologia também possui um papel fundamental no desenvolvimento da biologia molecular.

Mas ela nasceu devido aos avanços científicos que permitiram que o DNA fosse “visto” pela primeira vez. Em conjunto com o estudo de Mendel sobre hereditariedade, os cientistas viram a necessidade de estudar e entender melhor essa molécula complexa que carrega todas as informações relacionadas à hereditariedade.

Atualmente, as técnicas de biologia molecular estão cada dia mais sofisticadas e abrangentes, não só devido aos avanços tecnológicos dos equipamentos utilizados, quanto científicos relacionados a compreensão dos genes e suas funções.

Quais as aplicações da biologia molecular?

A biologia molecular e as suas técnicas têm contribuído para identificação de agentes infecciosos, mutações específicas que levam a proteínas com funções prejudicadas ou predisposição a doenças oncológicas, estabelecer prognóstico de doenças ou elencar o melhor tratamento a ser seguido especificamente para um paciente.

No geral, podemos dizer que as técnicas da biologia molecular focam na obtenção, identificação e caracterização do material genético quer seja de um paciente ou de um agente infeccioso que esteja lhe causando uma infecção ou doença.

Dentre elas, podemos destacar:

#1. PCR – Reação em cadeia da polimerase

Essa metodologia é amplamente utilizada para replicar um fragmento de material genético que desejamos estudar. Ou seja, com sua aplicação podemos obter milhares de cópias deste fragmento de interesse, possibilitando limitar-se a sua detecção, no caso da pesquisa de determinado agente infeccioso, por exemplo.

Essa pesquisa pode ser ampliada para sua quantificação e, em casos mais específicos, seguir para a técnica de sequenciamento para identificar variantes genéticas que causem refratariedade a determinado tratamento, como ocorre no caso da pesquisa do HIV.

Além disso, quando o foco da pesquisa são mutações em determinados genes do paciente, podemos simplesmente detecta-la em uma reação de PCR como depois caracterizá-la por meio do seu sequenciamento.

Esta técnica mimetiza o ciclo celular de divisão celular ou a transcrição da informação genética contida no DNA em seu produto, como em uma proteína, por exemplo.

Porém, de forma controlada e exponencial, podemos gerar milhares de cópias desta região de interesse utilizando uma enzima (DNA polimerase), a amostra de DNA é submetida a ciclos específicos de temperatura e combinado aos reagentes necessários, é possível realizar a sua cópia.

A eletroforese em gel ainda é utilizada após o PCR para verificar a presença de material genético estudado, onde o produto do PCR é aplicado em géis de agarose ou acrilamida em uma cuba e submetido a uma corrente elétrica, o material ao migrar pelo gel separa os fragmentos de DNA e RNA ou proteínas conforme seu peso molecular.

A utilização de um padrão conhecido (ladder) que corre em paralelo com as amostras, nos permite determinar os fragmentos de interesse pelo seu peso molecular.

1.1 PCR em tempo real

A PCR em tempo real (Real Time Quantitative PCR) é uma variação da técnica de PCR, a qual permite que a amplificação e detecção ocorram simultaneamente.

O resultado é visualizado em tempo real durante a amplificação da sequência de interesse, com capacidade ainda de gerar resultados quantitativos com maior precisão.

1.2 PCR digital

Já a PCR digital é a terceira geração das técnicas de PCR, que permite uma quantificação absoluta, altamente sensível de ácidos nucleicos sem a necessidade de curva padrão ou controles endógenos.

Em uma das estratégias do sistema de PCR Digital, a amostra é dividida em milhares de partículas (gotas) que após a amplificação, estas gotas contendo a sequência alvo são detectadas por fluorescência e classificadas como positivas e gotas sem fluorescência são negativas.

A PCR digital melhora a sensibilidade da qPCR e permite a detecção de eventos raros, tais como: mutações de um único nucleótido numa população de sequências de tipo selvagem além de ser útil na biópsia liquida, detecção de patógenos, expressão gênica e ainda análise de CNV (variação no número de cópias).

#2. Sequenciamento Sanger

Na técnica de sequenciamento, o material que foi amplificado previamente no PCR, é submetido a aparelhos que têm a capacidade de identificar, de forma sequencial, as bases nitrogenadas (“letras do DNA”) que compõem o fragmento em análise.

Isto permite identificar a alteração de uma única base que pode levar a uma mutação com consequente perda de função da proteína a ser codificada, o que por sua vez pode desencadear uma doença.

#3. Sequenciadores de nova geração (NGS)

Atualmente, existem técnicas que permitem o sequenciamento de DNA em larga escala, é o chamado sequenciamento NGS (Next Generation Sequencing).

Essa tecnologia permite a análise de múltiplos genes em uma única reação e é amplamente utilizada, hoje em dia, nos painéis genéticos, servindo para pesquisa de determinada doença e revelando suas características individuais, determinar o prognóstico e auxiliar no direcionamento da terapia mais efetiva.

#4. Southern Blot

Menos utilizada atualmente, devido ao uso de metodologias mais sensíveis e práticas, o Southern Blot permite identificar se determinada sequência de DNA está presente em uma amostra.

A técnica consiste, basicamente, em uma eletroforese em gel seguida de transferência para uma membrana, fixada por exposição térmica ou radiológica e revelada pelo uso de sondas com sequencia conhecida e marcadas com fluorófilos ou rádio isótopos.

#5. Northern Blot

Seu princípio é semelhante ao anterior, com a principal diferença de ser utilizada para identificação e a quantificação de RNA mensageiro, que é o responsável por enviar as informações do DNA até a síntese de proteínas nas células.

#6. Western Blot

Já no Western Blot, a análise e identificação é dirigida às proteínas, esse método mescla os princípios das técnicas Southern Blot e Northern Blot.

#7. Clonagem molecular

Utilizada, principalmente, em pesquisas e produção de imunobiológicos, esta técnica visa introduzir sequências específicas no DNA de uma célula e utilizar o mecanismo celular como base para a sua clonagem.

Primeiramente, é necessária a presença de um sítio de clonagem conhecido que, juntamente a uma enzima específica, permite fragmentar o DNA em regiões de interesse.

Utilizando a técnica de PCR, é possível replicar esses fragmentos obtidos inicialmente, obtendo-se, assim, grandes quantidades dele.

Os principais impactos no diagnóstico clínico

Com os avanços científicos e tecnológicos, as áreas de biologia molecular e genética tornaram-se ferramentas poderosas no laboratório clínico, suplementando as condições diagnósticas de diversas doenças.

 Hoje, já é possível fazer previsões sobre o risco de desenvolvimento de doenças em indivíduos saudáveis, graças ao estabelecimento de associações de risco com polimorfismos genéticos presentes nas populações.

Nesse contexto, a biologia molecular assume uma crescente importância na área diagnóstica, destacando-se aplicações em algumas especialidades da medicina tais como: infectologia, saúde reprodutiva da mulher, genética de doenças raras, oncologia, medicina personalizada, identificação humana (vínculo genético) entre outras.

Um dos seus principais benefícios foi a descoberta da correlação entre a alteração do DNA e as características clínicas (fenótipo). Isso significa que uma mutação encontrada no DNA pode fechar o diagnóstico clínico ou caracterizar a susceptibilidade do paciente a determinada doença ou até mesmo ser considerada inofensiva.

São muitas as possibilidades que a biologia molecular trouxe e ainda pode trazer para auxiliar nos diagnósticos clínicos. Com o avanço tecnológico e a melhoria das técnicas, os estudos e trabalhos são promissores no que diz respeito à identificação de doenças e detecção de antígenos e anticorpos.

Você já conhecia a biologia molecular? Tem alguma dúvida sobre sua aplicação em diagnósticos clínicos? Deixe suas dúvidas nos comentários!

Qual a importância da genética molecular para o ser humano?

Na medicina, a genética já permitiu o desenvolvimento de tecnologias que salvam milhares de vidas com a prevenção (aconselhamento genético) e tratamento de temidas doenças como, por exemplo, o câncer. O desenvolvimento da ciência genética também possibilita avanços na produção de medicamentos.

Porque a genética é importante em nossas vidas?

A genética é também base para a nossa compreensão da evolução. A mudança evolutiva observada nas populações é a consequência das diferentes taxas de reprodução, mutação, migração e seleção, tornando herdáveis as novas características. Sendo assim, grande parte das explicações evolutivas são também genéticas.

Quais os benefícios da genética molecular?

Dentre os principais benefícios trazidos pelas técnicas da biologia molecular para a área de exames, podemos citar:.
Maior sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade..
Menor tempo de execução..
Detecção de alterações cromossômicas pré-natal..
Monitoramento da eficácia de tratamentos..
Análise de predisposição de doenças..

Qual o principal objetivo da genética molecular?

O objectivo desta técnica é identificar o gene que é responsável por um determinado fenótipo. Muitas vezes usa-se um agente mutagénico para acelerar este processo. Uma vez isolados os organismos mutantes, torna-se possível identificar molecularmente o gene responsável pela mutação.

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