Qual a importância da Igreja Católica na conquista da América Espanhola?

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Qual a importância da Igreja Católica na conquista da América Espanhola?

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RESUMO TEXTO A IGREJA CATÓLICA NA AMÉRICA ESPANHOLA COLONIAL
O processo pelo qual a Igreja Católica veio para América pode ser observado através de uma divisão didática em três fases: transplantação; consolidação e cristianização do imaginário. O objetivo deste texto é abordar estes três momentos caracterizando a conquista espiritual espanhola na América. Entretanto, antes de analisar o processo em si, torna-se necessário entender o contexto da Igreja na Península Ibérica à época da chegada dos espanhóis ao “novo mundo”.
Portugal e Espanha foram pioneiros nas grandes navegações devido às condições políticas e econômicas que alcançaram. Foram os primeiros a formarem um Estado unificado com poder centralizado e exercito permanente, além de obterem motivações variadas partindo de diversas estruturas da sociedade, política, economia, religião e cultura. No âmbito da política e economia; de um lado contavam com uma burguesia comercial fraca que, apesar do interesse e coragem, não tinha condições “financeiras” de aventurar-se sozinha em busca de novas rotas para o comércio com as índias; e por outro lado, um Estado que buscava maior estabilidade econômica, que tinha grande interesse na expansão territorial e poder para financiar tais expedições. A convergência destes interesses foi uma das grandes motivações para as viagens de exploração ultramarina. Já no âmbito da religião e cultura, encontraremos dados mais relevantes ao que concerne o objetivo deste texto.
Para explicar a transplantação da Igreja para a América, Barnadas, ao fazer a contextualização da Península Ibérica no período, cita em primeiro lugar a Guerra de Reconquista. Segundo o autor essa foi uma “experiência decisiva” (BARNADAS, 1997). Mas esse contexto medieval com a transplantação da Igreja para a América? E ainda, qual a sua relação com a cultura, religião e mentalidade da época? Os fidalgos espanhóis – uma nobreza enfraquecida que contava apenas com seu título; ou baixa nobreza – vieram para a América buscando ascensão e prestigio diante da sociedade e eram dotados de um espírito cruzadista, missionário, que fora retomado pela Guerra de Reconquista. Ou seja, o imaginário dessa época, dita moderna, ainda era preenchido por obras literárias medievalistas que ressaltavam a antiga ordem dos Cavalheiros Templários, seu código de honra, atos heróicos, intenções catequizadoras e aventureiras. Além disso, a Igreja já temia a ameaça da Reforma Protestante e via nas missões catequizadoras uma forma eficiente de conquistar mais fiéis. A Guerra de Reconquista também proporcionou à Espanha uma característica aglutinadora para a nação, tornando assim, a religião Católica, o elemento identitário do espanhol que tinha como inimigo comum qualquer um que não fosse cristão, católico. O Estado promove o catolicismo como esse elemento aglutinador através de um discurso ideológico a fim de dar sentido à nação, coesão e sentimento comunitário. Ainda assim, Barnadas alerta:
“Seria simplificar demais identificar a Reconquista diretamente ao modelo geral da cruzada, mas houve nela a mesma interação de empresa mundana e propósito religioso.” (BARNADAS, 1997).
A interação de “empresa mundana” e “propósito religioso”, ou seja, entre o Estado e a Igreja presente nas Cruzadas e na guerra de Reconquista também esteve presente na transplantação da Igreja Católica para a América, foi o Padroado Régio. Esta aliança entre a Igreja e o Estado surge de interesses das duas partes. Apesar de constituir um Estado “moderno”, dotado de idéias laicas, “antiteocracráticas”, a coroa espanhola, paradoxalmente, abria enormes áreas de influencia à Igreja Católica na política e o mesmo acontecia em ordem inversa, ou seja, ambas as partes interferiam freqüentemente nos assuntos da outra. A Igreja dava à Coroa a legitimidade de suas ações diante da população, justificava a conquista e em troca o Estado oferecia à Igreja certos privilégios como cargos na alta burocracia do governo no novo mundo e o direito de catequizar e de levar a fé católica aos povos conquistados além de garantir a sua segurança. Sobre o assunto Barnadas nos diz que “tanto a Igreja quanto o Estado tinham a necessidade dos serviços que se prestavam mutuamente.” (BARNADAS, 1997).
A Coroa reservava para si o direito de designar aqueles que receberiam os cargos mais importantes na igreja, aqueles que iriam compor o clero secular, pois era importante que fossem pessoas de confiança e que tivessem desenvolvido determinadas competências para assumir certas responsabilidades. Uma das características da transplantação esta diretamente ligada a esse fator. Foram criadas na América, dentro do território de dominação espanhola, as Dioceses que eram grandes áreas autônomas administradas por um bispo designado pela Coroa, era a forma que a igreja funcionava na América. (BARNADAS, 1997). O bispo tinha autoridade, dentro da sua Diocese ou sua jurisdição, para interferir em assuntos religiosos, políticos, jurídicos, culturais, sociais, econômicos e a sua atuação se dava através de assembléias, os chamados sínodos e concílios. As assembléias eram convocadas para a discussão e tomadas de decisões importantes. Os sínodos agiam no âmbito local e os concílios eram reuniões gerais com o clero secular presente para as decisões mais importantes da Igreja. De modo geral a atuação do clero secular aqui teve um caráter de contra-reforma diante da ameaça luterana. O objetivo era restaurar a pratica do catolicismo. A religião transplantada para a América iria se redimir de seus erros do passado e construir o reino cristão definitivo, ”para muitos, o Novo Mundo era a oportunidade que a Providência oferecia para o estabelecimento do verdadeiro “reino do evangelho”, ou “cristianismo puro”: a restauração da Igreja primitiva” (BARNADAS, 1997). As Dioceses contavam ainda, com os seminários, que tinham a “função potencialmente dupla de colégio-hospedaria” (BARNADAS, 1997) para a formação do clero.
Serge Gruzinski demonstra de forma brilhante como, na prática o Padroado Régio favoreceu a Coroa e a Igreja. Segundo o autor através da perseguição religiosa – neste caso a iconoclastia, o que veremos detalhadamente mais adiante – os espanhóis encontraram “… a justificativa moral para o saque aos tesouros indígenas e a exploração desavergonhada das populações” (GRUZINSKI, 1992), ou seja, a Igreja com a sua expansão da fé católica combatia a adoração dos ídolos presente nas religiões dos nativos recebendo apoio militar da Coroa que se aproveita disto para, entre outros, apoderar-se de forma legitima dos ídolos dos nativos que eram ornamentados ou totalmente feitos com pedras e metais preciosos.
A interação entre as duas estruturas foi de tal importância que para Barnadas “a política eclesiástica tornou-se mais um aspecto da política colonial” (BARNADAS, 1997). Mais adiante perceberemos isso com maior clareza, quando tratarmos da Santa Inquisição e identificarmos seu caráter “político-administrativo-estratégico”. Contudo, a Igreja ainda estava submetida à autoridade da Coroa, a aliança parecia ser mais interessante para o Estado. Mas diante da ameaça do protestantismo, da dificuldade da Igreja local em estabelecer uma relação mais estreita com Roma e da impossibilidade de investir por conta própria na expansão da fé católica no novo mundo a Igreja consegue através do Padroado Régio vantagens que de outra forma estavam fora de cogitação àquela época. Com o Padroado Régio, a instituição das Dioceses e os concílios e sínodos a Igreja havia conseguido alcançar a América e construir os alicerces da estrutura que viria a consolidar aqui.
Dada a transplantação da Igreja Católica para a América a instituição entrou em uma fase de relativa estabilidade, visível, por exemplo, pelo fato de que o número de assembléias convocadas neste período diminuiu drasticamente em relação à fase anterior, a Igreja vivia o momento de sua consolidação na América. Segundo Barnadas:
“Onze concílios provinciais foram celebrados no continente entre 1551 e 1629 [...] nenhum foi

Qual era o papel da Igreja Católica na América Espanhola?

À Igreja cabia a evangelização dos indígenas e a educação dos filhos dos colonizadores. Em 1519, foi introduzido no continente o Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, encarregado de vigiar e punir as religiões indígenas e as atitudes consideradas desvios de comportamento.

Qual foi o papel da Igreja Católica no processo de conquista da América?

Missões católicas. Durante a Era dos Descobrimentos, a Igreja Católica estabeleceu várias missões missionárias nas Américas e outras colônias para difundir o cristianismo no Novo Mundo e converter os indígenas.

Qual é a importância da Igreja Católica?

A Igreja Católica é considerada uma das maiores instituições religiosas e políticas da humanidade, desde o seu surgimento na civilização romana até os dias atuais. A religião cristã, formada pela filosofia cristã, constituída por ensinamentos (amor, compaixão, fraternidade...)

Quais eram os interesses da Igreja Católica no processo de colonização da América espanhola?

Resposta. expandir o cristianismo e catequizar os nativos americanos.