Qual a importância do planejamento para o professor?

Pensar no retorno as aulas, seja ele no formato remoto ou presencial, consiste em pensar, também, a importância do planejamento escolar.

Nós, da Revista Senso, disponibilizamos para os docentes do ensino religioso planos de aulas da disciplina. Nosso objetivo é proporcionar propostas flexíveis, tendo como base as Ciências da Religião, disciplina que orienta nossas atividades e reflexão epistemológica. Nosso intuito é auxiliar professores e professoras no processo de construção do conhecimento em prol da disciplina e aprendizagem dos estudantes.

Nesse breve texto meu objetivo é refletir sobre a importância do planejamento escolar, para além da disciplina do ensino religioso. Decerto, a discussão sobre essa temática não é novidade no cenário educacional brasileiro. Ainda assim, como coordenadora pedagógica e professora me proponho a refletir sobre esse importante instrumento pedagógico.

Parto do pressuposto de que o planejamento de aula refere-se ao plano de ação docente. Ou seja, o planejamento de aula consiste na reflexão sobre as habilidades a serem desenvolvidas, os objetivos a serem alcançados, o conteúdo que será ministrado, a metodologia, e claro, sobre o tempo e espaço no qual a aprendizagem se dará. Por isso, devemos considerar as características especificas da turma, o nível de desenvolvimento dos estudantes, os conhecimentos prévios e a avaliação. Sendo assim, o planejamento de aula tem por objetivo retratar a forma com a qual o (a) professor (a) conduzirá a aula a fim de consolidar a aprendizagem dos estudantes em torno do objeto de conhecimento referente a disciplina. Ou seja, o planejamento é um instrumento pedagógico que permite a organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula.

Dessa forma, considero o plano de aula um importante instrumento pedagógico docente. Além disso, é de suma importância destacar que a coordenação pedagógica, em várias ocasiões,  utiliza também desse instrumento para compreender as necessidades dos docentes e discentes, de modo que o planejamento pedagógico escolar do pedagogo (a) colabore ativamente com o planejamento docente, compartilhando objetivos e traçando rotas e metas.

Planejar consiste em prever e decidir sobre o que pretendemos realizar; o que vamos fazer; como vamos fazer e o que e como devemos analisar a situação a fim de verificar se o que pretendemos foi atingido. Nesse sentido, destaco que os aspectos a seguir podem ser compreendidos como indicadores para se pensar a rota da criação do planejamento, pois auxiliam a construção na medida que propõe a reflexão de eixos.

São eles:

  • Características dos alunos;
  • Objetivos;
  • Conteúdo/ objeto do conhecimento;
  • Competências e habilidades;
  • Métodos e procedimentos que deverão ser desenvolvidos para melhor compreensão, assimilação, organização e fixação do conteúdo;
  • Recursos e materiais que serão utilizados;
  • Avaliação e verificação da aprendizagem;
  • Bibliografia básica;

A partir desses aspectos, penso que o ideal é que o planejamento não seja um instrumento rígido, um fim em si mesmo. Uma vez que considero relevante pensar que a partir do exposto acima a compreensão baseia na ideia de um instrumento flexível com ar de previsibilidade, pois dessa forma o professor (a) terá controle da rota, tendo em vista o seu objetivo, mas passível de imprevistos. Afinal, a sala de aula é um espaço dinâmico.

Através do planejamento, no pós-aula é possível refletir sobre quais ações deram certo e quais não deram, adequando novas estratégias ao plano cotidiano futuro e readequando as práticas e as fortalecendo também. Nessa perspectiva, desenvolver um plano de aprendizagem que faça proposições de intervenções e projetos pedagógicos de acordo com as necessidades identificadas nas turmas e na instituição escolar, tendo em vista os resultados internos e externos se faz necessário,  pois, com vistas à melhoria da aprendizagem refletida e analisada nas avaliações externas e internas durante o período (que faz menção ao tempo anterior e vigente) se faz emergente e necessário repensar nossa prática docente diante dos processos de ensino-aprendizagem escolar.

Espera-se que cada professor (a) seja um investigador e que construa estratégias que lhe permitam conhecer os estudantes, de forma que possamos todos, enquanto Equipe pedagógica, acolher o estudante oferecendo atividades interessantes e significativas durante a rotina.

Para tanto, pensar em um plano de curso que sistematize as considerações que tecemos nesse texto e que esteja em consonância ao propósito da instituição na qual temos a oportunidade de transpor nossos conhecimentos, em prol da oferta de uma educação de qualidade, pressupõe considerar o estudante como ser integral, os valores e objetivos que são próprios da instituição e também aquela que trazemos em nossa identidade pedagógica.

Sabemos que a situação atual da educação brasileira, quiçá mundial, demanda esforço e um exercício de autocompreensão contínuo. Sendo assim, é preciso suscitar em nós, educadores, o olhar atento que nos permita entender as partes e equilibrar o todo.

Um plano de aula bem elaborado é uma peça fundamental para o sucesso do trabalho docente, dentre tantos pontos positivos destaco:  é bom para o aluno e é excelente para o (a) professor (a)!

No mais, desejo a todas as Comunidades Escolares um excelente ano letivo! Coragem, força!

Referências

CANDAU, V.M. ; LELIS, I.A. A relação Teoria-Prática na formação do educador. Rumo a uma Nova Didática. 10 ed. Petrópolis: Vozes. 1999. p.56-72.
CASTRO, Amélia Domingues de. Didática para escola de 1º e 2º graus. 9ª ed. São Paulo: Pioneira, 1987.
DALMAS, Ângelo. Planejamento participativo na escola. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2003.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 13ª ed. São Paulo: Editora Loyola, 1983.

Tatiane Almeida

Doutoranda e mestre em Ciências da Religião pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião (bolsista CAPES), licenciada em Pedagogia com aprofundamento em Ensino Religioso, ambos cursos realizados na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Foi bolsista de iniciação científica pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa da PUC Minas. É membro do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura/CNPq desde 2013. Atuou como organizadora do Colóquio do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura por quatro edições (2015, 2016 ,2017 e 2019). Atualmente tem se dedicado à pesquisa sobre o estudo comparativo do perfil teórico-metodológico das propostas pedagógicas dos Programas de Pós-graduação em Ciência(s) da(s) Religião(ões) no Brasil (2017-2020) a partir das noções de disciplinaridade e interdisciplinaridade. Tem experiência em pesquisa, docência e gestão de projetos. Atua também no Conselho Editorial da Revista Senso, um magazine online de Ciências da Religião aplicada.

Qual a importância do planejamento de ensino para o professor?

Além de auxiliar os educadores na condução de aulas mais eficientes e dinâmicas, o planejamento pedagógico proporciona a troca de experiências e de ideias entre os professores e coordenadores pedagógicos.

Qual a importância do planejamento na educação?

Auxilia no desempenho escolar dos alunos O planejamento escolar vai ajudar a medir o desempenho dos estudantes por meio das metas e propostas feitas no planejamento anterior. Assim, será possível observar como os alunos se saíram por um determinado período de tempo, seja ele um semestre, trimestre ou um ano.

O que é o planejamento do professor?

O da partilha de conhecimentos Ao se constituir como objeto de estudo e reflexão por parte de coordenadores e professores, o planejamento possibilita o confronto de pontos de vista e interpretações do trabalho realizado.

Qual a importância do bom planejamento?

Um bom planejamento reduz o tempo com o acompanhamento e ações corretivas, pois previne riscos desnecessários e faz com que a execução seja mais assertiva. Ou seja, quando você planeja você não perde tempo, você investe tempo para ter um retorno no futuro.

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