Qual foi a importância da taxa de câmbio sobre o processo de industrialização por substituição de importações?

O que é ISI (Industrialização por Substituição de Importação)?

A ISI (Industrialização por Substituição de Importação) é, de forma resumida, uma teoria da economia tipicamente seguida por países emergentes ou em desenvolvimento que visam diminuir sua dependência de países desenvolvidos.

Essa abordagem tem o intuito de proteger indústrias recém-formadas dos próprios países, para desenvolver os setores de tal forma que os bens produzidos por lá sejam tão competitivos quanto os importados.

Quando fruto de uma política econômica, esse processo geralmente é obtido pelo controle das taxas de importação e pela manipulação das taxas de câmbio. No Brasil, depois da crise de 1929, a ISI foi implementada para que o setor manufatureiro pudesse se desenvolver e resolver os problemas de dependência dos capitais externos.

Qual é a história da ISI?

A história da Industrialização por Substituição de Importações tem como base as políticas de economia de desenvolvimento do século XX. No entanto, tem sido defendida desde o século XVIII e contou com o apoio de economistas como Friedrich List e Alexander Hamilton.

Os primeiros países a implementar as políticas da ISI estavam localizados na África, América Latina e em partes da Ásia. A intenção era que cada um deles pudesse desenvolver a sua autossuficiência ao criar um mercado interno que não dependesse de influências ou auxílios externos. O sucesso dessas políticas foi facilitado pela criação de subsídios a indústrias proeminentes — como é o caso da geração de energia e agricultura — e pelo incentivo à nacionalização e políticas comerciais mais protecionistas.

Os países em desenvolvimento, no entanto, começaram a ter uma rejeição a ISI que foi crescendo aos poucos nas décadas de 1980 e 1990. Esse acontecimento se deu após a ascensão da liberalização impulsionada pelo mercado global. Esse é um conceito baseado nos programas de ajuste estrutural do Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional.

Qual é o principal objetivo da ISI?

O principal objetivo da ISI é fortalecer, proteger e ajudar as indústrias locais a crescer por meio de diversas táticas. Entre elas, é possível citar cotas de importação, empréstimos governamentais subsidiados e até mesmo tarifas diferenciadas. Tudo isso para que a economia nacional cresça a ponto de ser autossuficiente e não dependa tanto da influência e de produtos de outros países.

Todo país que implementa a teoria da Industrialização por Substituição de Importação tenta fortalecer seus próprios canais de produção para cada estágio do desenvolvimento de um produto. Sendo assim, vai diretamente contra o conceito de vantagem comparativa, que sempre ocorre quando os países se especializam em produzir bens a um custo de oportunidade  menor para exportá-los.

Qual é a teoria da ISI?

A teoria da Industrialização por Substituição de Importações é baseada em um grupo de políticas de desenvolvimento. A base para ela é composta pelo argumento da indústria nascente, além da economia keynesiana e da tese de Singer-Prebisch.

A partir da junção dessas perspectivas econômicas, podem-se derivar algumas práticas. Entre elas está uma política industrial de operações que organize e subsidie a produção de substitutos estratégicos. Além disso, podem ser criadas algumas barreiras comerciais, como tarifas, uma moeda sobrevalorizada que ajude os fabricantes na importação dos bens e até mesmo a falta de apoio para um investimento estrangeiro direto.

Uma característica que nunca é muito bem vista é a relação de dependência que os países emergentes ou em desenvolvimento têm com qualquer nação mais desenvolvida e é aí que entra a importância da ISI. As teorias de uma economia estruturalista ganham ainda mais destaque por meio da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina. O estruturalismo latinoamericano, aliás, se tornou sinônimo da teoria da ISI, que floresceu em vários países entre os anos 1950 e 1980.

Por fim, interligada e relacionada à teoria da ISI está a Escola de Economia Estruturalista. Ela, que foi concebida nas obras de economistas idealistas como Octavio Paz, Celso Furtado e Hans Singer, enfatiza a importância de levar em consideração as características estruturais — seja de um país ou de uma sociedade em si — na análise econômica. Ou seja, afirma que é preciso avaliar fatores institucionais, políticos e sociais.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Substituição de importações, em economia, é um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e a diminuição das suas importações . Ao longo da história econômica mundial, os processos de substituição de importações foram desencadeados por fatores políticos ou econômicos, e foram resultado de ações planejadas ou imposição das circunstâncias. Em todo caso é uma medida característica de governos protecionistas.

O processo de substituição de importações, quando fruto de política econômica, é geralmente obtido por controle de taxas de importação e manipulação da taxa de câmbio.

Entre as décadas de 1960 e 1970 a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) defendia que o desenvolvimento das economias do Terceiro Mundo passava pela adoção da política de substituição de importações. Esta política permitiria a acumulação de capitais internos que poderiam gerar um processo de desenvolvimento auto-sustentável e duradouro.

No Brasil, após a crise de 1929, a política de substituição de importações foi implementada com o objetivo de desenvolver o setor manufatureiro e resolver os problemas de dependência de capitais externos.

Muitos analistas acreditam que a recente fase de prosperidade das economias asiáticas é resultado da adoção de políticas que estimularam a substituição de importações e que permitiram o desenvolvimento de uma indústria voltada para a exportação...

A substituição das importações se refere a um modelo de planejamento a favor da industrialização tardia de caráter meramente capitalista. Foi implantado em muitos países da América Latina, como o Brasil, o México, a Argentina e na África, a África do Sul. Cabe ressaltar que, em cada país, o modelo apresenta particularidades internas, referentes aos (não muito) diferentes contextos político-sociais. Suas principais idéias são "Produzir internamente tudo aquilo que antes era importado ou aquilo que iríamos importar", fomentando a indústria nacional.

Tais países viram na industrialização por substituição de importações a grande chance para evoluírem tecnológica e socialmente, pois seus políticos apostavam que o Estado poderia investir em obras de infraestrutura, saneamento básico, melhorias paliativas na educação, saúde, segurança, transporte público, ou seja, preparar espaços geográficos - cidades e regiões metropolitanas- para as futuras empresas que se instalariam na Grande São Paulo, no Grande Rio de Janeiro, na Grande Porto Alegre, Zona Franca de Manaus, Baixada Santista entre outros

Aproveitando para explorar uma grande quantidade de mão-de-obra barata e desqualificada, as transnacionais se instalaram e se beneficiaram de políticas de isenções de tributos, sem a pressão de sindicatos, leis ambientais ou conflitos étnicos. Tais países, grande territorialmente e ricos em recursos minerais e energéticos, conseguiram avançar tecnologicamente mas ficariam à mercê das decisões externas do FMI e do BIRD e das oscilações do mercado externo que ditavam de fora os passos para o tratamento das políticas sociais.

De fato, foi um período de crescimento econômico destes países e de grande avanço tecnológico, apesar da presença de ditaduras. Mesmo assim, não foi suficiente para proporcionar uma efetiva redução dos índices de desigualdades sociais internas. Um bom exemplo disso é o Brasil que ainda enfrenta grandes diferenças entre as regiões norte - nordeste e sudeste-sul.

Países como Brasil e México alcançaram um nível de desenvolvimento econômico e tecnológico suficiente para serem classificados como países subdesenvolvidos industrializados tardiamente ("países emergentes") e com grandes desigualdades sociais e alto custo ambiental.

Com a Crise da dívida externa ocorrida a partir da moratória de 1982 do México, a maioria dos países da América Latina abandonou a política da substituição de importações por outras voltadas para a importações, estratégia de fundo neoliberal apoiada pelo FMI [1]

Referências

  1. García Bernal, Manuela Cristina (1991)."Iberoamérica: Evolución de una Economía Dependiente".In Luís Navarro García (Coord.), Historia de las Américas, vol. pgs 565-619.Madri/Sevilha: Alhambra Longman/Universidad de Sevilla.ISBN 978-84-205-2155-8

Qual é a importância da taxa de câmbio nas importações e exportações?

Além disso, quando a taxa de câmbio está favorável para o importador, o produto do exterior se torna mais competitivo, permitindo que o empresário obtenha uma maior margem de lucro. Enquanto isso, o exportador está em vantagem quando a taxa de câmbio do dólar está em alta.

Qual foi a importância do processo de substituição de importações?

O processo de substituição de importações pode ser caracterizado por uma industrialização fechada, ou seja, ser voltada para dentro visando prioritariamente o mercado interno e dependente de políticas governamentais que protegessem a indústria nacional em relação aos seus concorrentes internacionais.

O que foi o processo de industrialização por substituição de importações?

O que é a industrialização por substituição? A industrialização por substituição das importações, é um procedimento que eleva a produção interna de um país, ao passo que, diminui as suas importações.

O que possibilitou a substituição de importação?

No Brasil, o processo de industrialização por substituição de importações foi impulsionado pela crise pela qual passou o capitalismo mundial em 1929. A partir de então começou um processo que completaria os elos da cadeia industrial brasileira até o fim da década de 1970.