Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Gonçalves Dias
O poeta Gonçalves Dias afirmou em seu famoso verso: Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá.

De quem é o poema Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá?

Gonçalves Dias
A Canção do Exílio, que começa com os versos “Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá“, foi publicado em 1857 no livro “Primeiros Cantos”.

De quem é a voz que fala no poema Canção do Exílio?

Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. In Manuel Bandeira. Poesia e vida de Gonçalves Dias.

Onde e quando o poema Canção do Exílio foi escrito?

A Canção do Exílio foi um poema escrito por Gonçalves quando ele ainda cursava direito na Faculdade de Coimbra (Portugal), no ano de 1847. No país, ele teve contato com as primeiras obras literárias portuguesas, sobretudo, dos poetas e escritores Almeida Garret (1799-1854) e Alexandre Herculano (1810-1877).

Onde canta o sabiá poema?

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Qual o tema central do poema Canção do Exílio?

O poemaCanção do Exílio“, do escritor brasileiro Gonçalves Dias, tem sua versão original em 1843 e faz muito sucesso até os dias de hoje. Nele, o autor fala sobre a saudade que tem da terra amada, retratando como seu local de exílio nem se compara com o seu belo país.

O que é o tema de um poema?

O tema significa, pois, a ideia central duma obra literária, como por exemplo o amor, a saudade, etc. … O assunto é a sequência de acontecimentos «que vive em tradição própria, alheia à obra literária e vai influenciar o conteúdo dela», como diz Wolfgang Kayser em «Análise e Interpretação da Obra Literária».

Que visão de pátria é apresentada no poema?

Uma visão positiva e idealizada da pátria (Brasil). “Minha terra tem primores”; “Nossos bosques têm mais vidas/Nossa vida mais amores”. … 3 – Apesar de se referir ao próprio país, o Brasil, podemos considerar universal a maneira como o poeta vive seu sentimento em relação à pátria.

Qual é o tema do poema Canção de exílio?

Um dos poemas nacionais mais famosos tematiza a saudade de quem está longe do seu país. A cor local, expressa pelo cenário da natureza, constrói o Brasil como um lugar paradisíaco sobre o qual se sente nostalgia e desejo de retorno: “Não permita Deus que eu morra / Sem que eu volte para lá”.

Qual é o tema do poema Canção do Exílio?

Canção do Exílio” é uma poesia romântica do escritor brasileiro Gonçalves Dias (1823–1864). A composição foi criada em julho de 1843, quando o autor se encontrava em Coimbra e ressalta o patriotismo e o saudosismo em relação à sua terra natal. Introduzida na obra lírica Primeiros cantos, de 1846.

Quando foi escrito o poema Canção de exílio?

1843Canção do Exílio / Escrito em

Quem escreveu o poema onde canta o sabiá?

Canção do Exílio

Canção do Exílio in PRIMEIROS CANTOS
Primeiros versos da canção do exílio em decoração de azulejo.
Autor(es) Gonçalves Dias
Idioma português
País Império do Brasil

Quanto é grato em terra estranha?

Quanto é grato em terra estranha Sob um céu menos querido, Entre feições estrangeiras, Ver um rosto conhecido; Ouvir a pátria linguagem Do berço balbuciada, Recordar sabidos casos Saudosos — da terra amada! E em tristes serões d’inverno, Tendo a face contra o lar, Lembrar o sol que já vimos, E o nosso ameno luar!

Qual é o tema do poema de Gonçalves Dias?

Gonçalves Dias é um autor da primeira geração do Romantismo brasileiro. Escreveu poemas de caráter indianista, nos quais o indígena é o elemento central, e também nacionalista, por enaltecer o Brasil. Dessa forma, todo poema indianista do autor é também nacionalista, já que o indígena é visto como o herói nacional.

pg. 1

Can��o do Ex�lio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabi�;

As aves, que aqui gorjeiam,

N�o gorjeiam como l�.

Nosso c�u tem mais estrelas,

Nossas v�rzeas t�m mais flores,

Nossos bosques t�m mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, � noite,

Mais prazer encontro eu l�;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabi�.

Minha terra tem primores,

Que tais n�o encontro eu c�;

Em cismar � sozinho, � noite �

Mais prazer encontro eu l�;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabi�.

N�o permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para l�;

Sem que desfrute os primores

Que n�o encontro por c�;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabi�.

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Se se morre de amor!

Se se morre de amor! � N�o, n�o se morre,

Quando � fascina��o que nos surpreende

De ruidoso sarau entre os festejos;

Quando luzes, calor, orquestra e flores

Assomos de prazer nos raiam n'alma,

Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve, e no que v� prazer alcan�a!

Simp�ticas fei��es, cintura breve,

Graciosa postura, porte airoso,

Uma fita, uma flor entre os cabelos,

Um qu� mal definido, acaso podem

Num engano d'amor arrebatar-nos.

Mas isso amor n�o �; isso � del�rio,

Devaneio, ilus�o, que se esvaece

Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clar�o, que as luzes no morrer despedem:

Se outro nome lhe d�o, se amor o chamam,

D'amor igual ningu�m sucumbe � perda.

Amor � vida; � ter constantemente

Alma, sentidos, cora��o � abertos

Ao grande, ao belo; � ser capaz d'extremos,

D'altas virtudes, t� capaz de crimes!

Compr'ender o infinito, a imensidade,

E a natureza e Deus; gostar dos campos,

D'aves, flores, murm�rios solit�rios;

Buscar tristeza, a soledade, o ermo,

E ter o cora��o em riso e festa;

E � branda festa, ao riso da nossa alma

Fontes de pranto intercalar sem custo;

Conhecer o prazer e a desventura

No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto

O ditoso, o mis�rrimo dos entes;

Isso � amor, e desse amor se morre!

Amar, e n�o saber, n�o ter coragem

Para dizer que amor que em n�s sentimos;

Temer qu'olhos profanos nos devassem

O templo, onde a melhor por��o da vida

Se concentra; onde avaros recatamos

Essa fonte de amor, esses tesouros

Inesgot�veis, d'ilus�es floridas;

Sentir, sem que se veja, a quem se adora,

Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,

Segui-la, sem poder fitar seus olhos,

Am�-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo ro�ar os seus vestidos,

Arder por afog�-la em mil abra�os:

Isso � amor, e desse amor se morre!

Se tal paix�o por�m enfim transborda,

Se tem na terra o galard�o devido

Em rec�proco afeto; e unidas, uma,

Dois seres, duas vidas se procuram,

Entendem-se, confundem-se e penetram

Juntas � em puro c�u d'�xtases puros:

Se logo a m�o do fado as torna estranhas,

Se os duplica e separa, quando unidos

A mesma vida circulava em ambos;

Que ser� do que fica, e do que longe

Serve �s borrascas de lud�brio e esc�rnio?

Pode o raio num p�ncaro caindo,

Torn�-lo dois, e o mar correr entre ambos;

Pode rachar o tronco levantado

E dois cimos depois verem-se erguidos,

Sinais mostrando da alian�a antiga;

Dois cora��es por�m, que juntos batem,

Que juntos vivem, � se os separam, morrem;

Ou se entre o pr�prio estrago inda vegetam,

Se apar�ncia de vida, em mal, conservam,

�nsias cruas resumem do proscrito,

Que busca achar no ber�o a sepultura!

Esse, que sobrevive � pr�pria ru�na,

Ao seu viver do cora��o, � �s gratas

Ilus�es, quando em leito solit�rio,

Entre as sombras da noite, em larga ins�nia,

Devaneando, a futurar venturas,

Mostra-se e brinca a apetecida imagem;

Esse, que � dor tamanha n�o sucumbe,

Inveja a quem na sepultura encontra

Dos males seus o desejado termo!

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Seus Olhos

Seus olhos t�o negros, t�o belos, t�o puros,

De vivo luzir,

Estrelas incertas, que as �guas dormentes

Do mar v�o ferir;

Seus olhos t�o negros, t�o belos, t�o puros,

T�m meiga express�o,

Mais doce que a brisa, � mais doce que o nauta

De noite cantando, � mais doce que a frauta

Quebrando a solid�o,

Seus olhos t�o negros, t�o belos, t�o puros,

De vivo luzir,

S�o meigos infantes, gentis, engra�ados

Brincando a sorrir.

S�o meigos infantes, brincando, saltando

Em jogo infantil,

Inquietos, travessos; � causando tormento,

Com beijos nos pagam a dor de um momento,

Com modo gentil.

Seus olhos t�o negros, t�o belos, t�o puros,

Assim � que s�o;

�s vezes luzindo, serenos, tranq�ilos,

�s vezes vulc�o!

�s vezes, oh! sim, derramam t�o fraco,

T�o frouxo brilhar,

Que a mim me parece que o ar lhes falece,

E os olhos t�o meigos, que o pranto umedece

Me fazem chorar.

Assim lindo infante, que dorme tranq�ilo,

Desperta a chorar;

E mudo e sisudo, cismando mil coisas,

N�o pensa � a pensar.

Nas almas t�o puras da virgem, do infante,

�s vezes do c�u

Cai doce harmonia duma Harpa celeste,

Um vago desejo; e a mente se veste

De pranto co'um v�u.

Quer sejam saudades, quer sejam desejos

Da p�tria melhor;

Eu amo seus olhos que choram em causa

Um pranto sem dor.

Eu amo seus olhos t�o negros, t�o puros,

De vivo fulgor;

Seus olhos que exprimem t�o doce harmonia,

Que falam de amores com tanta poesia,

Com tanto pudor.

Seus olhos t�o negros, t�o belos, t�o puros,

Assim � que s�o;

Eu amo esses olhos que falam de amores

Com tanta paix�o.

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Recorda��o

Quando em meu peito as afli��es rebentam

Eivadas de sofrer acerbo e duro;

Quando a desgra�a o cora��o me arrocha

Em c�rculos de ferro, com tal for�a,

Que dele o sangue em borbot�es golfeja;

Quando minha alma de sofrer cansada,

Bem que afeita a sofrer, sequer n�o pode

Clamar: Senhor, piedade; � e que os meus olhos

Rebeldes, uma l�grima n�o vertem

Do mar d'ang�stias que meu peito oprime:

Volvo aos instantes de ventura, e penso

Que a s�s contigo, em pr�tica serena,

Melhor futuro me augurava, as doces

Palavras tuas, s�fregos, atentos

Sorvendo meus ouvidos, � nos teus olhos

Lendo os meus olhos tanto amor, que a vida

Longa, bem longa, n�o bastara ainda

por que de os ver me saciasse!... O pranto

Ent�o dos olhos meus corre espont�neo,

Que n�o mais te verei. � Em tal pensando

De mart�rios calar sinto em meu peito

T�o grande plenitude, que a minha alma

Sente amargo prazer de quanto sofre.

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Amor! Delir�o - Engano

Amor! del�rio � engano... Sobre a terra

Amor tamb�m fru�; a vida inteira

Concentrei num s� ponto � am�-la, e sempre.

Amei! � dedica��o, ternura, extremos

Cismou meu cora��o, cismou minha alma,

� Minha alma que na ta�a da ventura

Vida breve d'amor sorveu gostosa.

Eu e ela, ambos n�s, na terra ingrata

O�sis, para�so, �den ou templo

Habitamos uma hora; e logo o tempo

Com a foice roaz quebrou-lhe o encanto,

Doce encanto que o amor nos fabricara.

E eu sempre a via!... quer nas nuvens d'oiro,

Quando ia o sol nas vagas sepultar-se,

Ou quer na branca nuvem que velava

O c�rculo da lua, � quer no manto

D'alvacenta neblina que baixava

Sobre as folhas do bosque, muda e grave,

Da tarde no cair; nos c�us, na terra,

A ela, a ela s�, viam meus olhos.

Seu nome, sua voz � ouvia eu sempre;

Ouvia-os no gemer da parda rola,

No tr�pido correr da veia arg�ntea,

No respirar da brisa, no sussurro

Do arvoredo frondoso, na harmonia

Dos astros inef�vel; � o seu nome!

Nos fugitivos sons de alguma frauta,

Que da noite o sil�ncio real�avam,

Os ares e a amplid�o divinizando,

Ouviam meus ouvidos; e de ouvi-lo

Arfava de prazer meu peito ardente.

Ah! quantas vezes, quantas! junto dela

N�o senti sua m�o tremer na minha;

N�o lhe escutei um l�nguido suspiro,

Que vinha l� do peito � flor dos l�bios

Deslizar-se e morrer?! Dos seus cabelos

A m�gica fragr�ncia respirando,

Escutando-lhe a voz doce e pausada,

Mil venturas colhi dos l�bios dela,

Que instantes de prazer me futuravam.

Cada sorriso seu era uma esp'ran�a,

E cada esp'ran�a enlouquecer de amores.

E eu amei tanto! � Oh! n�o! n�o h�o de os homens

Saber que amor, � ingrata, havia eu dado;

Que afetos melindrosos, que em meu peito

Tinha eu guardado para ornar-lhe a fronte!

Oh! � n�o, � morra comigo o meu segredo;

Rebelde o cora��o murmure embora.

Que de vezes, pensando a s�s comigo,

N�o disse eu entre mim: � Anjo formoso,

Da minha vida que farei, se acaso

Faltar-me o teu amor um s� instante;

� Eu que s� vivo por te amar, que apenas

O que sinto por ti a custo exprimo?

No mundo que farei, como estrangeiro

Pelas vagas cru�is � praia in�spita

Ex�nime arrojado? � Eu, que isto disse,

Existo e penso � e n�o morri, � n�o morro

Do que outrora senti, do que ora sinto,

De pensar nela, de a rever em sonhos,

Do que fui, do que sou e ser podia!

Existo; e ela de mim jaz esquecida!

Esquecida talvez de amor tamanho,

Derramando talvez noutros ouvidos

Frases doces de amor, que dos seus l�bios

Tantas vezes ouvi, � que tantas vezes

Em �xtase divino aos c�us me al�aram,

� Que dando � terra ingrata o que era terra

Minha alma al�m das nuvens transportaram.

Existo! como outrora, no meu peito

F�rvido o cora��o pular sentindo,

Todo o fogo da vida derramando

Em queixas mulheris, em moles versos.

E ela!... ela talvez nos bra�os doutrem

Com sua vida alimenta uma outra vida,

Com o seu cora��o o de outro amante,

Que mais feliz do que eu, infemo! a goza.

Ela, que eu respeitei, que eu venerava

Como a rel�quia santa! � a quem meus olhos,

Receando ofend�-la, tantas vezes

De castos e de humildes se abaixaram!

Ela, perante quem sentia eu presa

A voz nos l�bios e a paix�o no peito!

Ela, �dolo meu, a quem o orgulho,

A for�a d'homem, o sentir, vontade

Pr�pria e minha dediquei, � sujeita

� voz de algu�m que n�o sou eu, � desperta,

Talvez no instante em que de mim se lembra,

Por um �sculo frio, por car�cias

Devidas dum esposo!...

Oh! n�o poder-te,

Abutre roedor, cruel ci�me,

Tua funda raiz e a imagem dela

No peito em sangue espeda�ar raivoso!

Mas tu, cruel, que �s meu rival, numa hora,

Em que ela s� julgar-se, h�s de escutar-lhe

Um quebrado suspiro do imo peito,

Que d'eras j� passadas se recorda.

H�s de escut�-lo, e ver-lhe a cor do rosto

Enrubescer-se ao deparar contigo!

Presa ser�s tamb�m d'atros cuidados,

Ter�s ci�me, e sofrer�s qual sofro:

Nem menor que o meu mal quero a vingan�a.

 

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

Te Deum

Senhor Deus Saba�, tr�s vezes santo,

Imenso � o teu poder, tua for�a imensa,

Teus prod�gios sem conta; � e os c�us e a terra

Teu ser e nome e gl�ria preconizam.

E o arcanjo forte, e o serafim sem mancha,

E o coro dos profetas, e dos m�rtires

A turba eleita � a ti, Senhor, proclamam,

Senhor Deus Saba�, tr�s vezes santo.

Na inoc�ncia do infante �s tu quem falas;

A beleza, o pudor � �s tu que as gravas

Nas faces da mulher, � �s tu que ao velho

Prud�ncia d�s, � e o que verdade e for�a

Nos puros l�bios, do que � justo, imprimes.

�s tu quem d�s rumor � quieta noite,

�s tu quem d�s frescor � mansa brisa,

Quem d�s fulgor ao raio, asas ao vento,

Quem na voz do trov�o longe rouquejas.

�s tu que do oceano � f�ria insana

P�es limites e cobro, � �s tu que a terra

No seu v�o equilibras, � quem dos astros

Governas a harmonia, como notas

Acordes, simult�neas, palpitando

Nas cordas d'Harpa do teu Rei Profeta,

Quando ele em teu furor hinos soltava,

Qu'iam, cheios de amor, beijar teu s�lio.

Santo! Santo! Santo! � teus prod�gios

S�o grandes, como os astros, � s�o imensos,

Como areia delgada em quadra estiva.

E o arcanjo forte e o serafim sem mancha,

E o coro dos profetas, e dos m�rtires

A turba eleita � a ti, Senhor, proclamam,

Senhor Deus Saba�, tr�s vezes grande.

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

O Amor

Amor! enlevo d'alma, arroubo, encanto

Desta exist�ncia m�sera, onde existes?

Fino sentir ou m�gico transporte,

(O quer que seja que nos leva a extremos,

Aos quais n�o basta a natureza humana;)

Simp�tica atra��o d'almas sinceras

Que unidas pelo amor, no amor se apuram,

Por quem suspiro, ser�s nome apenas?

A in�til chama ressecou meus l�bios,

Mirrou-me o cora��o da vida em meio,

E � terra fez baixar a mente errada

Que entre nuvens, amor, por ti bradava!

N�o te pude encontrar! � em v�o meus anos

No louco intento esperdicei; gelados,

Uns ap�s outros a cair prec�pites

Na urna do passado os vi; eu triste,

Amor, por ti clamava; � e o meu deserto

Aos meus acentos reboava embalde.

Em v�o meu cora��o por ti se fina,

Em v�o minha alma te compreende e busca,

Em v�o meus l�bios s�fregos cobi�am

Libar a ta�a que aos mortais of�reces!

Dizem-na funda, inesgot�vel, meiga;

Enquanto a vejo rasa, amarga e dura!

Dizem-na b�lsamo, eu veneno a sorvo:

Prazer, do�ura, � eu dor e fel encontro!

Dobrei-me �s duras leis que me impuseste,

Curvei ao jugo teu meu colo humilde,

Feri-me aos teus ardentes passadores,

Prendi-me aos teus grilh�es, rojei por terra...

E o lucro?... foram l�grimas perdidas,

Foi roxa cicatriz qu'inda conservo,

Desbotada a ilus�o e a vida exausta!

Celeste emana��o, gratos efl�vios

Das roseiras do c�u; bater macio

Das asas auribrancas dalgum anjo,

Que ro�a em noite amiga a nossa esfera,

Centelha e luz do sol que nunca morre;

�s tudo, e mais qu'isto: � �s luz e vida,

Perfume, e v�o d'anjo mal sentido,

Peregrinas ess�ncias trescalando!...

Tamb�m passas veloz, � breve te apagas,

Como duma ave a sombra fugitiva,

Desgarrada voando � flor de um lago!

Qual o nome do poema Minha terra tem palmeiras?

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Gon�alves Dias

(1823-1864)

Ant�nio Gon�alves Dias, poeta que consolidou o movimento rom�ntico brasileiro. Nasceu em Caxias, Maranh�o, e faleceu em um naufr�gio no litoral maranhense. Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Foi jornalista, professor do Col�gio Pedro II e funcion�rio do Minist�rio dos Neg�cios Estrangeiros. Realizou, por ordem do governo brasileiro, miss�es de coleta de documentos em arquivos europeus.

Um precursor do movimento ecol�gico pela veem�ncia com que defendeu a preserva��o da natureza, Gon�alves Dias deixou uma obra em que se incluem dramas, pe�as teatrais, poemas e at� um dicion�rio da l�ngua tupi. Nela pode-se notar uma variedade t�o grande de ritmos � cada texto encontrava seu pr�prio andamento � que alguns cr�ticos o consideram o pai de um estudado desequil�brio formal que as gera��es futuras cultuariam. T�o grande era o dom�nio de Gon�alves Dias sobre a l�ngua portuguesa que seu poema mais conhecido, a Can��o do ex�lio, ("minha terra tem palmeiras/onde canta o sabi�/"), n�o tem, nos 24 versos que a comp�em, um s� adjetivo. Tamb�m � famoso seu nacionalismo e sua tend�ncia a explorar temas ind�genas.

Gon�alves Dias escreveu, tamb�m, mem�rias de interesse hist�rico, publicadas na Revista do Instituto Hist�rico e Geogr�fico Brasileiro e publicou, entre outros, os livros Primeiros Cantos, Segundos Cantos e �ltimos Cantos (1847-1861), Os timbiras (1857). De sua autoria ficaram famosos, principalmente, as poesias Can��o do tamoio e I Juca Pirama. Principal express�o do indianismo dentro do movimento rom�ntico, sua poesia � pante�sta, l�rica e buc�lica, al�m de marcada pela nostalgia e pela tristeza.

Fonte: Enciclop�dia Encarta - 2000 Microsoft

Qual é o nome do poema Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá?

Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá; as aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, -nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho à noite, mais prazer encontro eu lá; minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá.

Quem escreveu o poema na minha terra tem palmeiras?

O poeta Gonçalves Dias afirmou em seu famoso verso: Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá.

De quem é a frase Minha terra tem palmeiras?

A Canção do Exílio, que começa com os versos "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá", foi publicado em 1857 no livro “Primeiros Cantos”.

Qual é a Canção do Exílio?

"Canção do Exílio" é uma poesia romântica do escritor brasileiro Gonçalves Dias (1823–1864). A composição foi criada em julho de 1843, quando o autor se encontrava em Coimbra e ressalta o patriotismo e o saudosismo em relação à sua terra natal. Introduzida na obra lírica Primeiros cantos, de 1846.