Flávia Ramos e Giulia Sarate Show Jurandyr Luciano Sanches Ross é um geógrafo formado pela Universidade de São Paulo (1972), com mestrado, doutorado e livre docência em geografia física (1987) pela mesma universidade. Hoje é membro do conselho editorial da Revista do Instituto Florestal, Revista Brasileira de Geormofologia e professor titular na USP. Atua principalmente nas áreas de Geormofologia, Gestão Ambiental, Planejamento Ambiental, Cartografia, Produção do conhecimento Geocientífico e Zonamento Ecológico-Econômico. Participou como consultor na construção de grandes hidrelétricas, pesquisas sócio-ambientais e de projetos importantes como PPG7 – Programa de Proteção das Florestas Tropicais. Em 1997 ganhou o Prêmio Jabuti da Associação Brasileira do Livro. O professor Jurandyr Ross contribuiu muito para os atuais estudos do relevo brasileiro, pois em 1989 divulgou seus estudos relacionados a uma nova classificação no relevo do Brasil. Seus estudos sobre nosso relevo foram baseados nos dados produzidos pelo projeto Radam Brasil que operou durante os anos de 1970 e 1985. Inicialmente esse projeto se restringia a apenas ao mapeamento da área da Amazônia, mas acabou sendo ampliado para todo o território brasileiro. No levantamento de dados feitos pelo projeto Radam Brasil, o professor Jurandyr fez parte da equipe e utilizou na pesquisa o avião Caravelle, o qual sobrevoou o país a uma altitude média de 12 Km e uma velocidade média de 690 Km. Na nova classificação feita pelo professor Jurandyr Ross, ele buscou reunir alguns critérios de classificação: Geomorfológicos, onde foram consideradas as características morfoestruturais com base nas informações geológico-estrutural do terreno e com nível altimétrico; Geomorfoclimáticos, tendo a ação do clima como base, considerando os processos intemperisticos (como ganho ou perda de sedimentos) e Geomorfoesculturais, ou seja, as características morfoesculturais do relevo que se dão a partir da ação de agentes externos como a erosão, principalmente. De acordo com os critérios utilizados por Jurandyr Ross ele classificou o relevo brasileiro em três níveis considerando a altimetria da superfície: Planalto, superfícies acima de 300m que sofrem desgaste erosivo, contendo formas de relevo irregulares como morros, serras e chapadas; Planície, uma superfície plana, com altitude inferior a 100m, formada pelo acumulo de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre; e Depressão (um novo conceito na classificação do relevo brasileiro), áreas rebaixadas pela erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, estando entre tais bacias e maciços cristalinos, em outras palavras, é uma superfície entre 100 e 500 metros de altitude sendo mais plana que o planalto e mais rebaixada que as áreas do entorno, além de sofrer desgaste erosivo e apresentar elevações residuais. Escreveu obras importantes como “Ecogeografia do Brasil” (2006), “Geografia do Brasil” (1996) e “Geomorfologia, Ambiente e Planejamento” (1990), que ajudaram e mudaram significativamente a visão sobre os relevos e a geomorfologia brasileira. Participou de livros organizados em 1997, com o título “Mapa geomorfológico do estado de São Paulo” e em 2008 também colaborou para o livro “América Latina: sociedade e meio ambiente”. Ross publicou em algumas revistas e jornais como também escreveu diversos artigos. Ele é dono de inúmeros trabalhos, dando prioridade a assuntos como Geomorfologia e Planejamento Ambiental. Referências Bibliográficas Jurandyr Luciano Sanches Ross. Currículo Lattes. Disponível em <http://lattes.cnpq.br/1197390306069415>. Acesso em 30 de outubro de 2014. FONTANAILLES, Gilvan. RELEVO: Classificação do relevo brasileiro segundo Jurandyr L. S. Ross. Disponível em <http://geografalando.blogspot.com.br/2013/04/relevo-classificacao-do-relevo_28.html>. Acesso em 30 de outubro de 2014. Geógrafo paulista propõe uma síntese das diferentes realidades ambientais, sociais e econômicas do país Léo Ramos Chaves No escritório de seu apartamento, entre paredes cobertas de mapas, o geógrafo Jurandyr Luciano Sanches Ross redescobriu o Brasil à medida que examinava dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com colegas de outros estados. O que emergiu foram na verdade três Brasis: o que denominaram o Brasil da natureza, com grandes áreas verdes; o do semiárido, no sertão nordestino; e o de maior atividade econômica, ligada principalmente à agropecuária. “Provavelmente esse é meu último grande trabalho”, diz ele, aos 73 anos. Especialista em geomorfologia, estudo das formas de relevo e suas origens, Ross lançou na década de 1980 um mapa do relevo brasileiro. Elaborado com base nas informações do Projeto RadamBrasil, que ele integrou, seu trabalho sucedeu as versões dos geógrafos Aroldo de Azevedo (1910-1974), de 1949, e Aziz Ab’Saber (1924-2012), da década de 1960. Nascido em Promissão, noroeste paulista, e crescido em Rolândia, no Paraná, mudou-se para São Paulo na década de 1960. Viúvo, duas filhas (uma engenheira eletrônica e outra dentista), três netos, ele concedeu a entrevista a seguir por videoconferência em fevereiro. Idade 73 anos Em que você está trabalhando? O Brasil tem plano de ordenamento territorial? E por que é importante? O
que estão vendo agora? E no Nordeste? Quais são os três Brasis que vocês propõem?
O que você
pensou vendo essas diferenças? E a Amazônia? O que vocês pretendem fazer com esses mapas? Esse é
o grande trabalho da sua carreira? Por que resolveu
fazer o mapa de relevo do Brasil? O que era o projeto Radam?
Como era o trabalho de campo? Por que você resolveu sair do Radam e entrar na
USP? Em seu mapa de relevo do Brasil, quais as inovações em relação ao que Aroldo de Azevedo e Ab’Saber tinham feito? Quando o apresentou aos seus colegas? Você também foi consultor para a construção de hidrelétricas nos rios Xingu, Madeira, Iguaçu e Uruguai. Como foi essa experiência?
Se você pudesse entrar agora em um helicóptero e o piloto perguntasse “vamos
para onde?”, que lugares escolheria para revisitar ou conhecer? Você
conhece todos os estados brasileiros? Republicar
Quantas unidades de relevo tem o Brasil na classificação atual de Jurandyr Ross?Por isso, o relevo brasileiro apresenta altitudes modestas. Sua atual classificação foi proposta por Jurandyr Ross na década de 1990. Ross identificou 28 unidades de relevo no Brasil. O relevo brasileiro é constituído por três formas: planaltos, planícies e depressões.
Quais as unidades de relevo definidas por Jurandyr Ross?Jurandyr Ross: essa classificação, mais abrangente, considera, além dos planaltos e planícies, a presença de depressões no território brasileiro. Assim, para esse pesquisador, há especificamente no Brasil 11 planaltos, 11 depressões e seis planícies.
Quais são as unidades de relevo no Brasil?Descrição das unidades de relevo. Planalto das Guianas.. Planalto Brasileiro.. Planalto Uruguaio-sul-rio-grandense.. Planícies e Terras Baixas Amazônicas.. Planícies e Terras Baixas Costeiras.. Planície do Paraguai (Pantanal). Quais as unidades de relevo brasileiro que de acordo com a gênese?Ross passou a considerar para o relevo brasileiro, conforme as suas origens, as unidades de planaltos, depressões e planícies.
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