Para a ciência, não há consenso sobre as reais causas do aumento da temperatura no planeta. Debata o assunto com a turma e mostre que até o que já parece verdade pode ter mais de uma explicação Show Para os pesquisadores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a Terra está ficando mais quente e as chances da culpa ser do homem são grandes. Mais precisamente de dois terços ou mais, segundo relatório lançado em 2011. Isso porque a emissão excessiva de gases (como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) pelas indústrias intensifica um fenômeno natural, o efeito estufa. Graças a ele o calor dos raios solares é retido na atmosfera terrestre e a temperatura é mantida a níveis que permitem a existência de vida. O problema é quando estes gases ocorrem em excesso e retêm mais calor do que o necessário, causando o que se convencionou chamar de aquecimento global. Porém, esta não é uma ideia unânime. Há especialistas que acreditam que a temperatura de fato está subindo, mas não é possível precisar se as causas estão na ação humana, ou se esta mudança faz parte de um processo natural vivido pela Terra. A geógrafa Daniela de Souza Onça, por exemplo, defendeu em sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP) que o aquecimento global não existe. Para ela, o clima está em permanente transformação e suas alterações não podem ser atribuídas exclusivamente às variações das concentrações dos gases na atmosfera. O professor de Geografia Antônio Carlos de Carvalho, do Colégio Equipe, explica que esta teoria pode ser verdadeira. Isso porque a Terra já foi muito mais fria e também muito mais quente do que é hoje, por motivos que não estão relacionados ao efeito estufa. O planeta passa por períodos interglaciais e glaciações, que ocorrem quando o calor do verão não é suficiente para derreter uma parte do gelo acumulado durante o inverno e a neve se acumula. Isso ocorre por fatores como mudanças no eixo de inclinação e rotação do planeta. "A existência do homem e da civilização têm em torno de seis mil anos. Biologicamente é um período curto, não sabemos muito sobre situações extremas de clima e temos poucos meios para precisar suas causas", explica. Os dois lados concordam que a temperatura está subindo (durante o século XX a temperatura média global subiu aproximadamente 0,75 grau), ainda que por motivos distintos. Uma pista para esclarecer quem tem razão pode ser a velocidade das mudanças. Alterações na natureza são comuns e se o aquecimento do planeta for uma delas, isso vai acontecer em uma escala de tempo maior. Já se for causado pelo homem, seus efeitos serão sentidos mais rapidamente. As dúvidas não são exclusividade dos especialistas. Antes de apresentar o tema aos alunos, entenda a explicação para as polêmicas mais comuns quando o assunto é aquecimento global: ?A Terra ficará cada vez mais quente? ?O aumento da temperatura só dificultará a vida na Terra? ? O nível do mar vai subir e alguns países sumirão do mapa? ? Há uma relação entre o aquecimento global e as mudanças de temperatura que observamos no dia a dia? ? Se os cientistas que não acreditam no aquecimento tiverem razão, não há nada que possamos fazer pelo meio ambiente? Quem é o causador do aquecimento global?Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso. O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global, pois representa mais de 70% das emissões de GEE e o seu tempo de permanência é de no mínimo cem anos, resultando em impactos no clima ao longo de séculos.
Por que o homem é responsável pelo aquecimento global?Homem é responsável direto no aquecimento global, alerta cientista do IPCC. "As mudanças climáticas já são um fenômeno real, inequívoco, com responsabilidade direta do homem, em razão da grande emissão de CO2 (carbono) - potencializada a partir da Revolução Industrial".
Quem são os principais culpados pelo aquecimento global?As três principais são as emissões atuais de cada país, as emissões per capita de cada um e suas emissões históricas, ou seja, a soma de tudo que cada um emitiu desde a Revolução Industrial (1850), quando descobriu-se o uso do carvão mineral como fonte de energia, considerado o marco zero do problema.
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