Série 3 por cento fala de quê

Série 3 por cento fala de quê
MISSÃO CUMPRIDA - O elenco do programa: a ficção científica chega ao fim como surpreendente sucesso internacional - ./Netflix

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Não fosse pela pandemia, a alemã Nadine Schneider, 21, viria ao Brasil pela primeira vez neste ano. Mais que uma mundana viagem de férias, o passeio tinha motivação específica: fã da série 3%, distopia nacional da Netflix, a estudante de arquitetura queria conhecer o país retratado no programa — além de praticar o português, que ela resolveu aprender sob estímulo da série. “A mistura de ficção científica com a realidade do Brasil, distante da minha, me prendeu”, diz. Nadine não está sozinha no curioso culto estrangeiro a 3%: três quartos da audiência da série vêm de fora do país. A popularidade global garantiu a longevidade da atração: no ar desde 2016, ela chega agora ao desfecho em sua quarta temporada, já disponível na plataforma.

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Originalmente pensada como um projeto de faculdade por seu criador, Pedro Aguilera, 3% tornou-se a primeira produção brasileira abraçada pelo então novato setor de originais de língua não inglesa da Netflix (hoje, a plataforma é dona de dezenas de títulos nacionais). A trama acompanha membros de uma sociedade paupérrima que almejam viver no Maralto — cidade utópica de recursos abundantes. Apenas 3% da população passa no exclusivo e perigoso processo meritocrático que diz quem merece viver entre os privilegiados. Em sua última fase, o grupo de protagonistas desenvolve um plano para apagar de vez a linha que divide esses dois mundos.

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A jornada de 3% reflete o amadurecimento da própria Netflix como produtora de conteúdo nacional. Enquanto a primeira temporada exibia resquícios mambembes da origem independente, da segunda em diante a série tomou banho de loja, com produção caprichada e atuações decentes. A aparência renovada só não ocultou a principal falha do roteiro: os problemas existenciais colossais daquele Brasil distópico são resolvidos por soluções rasas. Mas isso é o de menos para os fãs do programa.

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Antes do fenômeno espanhol La Casa de Papel, 3% era a série estrangeira mais vista da Netflix nos Estados Unidos. Aguilera, de 32 anos, foi de total desconhecido a rosto promissor em Hollywood. Para além de exportador de novelas, o Brasil mostrou ao mundo, enfim, o potencial do soft power nativo nas séries. “Havia o mito de que a língua portuguesa ‘não viaja’. A série provou o contrário”, diz Bianca Comparato, a heroína Michele da trama — hoje, a atriz tem até agente americano. O saldo, enfim, é positivo.

Publicado em VEJA de 19 de agosto de 2020, edição nº 2700

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O que fala a série 3%?

Em um futuro onde a elite vive no conforto do Maralto, todos os jovens de 20 anos passam por um processo seletivo para viver lá. Mas só 3% serão aprovados. Assista o quanto quiser. O diretor César Charlone foi indicado ao Oscar de fotografia pelo aclamado "Cidade de Deus".

O que acontece na terceira temporada de 3%?

Terceira temporada Michele recusa e decide criar um processo para tirar as pessoas de lá, temporariamente, até que tudo seja reconstruído. Enquanto isso, descobrimos que Fernando morreu durante a construção da Concha. As provas são extremas e começam a incomodar os moradores do local, que logo se revoltam.

Quem passa no processo em 3%?

Este processo admite jovens de 20 anos para uma única tentativa de passar para Maralto, o “lado de lá”, farto. As regras são arbitrárias e a qualquer momento as pessoas podem ser eliminadas.

O que acontece com o Fernando da série 3%?

Enquanto Fernando, vivido por Michel Gomes, um dos mais queridos da série e fiel companheiro de Michele (Bianca Comparato), morre após uma tragédia na Concha.