Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

As invasões europeias nas Américas, desde o século 16, foram nefastas – os europeus acreditavam que todo o continente lhes pertencia

 29/11/2016 - Publicado há 6 anos  Atualizado: 24/04/2017 as 13:16

Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

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Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

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Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?
Protesto em Brasília durante o Dia do Índio (2016) – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Só no Brasil, existiam cerca de cinco milhões de indígenas quando os portugueses aqui chegaram.  Com a chegada da primeira leva  de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões, com as doenças e o extermínio.  Atualmente, no Brasil,  são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro. Ou seja, de cinco milhões, no século 16, temos hoje apenas 450 mil pessoas indígenas, conforme a Funai.


Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

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Os índios reagiram de formas diversas à presença dos colonizadores e à chegada de invasores, como os holandeses e franceses. Veja abaixo algumas das formas de reação.

Alianças com os colonizadores

O apoio indígena foi decisivo para o triunfo da colonização portuguesa.

Com este apoio, entretanto, as lideranças indígenas tinham seus próprios objetivos: lutar contra seus inimigos tradicionais, que, por sua vez, também se aliavam aos inimigos dos portugueses (franceses e holandeses) por idênticas razões. Abaixo estão exemplos das alianças com os portugueses:

  • guerreiros temiminós liderados por Arariboia se aliaram aos portugueses para derrotar os franceses na baía de Guanabara, em 1560, que recebiam apoio dos Tamoios.
  • chefe tupiniquim Tibiriçá, valioso para o avanço português na região de São Vicente e no planalto de Piratininga, combatia rivais da própria "nação" Tupiniquim e os "Tapuias" Guaianás, além de escravizar os Carijó para os portugueses.
  • o chefe potiguar Zorobabé, na Paraíba e Rio Grande do Norte, aliou-se aos franceses, em fins do século XVI, e aos portugueses, tendo sido recrutado para combater os Aymoré na Bahia e até para reprimir os nascentes quilombos de escravos africanos.
  • o potiguar Felipe Camarão, a mais notável das lideranças indígenas no contexto das guerras pernambucanas contra os holandeses no século XVII. Camarão combateu os flamengos, os Tapuias e os próprios "potiguares" que, ao contrário dele, se bandearam para o lado holandês, recebendo, por isso, o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, o privilégio de ser chamado de "Dom" e pensões régias, entre outros privilégios. Diversas lideranças pró-lusitanas receberiam antes e depois de Camarão privilégios similares, criando-se no Brasil autênticas linhagens de chefes indígenas nobilitados pela Coroa por sua lealdade a Portugal.
Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

Hans StadenViajante alemão, aventureiro e herói-viajante, esteve no Brasil no século XVI. Tendo sido confundido pelos Tupinambás com português e inimigo, foi preso, ameaçado de morte e devoração canibal. (BELUZZO, A. M. de M. Brasil dos Viajantes. São Paulo: Metalivros e Editora Objetiva, 1999.).

Resistência aos colonizadores

Alguns grupos moveram inúmeros ataques aos núcleos de povoamento portugueses. Dentre estes, os Aymoré, posteriormente chamados de Botocudos, foram um permanente flagelo para os colonizadores durante o século XVI, na Bahia.

Entre os episódios célebres de resistência ou represália, ficaram registrados:

  • o do donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, devorado pelos Tupiniquim, em 1547;
  • o do jesuíta Pero Correa, devorado pelos Carijó, nas bandas de São Vicente, em 1554;
  • o do primeiro bispo do Brasil, D.Pedro Fernandes Sardinha, em 1556, devorado pelos Caeté, após naufragar no litoral nordestino.

Alianças com invasores contra os colonizadores

"Nações" inteiras optaram por se aliarem aos inimigos dos portugueses. Por exemplo:

  • os Tamoio, no Rio de Janeiro, fortes aliados dos franceses nas guerras dos anos 1550-60;
  • os Potiguar, boa parte deles resistiu com os franceses durante algum tempo na Paraíba e atual Rio Grande do Norte, e por ocasião das invasões holandesesas em Pernambuco, onde forneceram auxílio aos flamengos, celebrizando lideranças como a de Pedro Poti e de Antônio Paraupaba.
Como era a relação entre portugueses e indígenas no começo da colonização?

Jean de LéryViajante europeu que, em sua viagem ao Brasil em 1556, conviveu com os índios Tupinambás. Ao desenhar os índios, desejava revelar a ornamentação facial com pedras, expor as marcas de guerra para mostrar a bravura do nativo. (BELUZZO, A. M. de M. Brasil dos Viajantes. São Paulo: Metalivros e Editora Objetiva, 1999.).

Como era a relação entre portugueses e índios no início da colonização?

Os índios e os portugueses: o encontro de duas culturas. Durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Qual era a relação dos portugueses com os índios?

Os colonizadores utilizaram-se de ameaças, da força física e da propagação de doenças para forçar os índios a trabalharem para a Coroa. Várias tribos foram dizimadas por conta do conflito com os portugueses ao recusarem o trabalho escravo.

Como foi o primeiro contato entre os índios e os portugueses?

Em 22 de abril de 1500, a frota de Pedro Álvares Cabral aportou na Bahia, em um local ocupado pelas tribos Tupi-Guarani. Esse fato foi importante e singular. Pois nessa região, as tribos tinham um caráter menos violento, facilitando a primeira conversa entre portugueses e índios.

Qual foi a relação dos primeiros colonos e indígenas?

No início, as relações entre colonos e índios eram um misto de cooperação e conflito. Por um lado, havia o exemplo das relações harmoniosas que prevaleceram durante o primeiro meio século de existência da Pensilvânia.