Depois de quantos dias o Covid não transmite mais

O período de transmissibilidade da Covid-19 ainda é uma grande dúvida dos pacientes. Do diagnóstico positivo até a cura total da doença, muitas pessoas se questionam em quantos dias poderão retornar ao convívio social sem colocar em risco os familiares e amigos.

  Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, independente da cepa que esteja causando a Covid-19, o período de transmissão e de isolamento deve ser o mesmo. De acordo com ela, atualmente já não se recomenda mais o isolamento de 14 dias a partir do contato com alguém sabidamente positivo. O ideal é que a pessoa observe o aparecimento de algum sintoma que seja sugestivo do coronavírus.

“Toda pessoa independente do seu estado clínico pode ser um transmissor, porque mesmo antes de iniciarem os sintomas, mais ou menos três ou quatro dias antes, a pessoa já transmite o vírus”, destacou. 

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Qual o período de incubação do coronavírus? 

O período de incubação do vírus é de 2 a 14 dias, tempo que pode levar para os primeiros sintomas aparecerem e mesmo antes de apresentar algum indício, a infectologista já considera a possibilidade de transmissibilidade.

  Para os pacientes que desenvolvem formas leves e moderadas, o período de isolamento indicado deve ser de 10 dias a contar do início dos sintomas. Para os que desenvolvem a forma grave da doença, o período do isolamento deve ser de 20 dias, também a contar do início dos sintomas. Quando não se sabe ao certo o início dos sintomas deve ser levado em consideração a data do exame RT-PCR.

  A não transmissibilidade só pode ser confirmada por meio de um novo exame. A infectologista destacou ainda a importância do isolamento social e que independente da pessoa ter tido Covid-19 ou não, ou de já estar vacinado, as medidas de precaução devem ser as mesmas, inclusive o uso da máscara.

  A farmacêutica Paula Freitas, de 30 anos, concluiu sua imunização com a segunda dose há dois meses. Apesar do alívio de estar vacinada, ela contou que ainda teme a infecção, sobretudo agora, que começou a atuar diretamente na área. “Tenho receio de pegar o vírus, ainda mais agora que comecei a trabalhar no Hospital do Jardim Ingá (GO). Tudo está tranquilo até o momento, mas a gente sempre fica preocupado”, contou.

  Segundo os especialistas, a circulação de variantes aumenta a importância de se completar o esquema vacinal com a segunda dose, para barrar o vírus. O alto número de pessoas com atraso na segunda aplicação vem chamando a atenção e preocupando as autoridades. Só concluindo o cronograma das doses é possível garantir a maior eficácia e avanço da imunização.

Alta das doenças respiratórias

A taxa de transmissão comunitária de vírus respiratórios no país está "extremamente" alta em 83 das 118 macrorregiões de saúde do país. Segundo os dados do boletim InfoGripe, realizado pela Fiocruz, que reporta os casos de internação por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), em outras 19 macrorregiões a taxa está muito alta e em 13 está alta.

  Desde o ano passado, o indicador acompanha os casos de Covid-19, já que, entre os pacientes testados e com resultado positivo para vírus respiratórios, 96,1% constataram SARS-CoV-2 em 2021. No ano passado, foram 98% dos casos positivos para o novo coronavírus.

  “Embora em muitas regiões a gente tenha conseguido diminuir o número de casos semanais em relação ao pico de março, isso ainda está longe de ser uma situação tranquila e segura do ponto de vista epidemiológico. Muito pelo contrário, a gente continua com a maioria das regiões a níveis que são considerados extremamente altos”, destacou o pesquisador em saúde pública da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

  Os dados da transmissibilidade mostram que apenas no interior do Nordeste, nos estados do Amazonas e de Roraima, em parte do Pará e do Mato Grosso a situação não está em vermelho. Isso significa que a maior parte do país registrou 10 casos ou mais de SRAG por 100 mil habitantes na última semana.

  Na estimativa, o boletim aponta para uma tendência geral de queda a longo prazo. No mapa, aparecem com probabilidade de crescimento das internações os estados do Acre, Amazonas, Goiás e o Distrito Federal.

O Brasil voltou a registrar um aumento nos casos de Covid-19 nas últimas semanas. Entre os dias 22 e 28 de maio, o país teve a pior semana epidemiológica de casos da doença desde março deste ano. Nos cinco primeiros meses de 2022 foram 8.693.140 pessoas infectadas pela doença e 47.620 óbitos contabilizados.

Em janeiro, o Ministério da Saúde reduziu o prazo de isolamento de casos leves e moderados de Covid-19 de dez para sete dias. O isolamento deve ser feito por sete dias, desde que a pessoa não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas e sem o uso de antitérmicos.

O entendimento de isolamento é a separação de indivíduos infectados dos não infectados durante o período de transmissibilidade da doença. Nesse prazo, é possível transmitir o vírus em condições de infectar outra pessoa.

Saiba quais são as principais recomendações para quem recebeu um teste positivo para a infecção causada pelo novo coronavírus.

O Ministério da Saúde orienta que quem realizar testagem (diagnóstico molecular ou teste rápido de antígeno) para Covid-19 com resultado negativo no 5º dia, pode sair do isolamento antes do prazo de sete dias, desde que não apresente sintomas respiratórios e febre, há pelo menos 24 horas, e sem o uso de antitérmicos.

Se o resultado for positivo, é necessário permanecer em isolamento por 10 dias a contar do início dos sintomas.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, reduziram o tempo de isolamento recomendado em caso de resultado positivo para Covid-19 de dez para cinco dias para assintomáticos.

A decisão, publicada pelo CDC em dezembro de 2021, reforça a necessidade de utilização de máscaras por pelo menos mais cinco dias quando os infectados estiverem próximos de outras pessoas.

“A mudança é motivada pela ciência que demonstra que a maior parte da transmissão do SARS-CoV-2 ocorre no início do curso da doença, geralmente 1-2 dias antes do início dos sintomas e 2-3 dias depois”, disse o CDC em nota.

Isolamento de sete dias

Para aqueles que no 7º dia ainda apresentarem sintomas, é obrigatória a realização da testagem, de acordo com o ministério. Caso o resultado seja negativo, a pessoa deverá aguardar 24 horas sem sintomas respiratórios e febre, e sem o uso de antitérmico, para sair do isolamento.

Com o diagnóstico positivo, deverá ser mantido o isolamento por pelo menos dez dias contados a partir do início dos sintomas, sendo liberado do isolamento desde que não apresente sintomas respiratórios e febre, e sem o uso de antitérmico, há pelo menos 24h.

Isolamento de dez dias

Quem não realizou a testagem até o 10º dia ou se teve teste positivo no quinto ou no sétimo dia, mas estiver sem sintomas respiratórios e febre, e sem o uso de antitérmico, há pelo menos 24 horas, poderá sair do isolamento ao fim do 10º dia.

Para todos os casos em que o isolamento for encerrado no 5º ou no 7º dia, as pessoas devem manter as medidas adicionais até o 10º dia, como o uso de máscaras, higienizar as mãos, evitar contato com pessoas imunocomprometidas ou que possuam fatores de risco para agravamento da Covid-19 (veja outras orientações na galeria).

Outras recomendações

O CDC orienta que as pessoas que testarem positivo para a Covid-19 devem:

  • Notificar qualquer pessoa com as quais você teve contato, para que eles saibam que possam ter sido expostos
  • Monitorar os sintomas
  • Manter distância de outras pessoas em casa e também de animais de estimação
  • Não compartilhar itens pessoais, como toalhas, talheres e copos
  • Usar máscara quando estiver próximo de outras pessoas

Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19

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    Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19

    Crédito: Myke Sena/MS

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    O Ministério da Saúde recomenda que diante de sintomas compatíveis com a Covid-19, como febre, tosse, dor de garganta ou coriza, com ou sem falta de ar, as pessoas devem buscar atendimento médico. Confira outras orientações

    Crédito: Cassiano Psomas/Unsplash

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    Use máscara o tempo todo

    Crédito: Getty Images

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    Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo

    Crédito: Conscious Design/Unsplash

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    Depois de usar o banheiro, limpe o vaso, mantendo a tampa fechada, higienize a pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária. Sempre lave as mãos com água e sabão

    Crédito: Nathan Dumlao/Unsplash

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    Separar toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos para uso exclusivo

    Crédito: Sven Mieke/Unsplash

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    O lixo produzido precisa ser separado e descartado

    Crédito: Kinga Lopatin/Unsplash

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    Evite compartilhar sofás e cadeiras e realize limpeza e desinfecção frequente com água sanitária ou álcool 70%

    Crédito: Nathan Fertig/Unsplash

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    Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária

    Crédito: Daniel Hansen/Unsplash

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    Caso o paciente não more sozinho, recomenda-se que os demais moradores da residência durmam em outro cômodo

    Crédito: Bermix Studio/Unsplash

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    Mantenha a distância mínima de 1,5 m entre a pessoa infectada e os demais moradores

    Crédito: Chris Greene/Unsplash

(Com informações de Ingrid Oliveira e André Rosa, da CNN)

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