O que é mais importante considerar na EAD?

Faculdade não é para todos. Não falo isso no sentido elitista, em que pode ser impossível para algumas pessoas terem acesso ao ensino superior - o que não deixa de ser verdade -, me refiro ao lado mais prático da coisa. Não é todo mundo que tem paciência e disposição para ficar de dois a seis anos sentado em uma cadeira recebendo conteúdo diariamente. Eu pessoalmente não tive. 

E apesar de eu acreditar que a necessidade do curso superior em algumas áreas esteja se tornando um conceito, ou melhor, uma necessidade ultrapassada, não posso tapar o sol com a peneira e dizer que a faculdade não é um divisor de águas entre você ter uma chance de conseguir aquela vaga incrível em uma ótima empresa ou não.

Dito isso, queria fazer um retrospecto aqui e contar um pouco da minha história pessoal e da minha escolha de instituição e curso. Salvo dois anos letivos que tive bolsa de estudos, sempre estudei em escola pública. A minha condição financeira e social no início e no final do meu ensino médio eram bem diferentes, mas eu sempre tive uma constante: a única forma que eu poderia ter acesso a um ensino superior de qualidade seria passando nos exaustivos vestibulares das universidades públicas.

A questão é que apesar de eu sempre ter sido uma excelente aluna e com boas notas, eu sempre achei absurdo o que eu via nos cursinhos pré-vestibulares e nunca achei concebível passar pelas extenuantes horas de estudo para ser aprovada nesses processos seletivos. Podem me chamar de preguiçosa, mas nunca prestei nem o Enem. 

Mudei de cidade em 2017, comecei a trabalhar em março de 2018 e só em novembro de 2019 diante dos meus quase 20 anos eu pensei: “Ok, agora é hora de começar a faculdade.” 

Foi nesse ponto que eu vi um mar de possibilidades se abrindo para mim. Desde que eu desisti do meu sonho infantil de ser astronauta, sempre quis fazer jornalismo. A questão é que a Júlia que queria isso ao se formar no ensino médio tinha se transformado na Júlia mais experiente, viajada, mais sábia e que já sentia que jornalismo não era o caminho que eu deveria seguir.

Munida dos meus conceitos adquiridos pela minha visão totalmente estreita do mercado de trabalho, comecei a procurar opções na área de comunicação, que sempre foi a área que eu me identifiquei e muito frustrada, encontrei cursos que não atendiam o que eu buscava: ou eram cursos matutinos, o que seria impossível de conciliar por conta do trabalho ou tinham mensalidades altíssimas com pouco ou nenhum programa de bolsa de estudos. 

Foi nesse período de buscas que eu me deparei com uma possibilidade que eu nunca tinha pensado: graduação tecnológica. Era perfeito, curso de 2 anos, de uma universidade renomada, objetivo, sem processos seletivos exaustivos e com uma mensalidade que eu poderia arcar mesmo sem bolsa de estudos. Estava tudo perfeito até eu ir olhar o período do curso e me deparei com um “curso a distância”. 

Ler aquilo foi como um balde de água fria, fiquei muito decepcionada. Eu tinha uma ideia muito negativa do EaD e acreditava fielmente que iria ser uma perda de tempo, já que ao apresentar o meu diploma para o mercado eu teria uma desvantagem muito grande em relação a outros profissionais que tivessem feito seus cursos presencialmente.

Para variar, eu estava errada. Fiz o vestibular com um certo receio e não levei a ideia de realmente fazer uma faculdade a distância até o encontro de abertura. E foi ao entrar na sala e vivenciar um pouco do ambiente universitário que eu enfim tive a certeza de que eu tinha tomado a decisão certa. 

O EaD como opção de curso costumava ser ignorado completamente pelos jovens recém saídos do ensino médio, com a mesma crença de que eu tinha: de que não existe estrutura, de que é um curso para preguiçosos e de que o mercado não reconhece e valoriza os diplomas. 

Um estudo do Inep mostra que de 2009 a 2019 a modalidade EaD teve um salto de 330 mil para 1,5 milhões de estudantes, ou seja, um crescimento de 378,9%. Você pode estar pensando: “Legal Júlia, já entendi que você gosta do EaD e que considera uma alternativa ao ensino tradicional, mas e o mercado de trabalho? Eu vou conseguir emprego?”

Bom, você e aparentemente todo mundo que busca pelo termo “quem faz faculdade a distância” no Google tem a mesma dúvida. A resposta é a mesma que você receberia ao perguntar de um curso tradicional. Pense da seguinte forma: a diferença essencial do EaD para uma modalidade tradicional é que ao invés de ir até a instituição de ensino diariamente você faz da sua casa ou de onde você estiver. Salvo nas aulas ao vivo e agendadas previamente, você estuda como e quando quiser. Aqui vou usar aquela frase batida: “quem faz a faculdade é o aluno”.

Se você olhar por uma certa ótica, vai perceber que na realidade pode ser até mais difícil ter comprometimento no EaD do que no presencial. Geralmente quem cursa o período noturno trabalhou durante o dia, então esse estudante já está na rua e está terminando a jornada diária na faculdade. Agora, pela minha experiência, é bem mais difícil interromper a maratona na Netflix no final de semana ou ter a iniciativa de deixar a cerveja de lado (ou não deixar, você não está dentro da sala de aula) na sexta à noite para ir estudar. 

Se você ainda não estiver totalmente convencido a respeito do EaD, vou te dar mais alguns motivos. 

Eu não teria a oportunidade de estudar em uma instituição como a FGV, em que as mensalidades de graduação chegam a quase 6 mil reais, se eles não tivessem um programa de graduação tecnológica. Isso vale não apenas para a FGV, mas para qualquer instituição. A modalidade EaD é quase sempre muito mais barata do que o curso presencial ou então o curso só é ofertado a distância, o que é o caso do meu curso. 

Outra vantagem é a questão da distância em si. Se você mora longe dos grandes centros urbanos ou longe da instituição de ensino, o EaD pode ser a solução. Eu economizei uma quantia considerável de tempo e dinheiro não tendo que me deslocar para a faculdade diariamente, o que eu vejo um investimento na minha qualidade de vida.

Não vou ser demagoga aqui e dizer que são tudo flores, não são. Às vezes você sente sim falta do contato humano, de ter a cerveja pós aulas na sexta-feira e de se sentir um pouco mais inserido no contexto universitário. Principalmente agora durante a pandemia que todas as atividades presenciais previstas foram canceladas, esse peso foi sentido mais do que nunca. Meu intuito aqui é trazer a luz esse modelo de ensino que costuma ser esquecido e trazer uma alternativa a você que está buscando a opção ideal para a sua primeira graduação ou para você que não tem muito tempo mas quer voltar a estudar ou aprender algo novo.

Voltando ao que eu disse no começo do texto, faculdade não é para todos. Você pode não se adaptar ao método de ensino, não ver aplicabilidade prática no que é ensinado ou simplesmente perceber que você deveria estar fazendo outra coisa e está tudo bem. Eu particularmente penso que a forma de ensino como conhecemos está obsoleta e vai dar espaço a novas formas de aprendizagem: mais modernas, dinâmicas e cada vez mais práticas. 

Enquanto isso não acontece, eu vou estar construindo o meu futuro, sempre tendo em mente que a minha competência vai muito além do que diz o meu diploma.

Quais são os principais fatores que contribuem para a qualidade da EAD?

Os resultados apontam que quatro fatores são essenciais para o sucesso da IES na modalidade EaD, podendo ser classificadas como: Ambiente e Organização Didático/Pedagógico (AODP); Reputação do Curso e da Instituição (RCI); Qualificação - professores-tutores (CPT) e Estrutura do curso (EC).

Quais são as características mais importantes para quem estuda na modalidade à distância?

Quais são as principais características do aluno EaD?.
Flexibilidade. A flexibilidade é uma característica muito importante no perfil do aluno EAD. ... .
Disciplina e concentração. ... .
Organização. ... .
Independência. ... .
Familiaridade com a tecnologia. ... .
Economia..

Quais são os três elementos que costumam identificar a EAD?

Vamos mostrar que um sistema de EAD apresenta três elementos principais: o conteúdo, o aluno e o professor. É sobre esses elementos importantes que falaremos ao longo da aula.

São as 3 principais vantagens da EAD?

Diploma reconhecido, valendo tanto quanto de uma instituição presencial; Acompanhamento por professores e tutores, disponíveis quando o aluno precisar, além do suporte dos colegas; Autonomia para o aluno gerenciar os seus estudos e adaptar-se a melhor forma de aprendizado.