O que fazer quando tem convulsão

Imagine estar acompanhando uma pessoa e, de repente, ela cai dura no chão e começa a se debater. A pessoa está tendo uma convulsão. E agora, o que fazer? "É necessário deixar a pessoa livre, sem tentar segurar, apoiar a cabeça desse paciente para quer ele não se machuque e verificar quanto tempo a crise dura. Não se deve colocar a mão na boca do paciente, não colocar lenço na boca ou tentar puxar a língua, porque ninguém engole a língua na crise convulsiva", afirma o neurologista Roger Taussig, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o neurologista, a crise convulsiva é caracterizada por fases, sendo a primeira a fase tônica, na qual o paciente fica com o corpo enrijecido, seguida pela fase clônica, quando começam os movimentos corporais, que fazem com que a pessoa passe a se debater.

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Quando a crise começa a passar, e o paciente começa a recobrar a consciência, o médico aconselha que a pessoa seja colocada de lado para que, caso ela vomite, não se engasgue. Após recobrar a consciência, a pessoa pode ficar confusa e agitada. Taussig afirma que a melhor opção é acalmar e pessoa e deixá-la em repouso, ainda deitada e, depois, pode ser levantada. 

"É importante observar quanto tempo a crise convulsiva dura. Se a pessoa convulsionar por mais de cinco minutos, ou tem uma crise menor que esse tempo, mas logo volta a convulsionar, é necessário chamar uma ambulância para que leve esse paciente para um pronto-socorro. Essas crises prolongadas devem ser atendidas com urgência para que esse paciente não tenha uma lesão cerebral", afirma o médico.

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Já se a crise for única e durar menos de cinco minutos, não é necessário correr ao hospital, mas é importante investigar o que ocasionou a crise. O neurologista afirma que tais recomendações são válidas tanto para pessoas epilépticas quanto para não-epilépticas. 

Entre as causas de uma crise convulsiva estão a epilepsia, tumores cerebrais, sangramentos no cérebro, meningite, hipoglicemia, aneurismas, reações a medicamentos antidepressivos ou antibióticos e o uso de drogas.

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O neurologista afirma que, caso a pessoa tenha uma convulsão e não receba atendimento, ela pode correr o risco de morte. Entretanto, caso o socorro demore, a pessoa não deve ser levada ao hospital. "Mesmo que a ambulância demore, não se deve colocar a pessoa no carro e levá-la ao hospital porque isso é perigoso. A pessoa pode ter uma parada cardíaca, por exemplo, e no carro não terá suporte para isso. Ela deve mesmo esperar o resgate chegar", explica Taussig.

Ao chegar ao hospital, o paciente entra na emergência com prioridade. Lá, são feitos exames para identificar a causa da crise convulsiva e são checadas a pressão sanguínea, frequência cardíaca, glicemia e a respiração, além da realização de eletrocardiograma e, a partir daí, será traçado o tratamento adequado. 

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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28/2/22 às 17:17, Atualizado em 28/2/22 às 17:48

Militar do Corpo de Bombeiros explica procedimentos para atender quem passa por esse problema, que representou o maior motivo de ligações para o Samu em 2021

Flávio Botelho, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

  • Bombeiros

Você está em casa quando, de repente, um familiar cai no chão, desacordado e se contorcendo. Esse relato é uma exemplificação simples de uma crise convulsiva, situação que pode ocorrer por diversos motivos. Para orientar a população sobre o que fazer nesses casos, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) divulgou, em seu perfil no Instagram, um vídeo com o passo a passo do procedimento.

Quem produziu o material foi o cabo Estevão Aguiar, socorrista do 22º Grupamento de Bombeiros Militar, em Sobradinho. No CBMDF há três anos, nos últimos seis meses ele responde a ocorrências junto à equipe de atendimento em ambulância. Uma crise convulsiva, aponta o militar, pode durar de alguns segundos a cinco minutos, em média.

Proteger a cabeça da pessoa que sofreu uma crise é providência fundamental | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
“Crises convulsivas podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora” - Victor Arimatea, diretor do Samu

“Eu divulguei esse vídeo justamente para o parente, amigo ou colega de trabalho que está ao lado da pessoa em crise, para que essa pessoa saiba qual o procedimento que precisa ser feito, porque, quando o socorro chegar, a crise já vai ter terminado”, ressalta o socorrista. “São dicas simples que, quando praticadas do jeito certo, podem ajudar na sobrevida dessa vítima.”

Ocorrências relacionadas a crises convulsivas compuseram o principal motivo de ligações para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), via telefone 192, no ano passado. Foram 4.421 atendimentos realizados, cifra superior à de casos relacionados à covid-19 (4.243). “Só aí já se caracteriza a importância de ensinar os procedimentos de primeiros socorros para o maior número de pessoas”, pontua o diretor do Samu, Victor Arimatea. “Crises convulsivas podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora.”

Na maioria das vezes, a vítima de uma crise convulsiva recobra a consciência após o ocorrido. Arimatea lembra que, mesmo com o conhecimento dos primeiros socorros e o atendimento eficiente, é importante entrar em contato com os serviços de emergência, pelos números 192 ou 193. “É por meio deles que serão transmitidas as orientações adequadas e discernir se a vítima precisa ou não ser encaminhada para uma unidade de saúde”, especifica.

Cabo Estevão Aguiar, do CBMDF: procedimentos podem ser decisivos parar a sobrevida de quem está sendo atendido

Confira, abaixo, as dicas de primeiros socorros nesses casos.

1) Manter a calma

“Muitas pessoas acabam travando e não fazendo nada”, alerta o cabo Aguiar. “Se a pessoa conseguir manter a calma, ela vai conseguir fazer o básico, resguardar a vítima e não agravar a situação.”

2) Afastar objetos da vítima

Para evitar que a vítima se machuque ainda mais, afaste de perto dela objetos duros ou pesados, como cadeiras, luminárias, camas, móveis, etc.

3) Proteger a cabeça da vítima

Devido aos espasmos, a vítima pode lesionar seriamente a cabeça. Para evitar danos secundários, o cabo Aguiar orienta: “Proteja a cabeça da pessoa com uma almofada, travesseiro, lençol ou pano, sem travar a cabeça”.

4) Durante a crise, nunca coloque nada na boca da vítima

O socorrista adverte: “Não coloque nada na boca da pessoa, porque a língua não enrola. Isso é mito! Apenas proteja e lateralize a cabeça.”

5) Após a crise, se possível, lateralize a vítima

Em alguns casos, pode ocorrer uma salivação excessiva da pessoa em convulsão. Para evitar uma situação de broncoaspiração (entrada de saliva ou secreções no pulmão) e uma possível asfixia, é importante lateralizar completamente a vítima – colocar a pessoa sobre o lado esquerdo do corpo, configuração conhecida como posição lateral de segurança. A técnica para lateralizar a vítima consiste em esticar ou dobrar o braço esquerdo no chão, levantar a perna direita e apoiar o pé no chão, pegar a palma da mão direita da vítima e pousar no dorso da face esquerda e, apoiando no joelho e no ombro da vítima, virá-la suavemente para o lado esquerdo.

6) Ligar para os serviços de emergência

Se houver mais de uma pessoa para acudir a vítima da crise convulsiva, uma delas executa os procedimentos de primeiros socorros enquanto a outra liga para o 192 ou 193. Se só houver uma pessoa para socorrer, o recomendado é primeiro atender a vítima com os passos acima, aguardar a crise passar e depois ligar para os serviços de emergência.

Como identificar

Na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (MS), a convulsão é definida desta forma: “(…) contratura involuntária da musculatura, que provoca movimentos desordenados. Geralmente é acompanhada pela perda da consciência. As convulsões acontecem quando há a excitação da camada externa do cérebro”. Os sintomas mais característicos são espasmos incontroláveis, olhos virados para cima, inconsciência, salivação abundante e lábios azulados.

As crises convulsivas podem ter diversas origens, desde hemorragia, intoxicação por produtos químicos, falta de oxigenação no cérebro ou efeitos colaterais de remédios. Também podem ser causadas por doenças como epilepsia, tétano, meningite e tumores cerebrais.

O que fazer se alguém tiver uma convulsão?

Confira, abaixo, as dicas de primeiros socorros nesses casos..
1) Manter a calma. ... .
2) Afastar objetos da vítima. ... .
3) Proteger a cabeça da vítima. ... .
4) Durante a crise, nunca coloque nada na boca da vítima. ... .
5) Após a crise, se possível, lateralize a vítima. ... .
6) Ligar para os serviços de emergência. ... .
Como identificar..

O que leva uma pessoa a ter uma convulsão?

Normalmente, a convulsão ocorre devido a febre alta, epilepsia ou infecções, como meningite ou encefalite. No entanto, a convulsão também podem ser sinal de traumatismo craniano e até de tumores cerebrais, sendo importante identificar sua causa.

O que não devemos fazer diante de uma crise convulsiva?

O que não se deve fazer.
Tentar imobilizar a pessoa ou amarrar os membros, pois pode resultar em fraturas ou outras lesões;.
Colocar a mão na boca da pessoa, assim como objetos ou panos;.
Dar de comer ou beber até que a pessoa esteja completamente alerta, mesmo que se desconfie de uma diminuição de açúcar no sangue..

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