Porque o Brasil abandonou o modal ferroviário por muitos anos Justifique sua resposta?

Qual é a situação atual das ferrovias brasileiras?

Atualmente, o Brasil é um país pobre em ferrovias, e que estas se encontram irregularmente distribuídas pelo território, pois enquanto a Região Sudeste concentra quase metade (47%) as ferrovias do país, as Regiões Norte e Centro-oeste, juntas, concentram apenas 8%.

Quem desativou as ferrovias no Brasil?

Desde então, o Brasil vem colhendo os frutos do divórcio com as ferrovias. Na década de 1990, o governo de Fernando Henrique Cardoso concedeu a malha federal para a iniciativa privada, beneficiando principalmente a Vale, que vai administrar o setor por 30 anos.

Como funciona o transporte ferroviário no Brasil?

O transporte ferroviário é aquele em que o transporte é feito por vagões interligados a uma locomotiva que os carrega sobre trilhos de ferro (ferrovias), podendo trasportar produtos e pessoas, utilizando plataformas de embarque e desembarque.

Porque as ferrovias não deram certo no Brasil?

O principal deles é que falta continuidade nos projetos de planejamento logístico do país. Como a construção de novas ferrovias é um projeto de longo prazo, esse plano acaba sendo prejudicado pelas trocas de governo no Brasil – que normalmente significam o abandono de projetos antigos em nome de renovação da agenda.

Qual é a situação do transporte ferroviário?

Em 2021, as ferrovias representam apenas 15% dos meios usados em todo o sistema brasileiro, de acordo com dados do Ministério da Infraestrutura. A malha ferroviária nacional cresceu até 1957 e chegou a sua maior cobertura, atingindo 31 mil quilômetros.

Qual a situação de nossa malha ferroviária atualmente?

Como mencionamos anteriormente, o alcance das ferrovias no Brasil ainda é irrisório quando considerarmos o tamanho de nosso país. A extensão total da nossa malha atual é de 29 mil km. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com mais de 295 mil km de linha férrea, ficando em primeiro lugar no mundo.

Quem tirou as ferrovias?

O País se afastou dos trilhos nos anos 1950, com o plano de crescimento rápido do presidente Juscelino Kubitschek, que priorizou rodovias. A construção de ferrovias era lenta para fazer o Brasil crescer “50 anos em cinco”, como ele queria. “Em seis meses, você faz 500 quilômetros de estrada de terra.

Quando acabaram as ferrovias no Brasil?

No período da ditadura militar as ferrovias têm o seu maior encolhimento, em 1964 inicia o “plano de erradicação de trechos deficitários”, caindo a malha ferroviária para 29.184 km.

Como funciona o sistema ferroviário?

A ferrovia, ou estrada de ferro, é uma estrutura que possibilita o transporte terrestre através de trens. Na estrada de ferro, o trem — um conjunto de vagões com rodas engatados uns nos outros — viaja ao longo dos trilhos, que são duas barras de metal paralelas.

Qual a principal carga transportada pelas ferrovias brasileiras?

O açúcar e o minério de ferro são as cargas que mais utilizam as ferrovias para seu escoamento, cerca de 50% e 92% respectivamente (ANTF, 2019).

Porque o Brasil abandonou o modal ferroviário por muitos anos Justifique sua resposta?

O País se afastou dos trilhos nos anos 1950, com o plano de crescimento rápido do presidente Juscelino Kubitschek, que priorizou rodovias. A construção de ferrovias era lenta para fazer o Brasil crescer “50 anos em cinco”, como ele queria. “Em seis meses, você faz 500 quilômetros de estrada de terra.

Quais os principais problemas da rede ferroviária no Brasil no início?

Problemas de trem na indústria

  • 1 – Falta de malha ferroviária. Uma das mais graves complicações atuais da malha ferroviária brasileira é a falta de extensão de trilhos. …
  • 3 – Pouco incentivo governamental para solucionar os problemas de trem. …
  • 4 – Rotas inflexíveis. …
  • 5 – Dependência de outros meio de transportes.

3 de jun. de 2020

Quais os principais problemas da rede ferroviária brasileira?

Problemas de trem na indústria

  • 1 – Falta de malha ferroviária. Uma das mais graves complicações atuais da malha ferroviária brasileira é a falta de extensão de trilhos. …
  • 3 – Pouco incentivo governamental para solucionar os problemas de trem. …
  • 4 – Rotas inflexíveis. …
  • 5 – Dependência de outros meio de transportes.

3 de jun. de 2020

Qual a desvantagem do transporte ferroviário?

baixa capacidade de carga; alcance de pouca distância em comparação ao tempo gasto com o transporte; maiores chances de extravio de carga, devido a roubos e acidentes.

O Brasil é o país que tem a maior concentração rodoviária de transporte de cargas e passageiros entre as principais economias mundiais. 58% do transporte no país é feito por rodovias - contra 53% da Austrália, 50% da China, 43% da Rússia, 32% da Rússia e 8% do Canadá, segundo dados do Banco Mundial.

A malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da produção no país, seguida da marítima (9,2%), aérea (5,8%), ferroviária (5,4%), cabotagem (3%) e hidroviária (0,7%), de acordo com a pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral.

É por isso que a greve de caminhoneiros em curso pode realmente parar o país e provocar uma enorme crise de abastecimento, segundo especialistas em transporte ouvidos pela BBC.

Há quatro dias, os caminhoneiros do país estão paralisados e fazendo bloqueios em rodovias em 25 Estados e no Distrito Federal. O movimento foi iniciado após sucessivos aumentos no preço do óleo diesel, que agora custa R$ 3,59 por litro.

Greve de caminhoneiros em curso pode realmente parar o país — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Rodovias primeiro

Mas por que, afinal, o Brasil depende tanto do transporte rodoviário de carga e passageiros?

Para Paulo Resende, coordenador do núcleo de Logística e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral, os governantes brasileiros nunca priorizaram adotar outros tipos de sistema de transporte porque isso não tem impacto eleitoral.

Essa seria uma das razões, por exemplo, para que o projeto da ferrovia Norte-Sul, que cruzaria o país, nunca tenha saído do papel.

"Já viu alguém inaugurar ferrovia rapidamente pra ganhar eleição?", diz ele à BBC Brasil. "No Brasil, acontece o chamado fator subjetivo, que tem a ver com modelo de gestão de negócios. Os políticos, os burocratas pensam 'Eu tenho que deixar a marca do meu governo, tenho que fazer alguma coisa nova'. Aí todo mundo que entra [num governo], abandona projetos anteriores e cria um novo, que acha que é melhor. O Brasil é pais cuja estratégia é substituir o velho pelo novo, com completo abandono do velho. Você cria uma descontinuidade de projetos. Há uma questão cultural de trabalhar com curto prazo porque é compatível com a agenda eleitoral."

O consultor de trânsito Sergio Ejzenberg, mestre em transportes pela Universidade de São Paulo, diz que o Brasil chegou a esse modelo de dependência quase total de rodovias em função de décadas de decisões "desastrosas" e que não como mudar esse quadro no curto prazo.

"Precisamos de menos ingerência política nas decisões técnicas que envolvem a logística de transportes. O Brasil tem dimensão continental e produz quantidades de commodities, tanto agrícolas quanto minerais, que precisam ser transportadas por meios razoáveis e racionais, não por apenas caminhões. É inacreditável que para levarmos soja até o porto de Santos, essa mercadoria precise ser escoada antes por rodovias", diz.

Para Mauricio Lima, sócio-executivo da consultoria em logística Ilos, o fato de basicamente 2/3 das cargas serem transportadas por meio rodoviário deixa o país mais vulnerável a greves que afetem o abastecimento, como a dos caminhoneiros. "Temos uma infraestrutura aquém das nossas necessidades, tanto de dutos, por isso falta combustível, quanto ferroviária e hidroviária", diz.

Falta estratégia

Em dez anos, o transporte toneladas úteis (TU) de carga no Brasil aumentou em 29,5%, passando de 389 milhões em 2006 para 503,8 milhões em 2016, informa o anuário de 2017 da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

O mesmo levantamento mostra que, entre 2001 e 2016, a frota de caminhões cresceu 84,3% (de 1,5 milhão para 2,6 milhões).

Da frota total que circula no Brasil, 1,09 milhão de caminhões são de empresas, 554 mil são de caminhoneiros autônomos e 23 mil, de cooperativas.

Descompasso

O professor Rezende, da Fundação Dom Cabral, afirma que o governo federal não entende a matriz de transportes no Brasil. "A participação do sistema modal rodoviário é de mais de 75% no país, mas o governo trabalha com uma matriz de 58% cuja logística não representa a realidade. E aí ele perde a noção da rede brasileira de abastecimento por caminhões. O governo não tem noção", fala.

Segundo o especialista, as autoridades cometem um arro ao atribuírem a greve apenas ao elemento caminhoneiro.

"A indústria passou por uma transformação e as políticas brasileiras não acompanharam a transformação. A cadeia de suprimentos, a supply chain, não trabalha mais com grandes estoques, é quase que na hora em todos os setores. Quando você tem uma logística desse tipo, o papel do estoque é substituído pelo do transporte. Não tem estoque mais pra amortecer a demanda", diz.

Na prática, isso significa, segundo ele, que em 3 dias não há mais estoque para a linha de produção. E que em 5 dias já começa o desabastecimento no ponto de consumo, o varejo.

"É o que acontece com essa greve. O setor automobilístico, por exemplo, já está parando. Até sábado, pode haver um grande desabastecimento."

Para o consultor Ejzenberg, o aumento do preço do diesel também não pode ser visto, isoladamente, como o único fator responsável pela insatisfação que levou à greve. Segundo ele, a recessão que o país atravessou recentemente desencadeou uma série de problemas em relação aos fretes - sendo o principal deles, a redução do número de transporte de cargas.

"Um dos principais fatores para essa greve é a falta de trabalho dos motoristas", diz. "Porque muitos caminhoneiros dependem dos fretes para continuar pagando as prestações de seus caminhões."

Porque o Brasil abandonou o transporte ferroviário?

A falta de investimentos e o desenvolvimento das rodovias tirou a força das locomotivas brasileiras. Por volta do ano de 1960, a malha ferroviária brasileira chegou ao seu auge no que diz respeito a quilometragem dos trilhos.

Quando o Brasil deixou de investir nas linhas férreas por quem e porquê?

Com a crise de 1929, que se estendeu pela década de 1930, os consumidores do café brasileiro pararam de comprar — e nós paramos de produzir. As empresas não tinham mais receita nem motivos para operar as ferrovias, como também não tinham recursos para investir em manutenção e modernização da malha ferroviária.

O que aconteceu com as ferrovias no Brasil?

Em 15 anos, o Brasil tinha perdido 8 mil km de ferrovias, que se estendiam naquele momento por cerca de 30 mil km do território nacional. Desde então, o tamanho da malha ferroviária patina no mesmo patamar. Atualmente, de acordo com o os dados do Anuário Estatístico de Transportes, tem 29,8 mil km.

Por que houve a perda de competitividade das ferrovias no Brasil?

A falta de investimento em infraestrutura ferroviária e as condições sociais do Brasil, fazem com que o país perca competitividade frente as outras potências do mundo. Esses fatores elevam os custos logísticos das empresas e aumentam o nível de perdas e extravios de mercadorias durante o transporte e armazenagem.