Qual é o conceito de raça?

O conceito de "raça" pretendeu ser uma classificação de grupos ou certo tipo de seres humanos com uma origem comum. Durante o Renascimento e até ao século XIX, o termo "raça" dizia sobretudo respeito a características dos seres humanos que indiciavam uma ascendência comum e até mesmo como sinónimo de nação. A grande diversidade de seres humanos era explicada pelo Antigo Testamento e as pessoas interpretavam as diferenças físicas como sendo um desígnio de Deus, o resultado dos diferentes ambientes e climas geográficos da Terra e como descendentes de diferentes antepassados.
A partir do século XIX, esta palavra adquiriu diferentes conotações. Os significados ou a forma como o termo "raça" era utilizado passaram a ser mais importantes do que o próprio conceito. Na verdade, é interessante verificar que quando a palavra "raça" é utilizada muitas vezes nos fornece mais informações sobre a pessoa que a utiliza do que sobre a pessoa ou pessoas relativamente às quais é utilizada. Existe uma série de crenças construídas à volta dos conceitos de "raça" e, por extensão, de etnia, classe e nacionalidade, com o objetivo de cultivar identidades não relativas às pessoas mas aos grupos. No século XIX, o anatomista francês Georges Cuvier defendeu que a diversidade humana exprimia a existência de "tipos", ou seja, formas primitivas, originais e permanentes que não dependiam do ambiente ou do clima. Neste sentido pré-darwiniano, a "raça" era o tipo ou espécie que se distinguia pelo físico e pela capacidade mental, um conceito que sobreviveu até à atualidade e sustenta muitas das doutrinas baseadas no chamado "racismo científico".
Charles Darwin veio colocar esta visão em causa ao demonstrar que nenhuma forma na natureza é permanente e ao formular a sua teoria da evolução e da seleção natural. Segundo Darwin, as diversidades físicas entre as pessoas são resultado de uma diferente herança genética e o cientista defendia a existência de uma "raça geográfica", ou seja, da divisão da espécie humana em subespécies isoladas geograficamente.

Um grupo étnico reúne um determinado conjunto de características que o torna distinto dos restantes grupos

Charles Darwin, naturalista e pai da teoria da seleção natural na origem das espécies

Georges Cuvier, naturalista francês

Os antropólogos distinguiam três tipos básicos de subespécies humanas: os caucasianos, os mongoloides e os negroides que nunca conseguiram isolar em termos genéticos ou científicos. Mais tarde, em 1935, Julian Huxley e A. C. Hadon propuseram o desuso do termo "raça" por o considerarem cientificamente inadequado e sugeriram a sua substituição pelos termos "grupo étnico" ou "povo", já que estes estão mais próximos da origem da diversidade. Neste contexto, é necessário distinguir entre o que se entende por fenótipo, ou seja, os traços que distinguem a aparência física e o comportamento, e o genótipo, ou seja, os genes que são transmitidos através do ADN. Uns não têm necessariamente e na maior parte das vezes a ver com os outros. Descobertas recentes acabaram por confirmar estas ideias e por desconstruir completamente o conceito de "raça", dado que indivíduos com fenótipos diversos, como um branco e um negro, podem ter um maior número de genes em comum do que indivíduos de fenótipos semelhantes.

As distinções entre os conceitos de raça e etnicidade envolvem a errônea noção de distinção biológica e a diferenciação cultural de grupos diversos.

Conceito de raça

O conceito de raça é ainda muito usado pela grande maioria das pessoas, principalmente quando se referem à cor de pele. No entanto, a ideia de que existem raças biologicamente distintas entre os humanos é um engano. As teorias científicas dos séculos XVIII e início do século XIX, como as de Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882), dedicavam-se à criação de métodos para diferenciar raças entre grupos humanos por meio, principalmente, de traços fenótipos (cor de pele, cabelos, formato do crânio). Grande parte desses trabalhos teóricos utilizava como justificativa o grau “superior” de desenvolvimento dos países europeus, que enriqueciam graças à exploração das civilizações “inferiores”.

Entretanto, as “ciências raciais” perderam força e passaram a ser completamente desacreditadas no meio científico após a Segunda Guerra Mundial. Trabalhos posteriores, como o projeto de mapeamento do genoma humano, provaram que as distinções genéticas entre diferentes grupos humanos, que apresentam diferentes características físicas, não são suficientes para justificar a separação em raças. As mais diversas pesquisas mostraram que a variação genética que existe entre grupos geograficamente separados é muito próxima à variação genética entre sujeitos de um mesmo grupo.

Porém, ainda que o conceito biológico de raça esteja enganado, o impacto social ainda existe. Os fenômenos sociais que se fundamentam na noção de diferenciação racial por causa da cor da pele, por exemplo, ainda estão fortemente enraizados em nossas comunidades. Nesse sentido, o conceito de raça é ainda amplamente utilizado pela Sociologia para o entendimento das diferentes relações que se estabelecem em torno da noção valorativa que existe em respeito da cor. As distinções raciais vão além da diferenciação humana em função de características fisiológicas, elas estão inseridas na reprodução das desigualdades que existem em nosso meio social.

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Conceito de etnicidade

Se o conceito de raça está ligado à distinção biológica de grupos humanos com base em diferenças físicas, o conceito de etnia está associado às práticas e construções culturais que diferenciam um grupo dos demais. Os grupos étnicos distinguem-se por características de cunho cultural, como a língua, religião, vestuário, entre outros aspectos.

A etnicidade constitui-se como fenômeno essencialmente social, pois é um processo contínuo de transmissão cultural entre diferentes gerações a partir do contato e da participação no meio social em que a etnia se configura. Portanto, a ideia de traços étnicos inatos, como a noção de valor que define etnias indígenas como “preguiçosas”, não passa de um engano ancorado à ignorância e ao senso comum.

Há um grande número de pessoas que veem em sua etnia uma parte enorme de sua identidade individual. É mais comum vermos exemplos desse fenômeno em comunidades de imigrantes que se estabelecem em outro país. A manutenção de tradições ou comemorações que exaltem características culturais do grupo serve como forma de manutenção de uma identidade étnica que, ao mesmo tempo que diferencia os indivíduos dos demais grupos, também os une mediante a familiaridade entre os traços culturais que compartilham.

O que é um conceito de raça?

Raça refere-se ao âmbito biológico; referindo-se a seres humanos, é um termo que foi utilizado historicamente para identificar categorias humanas socialmente definidas. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e genética.

Como o conceito de raça é definido socialmente?

A raça na cabeça dele é um grupo social com traços culturais, lingüísticos, religiosos, etc. que ele considera naturalmente inferiores ao grupo a qual ele pertence.

Qual a diferença do conceito biológico de raça?

Raça, para os biólogos, é um subnível de classificação, também chamado de subespécie. Por exemplo, cães são uma subespécie de lobos. Para falar em raças biológicas é preciso haver uma diferença genética significativa entre grupos dentro de uma mesma espécie.

Qual é a origem da palavra raça?

O QUE SIGNIFICA RAÇA ? A origem da palavraraça” é obscura. Alguns estudiosos entendem que a sua etimologia provém da palavra latina “radix”, que significa raiz ou tronco; enquanto outros acham que ela tem origem na palavra italiana “razza”, que significa linhagem ou criação.