Questões sobre o poema amor é fogo que arde

Poema: SONETO 11

         Luiz Vaz de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

                                                        
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o amor?

                                                                          Luís Vaz de Camões.


Entendendo o poema:

01 – Nesse poema Camões fornece diversas definições para “amor”. Cite-as.

      Para Camões o amor é fogo, é ferida, é contentamento, é dor. Mas sempre procurando conceituar a natureza contraditória do amor. Por meio da razão, buscou analisar um sentimento vago, imensurável. Não havendo como separar o que sentia do que pensava, por serem movimentos antagônicos, o texto resulta em contradições e paradoxos.

02 – Você concorda com alguma dessas definições? Qual(is) e por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – No primeiro verso, o poeta diz que o “Amor é fogo que arde sem se ver”. Explique o porquê?

      Para o poeta o amor é como o fogo, forte, devastador, intenso. Mas por ser um sentimento, não o vemos, é algo interior, apenas sentimos.

04 – Explique o verso: “É um solitário andar por entre a gente”.

      Trata-se de mais um verso contraditório do poeta, que mesmo estando entre várias pessoas sente-se sozinho.

05 – De acordo com sua leitura e interpretação, como o autor entende o amor? Justifique sua resposta com passagens o texto.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Que tipo de amor o poeta está cantando, amor físico ou idealizado?

      Amor idealizado.

07 – O que vem a ser amor idealizado?

      É um amor muito planejado pela pessoa, na maioria das vezes todo perfeitinho, e que geralmente está longe de ser um amor real.

08 – O texto se apresenta em que gênero?

      Apresenta no gênero lírico.   

09 – Analise as afirmativas a seguir:

I – O poema explora o recurso da conotação. 

II – É possível perceber a intertextualidade no texto. 

III – Esse poema retrata uma época específica.

        É correto o que se afirma em:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e II.
d) apenas I e III.
e) apenas II e III.

10 – De acordo com o poema, qual é a palavra que inicia e termina o poema?

      A palavra é Amor.

11 – No verso: “É ferida que dói e não se sente”, qual é a parte que representa:

·        Exteriormente: “É ferida que dói.”

·        Interiormente: “E não se sente”.

12 – Como é formado este poema?

      É formado por dois quartetos e dois tercetos.

13 – Qual é o tipo de linguagem utilizado no poema?

      Linguagem antítese.

14 – Quanto a sua forma, o poema de Luís Vaz de Camões, é:

a)   Um soneto.

b)   Uma elegia.

c)   Um madrigal.

d)   Uma écloga.

e)   Uma ode.


Qual a figuras de linguagem no poema amor é fogo que arde?

Metáforas estão muito presentes em expressões populares, como "dar murro em ponta de faca" e "morto de fome". Exemplo de metáfora na literatura: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.

Qual o significado do poema amor é fogo que arde?

Nesse trecho, a aproximação de sentidos impossíveis, como o fogo que não se vê, a dor de ferida que não dói, a alegria triste e a dor que é sentida, sem que se sinta, mostra a natureza do que é o amor: um sentimento que nos leva a ideias controversas sem que se perca seu sentido.

Qual o gênero do poema amor é fogo que arde sem se ver?

Com o texto escolhido dentre a bibliografia de Luiz Vaz de Camões do gênero soneto, observa-se sua tendência a abrigar as características do gênero e do autor. O presente estudo realiza então, uma análise da forma, das rimas, das metáforas e ambigüidades encontradas, de forma a caracterizar o gênero soneto camoniano.

Que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente é um contentamento descontente é dor que desatina sem doer?

Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder.