Como se originam os blocos de rocha arredondados que compõem o perfil de alteração de granitos

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Como se originam os blocos de rocha arredondados que compõem o perfil de alteração de granitos

Como se originam os blocos de rocha arredondados que compõem o perfil de alteração de granitos

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ENGENHARIA
CIVIL
Geologia Para Engenharia
Turma: 5° Semestre – 2019
Pesquisa - Tema:
Formas de Intemperismo
Aluno: Wallace de Castro Silva 2017.03.40874-8
Intemperismo
O intemperismo desagrega os minerais das rochas e os fragmenta, além de modificar sua composição, decompondo os minerais mais frágeis e formando novos minerais. As transformações podem ser apenas físicas (intemperismo físico), apenas químicas (intemperismo químico), e também podem combinar as duas variedades, com ou sem a contribuição dos seres vivos (intemperismo físico-biológico ou químico-biológico).
Intemperismo Físico
As transformações simplesmente mecânicas (fragmentação das rochas e dos grãos minerais) são denominadas intemperismo físico e ocorrem basicamente por adaptações a variações de temperatura e de pressão. Entre os mecanismos mais comuns de intemperismo físico está a variação diuturna e sazonal da temperatura, que provoca contração e expansão diferencial dos grãos; essa variação provoca tensões entre os grãos, que acabam por se descolar e se fragmentar, transformando a rocha dura num conjunto de grãos desagregados e fraturados, ou seja, transformando um material coeso num material friável.
A cristalização de gelo e de sais em fissuras também tem efeito semelhante. Ao crescerem cristais (tanto de gelo como de sais) nos espaços intergranulares dentro da rocha, as paredes são pressionadas e o resultado também é o descolamento e fraturamento dos grãos. Este mecanismo com gelo é comum nos climas em que a água ocorre tanto no estado líquido quanto no estado sólido. No Brasil, há exemplos no alto das montanhas que comumente atingem temperaturas negativas durante a noite como, por exemplo, em Itatiaia (RJ). Já com relação à cristalização de sais, o mecanismo é comum nos climas do tipo quente e seco, em que a evaporação é maior que a precipitação em períodos significativos, de forma que os sais naturalmente dissolvidos nas águas se precipitam nas descontinuidades das rochas.
Raízes em rocha ígnea, adentrando em fraturas e forçando a rocha a quebrar-se, além de abrir caminhos para a passagem de água (Santana do Parnaíba, SP). Os blocos observados apresentam-se arredondados pela tendência do intemperismo em atacar os blocos mais intensamente nos vértices e arestas do que nas faces, promovendo, assim, uma suavização das formas angulosas originais quando fissuras e fraturas aproximadamente planares formam blocos no processo de desagregação da rocha original.
A presença de raízes também pode fragmentar as rochas; seu crescimento lento, porém contínuo, também pressiona a estrutura organizada da rocha, desagregando-a, do mesmo modo como fragmenta calçadas, muros e construções, numa outra escala de atuação, interagindo com as construções humanas, geralmente mais frágeis que as rochas. Este tipo especificamente pode ser chamado intemperismo físico-biológico. 
Finalmente, é generalizada a ocorrência das chamadas fraturas de alívio nos corpos de rocha que perdem sua cobertura intemperizada por erosão. As partes ainda duras da rocha perdem o peso sobrejacente e isso causa fraturas aproximadamente paralelas à topografia do local. Pode-se verificar essas fraturas facilmente em pedreiras, em que colinas e morros são cortados para extração de materiais, expondo perfis de intemperismo e também a rocha sã subjacente; no afloramento, podem ser vistas essas fraturas ou juntas de alívio, que condicionam a passagem da água de infiltração
Fraturas de alívio em perfil exposto em pedreira de granito, no Espírito Santo. No perfil, percebe-se pela mudança de coloração, o solo superficial, de cor castanha, o horizonte B, avermelhado, e o horizonte C, acizentado ou esbranquiçado. O núcleo do morro é constituído por granito inalterado, cujos blocos cortados pela lavra de rocha ornamental podem ser vistos na parte inferior. Os blocos arredondados na parte intermediária a superiores são restos de granito que foram preservados no perfil, por serem um pouco menos permeáveis do que as partes ao redor. No entanto, seriam também intemperizados com o tempo, não fosse a interrupção do processo natural pelos trabalhos da mineração;
A fragmentação de qualquer sólido aumenta a sua superfície específica, ou seja, a área exposta ao meio externo. Assim, ao passar pela fragmentação causada pelo intemperismo físico, as rochas aumentam a superfície exposta à ação da água, que promove as reações do intemperismo químico. Nesse sentido, o intemperismo físico pode intensificar a ação da água nas rochas. A superfície específica pode aumentar pela fragmentação de um sólido inicial, contínuo. Todos os mecanismos descritos de fragmentação e desagregação do intemperismo físico concorrem para a entrada da água da chuva na rocha; a presença da água no estado líquido, em contato com as rochas promove reações químicas, a cujo conjunto se dá o nome de intemperismo químico. Como as reações ocorrem a partir do contato da água com a superfície dos blocos fragmentados de rocha, ocorre comumente o que se chama alteração esferoidal.
Alteração intempérica esferoidal, resultante da maior intensidade de ataque nos vértices e nas arestas dos blocos do que nas faces; assim a alteração afeta mais intensivamente as partes angulosas dos blicos, arredondando-os e formando camadas sucessivamente mais alteradas na periferia e menos alteradas no interior dos blocos. Este tipo de alteração é mais frequente em rochas igneas, que não têm orientação preferencial, como granitos e basaltos
Intemperismo químico
Todos os mecanismos descritos de fragmentação e desagregação do intemperismo físico concorrem para a entrada da água da chuva na rocha; a presença da água no estado líquido, em contato com as rochas promove reações químicas, a cujo conjunto se dá o nome de intemperismo químico. Assim, em contato com a água da chuva, considerada neste contexto como uma “solução de alteração” ou “de intemperismo”, carregada de substâncias dissolvidas ao longo de sua trajetória pela atmosfera e pelo contato com a biosfera, os minerais das rochas duras (minerais primários) sofrem reações químicas diversas, que dependem dos reagentes (minerais originais da rocha e soluções de alteração) e das condições em que as reações se processam (clima, relevo, presença de organismos e tempo). O resultado das reações será o conjunto de minerais secundários (ou supérgenos, pois são gerados na superfície), que constituem as formações superficiais.
A seguinte reação geral pode ser considerada para ilustrar o intemperismo químico:
 Mineral I + solução de alteração ⇒ Mineral II + solução de lixiviação 
• mineral I: mineral primário, ou seja, mineral existente na rocha dura (p. ex., quartzo, feldspato, mica, piroxênio etc.), 
• solução de alteração: água da chuva carregada de elementos/substâncias dissolvidas, que se infiltra e percola a rocha em vias de alteração, 
• mineral II: mineral secundário (ou neoformado), ou seja, formado pela recombinação de íons durante a reação de intemperismo (p. ex., goethita, gibbsita, argilominerais etc.) e 
• solução de lixiviação: água da chuva, cuja composição foi modificada pelas reações do intemperismo e que caminhará em meio aos materiais geológicos até atingir um aquífero, um rio ou até voltar à superfície. 
As reações principais que ocorrem neste tipo de intemperismo são: hidratação, hidrólise, oxidação, carbonatação e complexação. 
A hidratação refere-se à entrada de água na estrutura de um mineral, enfraquecendo-a e podendo formar um outro mineral com características distintas. Por exemplo, a anidrita (sulfato de cálcio) transforma-se em outro mineral, o gipso, pela entrada de H2 O em sua estrutura cristalina. 
CaSO4 + 2H2 O → CaSO4 .2H2 O 142
A oxidação ocorre com todos os minerais que contêm elementos químicos passíveis de serem oxidados, como o ferro.

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