O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

O impacto ambientalé a alteração no meio ambiente por determinada ação ou atividade do ser humano. Ele é causado pelo desequilíbrio provocado pelo choque da relação do homem com o meio ambiente. Atualmente existe uma conscientização da humanidade, e ela está determinando novos comportamentos e exigindo novas providências na gestão de recursos do meio ambiente.

Exemplos de impactos que causam danos e tem uma reversão muito difícil:

Mineração

A atividade mineradora é uma causadora de vários impactos ambientais no Brasil.

O pequeno garimpo irregular pode provocar contaminação, principalmente por mercúrio, nas águas de rios, lagos e também no solo.

Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Pará (extração de bauxita, cobre, manganês, ouro e níquel), Minas Gerais (extração de ouro e manganês) e Goiás (extração de níquel e cobre).

Agropecuária

A agropecuária tem causado impactos ambientais significativos no cerrado, no pantanal e na floresta amazônica. Grandes áreas verdes têm sido desmatadas para a criação de gado e plantio de soja.

Estes problemas têm prejudicado os ecossistemas destas regiões, além de diminuir as áreas verdes que deveriam ser preservadas. Alguns climatologistas afirmam que o desmatamento na floresta amazônica pode estar relacionado com a diminuição das chuvas na região sudeste do Brasil.

Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Sul da Amazônia, norte do Pantanal Mato-grossense e norte do cerrado.

Extração de Petróleo

Esta atividade é intensa no litoral sudeste do Brasil. Acidentes em plataformas de petróleo ou navios petroleiros podem provocar sérios danos ao meio ambiente como, por exemplo, mortandade em larga escala de peixes, aves marinhas e outras espécies de animais marinhos.

Quando descartados de modo inadequado, determinados tipos de resíduos que vêm de estabelecimentos comerciais e industriais se infiltram pelo solo e podem contaminar a terra e os lençóis freáticos que abastecem as bacias hidrográficas, poluindo o meio-ambiente e água que consumimos no dia-a-dia. A natureza é uma das principais vítimas do descarte inadequado de resíduos. Rios, riachos, córregos, canais e lagoas e todos os seus ecossistemas sofrem com a poluição causada pelo acúmulo e descarte inadequado de lixo.

Em virtude da conscientização da sociedade, existem maneiras de ir contra os danos ambientais. É preciso unir forças para evitá-los tendo atitudes bem-intencionadas como:

1. Economizar água

2. Evite o consumo exagerado de energia

3. Separar os lixos orgânicos e recicláveis

4. Diminuir o uso de automóveis

5. Consumir apenas o necessário e evitar compras compulsivas

6. Utilizar produtos ecológicos e biodegradáveis

7. Não jogar lixos nas ruas

O uso consciente dos recursos naturais, a conscientização das gerações futuras sobre a preservação ambiental e a criação de leis que garantam a preservação do meio ambiente são as principais medidas para diminuir o impacto ambiental. Como todos os desafios que encontramos, a conscientização deve começar do indivíduo e um a um partir para a sociedade. O mundo em que vivemos é repleto de coisas boas, precisamos saber aproveitar tudo o que nos é oferecido de maneira digna para criar equilíbrio entre natureza e ser humano.

24 de abril de 2020

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia para a Covid-19, diversas tentativas de conter a disseminação do vírus foram propostas e implementadas, como, por exemplo, o isolamento social da população. A baixa atividade humana dos últimos meses gerou uma série de consequências e impactos, e, no tangente ao meio ambiente, muitas das mudanças foram positivas. 

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

Uma das imagens mais impactantes dos efeitos da pandemia na natureza, o Himalaia visívelpela primeira vez após 30 anos (Imagem: A.Kumar/Pixabay)

O professor do Programa de Pós-graduação em Ecologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fabrício Alvim Carvalho, afirma que as medidas de quarentena são positivas não só para a sociedade, mas para a fauna e flora silvestres. “É nítida a diminuição da exposição humana à poluição ambiental; consequentemente, diminui-se também os problemas respiratórios relacionados. De certa maneira, também é positivo para a fauna silvestre, igualmente exposta a essas elevadas concentrações de gases.”

O Conselho Central de Controle de Poluição da Índia (CPCB) verificou uma mudança significativa na qualidade do ar, que melhorou cerca de 33% entre os dias 16 e 27 de março. O país, com aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, segue a política de quarentena desde o dia 22 de março. Possíveis explicações para a queda da poluição são a considerável redução no tráfego de automóveis e a inatividade de indústrias. Uma das maiores consequências ocorreu no norte do país, onde moradores conseguem ver o Himalaia – a 200 quilômetros de distância – pela primeira vez em 30 anos, além de também relatarem mais estrelas visíveis.  

Queda nos níveis de NO2 e CO2
O fenômeno, no entanto, não é exclusivo da Índia. Imagens de satélite mostram que a pandemia do coronavírus está temporariamente diminuindo níveis de poluição do ar ao redor do mundo. Especialistas apontam a quarentena como o evento de maior escala já registrado em termos de redução de emissões industriais. A Agência Espacial Europeia (ESA) detectou ainda uma redução de dióxido de nitrogênio (NO2), composto químico que contribui para a poluição atmosférica e para a chuva ácida. O NO2 é resultado de emissões de carros e outros processos industriais, podendo, entre outras coisas, causar problemas respiratórios. 

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

Canais de Veneza também estão mais limpos e cristalinos, estado que não atingia há 60 anos (Imagem: Gerhard Gellinger/Pixabay)

Já em Nova York, pesquisadores apontaram uma queda dos níveis de carbono em mais de 50% abaixo da média. Na China, o fechamento de lojas e indústrias resultou uma queda de 25% nas emissões de dióxido de carbono (CO2), o que equivale a uma redução global de 6%. Na Itália, país que sofre com o isolamento social há mais tempo, golfinhos foram filmados nadando no porto de Cagliari, capital da ilha de Sardenha. Os canais de Veneza também estão consideravelmente mais limpos e cristalinos após uma semana de quarentena, estado que não atingia há 60 anos. Pesquisadores explicam que o lodo do rio, que geralmente ficava na superfície graças à movimentação de barcos, afundou e foi transportado pelo fluxo da água, que também está mais intenso.

Ceticismo
Por outro lado, o professor de Engenharia da UFJF, Cézar Henrique Barra, salienta a existência também de impactos ambientais negativos. “O maior deve ser na produção de alimentos. As pessoas estão em casa, consequentemente consumindo mais comida, água, energia, serviços como comunicação, e gerando muitos resíduos. Creio que a geração de lixo seja o segundo impacto mais considerável. Em contrapartida, o ar está mais limpo e até a água dos rios pode melhorar; um freio necessário para uma sociedade imediatista e egocêntrica.” 

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

O outro lado da questão aponta que, sempre em meio a crises econômicas, políticas de proteção ambiental são afrouxadas, e aceleração da produção industrial pode voltar a causar os mesmos danos à natureza (Foto: Ralf Vetterle/Pixabay)

Essas mudanças ambientais, no entanto, são de teor temporário. São alterações de curto prazo, dependentes do que está acontecendo atualmente, sem uma garantia de durabilidade, conforme explica Carvalho. “Tenho uma visão muito cética e realista quanto aos problemas ambientais da humanidade. Eu não acredito, enquanto especialista, que essa pandemia será o suficiente para romper esse paradigma de consumo exagerado, que é a principal causa de degradação da natureza”, observa.

“Essa quarentena é pura e simplesmente uma imposição forçada por um problema de saúde pública. Isso é muito momentâneo e, assim que a pandemia acabar, as coisas voltam ao normal” (Fabrício Carvalho)

“É óbvio que uma pequena parte da sociedade, com mais informação e um pouco mais de consciência ambiental, vai diminuir seu padrão de consumo. Mas, para o geral, é algo momentâneo. Não há o que se comemorar em médio ou longo prazo, pois, ao contrário de uma possível paralisação por uma questão de conscientização ou uma súbita revolução da consciência ambiental e de políticas de sustentabilidade, essa quarentena é pura e simplesmente uma imposição forçada por um problema de saúde pública. Isso é muito momentâneo, e assim que a pandemia acabar, as coisas voltam ao normal.”

Nova “normalidade”
Por outro lado, Barra acredita que as alterações socioambientais podem resistir no período pós-pandemia. “Esses impactos perdurarão por muito tempo devido ao novo modelo de sociedade que teremos de aprender a viver. Não voltará a ser como antes; a palavra “normalidade” terá que ser relativizada. Teremos que nos adaptar a uma nova ordem, a novas formas de relacionamentos, sejam profissionais ou pessoais. Mais respeito ao planeta e ao próximo.”

O que podemos fazer para minimizar os impactos na natureza com objetivo de evitar futuras pandemias?

Somente novas formas de relação a distância, de produção e de consumo podem favorecer a recuperação de sistemas ambientais (Imagem: Lutz Peter/Pixabay)

Carvalho aponta ainda a maneira como políticas ambientais sempre são afetadas em momentos de crise econômica. “Só será possível traçar uma estratégia para frear a degradação ambiental se os governos, de maneira geral, não afrouxarem suas políticas de meio ambiente. O que temos acompanhado, entretanto, é que sempre que essas crises econômicas aparecem, essas políticas são impactadas e afrouxadas. Na última crise, em 2008, os programas de redução de CO2 foram fragilizados. Sempre que o mundo é acometido por uma crise econômica, há um grande apelo para que a economia seja restabelecida de forma muito acelerada, o que gera várias excepcionalidades, várias concessões para fragilizar as políticas de meio ambiente.”

“O ser humano tem sido o maior problema do planeta; ele terá essa única chance de mudar seu status para algo mais humano” (Cezar Barra)

Conforme a pandemia se alastra, medidas de quarentena vêm sendo prorrogadas em todo o mundo. Barra traça um possível cenário do que pode acontecer caso o isolamento social perdure por muito tempo: “O primeiro impacto socioambiental de um afastamento prolongado será na produção de alimentos, um fator chave para evitar conflitos sociais. O segundo serão os empregos. No caso do ensino, será necessário evoluir a educação das escolas públicas com o apoio de canais de televisão e celulares, desde que sejam comuns a todas as classes”, ressalta.

“Essas novas formas de relação a distância, sem tanta necessidade de transportes e de um crescimento exacerbado, vão favorecer a recuperação dos sistemas ambientais. Muitas extinções previstas terão alguma chance de ser revertidas em ecossistemas menos alterados e mais equilibrados. Creio que o impacto ambiental será positivo e trará alguma perspectiva para as futuras gerações. O ser humano tem sido o maior problema do planeta Terra; ele terá essa única chance de mudar o seu status para algo mais humano.”