Por quê aluno não prestar atenção

Cada vez mais os alunos têm outros interesses que não são exatamente as aulas. E aí? Como fazer para continuar tendo a atenção deles?

Fazer com que alunos se engajem nas aulas está cada vez mais complicado. A competição é grande: aplicativos, redes sociais, jogos. Muita mudança aconteceu de uns anos para cá em relação ao comportamento dos alunos em sala, e, com certeza, veremos muito mais acontecer. Após passar uma temporada na Alemanha acompanhando o método de ensino de uma faculdade renomada, percebi que mesmo os professores mais reticentes em relação à tecnologia estão aderindo-a de forma orgânica. Assim, levantei algumas dicas para te ajudar, espero que gostem!

Sabendo que temos muitos concorrentes dentro da sala de aula, uma coisa que aprendi é: Se não pode com eles, junte-se a eles.

Sei que alguns estados proíbem (tem lei pra isso!) o uso do celular em sala de aula. Mas após 15 anos trabalhando com tecnologia voltada à educação, o que mais tenho visto são professores fugindo dela. Muito se deve ao fato deles não estarem preparados para conciliar a tecnologia e os métodos tradicionais de ensino.

Lógico que o celular é apenas um exemplo clássico e mais usual, mas temos outros equipamentos que nos dão pavor só de ouvir falar, mas que ao chegar perto vemos que eles não mordem.

Então que tal sair um pouco de sua zona de conforto e abraçar essa oportunidade?

Alguns exemplos que vi na prática funcionar, e melhoram muito o desempenho e atenção dos alunos em sala:

1. Com certos softwares e aplicativos, o professor consegue colocar observações individuais de cada aluno. E nessa era de redes sociais e likes, sabemos que todos querem ser notados, sem serem vistos… Isso mesmo! Com o aluno é a mesma coisa: se o professor coloca 3 palavras de incentivo num campo onde só o próprio aluno ou pai do aluno pode ver, a atenção dele aumenta em 75%. Pois assim ele sabe que o professor o conhece e que ele não é apenas mais um na multidão.

O KAITS oferece ferramentas com essas características, dê uma olhadinha

2. Para alunos adultos e adolescentes, o que vi na Alemanha foram aplicativos para tablets onde o professor coloca todo o conteúdo antes da aula, e durante a aula o aluno faz anotações em cima do conteúdo. Assim, ele consegue focar na matéria, presta mais atenção, além de não perder tempo copiando. Disponibilizar o conteúdo antes é uma forma de incentivar o aluno a se preparar e já ir pronto para absorver o conteúdo.

Nossa equipe no KAITS pode te mostrar como fazer isso.

3. Expandir sua aula sem sair da classe. Outra coisa muiiito legal que a tecnologia permite. Caso você tenha uma lousa digital, já pensou em dar uma aula, por exemplo de geografia, e ir navegando no Google Maps pra ver o local como se estivesse ali? É muito diferente de olhar imagens estáticas em um livro ou mesmo só assistir a um vídeo. Você também pode fazer isso com um computador e um projetor.

4. Games: Isso já está mais do que falado, mas vamos reforçar. Os jovens não têm mais paciência!!!! Conteúdos longos não são mais absorvidos. Então reduza os conteúdos ou transforme-os em jogos!! Sim, é simples. Um jogo de perguntas, um jogo de memória, enfim, não precisa investir muito, só usar a criatividade e ferramentas gratuitas que te oferecem essa facilidade.

Enfim, queria mostra a vocês que podemos transformar nosso vilão em aliado. Trazer a tecnologia para dentro da sala de aula e envolver o aluno nas tarefas e atividades online pode sim trazer benefícios. Mas lembre-se: você, professor, tem que se preparar, porque seu aluno com certeza sabe muito sobre tecnologia, mas você sabe mais sobre a vida e é isso que te dá uma grande vantagem.

Se quiser saber mais venha falar com a gente! Somos especialistas em tecnologia e educação! Aprender sempre fez parte de nosso DNA.

Ainda sem uma vacina que previna a contaminação ou medicamento que cure a COVID-19, o melhor a se fazer, segundo infectologistas do mundo todo, é praticar o distanciamento social. A medida apresenta diferentes consequências para cada família a depender de sua estrutura e condição socioeconômica. Não raro, o estresse causado pela sobrecarga dos adultos é transmitido às crianças.

Segundo o artigo “Repercussões da Pandemia de COVID-19 no Desenvolvimento Infantil”, produzido pelo Comitê Científico do NCPI (Núcleo Ciência pela Infância), crianças muito pequenas guiam seus comportamentos a partir da observação de pais e familiares. Por isso, nesse contexto, “é natural que as crianças pequenas passem a dormir mal, não comer, chorar, morder, demonstrar apatia ou distanciamento: são formas de elas lidarem com a situação adversa. Porém, são formas ineficientes, que prejudicam seus processos de aprendizagem, desenvolvimento e convivência.”

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Dessa forma, ao momento atual, repleto de incertezas sobre o futuro, a distância da rotina habitual e novidades como o ensino mediado pela tecnologia, somam-se novos componentes como falta de atenção e irritabilidade. O artigo cita um estudo preliminar realizado em Xianxim, na China, no contexto de distanciamento social. Na amostra, 36% dos respondentes afirmaram que crianças e adolescentes apresentaram dependência excessiva dos pais, 32% desatenção e 29% preocupação, sendo que, entre as crianças mais velhas, predominaram comportamentos como desatenção e dúvidas.

Só por essa breve contextualização é possível compreender que são vastas as influências e consequências do momento para o aspecto educacional da vida de crianças e jovens. Melissa Goichman, psicóloga e consultora pedagógica do LIV (Laboratório Inteligência de Vida), afirma que, antes de mais nada, é necessário considerar que trata-se de um momento atípico, delicado e de incerteza, o que, por sua vez, influencia as possibilidades de resposta frente às tarefas diárias, como comer, dormir e estudar.

“Se em qualquer cenário a presença de características como a desatenção, a preocupação e a dependência fazem parte, no contexto atual essas características se acirram ainda mais. Por isso, lembrar que estamos passando por uma fase difícil nos auxilia também a perceber que esse momento terá fim”, ressalta.

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Internet e seu ‘novo’ propósito 

Um ponto fundamental apresentado pela psicóloga é o fato de que, principalmente crianças e jovens, associam as telas a momentos de lazer. Além disso, a especialista pontua que as famílias foram levadas a reinventar as formas de realizar atividades cotidianas, o que demanda um tempo de adaptação que, no contexto educacional, equivale a elaborar toda uma nova forma de aprender, muito diferente da qual as crianças estavam acostumadas.

“Primeiro precisamos dar um tempo para que as crianças possam entender que esses recursos, como computadores, celulares e tablets, agora são também uma ferramenta educacional. É como se estivéssemos passando por uma transição na nossa relação com esses ‘gadgets’ (dispositivos)”, explica Melissa.

Além disso, houve uma mudança total e completa de ambiente: se antes os estudantes tinham a escola como local de aprendizado, hoje precisam dedicar horas de estudo em casa, sem a presença de colegas e professores. “Estudar online traz o ônus de perder um certo contorno que a sala de aula dava para as crianças. Digo contorno no sentido de estabelecer certas balizas sociais que indicavam para os estudantes que aquele seria um momento dedicado ao aprendizado. Muitos símbolos da escola nos lembram de seu propósito educacional, e isso nos ajuda a lembrar que estamos ocupando aquele espaço com a intencionalidade de desenvolver o conhecimento.”

Participar em detrimento de assistir 

É praticamente consenso entre professores e profissionais da educação que aulas ativas, que colocam o aluno em posição de criar, pensar, debater e desenvolver ideias, são mais dinâmicas e ativas do que aulas expositivas, nas quais o professor explica o conteúdo durante os 50 minutos de aula. Se adotada como única estratégia também no modo remoto,  existe uma grande probabilidade de os estudantes não criarem uma conexão com o que estão fazendo, o que consequentemente pode dispersar o foco.

“Eu investiria em uma forma de educar que possa ser estimulante ao protagonismo dos estudantes, mesmo que dentro do âmbito virtual. Isso já era um desafio para qualquer escola mesmo antes do modelo de aulas online: a dificuldade de pensar uma forma de educar que faça sentido para os estudantes, de maneira que eles possam participar ativamente do processo de aprendizagem. Quando vemos sentido em alguma tarefa, e nos dedicamos a ela também por gosto, é difícil interrompê-la”, afirma Melissa.

Vanessa Zito, professora e psicopedagoga, atualmente dá aula para alunos do ensino fundamental 1 e concorda com Melissa ao afirmar que, seja presencial ou virtualmente, a ideia é pensar em propostas de aula o menos expositivas possível, de forma a engajar, envolver e motivar os estudantes.

Precisamos fazer uso de estratégias que garantam a participação da maioria, como a construção de mapas mentais sobre o tema da aula

“Precisamos fazer uso de estratégias que garantam a participação da maioria, como a construção de mapas mentais sobre o tema da aula, a realização de uma chuva de palavras por aplicativo antes da discussão do dia para acionar o conhecimento prévio e engajar os alunos, a construção de apresentações durante as discussões e leituras compartilhadas. Da mesma forma que tentamos engajá-los no ensino presencial, fazemos a mesma coisa no online, claro que usando outros recursos porque o contato físico, o olhar, a mediação não estão presentes.”

No processo de elaboração de aulas online, docentes também precisam levar em consideração que, em casa e, em muitos casos, sem a mediação de um adulto, que por sua vez precisa trabalhar remotamente, a atenção que seria dedicada às aulas pode ser capturada por um sem fim de possibilidades: brinquedos, videogames, conversas paralelas com os amigos na internet ou simplesmente não ouvir o que o professor está falando do outro lado da tela. Para evitar que isso aconteça, Melissa reforça a importância de não esperar que alunos não se distraiam eventualmente com o celular, considerando que ele faz parte dessa nova geração. Além disso, tem papel fundamental a elaboração de aulas que cativem, engajem e possibilitem que as crianças atuem como protagonistas do debate.

Como relacionar as aulas e o momento atual 

Muitos profissionais da educação têm comentado sobre a importância de, professores, enquanto o laço entre alunos e suas famílias com o sistema de ensino, darem atenção ao bem-estar dos estudantes. Nesse sentido, uma estratégia para combater a falta de atenção e interesse por conteúdos educacionais é diferenciar o que é estimular e o que é demandar mais do que os alunos podem oferecer atualmente. “A cobrança excessiva por rendimento me parece ser um fator que influencia negativamente na atenção das crianças e jovens nesse momento. Os estudantes precisam ser estimulados em seu processo de aprendizagem, mas se exigirmos mais produtividade do que efetivamente eles podem dar conta agora, criamos uma situação de estresse desnecessária”, afirma Melissa.

Na percepção de Vanessa, houve queda no engajamento e compromisso com tarefas, lições de casa e preparação dos alunos para as próximas aulas. “Talvez por conta das estratégias adotadas, aplicativos utilizados e pelo planejamento de aulas mais ativas, não notei tanta falta de atenção e concentração nas aulas, mas sim uma falta de organização e comprometimento com os roteiros de estudo diários e tarefas. Não foi do grupo todo, mas de uma parte foi mais difícil ver a pontualidade, qualidade e compromisso”, explica a professora.

Como é possível ajudar? 

Para Melissa, psicóloga e consultora do LIV, capturar o interesse do estudante para que ele se engaje na aula requer um trabalho extenso de reinvenção, juntamente com a parceria entre escola e família para que exista em casa um ambiente favorável ao estudo. Em primeiro lugar, a criação de uma rotina pode beneficiar a casa toda: pais podem organizar momentos dedicados ao trabalho, deixando mais momentos disponíveis e de qualidade para apoiar e estar com os filhos, enquanto as crianças saberão em quais momentos deverão prestar atenção às aulas e evitar ao máximo eventuais distrações.

É importante poder conversar, explicar o contexto que estamos vivendo, e que sim, nossa rotina está diferente e estamos nos reorganizando

Ainda, a psicóloga aponta conversas francas e com linguagem acessível como a ferramenta para lidar com a preocupação e ansiedade de crianças e jovens, que podem prejudicar sua dedicação às aulas. “É importante poder conversar, explicar o contexto que estamos vivendo, e que sim, nossa rotina está diferente e estamos nos reorganizando”.

Para a especialista, inúmeros aspectos, assuntos e âmbitos da vida devem, neste momento, deixar de lado a rigidez, e isso está diretamente relacionada à forma com que pais e responsáveis poderão lidar com a dispersão de seus filhos durante as aulas. Se antes os pais contavam com a presença física e olhar especializado para as dificuldades de aprendizagem e atenção dos seus filhos, hoje são eles mesmos que encaram esses desafios de frente.

Por isso, “A organização da rotina em turnos facilita, não apenas para responder às demandas de trabalho, mas também para dividir emocionalmente seu tempo. Entender que não vamos produzir exatamente como antes, e que talvez não possamos cumprir todas as tarefas escolares dos filhos é fundamental. Não existe um manual para ser pai ou mãe, tampouco para ser pai na pandemia. Comunicar as dificuldades para a escola e buscar parceria é uma ótima alternativa já que cada um tem um olhar diferente para os desafios e dispõe também de ferramentas variadas.”

Vanessa, por sua vez, explica que quando nota que não está conseguindo atingir determinado aluno, lança mão de estratégias alternativas e mais direcionadas, como conversas individuais e atendimentos específicos após a aula. Também existe a possibilidade de envolver a orientação educacional e conversar com as famílias.

Já para alunos com transtornos de aprendizagem ou de déficit de atenção e hiperatividade, a psicopedagoga pontua a importância de os professores usarem estratégias mais específicas e recorrerem à sensibilidade. “Nesses casos, a falta de atenção, foco, engajamento e desmotivação são questões neurobiológicas. Estratégias usadas de forma mais individual são eficazes, mas não se trata de fazer de uma forma excludente. Esses alunos estão sempre presentes durante as propostas com o grupo todo, mas há uma estratégia de reforçar tanto o conteúdo, como o esforço do próprio aprendiz, de forma individual.”


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O que causa falta de atenção na escola?

A dificuldade de concentração pode ser causada por: Ausencia familiar. Aulas pouco estimulantes. Transtornos de aprendizagem. Transtorno do déficit de atenção.

O que causa a falta de atenção?

Causas da dificuldade de concentração. Um dos primeiros fatores é o cansaço mental, normalmente aliado ao estresse. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ritmo de trabalho atual, com suas condições, obrigações e frequentes estímulos, ultrapassa os limites do corpo e da mente.

Quando o aluno não presta atenção?

“dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; ...

O que fazer para o aluno prestar atenção?

Como chamar atenção dos alunos?.
Aproveite os picos de atenção;.
Assuma uma postura que auxilie no engajamento;.
Use metodologias ativas;.
Promova experiências práticas;.
Controle o nível de dificuldade;.
Incorpore o uso de tecnologia;.
Promova debate em sala de aula;.